sábado, 27 de agosto de 2016

A VIDA PASTORAL EXIGE APRENDIZADO CONSTANTE: COMEÇA COM SABER PERDOAR



O artigo abaixo foi publicado pelo site da Editora FIEL e é de autoria de Dave Harvey

A importância do perdão para o ministério pastoral
Dave Harvey

Quando um cara é selecionado na Liga Nacional de Futebol Americano dos EUA, ele está agudamente ciente que o futuro dele inclui algumas dores sérias. Ele sabe que os treinamentos de verão serão quentes e que os técnicos irão triturá-lo. Ele sabe que os jogadores oponentes estão pedindo por uma oportunidade de atingi-lo com força violenta. Ele sabe que os seus ligamentos serão distendidos e suas juntas sentirão dor. E como se isso não fosse suficiente, ele está ciente que seus maiores erros serão reprisados pela televisão, enquanto milhões de espectadores riem de seu desempenho inadequado em campo.

Sem qualquer dúvida: se um cara quer ser bem-sucedido no futebol americano, precisa estar pronto para os riscos do ofício.

Um homem que busca o ministério pastoral precisa também estar agudamente ciente dos riscos do ofício que o esperam. Pense nisso dessa forma: a igreja é um ajuntamento de pecadores sendo liderados por pecadores. E em qualquer lugar onde os pecadores se reúnam, o pecado acontece. Algumas vezes, em negrito e com letras garrafais! O Novo Testamento certamente confirma isso. Quando os coríntios não estavam justificando a imoralidade sexual (1Coríntios 5.1), estavam levando uns aos outros aos tribunais (1Coríntios 6.1). Os gálatas estavam se desviando do evangelho com Pedro, o mesmo discípulo que testemunhou tanto a transfiguração quanto a ressurreição, liderando a hipocrisia (Gálatas 2.12-14).

Eu acho que foi Charles Colson que disse que a igreja local é como a arca de Noé: o cheiro seria insuportável, se não fosse a tempestade do lado de fora.
Eis o meu ponto: se você está esperando entrar no ministério pastoral, você precisa estar pronto para lidar com o pecado – o seu, o meu, o nosso, o de todo mundo! Como um líder, haverá tempos nos quais você vai se achar num papel familiar, de alguém pecar contra você. Haverá julgamentos, raiva, fofoca, deslealdade, e-mails cruéis, comentários sem carinho, piadas cínicas e comentários sobre a sua família que são como facadas. Algumas vezes, pode ser bem feio.

Como um pastor responde ao fato de pecarem contra ele determina a direção do seu ministério. Eu acho que é porque a maneira pela qual o pastor age quando pecam contra ele revela a compreensão que ele tem do evangelho. É por isso que um homem chamado para pregar é um homem chamado para entender algumas coisas sobre perdão.

Vamos começar com a coisa mais importante.

UM HOMEM CHAMADO É UM HOMEM MUITO PERDOADO

Em Mateus 18.21, vemos Pedro colocando a seguinte pergunta diante de Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?”.

É difícil saber exatamente o que incitou a pergunta de Pedro. Um amigo o provocara, e agora ele estaria se perguntando quantas vezes ele teria que perdoar antes que pudesse atingi-lo na cabeça? Talvez esteja sendo oferecido a nós um pequeno insight da visão própria de Pedro sobre perdão (“sete vezes, tudo bem. Mas ai do tolo que falhar comigo oito vezes!”). Qualquer que seja a razão para a pergunta, Jesus acaba com todo o paradigma de Pedro quando responde dizendo: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.22).

Então, o tsunami mental vem. Jesus sistematicamente destrói todo o conceito de perdão de Pedro com uma parábola incrível sobre o cancelamento de uma dívida. Deixe-me resumir. Na cena um da parábola, um rei perdoa uma dívida absurda de 10 mil talentos. Para entender o escopo verdadeiro desse cancelamento, você precisa entender que apenas um talento era aproximadamente 20 anos de salário. Um talento era a medida de mais alto valor. E Jesus não pegou o número 10 mil aleatoriamente. Esse número era o numeral grego mais alto. Em outras palavras, a dívida que foi perdoada era ininteligível, astronomicamente alta. Jesus está tentando ilustrar o perdão num nível quase incompreensível.

Jesus então se dirige à cena dois, na qual o devedor recentemente perdoado encontra um homem que deve a ele uma quantia pequena de dinheiro. O primeiro devedor ficou incontroladamente zangado para com o segundo devedor, dando a ele um aperto de pescoço bem forte e exigindo que fosse paga a dívida. O segundo devedor não podia pagar de volta essa dívida pequena, e o primeiro devedor o atirou na prisão.

Quando o rei fica sabendo das ações mesquinhas do homem que ele recentemente perdoou, ele o chama para que as explicasse, e aí o atira na prisão.

Caso o leitor tenha interesse em conhecer melhor essa parábola, sugerimos a leitura do nosso material, por meio desse link aqui:

Para assegurar que Pedro, que sempre era meio lento para entender as coisas, não se perdesse na argumentação, Jesus resume o ponto da parábola dizendo: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão” (Mateus 18.35).

O que essa passagem longa tem a ver com o ministério pastoral? Apenas isso: os pastores são os primeiros (e mais importantes) pecadores perdoados, e pecadores perdoados perdoam muito.

Se você entrar no ministério pastoral, as pessoas inevitavelmente pecarão contra você. Na verdade, como um líder, as pessoas vão pecar contra você de forma única, porque você traçará a direção e falará a verdade, e as pessoas reagirão e responderão numa variedade de maneiras. Algumas vezes, você vai ser o para-raios do pecado e do criticismo. Você deve viver ciente de tudo que foi perdoado em você para que haja rapidez para perdoar quando pecarem contra você. Pecadores perdoados perdoam o pecado.

Para o perdão ser real, não pode se limitar a você. Para que o perdão frutifique no seu ministério, você precisa passá-lo às outras pessoas. A coisa engraçada sobre o perdão é que ele vem com uma redundância divina anexa. Você é chamado para reproduzir a outros o perdão que você recebeu.

Isso levanta uma pergunta importante. Enquanto considera o chamado para o ministério, você está preparado para abraçar o chamado para pecarem contra você e perdoar? E quanto a exatamente agora – há algum pacote cheio de falta de perdão em sua vida? Há pessoas em seu passado contra as quais você guarda algum rancor sério? Se sim, agora é a hora de lidar com isso. A falta de perdão, como gangrena, tem uma maneira de apodrecer em nossas almas. Como calúnia para a alma, fala-nos e murmura para nós, lembrando-nos de injustiças cometidas e rancores não resolvidos. Se você não lidar com a falta de perdão, isso irá dificultar seriamente sua eficácia no ministério.

Mas eu não vou simplesmente dizer a você para “superar isso”, como se o perdão fosse como uma ferida menor que você pode ignorar. Entretanto, há coisas para serem feitas. Por exemplo, eu quero encorajar você a meditar em Efésios 4.32, que diz: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”. O caminho em direção ao perdão está em considerar a grande dívida da qual Deus perdoou você. Deus nos perdoou, cada um de nós, de uma dívida incrível, impressionante e incompreensível. Nós fomos muito perdoados, mas estamos dispostos a amar muito (Lucas 7.47)? Você está disposto a passar esse perdão a outros?

Se você está prosseguindo no ministério pastoral, você precisa encarar essa realidade fundamental: pecadores perdoados perdoam o pecado. Sua eficácia como um pastor irá requerer de você acreditar nisso e aplicar isso para que outros possam experimentar e desfrutar disso.

Tradução: João Pedro Cavani

Revisão: Yago Martins

Dave Harvey

Dave Harvey é pastor na Convenant Fellowship Church, Pennsylvania (EUA), que faz parte da família de igrejas do ministério Sovereign Grace.

O artigo original poderá ser visto por meio desse link aqui:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

SERMÃO EM ÁUDIO — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — SERMÃO 014 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 002



Você poderá ouvir um sermão de domingo pregado na Igreja Presbiteriana Boas Novas que deu continuidade à nossa exposição de Apocalipse 1—3. Para isso, basta escolher e clicar no link abaixo para ser direcionado até a página do sermão em áudio. Se desejar você também poderá fazer o download do mesmo.

Clique no link abaixo para ter acesso ao site do sermão em áudio:

Para ouvir no YouTube


ATENÇÃO: ESSA MENSAGEM ESTÁ TRUNCADA DEVIDO A FALTA DE ENERGIA ELÉTRICA DURANTE O CULTO. TODAVIA, VOCÊ PODERÁ ACOMPANHAR E VER O ESBOÇO COMPLETO DESSA MENSAGEM POR MEIO DO LINK IMEDIATAMENTE ABAIXO E PODERÁ OUVIR UM RESUMO DA MESMA NO INÍCIO DA MENSAGEM 014 NA SEQUÊNCIA.

Você poderá acompanhar essa mensagem por meio do esboço por meio desse link aqui:


Você poderá ouvir outras mensagens dessa série seguindo os links abaixo —

SÉRIE: INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — APOCALIPSE 1 A 3

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — INTRODUÇÃO — UMA VISÃO DO SENHOR JESUS — PARTE 001

SERMÃO 002 — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — INTRODUÇÃO — PARTE 002 — UMA VISÃO DO SENHOR JESUS — PARTE 002

SERMÃO 003 — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — SERMÃO 003 — UMA REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO — PARTE 003

SERMÃO 004 — CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 001

SERMÃO 005 — CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 002

SERMÃO 006 — CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 001

SERMÃO 007 — CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 002

SERMÃO 008 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 001

SERMÃO 009 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 002

SERMÃO 011 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 004

SERMÃO 012 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 005

SERMÃO 013 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 001

SERMÃO 014 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 002

SERMÃO 015 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 003

SERMÃO 016 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 004

SERMÃO 017 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 005

SERMÃO 018A — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 006A

SERMÃO 018B — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 006B

SERMÃO 019 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 001

SERMÃO 020 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 002

SERMÃO 021 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 003

SERMÃO 023 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 005

SERMÃO 024 — CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 001

SERMÃO 025 — CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 002

ESBOÇOS DAS MENSAGENS NO LIVRO DO APOCALIPSE

APOCALIPSE 1:1—20 — SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DO APOCALIPSE

APOCALIPSE 1:1—20 — SERMÃO 002 — UMA VISÃO DE JESUS CRISTO — PARTE 001

APOCALIPSE 1:1—20 — SERMÃO 003 — UMA VISÃO DE JESUS CRISTO — PARTE 002

APOCALIPSE 2:1—7 — SERMÃO 004 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 001

APOCALIPSE 2:1—7 — SERMÃO 005 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 002

APOCALIPSE 2:8—11 — SERMÃO 006 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 001

APOCALIPSE 2:8—11 — SERMÃO 007 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 002

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 008 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 001

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 009 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 002

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 010 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 003

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 011 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 004

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 012 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 005 FINAL

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 013 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 001

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 014 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 002

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 015 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 003

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 016 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 004

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 017 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 005

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 018A/B — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA  — PARTE 006A/B

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 019 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 001

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 020 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 002

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 021 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 003

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 022 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 004

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 023 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 005

APOCALIPSE 3:7—13 — SERMÃO 024 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 001

APOCALIPSE 3:7—13 — SERMÃO 025 – UMA CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 002

OUTRAS SÉRIES DE SERMÕES EM ÁUDIO:

SERMÕES NA SÉRIE: “O PAI NOSSO” — MATEUS 6:9—13

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO PAI NOSSO

SERMÃO 002 — O TERMO “PAI” — PARTE 1

SERMÃO 003 — O TERMO “PAI” — PARTE 2

SERMÃO 004 — DEUS COMO PAI E MÃE

SERMÃO 005 — PAI NOSSO QUE ESTÁ NOS CÉUS

SERMÃO 006 — INTRODUÇÃO À ESTRUTURA  DO PAI NOSSO

SERMÃO 007 — SANTIFICADO SEJA O TEU NOME

SERMÃO 008 — SANTIFICADO SEJA O TEU NOME — Parte 2

SERMÃO 009 — VENHA O TEU REINO — Parte 1

SERMÃO 010 — VENHA O TEU REINO — Parte 2

SERMÃO 011 — FAÇA-SE A TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

SERMÃO 012 — O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE

SERMÃO 013 — PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES.

SERMÃO 014 — e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!

Que Deus abençoe a todos

Alexandros Meimaridis

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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O SERVO SOFREDOR DE ISAÍAS E O DEBATE COM OS JUDEUS — PARTE 006 — O SERVO DO SENHOR É JESUS, O JUSTO


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CONTINUAÇÃO... PARTE 006

Isaías 53:10—12: O triunfo do Servo

Os v.10—12 compõem a última estrofe do quarto cântico do Servo, e descrevem a razão da morte do Servo, afirmando que o seu sofrimento e sua morte violenta não são uma fatalidade, um acidente na história. Essa última estrofe focaliza a exaltação do Servo, e relaciona-se tematicamente com 52:13—15. “Esses versos demonstram que a morte do Servo não foi um erro trágico; sua morte deverá justificar a muitos e trará glória para ele.”73

10 E ETERNO desejou esmagá-lo,
fazendo-o adoecer;74
se der75 a sua alma como oferta pela culpa,
verá a sua posteridade
e prolongará os seus dias;
e a vontade de ETERNO prosperará76  nas suas mãos.

11Depois do penoso trabalho de sua alma, verá a luz,77
e ficará satisfeito;78
por seu conhecimento, o Justo,79 o meu Servo, justificará a muitos,
e as iniquidades deles levará sobre si.

12 Por isso, eu lhe darei uma porção entre muitos,
e com os poderosos repartirá o despojo,
porquanto80 derramou para a morte a sua alma;
foi contado com os transgressores.
Contudo, levou sobre si o pecado de muitos
e pelos transgressores81  intercedeu

Nas duas primeiras frases do v10, “ETERNO” é o sujeito. A forma verbal empregada na primeira frase é hapes qal perfeito “ter prazer”, “desejar”, seguido imediatamente por daka’ piel infinitivo “esmagar”. O primeiro verbo, hapes, significa basicamente “sentir grande satisfação em alguma coisa”.82 Este vocábulo descreve o desígnio e a vontade do ETERNO.83  Deus desejou a morte do Servo. Novamente o profeta reitera que a desgraça que acometeu o Servo não foi resultado de uma trama de homens maldosos, mas sim, foi resultado da vontade do ETERNO (53:4). Revela-se assim a verdade neotestamentária a respeito da morte de cruz do Filho do Homem, que ocorreu “segundo o que está determinado” —

Lucas 22:22

Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído!

Atos 2:36

Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.

Atos 32:13—14

13 O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo.
14 Vós, porém, negastes o Santo e o Justo e pedistes que vos concedessem um homicida.

A razão do “prazer/vontade” de ETERNO na morte horrenda do Servo é explicada ao longo do v.10. “se ele der a sua alma como oferta pela culpa”. É difícil compreender o sentido da frase hebraica. Provavelmente o sujeito do verbo é o próprio Servo, como se lê na conjugação dos verbos seguintes, na terceira pessoa masculina: yir’eh “ele verá” e ya’arik “ele prolongará”. De qualquer modo, é possível notar que o Servo não foi coagido à morte. Ele deu sua alma como “oferta pela culpa”. Ele entregou-se voluntariamente (53:7). “Embora tantos pensem num Pai irado e um Jesus amoroso que veio aplacar sua cólera, a Bíblia ensina que Deus é amor. O Novo Testamento não diz que Jesus nos reconciliou com Pai, mas que o Pai nos reconciliou consigo, em Cristo”84.

2 Coríntios 5:21

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

A “alma”, nephex, é a vida. A vida do Servo foi uma “oferta pela culpa”. O termo hebraico ’axam (“culpa”, “pecado”; Gênesis 26:10; Jeremias 51:5) era um oferta que visava o perdão do “pecado” (hata’ah, Levítico 5:6—7, 10, 11—13). Além disto, no livro de Levítico, a “oferta pela culpa” também é apresentada numa linguagem legal e ritual, e constituía-se um tipo específico de sacrifício que apresentava o conceito de restituição (Levítico 5:14—19); “... a ideia de satisfação, em relação aos direitos ou leis que haviam sido violados, era mais proeminente”.85 Sobre Isaías 53:10, Gary V. Smith afirma: “Esse verso indica que quando o Servo entregou a sua vida, ele se apresentou como uma compensação ou restituição (como a compensação ou a oferta pela culpa de Lv 5:14 — 6:7) para Deus por causa dos danos cometidos pelo povo contra Deus.”86  Valhamos ainda das palavras de Crabtree: “O Servo inocente dá a sua vida em lugar da vida do povo culpado a fim de satisfazer à justiça divina. Ele era mais que um mártir. O seu sacrifício representa o amor, bem como a verdade da lei divina.”87

O grande problema do ser humano é a sua alienação de Deus. Mas a morte do Servo é um sacrifício que restaura a comunhão entre Deus e os homens. Não existe perdão sem derramamento de sangue (Hebreus 9:22; veja Levítico 17:11). Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo —

João 1:29

No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

“Um cordeiro não pode morrer no lugar de um humano, mas um homem perfeito poderia; e se o humano é também Deus, ele poderia morrer por todo pecado humano (Hebreus 9:11—14).” 88

A palavra “posteridade” é a tradução de zera‘ “semente”, “descendência”. No texto isaiano, refere-se àqueles que foram perdoados pelo sacrifício expiatório do Servo. Portanto, zera‘ são os descendentes espirituais do Servo, “a congregação nascida dele, o verdadeiro Israel (cf. Hebreus 2:13)...”.89

A expressão ya’arik  yamim “prolongará os seus dias” é usada no Antigo Testamento para se referir à promessa de durabilidade do reino dos monarcas de Israel, caso fossem obedientes à Palavra de ETERNO (Deuteronômio 17:2090; 1 Reis  3:1491 92 ) . No Salmo 21:4 [TM: 21:5], uma expressão semelhante93 refere-se à promessa da eternidade do trono de Davi (cf. 2 Samuel 7:13—16; Salmos 89:4 [TM: 89:5]; Salmos 132:12) que cumpriu-se cabalmente em Cristo.94 Portanto, é possível afirmar que, no texto de Isaías, o Servo é apresentado como uma pessoa ressurreta,95 que, mesmo tendo sofrido uma morte violenta, reinará eternamente. E não só isso. Considerando que a obra do Servo contempla a zera‘ “semente/descendência”, e, sendo esta “semente” aqueles que nasceram da morte expiatória do Servo e por Ele foram justificados (v.11), pode-se deduzir que o texto também se refere à ressurreição do povo redimido.96 

No final v.10, lê-se que “a vontade do ETERNO prosperará nas suas mãos”. Novamente o profeta apresenta a raiz hps (hepes “vontade”, “deleite”, “prazer”), que no início do v.10 aparece na forma verbal hapets qal perfeito “ter prazer”, “desejar”. Mas, se no início do verso a vontade do ETERNO era “esmagar” o Servo, agora, no final, a sua vontade é fazê-lo triunfar. A forma verbal salah qal imperfeito “prosperar” significa “ser forte/eficiente/poderoso”; “ser útil”; “ter sucesso”.97  Parece que o sentido correto da frase é transmitido pela tradução da BJ: “e por meio dele o desígnio de Deus triunfará”. No final, o desejo maior do ETERNO não é a derrota do Seu Servo pela morte ignominiosa, mas sim, a Sua vitória pela ressurreição. Pela cruz de Cristo e por sua ressurreição, a vontade de Deus triunfou.

O triunfo do Servo é descrito também no início do v.11: “Depois do penoso trabalho de sua alma, verá a luz, e ficará satisfeito”. A palavra ’or “luz” não consta no TM, no entanto, aparece em todas as cópias de Qumran, e também é acrescentada na LXX. Os verbos ra’ah qal imperfeito “ver” e sabe‘a qal imperfeito “ficar satisfeito” estão inter-relacionados.  “Os dois verbos constituem um só conceito, e significam que a contemplação da salvação que Ele adquirira para outrem e para Si próprio – fato que deve ser detalhado ulteriormente – O satisfaz e refrigera.”98

A frase seguinte descreve o efeito da morte do Servo sobre o seu povo: “por seu conhecimento, o Justo, o meu Servo, justificará a muitos,”. Para Ridderbos, o “conhecimento” do Servo, como em Isaías 50:4, “é um conhecimento espiritual concernente a Deus e ao Seu plano de salvação”.99 No entanto, a palavra hebraica da‘at “conhecimento” comumente refere-se ao conhecimento proveniente de um relacionamento. Assim, o Servo, através de sua experiência de sofrimento e morte vigária, poderá “justicar a muitos”. O verbo sadeq hifil imperfeito “justificar”, “declarar justo” (cf. Deuteronômio 25:1 e 1 Reis 8:32) apresenta o sentido forense, porque o Servo é julgado e condenado em lugar de outros: “e as iniquidades deles levará sobre si”. Mas essa forma verbal também traz implicações éticas, já que a condenação do Servo visa conduzir aqueles que são declarados justos para uma relação com Deus.100  E só o Servo é capaz de fazer isso. Pois, ele é sadiq “Justo”, e o padrão para se avaliar sua justiça é a sua íntegra relação com Deus, já que o próprio Deus chama-o de “Justo” e de “meu Servo” (como se nota, diferente do v.10, nesse v.11 é o próprio Deus que fala). “Só um homem justo poderia conferir justificação a outros. O Servo é justo e justifica a muitos. Jesus é justo (Atos 3:14) e é ele quem nos justifica (Romanos 5:1—2).”101  “De alguma forma, este Servo tem realmente sofrido a condenação proveniente de todos os pecados já cometidos, e em virtude desse fato ele está apto a declarar que todos quantos aceitarem sua oferta são justos, livres, diante de Deus.” 102

O v.12 descreve a vitória do Servo após a morte: “darei uma porção” é a tradução da forma verbal halaq piel imperfeito “repartir”, “dividir”. A segunda frase novamente emprega essa forma verbal, mas agora o sujeito é o Servo: “repartirá o despojo”. “O quadro é de um cortejo vitorioso com o Servo, de todos os povos, marchando em seu papel de vencedor, trazendo para casa os despojos da conquista.”103 “O homem de Dores agora é um Rei conquistador, que reivindica um povo numeroso como Seu, por direito de conquista através de uma luta tremenda.”104 Entretanto, o “despojo” do Servo não são os bens saqueados de uma cidade, mas são os “homens reabilitados, libertados da pena merecida”.105

É notável que a causa de sua vitória não é o seu poder, mas a sua morte: “porquanto derramou para a morte a sua alma”. O verbo ‘arah, no grau causativo em que se encontra (hifil), apresenta o sentido de “derramar”, “esvaziar”. À semelhança do Salmos 141:8, essa forma verbal significa “esvaziar” a “vida” (nepex) com a chegada da morte. Declara-se assim que a razão do triunfo do Servo (descrito nas duas primeiras frases do v.12) é a sua morte. E não somente isso: “foi contado com os transgressores”. Ele não somente morreu pelos transgressores, como lemos em 53:5 (pesha’ “transgressão”); também foi considerado como um dos pox‘im “transgressores” —

Lucas 22:37

Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito: Ele foi contado com os malfeitores. Porque o que a mim se refere está sendo cumprido.

Mas, na verdade, o Servo não era um dos pox‘im “transgressores”, pois, como assevera o final do v.12, ele morreu por eles, e por eles intercedeu. “Os transgressores, pelos quais Ele intercede são os que ocasionaram a Sua execução, e por cujas iniquidades Ele foi ‘transpassado’ (v.5). Ele foi assim considerado; eles eram de fato os transgressores. Aqui todos são levados a pensar no clamor! ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’ (Lucas 23:34) – um cumprimento literal.”106

À luz de Isaías 59:16,107 onde o termo “intercessor” é paralelo a “ajudador” (na tradução da ARA )108, é possível afirmar que o verbo paga‘ “interceder” aqui em 53:12 não descreve só a intercessão, mas engloba também a intervenção.109  O Servo intervém na vida dos “transgressores”, e os restaura à comunhão com Deus. Lembremos que, de acordo com o Novo Testamento, os primeiros a gozarem dos resultados da morte vigária do Servo foram o ladrão arrependido e o soldado romano que, depois de crucificar a Cristo, reconheceu que verdadeiramente Ele era o Filho de Deus. De fato, o Servo conduziu ao paraíso celestial aqueles transgressores merecedores da punição eterna. 

Conclusão

O presente série de artigos constatou que o Servo de ETERNO apresentado em Isaías 52:13—53:12 dificilmente pode ser identificado com Israel ou com qualquer outro personagem do Antigo Testamento.

Notadamente há grandes diferenças entre o Servo e o povo de Israel:

1. O Servo não tem pecado; é perfeito. Só um Cordeiro perfeito poderia se oferecer como “oferta pela culpa” (53:10). Em contrapartida, Israel é pecador. Em Isaías 42:19, o ETERNO acusa o seu povo de cegueira espiritual. Obviamente este povo rebelde não estava em condições para resgatar ninguém. Na verdade, ele mesmo precisa ser regado pelo sacrifício do Servo. 

2. O Servo sofreu imerecidamente o juízo de Deus. Ele foi oprimido por Deus porque outros pecaram contra Deus (53:4-6, 8, 11), diferentemente de Israel que sofreu o exílio merecidamente, pois pecou contra o ETERNO (Isaías 1:25; 3.8; cf. Lamentações 1:8, 18; etc.). 

3. O Servo foi para o matadouro como uma ovelha, sem abrir a boca (53:7). Em contrapartida, Israel, quando foi julgado por Deus, reclamou contra Deus (Isaías 40.27).

Existem também nítidas diferenças entre o Servo e outros personagens do Antigo Testamento:

1) O Servo é identificado com o ETERNO (52:13). Ele é homem, mas é Deus. Nenhum outro personagem do Antigo Testamento, seja dentre os profetas ou dentre os reis tementes ao ETERNO, ousaria aplicar tais honrarias para si mesmo. 

2) O Servo do ETERNO realizou um sacrifício pelo pecado do povo; a oferta foi o seu próprio corpo (53:10). Nenhum outro personagem do Antigo Testamento realizou essa obra.

3) Conforme observamos, o texto de Isaías descreve a ressurreição do Servo, que resultaria na justificação dos pecadores (53:10—12); obviamente isso não se aplica a nenhum herói da fé do Antigo Testamento. O único que “ressuscitou para a nossa justificação” é Cristo —

Romanos 4:25

O qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.

As palavras de Isaías 52:13 — 53:12 são impressionantes. Nitidamente descrevem a humilhação, a condenação, a morte e a ressurreição de um homem. É praticamente impossível não ver essas palavras se cumprindo literalmente no Cristo apresentado no Novo Testamento. Até parece que as palavras de Isaías foram escritas aos pés do Gólgota.110

Portanto, a pergunta do eunuco, “a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro?” (Atos 8:34), foi suficientemente respondida por Felipe: refere-se a Cristo —

Atos 8:34—35

34 Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro?
35 Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus.

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O texto original poderá ser acessado por meio desse link aqui:


Luciano R. Peterlevitz

Bacharel em Teologia (FTBC e FATEO/UMESP); Mestre e Doutor em Ciências da Religião, na área de Literatura e Religião no Mundo Bíblico, pela Universidade Metodista de São Paulo. Coordenador Acadêmico da Faculdade Teológica Batista de Campinas, onde também leciona Hebraico, Antigo Testamento e Hermenêutica Bíblica nos cursos de Bacharelado em Teologia e Pós-graduação em Exposição Bíblica.


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Alexandros Meimaridis

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NOTAS

74 TM: halah hifil perfeito “tornar dolorido”, “fazer adoecer”. 1QIsa: wyhllhu, provavelmente “para que ele o transpasse”. A BHS propõe hhlym ’et-sam  (?) em lugar do TM heheli  ’im-tasim  “fazendo-o adoeçer, se ele colocar”.

75 Vulgata: “se ele oferece”. TM: tasim qal imperfeito terceira pessoa feminino singular  “ela (“alma”?) colocará/depositará”. A tradução da Vulgata coaduna-se melhor com a conjugação dos verbos seguintes, na terceira pessoa masculina: yir’eh “ele verá” e ya’arik “ele prolongará”.

76 tsaleah II qal imperfeito “ser forte/eficiente/poderoso”; “ser útil”; “ter sucesso”. Nelson Kirst et. al., Dicionário hebraico-português e aramaico-português, p. 205.

77 BHS: todas as cópias de Qumram acrescentam a palavra ’or “luz”; também acrescentada na LXX.

78 TM: yisbba‘ qal imperfeito “ficar satisfeito”. A BHS propõe a revogalização: o patah debaixo da consoante bet, em lugar do gamets, formando assim um cólon entre o verbo e substantivo beda‘etto “em seu conhecimento”. 

79 BHS: transposto para depois de beda‘etto “em seu conhecimento”.

80 Para uma explicação da expressão causal tahat ’axer, veja John N. Oswalt, Comentário do Antigo Testamento: Isaías, p. 485, nota 380.

81 TM: welappox‘im “e pelos transgressores”. BHS: as cópias de Qumran (1QIsa e 1QIsb) apresentam ulpix‘am “por suas rebeliões”, corroporadas pela LXX.

82 R. Laird Harris; Gleason L. Archer Jr.; Bruce K. Waltke (organizadores), Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, p. 509.

83 Is 44.28: “cumprirá tudo o que me apraz” (ARA); “ele cumprirá toda a minha vontade” (BJ). Is 46.10: “farei toda a minha vontade” (ARA). Is 48.14: “O Senhor amou a Ciro e executará a sua vontade contra a Babilônia”. Grifo nosso.

84 Isaltino Gomes Coelho Filho, Isaías, p. 171.

85 J. Ridderbos, Isaías, p. 437. Sobre o ’axam, não é necessário seguir a proposta de Hans-Jürgen Hermisson, que propõe a diferença entre um sentido sagrado e um sentido profano (supostamente em Nm 5.7-8; 1Sm 6.3-4, 8). Hans-Jürgen Hermisson, “The Fourth Servant Song in the Contexto of Second Isaiah”, p. 37.

86 Gary V. Smith, Isaiah 40-66, p. 458.

87 A. R. Crabtree, A profecia de Isaías, vol. 2, Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1967, p. 237.

88 John N. Oswalt, Comentário do Antigo Testamento: Isaías, p. 469.

89 J. Ridderbos. Isaías, p.437.

90 yamim ‘al-mamlaktto “e prolongará os dias sobre[do] seu reinado”.

91 weha’araktti  ’et-yameyka “e prolongarei os teus dias”.

92 Gerard van Groningen, Revelação messiânica no Antigo Testamento, p. 609.

93 ’orek yamim ‘olam wa‘ed  “continuidade de dias para sempre e sempre”.

94 Ernst Hengstenberg, Christology of the Old Testament: And a Commentary on the Messianic Predictions, vol. 2, Project Gutenberg EBook of Christology of the Old Testament,  December, 2009, p. 303.

95 J. Ridderbos, Isaías, p. 437.

96 Ernst Hengstenberg, Christology of the Old Testament, vol. 2, p. 303; Gerard van Groningen, Revelação messiânica no Antigo Testamento, p. 609.

97 Nelson Kirst et. al., Dicionário hebraico-português e aramaico-português, p. 205.

98 J. Ridderbos, Isaías, p. 438.

99 J. Ridderbos, Isaías, p. 438.

100 Gary V. Smith, Isaiah 40-66, p. 462.

101 Isaltino Gomes Coelho Filho, Isaías, p. 179.

102 John N. Oswalt, Comentário do Antigo Testamento: Isaías, p. 493.

103 John N. Oswalt, Comentário do Antigo Testamento: Isaías, p. 493.

104 J. Ridderbos, Isaías, p. 440.

105 Luis Alonso Schökel; José Luis Sicre Dias, Profetas I: Isaias - Jeremias, 2ª edição, São Paulo, Paulus, p. 344.

106 J. Ridderbos, Isaías, p. 440-441.

107 Onde o termo “intercessor” é paralelo a “ajudador”.

108 A Bíblia de Jerusalém: “Viu que não havia ninguém, espantou-se de que ninguém interviesse”.

109 John N. Oswalt, Comentário do Antigo Testamento: Isaías, p. 495.

110 J. Ridderbos, Isaías, p. 441.

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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O SERVO SOFREDOR DE ISAÍAS E O DEBATE COM OS JUDEUS — PARTE 005 — O SERVO DE NOSSAS TRANSGRESSÕES


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CONTINUAÇÃO... PARTE 005

53:7—9: A submissão do Servo

Os v.7—9 focalizam a morte voluntária do Servo. Apesar das humilhações sofridas, o Servo seria honrado por ETERNO. 

7 Foi oprimido,50 mas livremente ele se humilhou,51 e não abriu a boca;
como cordeiro foi levado ao matadouro;
e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores,
não abriu a boca.52

8 Depois do aprisionamento e do julgamento, foi arrebatado,53
e de sua linhagem, quem dela cogitou?
Porquanto foi cortado da terra dos viventes;
por causa da transgressão do meu povo,54, 55 foi ferido.56

9 Designaram57  a sua sepultura com os ímpios,
mas com o rico58  esteve na sua morte,59
ainda que não praticasse violência,
e nem engano se achasse em sua boca.

O v.7 descreve a morte submissa do Servo, que, como um “cordeiro” conduzido ao “matadouro”, “não abriu a boca”. O termo “oprimido” é a tradução da forma verbal niggas, nifal perfeito de nagas, “ser duramente pressionado”. Apresenta o sentido de ser “maltrato” (BJ). A mesma forma verbal é empregada em Êxodo 3.7, referindo-se à opressão dos egípcios sobre os israelitas. “Não era apenas uma coerção ou uma leve angústia emocional. Denota uma situação real, concreta, de sofrimento pesado.”60 A sentença seguinte inicia-se pela partícula adversativa “mas61 ele livremente se humilhou”. Enfatiza-se assim que o maltrato sofrido é voluntário. No texto hebraico, o sujeito da ação verbal é o pronome independente terceira pessoa masculina hu’, “ele”, que precede o nifal partícipio ‘anah “ser humilhado”, “ser afligido”. Normalmente a língua hebraica não utiliza o pronome pessoal antes das formas verbais. Quando utiliza, é porque focaliza o sujeito da ação. No caso, o pronome aqui em Isaías 53.7 enfatiza a voluntariedade do Servo; ou seja, se sofreu, é porque “ele livremente se humilhou”.  A terceira sentença, por sua vez, descreve o silêncio do Servo: “e não abriu a boca”.

É difícil não identificar aqui o Servo apresentado na nova aliança. As páginas do Novo Testamento apresentam tanto a submissão,
 
Lucas 9:51
Aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém

como o silêncio,  

Mateus 27:11, 14

11 Jesus estava em pé ante o governador; e este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes.

14 Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador.

do Servo. O seu silêncio evidencia sua submissão. Cristo entregou-se voluntariamente. É verdade que Ele foi condenado à cruz por meio de um julgamento injusto e calunioso —

Mateus 26:59—61

59 Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte.

60 E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando:
61 Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias.

Lucas 23:2—4, 13—16.

2 E ali passaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei.

3 Então, lhe perguntou Pilatos: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Tu o dizes.
4 Disse Pilatos aos principais sacerdotes e às multidões: Não vejo neste homem crime algum.

13 Então, reunindo Pilatos os principais sacerdotes, as autoridades e o povo,

14 disse-lhes: Apresentastes-me este homem como agitador do povo; mas, tendo-o interrogado na vossa presença, nada verifiquei contra ele dos crimes de que o acusais.

15 Nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar. É, pois, claro que nada contra ele se verificou digno de morte.
16 Portanto, após castigá-lo, soltá-lo-ei.

Contudo, não foram essas coisas que levaram Jesus à morte. Ele morreu porque se entregou a si mesmo —

1 Pedro 2:23

Pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente.

Alguém já disse que não foi o ódio dos judeus que matou Jesus, nem o poder dos romanos. Foi Deus, o Pai, que entregou o Filho, e este voluntariamente se entregou como oferta pelos nossos pecados.

Na primeira frase do v.8, é difícil saber o sentido da preposição min “de”, prefixada no substantivo ‘oser “aprisionamento”. Neste texto, ela pode apresentar três sentidos: o sentido separativo (o Servo foi arrebatado/ “separado da terra”[grifo nosso]62 /libertado da opressão e do juízo – ou seja, foi liberto da morte e levado ao céu pela ressurreição, após sua morte), o sentido causativo (Servo foi libertado por causa dessas coisas) ou sentido temporal (o Servo foi libertado depois dessas coisas). Possivelmente o texto indica a prisão e o julgamento seguidos da prisão. A tradução da Bíblia de Jerusalém apoia essa interpretação: “Após detenção e julgamento, foi preso”. O termo ‘oser “aprisionamento” também apresenta o sentido de sofrimento ou angústia,63 sugerindo um aprisionamento acompanhado de torturas; o significado de ‘oser é “restrição”, “coerção” (Strong) ou “encerrar”, “aprisionar”.64 Esta palavra hebraica só ocorre em outras duas passagens do Antigo Testamento: Pv 30:16 (referindo à esterilidade); Salmos 107:39 (possivelmente referindo ao “aprisionamento”, como em Isaías 53:8). Na sequência do texto isaiano, lê-se o substantivo mixpat “julgamento”. No fim da frase, o verbo traduzido pela BJ como “foi preso” é o hebraico luqah qal perfeito, de laqah “arrebatar”, “tomar e levar embora”, traduzido mais literalmente como “foi arrebatado” (como na ARA). O sentido dessa primeira frase do v.8 é que após a detenção violenta (‘oser) e após o processo de julgamento (mixpat), o Servo foi condenado (luqah).

A sentença seguinte é uma indagação: “e de sua linhagem, quem dela cogitou?”. A palavra hebraica dor “significa geração que está viva num determinado período de tempo” 65 Dessa forma, o texto de Isaías refere-se aos contemporâneos de Jesus que não entenderam a razão de sua morte.66  O significado teológico da morte do Servo só é possível mediante a iluminação do Senhor.67  A sabedoria deste mundo é incapaz de reconhecer a cruz —

1 Coríntios 2:8

Sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;

A frase seguinte afirma que o Servo “foi cortado da terra dos viventes”. A raiz verbal gazar “cortar”, empregada em outros textos para o corte de árvores (2 Reis 6:4), descreve uma morte violenta. Isso é evidenciado na última frase do v.8: “foi ele ferido”, literalmente “um golpe para ele” (nega’ lamo). A morte do Servo é evidenciada na tradução da LXX: “ele foi levado à morte” (sugerindo a retroversão para o hebraico lammawet “para a morte”, em lugar lamo “para ele” ).68 O hebraico nega‘ “golpe”, “ferida”, é um ato de Deus (Êxodo 11:1) contra o Servo. Muitos comentaristas salientam que a violência descrita nesse texto é semelhante ao Salmo 22. Portanto, o “golpe” “representava mais que mera doença, ou mera violência, ou mera perseguição, mas seria a combinação de tudo que é mais terrível em todas elas: o total abandono da parte de Deus (Salmos 22:1 [TM: 22:2]) que o Novo Testamento chama de ‘segunda morte’ (Ap 2.11)”.69

Pela frase “por causa da transgressão do meu povo”, o texto novamente reitera, como em 53:4—6, que a morte do Servo é substitutiva. Foi a “transgressão/rebelião” (pexa‘) do seu “povo” que conduziu o Messias à morte.

Na primeira frase do v.9, o verbo “designaram” é tradução de yiten “ele designou”, qal com waw consecutivo imperfeito terceira pessoa masculina singular, de natan “dar”, “pôr”, “estabelecer”. Provavelmente trata-se do singular coletivo daqueles que crucificaram o Servo. A segunda frase, “mas com o rico esteve na sua morte”, apresenta problemas de tradução. Seguimos aqui o TM: ‘axir,“rico” (adjetivo) e bemotayw  “em sua morte”.  Os inimigos do Servo planejaram uma morte desonrosa para Ele. Crucificaram-no entre dois salteadores —

Lucas 23:32—33

32 E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele.

33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.

No entanto, a profecia de Isaías haveria de se cumprir. Por isso, Deus levantou um homem rico de Arimateia, chamado José, que sepultou o Servo num túmulo novo, entre os ricos. Assim o Servo foi honrado, mesmo em sua humilhante morte.

As duas últimas frases do v.9 descrevem a inocência do Servo. Ele foi morto, “ainda que não” (‘al lo’ )70 tenha praticado (verbo ‘asah “fazer”) nenhuma “violência” (hamas). A palavra hamas “violência”, “injustiça” (ARA), essencialmente apresenta a ideia de violência pecaminosa, denotando maldade extrema.71 Também, não havia “engano” em sua boca. O substantivo mirmah, “engano”, “traição”, comumente é empregado no Antigo Testamento para se referir às palavras traiçoeiras e enganosas (Gn 27.35; 34.13; Sl 10.7; 17.1; 24.4; etc.).72  Quer dizer, somente os malfeitores, enganadores e traidores é que mereciam a morte violenta descrita nesses versos. No entanto, o Servo inocente esteve entre os “ímpios”. Foi tratado como um malfeitor. É assim que Cristo foi considerado por seus algozes. 

Portanto, a estrofe composta por 53.7—9 apresenta a entrega voluntária do Servo (v.7), sua prisão, julgamento, condenação e morte (v.8, 9).

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O texto original poderá ser acessado por meio desse link aqui:


Luciano R. Peterlevitz

Bacharel em Teologia (FTBC e FATEO/UMESP); Mestre e Doutor em Ciências da Religião, na área de Literatura e Religião no Mundo Bíblico, pela Universidade Metodista de São Paulo. Coordenador Acadêmico da Faculdade Teológica Batista de Campinas, onde também leciona Hebraico, Antigo Testamento e Hermenêutica Bíblica nos cursos de Bacharelado em Teologia e Pós-graduação em Exposição Bíblica. 

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Alexandros Meimaridis

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NOTAS

50 nagas nifal perfeito “ser duramente pressionado”.

51 wehu’ na‘aneh “mas ele livremente se humilhou”: pronome independente terceira pessoa masculina hu’ “ele”, com ‘anah nifal particípio “ser humilhado”.

52 BHS: provavelmente esta frase precisa ser deletada.

53 laqah qal perfeito “arrebatar”, “tomar e levar embora”.

54 TM: ‘ammi “meu povo”. 1QIsa: ‘amo “seu povo”. Westermann sugere a primeira pessoa comum plural “nosso povo”. Claus Westermann, Isaiah 40-66, p. 254.

55 TM: mippexa‘ ‘ammi “por causa da transgressão do meu povo”.  BHS: provavelmente mippix‘am “por causa da transgressão deles”.

56 TM: nega‘ lamo “um golpe para ele”. 1QIsa: nugga‘ ou nigga‘ (pual?) “ele é ferido”. LXX: “ele foi levado à morte”, propondo a retroversão para o hebraico lammawet “para a morte” em lugar de lamo “para ele”.  

57 TM: wayyiten “e ele designou”, qal com waw consecutivo imperfeito terceira pessoa masculina singular de natan “dar”, “pôr”, “estabelecer”. 1QIsa: wayitnu “eles designaram”. BHS: wayuttan.

58 TM: ‘axir adjetivo masculino singular “rico”. BHS: provavelmente se‘irim  “demônios”. No entanto, tanto a LXX como o Targum traduzem “rico”, e, portanto, o TM não precisa ser alterado. Gary V. Smith, Isaiah 40-66, p. 456.

59 TM: bemotayw “em sua morte”.  1QIsa: bwmtw “o seu túmulo” ou “seu lugar alto”. Para uma defesa da tradução “seu lugar alto”, veja Betty Bacon, Estudos na Bíblia Hebraica, São Paulo, Vida Nova, 1991, p. 258.

60 Isaltino Gomes Coelho Filho. Isaías, p. 172.

61 Waw conjuntivo, aqui no sentido adversativo.

62 J. Ridderbos, Isaías, p. 433. 

63 Joseph Addison Alexander, Commentary on Isaiah, Grand Rapids, Kregel Publications, 1982, p. 300.

64 John N. Oswalt, Comentário do Antigo Testamento: Isaías, p. 478.

65 J. Ridderbos. Isaías, p.434, nota 30.

66 Isaltino Gomes Coelho Filho. Isaías, p. 172.

67 Gary V. Smith, Isaiah 40-66, p. 454.

68 Veja BHS.

69 John N. Oswalt, Comentário do Antigo Testamento: Isaías, p. 477.

70 A preposição ‘al “sobre”, seguida pelo advérbio de negação lo’ “não”, essencialmente significa “porque não”. Nelson Kirst et. al., Dicionário hebraico-português e aramaico-português, p. 179. Abre-se assim a possibilidade de as duas últimas frases serem traduzidas como “porque não praticou violência, nem dolo algum se achou em sua boca”, indicando que a honraria que o Servo receberia por ocasião de sua morte (“com o rico esteve na sua morte”) ocorreria em virtude de sua inocência.

71 R. Laird Harris; Gleason L. Archer Jr.; Bruce K. Waltke (organizadores), Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, p. 485.

72 R. Laird Harris; Gleason L. Archer Jr.; Bruce K. Waltke (organizadores), Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, p. 1431.

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