O artigo abaixo é de autoria de Maíra
Kubík Mano e foi publicado em seu blog pessoal “Território de Maíra”.
Um
duelo sobre aborto no Senado
Foto: Maíra Kubík Mano
“Não me venham com esse nhênhênhê de laicidade
do Estado que isso é maracutaia”. Com essa frase, o padre Paulo Ricardo
encerrou sua participação na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos
do Senado, realizada hoje (06/08) e cujo tema era a legalização do aborto até a
12asemana de gestação. Foi aplaudido por parte significativa da plateia,
composta por religiosos e fiéis.
No evento, o terceiro sobre o
assunto realizado na Casa esse ano, outros três debatedores falaram contra a
interrupção voluntária da gravidez e quatro convidadas se pronunciaram a favor.
David Kyle, cineasta dos Estados Unidos que dirigiu o filme “Blood Money”,
afirmou que o aborto seguro não existiria porque “até pequenas cirurgias têm
riscos”. Sua fala foi rebatida pela professora da Universidade de Brasília
(UnB), Débora Diniz, para quem “uma afirmação ingênua de que todo procedimento
de saúde carrega risco colocaria em risco o próprio processo evolutivo da
humanidade”. E completou: “o aborto ilegal é que é o risco, não o uso de
medicamentos nem o aborto realizado em situações seguras”. A pesquisadora
afirmou ainda que “uma em cada cinco mulheres realizou pelo menos um aborto até
os 40 anos”, dados recolhidos por ela e publicados na Pesquisa Nacional sobre
Aborto no Brasil, premiada no exterior.
Contrária à prática, Viviane
Petrinelli, do Instituto de Políticas Governamentais, argumentou que a
legalização do aborto diminuiria a população economicamente ativa, o que
prejudicaria o desenvolvimento do país. Além disso, refletiu que, em tempos de
ajuste fiscal, caso fosse aprovada, geraria um novo item de despesas para o
Sistema Único de Saúde (SUS). O debate foi motivado por uma proposta de ideia
legislativa com mais de 20 mil assinaturas que prevê a regulamentação da
interrupção voluntária de gravidez até a 12a semana de gestação.
Vereadora em Maceió, Heloisa
Helena (PSOL/AL), ex-senadora, ressaltou que, para ela, o problema central é
justamente o debate sobre o prazo, iniciado no século XIII pela Igreja
Católica: “a vida intrauterina não pode ser deixada de lado diante de 9 meses
de vida de uma mulher adulta”.
As falas favoráveis, por sua vez,
focaram-se na vida – ou melhor, no risco de morte – das mulheres adultas que
engravidam e decidem por um aborto ilegal. Filósofa e professora da Pós
Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Márcia Tiburi, disse que, ao
não legalizarmos o procedimento, “aborta-se as mulheres para que elas não
abortem”. Tiburi pediu uma reflexão generosa, sem julgamentos morais, mas após
ouvir outras manifestações, concluiu que o nível do debate era lastimável e que
a maioria dos parlamentares não estava preparada para ele. “Gostaria que a
gente pudesse avançar no num debate mais cuidadoso, mais delicado”.
Um dos deputados que se
pronunciou foi o pastor Marco Feliciano (PSC/SP), que lembrou que ele era fruto
de um aborto malsucedido. “Minha mãe tinha no fundo de nossa casa uma clínica
clandestina de aborto” – argumento, aliás, que se não fosse a já conhecida
posição de Feliciano, poderia corroborar com a afirmação das feministas de que
as interrupções voluntárias de gravidez ocorrem e continuarão ocorrendo com ou
sem lei a respeito.
O último a tomar a palavra no
plenário antes da rodada de encerramento dos palestrantes foi Jean Wyllys
(PSOL/RJ), que trouxe o dado de que o aborto ilegal é a primeira causa de morte
materna entre as mulheres negras e pobres. “Não é uma questão religiosa, é
saúde pública”. Foi ovacionado pela parte do auditório que não havia aplaudido
o padre Paulo Ricardo.
OUTROS ARQUIVOS
ACERCA DO ABORTO E TEMAS AFINS
Que Deus abençoe a todos e ajude
os chamados evangélicos a entenderem as verdadeiras questões por trás desse
debate.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
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Desde já agradecemos a todos.
Já deixei muitos abortistas furiosos na internet, ao dizer para eles/elas que, se as mães deles fossem abortistas teriam poupado a humanidade de defensores do assassinato de seres humanos completamente indefesos, que é o que são esses arautos de tamanha maldade, porém travestidos calhordamente de defensores dos direitos humanos, o que não inclui humanos no útero.
ResponderExcluirCaro Joel,
ExcluirFez você muito bem. Eu não conheço nenhum defensor do aborto que não se sinta ofendido com uma colocação como essa tua. É isso aí.
Abraço,
irmão Alex