quinta-feira, 18 de março de 2010

Carta Aberta da Revista Ultimato: será o canto do cisne?

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Em sua última edição – Março-Abril/2010 – a revista evangélica ULTIMATO trouxe um longo editorial, assinado por todos que são “alguém” dentro da sua estrutura administrativa. A intenção do material, que ocupa duas páginas inteiras da revista, é responder aos que questionam a seriedade da publicação. Ora, a revista é o que é. Não precisa de nenhum tipo de apologia. Ninguém está obrigado a comprar, assinar e, muito menos ler a mesma.

Agora, quando a revista se sente na obrigação de se defender, então abre um precedente para que sua defesa seja analisada e esse é o propósito desse artigo. Citações retiradas do próprio texto editorial ou de outros autores mencionado serão apresentadas entre aspas, para facilitar a vida do leitor.

O artigo da ULTIMATO inicia fazendo uma referência às preocupações manifestadas pelos críticos quanto aos rumos tomados pela revista. Nesse sentido acusa os mesmos - "não temos dúvidas" – de cometerem injustiça, juízo temerário e excessos. É óbvio que a própria revista não será tida por inocente desses mesmos pecados, dependendo dos olhos de quem a lê. A atitude correta diante desses tipos de acusações sofridas pela revista não é pagar na mesma moeda, ou em outra pior – "Deus sabe" – e sim dar ouvidos às palavras de Jesus quando diz: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós – Mateus 5:11—12. A defesa implica que os editores não têm certeza de que estão mesmo sendo profetas de Deus.

O pessoal da ULTIMATO se sente injustiçado e injuriado, sintoma claro de farisaísmo. Ao se defenderem dão a nítida impressão de que se consideram acima de críticas, pois consideram as mesmas injuriosas, o que não é o caso, como não será difícil de demonstrar.

A acusação de generalização por parte dos críticos, feita pela revista, é válida e devemos manter sempre uma postura aberta para discutir todo tipo de idéia e jamais deixar de ler uma revista apenas porque não concordamos com suas posições. Além do mais, como cristãos é nosso dever lutar pelo pleno direito de todos expressarem suas idéias sem nenhum tipo de constrangimento. ULTIMATO não deve sentir-se injuriada pelas críticas e, nem tentar defender o que é indefensável na linha editorial adotada pela revista.

ULTIMATO elogia a si mesma como um "periódico cristocêntrico", e cita como prova, inúmeras edições onde Jesus foi o tema principal. A pergunta que deve ser feita aqui é: isso prova alguma coisa? Prova apenas que Jesus foi o tema daquelas edições. Muitos escrevem e escreveram bem mais acerca de Jesus, mas isso não prova que estavam certos nem que eram, de fato, cristocêntricos. Só para ilustrar, basta dizer que Ellen Gould White escreveu o equivalente a trinta e cinco Bíblias sob a alegação de estar inspirada pelo próprio Espírito Santo e, apesar de falar muita coisa acerca de Jesus, nega a Ele a prerrogativa de ter mudado a lei – com a guarda do sábado e tudo mais – conforme nos ensina Hebreus 7:12. Por outro lado, ULTIMATO mente ao dizer que é cristocêntrica, quando abriga entre seus colaboradores um homem que nega, terminantemente, qualquer relação entre o Deus do Antigo Testamento e o Pai de Jesus Cristo. Isso por si só, tem implicações seriíssimas sobre a Cristologia e ninguém que desonra o Pai de Jesus Cristo, que é o Deus ETERNO do Antigo Testamento, pode honrar a Cristo – ver João 8:49—59, especialmente o verso 58 onde Jesus se identifica plenamente com o Deus ETERNO do Antigo Testamento. Sem essa de alegar que Jesus é uma cara bacana enquanto se joga no lixo Seu Pai, o Deus ETERNO do Antigo Testamento.

ULTIMATO insiste que anuncia a Jesus e nega qualquer hibridismo em suas páginas, mas permite que um indivíduo que escreve bobagens como essa “os relatos da Bíblia hebraica revelam uma Divindade que, uma vez ofendida, não hesita em destruir tudo e todos os que se interpõe ao seu propósito”. Ora a Divindade do Antigo Testamento é o Deus ETERNO, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Como ULTIMATO tem coragem de pretender honrar a Cristo e publicar artigos assinados por um homem que, de forma notória, para sua própria destruição, passou a acreditar que o Deus do Antigo Testamento não tem nada a ver com Jesus Cristo. Tamanha contradição é insuperável. O autor da frase acima é o pastor assembleiano Ricardo Gondim em seu artigo “Os sinos dobram no meu aniversário”. Peço a ULTIMATO que reveja sua posição de que é uma publicação cristocêntrica. Ninguém honra a Cristo se associando com alguém que odeia a Cristo na concepção bíblica do termo – ver Lucas 14:26. Não estou nem pedindo, nem sugerindo que ULTIMATO pare de publicar os artigos de Ricardo Gondim, o que peço é que deixe de lado a pretensão hipócrita de ser um periódico cristocêntrico e assuma de vez a pluralidade que adotou e deseja praticar.

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Ricardo Gondim

Por falar em Ricardo Gondim, ULTIMATO não esconde uma ponta de orgulho de contar com o mesmo entre seus articulistas, e menciona um artigo escrito pelo mesmo cujo título era “Estou Cansado” de 2004. Segundo a revista o mesmo "serviu de alento para muita gente e provocou uma enxurrada de cartas". Ora, outra vez temos que perguntar: isso prova o quê, exatamente? Milhões de pessoas encontram alento nos escritos de Ellen White, Joseph Smith e até mesmo, pasmem, Paulo Coelho. Por esse motivo a afirmação da revista visa apenas impressionar o leitor desavisado. É pura propaganda como a que aparece em jornais e revistas dizendo que: o livro tal já vendeu mais de 3,5 milhões de cópias ou coisa que o valha. Não trata do valor do material, é puro marketing.

Sair em defesa de Ricardo Gondim dizendo que o mesmo declara não estar comprometido com a corrente teológica conhecida como teísmo aberto trata-se de uma mentira inaceitável: Do próprio Ricardo Gondim e da revista ULTIMATO. Essa teologia minimiza Deus e eleva o homem tentando colocar os dois, mais ou menos, em um mesmo patamar. É impossível que o Elfo (significado do nome Elben em alemão) que dirige a revista não esteja ciente de afirmações como essas, que seguem, feitas pelo Sr. Ricardo Gondim: 1) "Claro que os ricos se protegem melhor das tragédias enviadas pelo Altíssimo" – não devemos ter nenhuma dúvida que o Altíssimo de quem Gondim se refere em tom zombeteiro é o Deus que Isaías descreve da seguinte maneira: Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo – Isaías 40:17. É contra essa humilhação imposta por Deus sobre os seres humanos, que Gondim e seus clones se revoltam. Gondim diz que os ricos se protegem melhor das tragédias enviadas pelo Altíssimo, mas a Bíblia diz: Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá? - Isaías 43:13. Para justificar que o Deus dos cristãos, o Deus da Bíblia “não está mesmo com nada”, Ricardo Gondim usa o mesmo argumento seguido por ULTIMATO: o do voto popular ou da enxurrada de cartas. Ele diz: 2) "os japoneses, como outros povos abastados, não se interessam muito pelo Deus cristão". Isso prova o que mesmo? Aliás, diga-se de passagem, esse é o argumento tolo repetido ad nauseam em sites de ateus confessos como prova de que o Deus da Bíblia não tem a maioria do seu lado! Por fim, Ricardo Gondim prefere lançar sua sorte com aqueles a quem ele caracteriza como: "homens e mulheres de bem". Quem quiser saber como o Deus da Bíblia vê os pretensos homens e mulheres de bem, companheiros de Ricardo Gondim, basta ler Romanos 3:9—18. Por todos esses motivos ULTIMATO se torna indesculpável ao pretender ser cristocêntrica.

Além disso, a revista ULTIMATO alega ser reformada. Ora, a Reforma Protestante como sabemos, foi um movimento que buscou, acima de tudo, entender as Escrituras Sagradas e colocá-las em prática, resgatando a verdade do emaranhado de mentiras a que a mesma estava submetida pela igreja romana. Depois da reforma surgiram muitos outros movimentos, que se distanciaram da mesma e, muitos representantes desses movimentos diversos encontram abrigo nas páginas da ULTIMATO, o que é bom, enquanto eles escrevem artigos que engrandecem o nome de Jesus e não invencionices particulares como acontece aqui e ali, mas, como também sabemos, ninguém é perfeito. E erros são cometidos para serem corrigidos e perdoados. Diante disso, ULTIMATO não tem o direito de se chamar uma revista de linha reformada, pois o próprio Ricardo Gondim, que encontra abrigo em suas páginas, diz: "não creio na teologia da providência". Ora esse é um dos pilares fundamentais da verdade revelada acerca do Deus Criador e Sustentador de todas as coisas e é ensinamento básico da Reforma Protestante.

Em defesa dos editores devemos destacar que os mesmos fazem um “mea culpa” no editorial. Mas, da mesma maneira que acusam seus críticos de generalizarem nas acusações, a confissão deles segue essa mesma linha: não passa de pura generalização dos erros, o que é uma tentativa mascarada de minimizar os mesmos.

Por fim, ULTIMATO nos revela que o diretor da revista sofreu pressão por parte da igreja romana quando se estabeleceu em Viçosa-MG, como pastor presbiteriano. Qual é o propósito da trazer à luz essa informação? Devemos todos ficar em pé e aplaudi-lo por ser o servo inútil que é? – ver Lucas 17:10. A mim parece mais uma manifestação de auto-piedade que procura levantar a simpatia dos leitores e, com isso, justificar os erros como editor, usando como desculpa o fato que sofreu pressão da igreja romana. Milhares de servos de Deus, anônimos, são massacrados diariamente, mas esses serão recompensados pelo próprio Deus. O Sr. Elben já recebeu, certamente, o louvor que esperava ao revelar para "leitores protestantes e católicos que é um dos poucos pastores brasileiros que sofreram tamanha pressão dos católicos". Quanta pretensão ao dizer que é “um dos poucos pastores”. Como é possível saber isso?

Minha sugestão a ULTIMATO é que não dê importância às criticas que recebe. Que a revista siga sendo o que é. Que publique o que acha que deve publicar à luz da direção que recebe de Deus. Só peço que pare de mentir para si mesma e para todos nós alegando ser um periódico cristocêntrico e reformado, já que fiou claro que nem uma nem outra afirmação é verdadeira. A revista adota uma teologia plural, não reformada, e abriga autores que não engrandecem a Jesus Cristo e seu Pai, o Deus ETERNO do Antigo Testamento, o que a impede de se caracterizar como cristocêntrica.

Para finalizar peço aos editores de ULTIMATO que adotem uma política de transparência e publiquem para todos, os balanços relativos ao negócio que atende pelo nome de Editora Ultimato Ltda, sem o que, a credibilidade da revista fica, agora sim, definitivamente prejudicada. Como dizia meu velho professor de economia: esqueça todo o resto, siga apenas o rastro do dinheiro. Se ULTIMATO quer se tornar uma revista séria, deve mandar auditar, por firma idônea e independente, e publicar seus balanços.

Para outro artigo sobre Ricardo Gondim, siga esse link:

http://ograndedialogo.blogspot.com/2011/02/ricardo-gondim-e-um-verdadeiro-pinoquio.html

Alexandros Meimaridis



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Desde já agradecemos a todos.

Notas:
1. Todas as frases de ULTIMATO foram retiradas do editorial publicado pela revista em sua edição de Março/Abril de 2010.

2. Todas as citações de Ricardo Gondim são retiradas do Artigo “Os sinos dobram no meu aniversário” publicado no site do autor. Cópia impressa em poder desse autor.