quinta-feira, 11 de setembro de 2014

THOMAS WATSON — BREVE BIOGRAFIA


Ver todos os créditos no final do artigo.

Uma Biografia de Thomas Watson

Thomas Watson (1620 - 1686)

Watson foi um dos escritores mais objetivos, profundos, sugestivos e elucidativos dentre os célebres teólogos que fizeram da era Puritana o período dourado da literatura evangélica. Há uma união muito feliz entre a boa doutrina, a profunda experiência e a sabedoria prática evidentes em todas as suas obras.

Embora Thomas Watson tenha escrito muitos livros preciosos, comparativamente pouco se sabe de sua pessoa. Seus escritos são suas melhores memórias. Ele talvez não precisasse de outras e, portanto, a providência evitou o desnecessário. É de pouca importância se teve ou não sangue azul correndo em suas veias, pois sabemos que foi de semente real redimido pelo Senhor. Alguns homens são seus próprios ancestrais e, pelo que sabemos, a genealogia de Thomas Watson não lhe atribuiu fama, mas todo o seu brilho provém de suas realizações.

Teve a felicidade de ser educado no Emmanuel College, em Cambridge, que naqueles dias merecia ser chamada de a escola dos santos, a grande mãe que alimentou eruditos evangélicos.
Não nos surpreende descobrir que Thomas Watson desfrutou a boa reputação de ser o aluno mais aplicado enquanto estudava em Cambridge. Os grandes autores Puritanos devem ter sido muito ativos na universidade, ou nunca teriam se tornado inigualáveis mestres em Israel.

Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis anos em Londres. Neste ministério ele combinou considerável erudição com pregação popular. Em 1651 foi aprisionado com alguns outros ministros evangélicos, tendo sido liberto em 30 de Junho de 1652 e reintegrado formalmente ao púlpito de sua igreja. Obteve grande fama e popularidade como pregador até a Restauração, quando em decorrência do Ato de Uniformidade de 1662, foi expulso da igreja por não-conformismo. Apesar do rigor contra os dissidentes, Watson continuou a exercer seu ministério particularmente quando encontrava oportunidade. Os mais cultos, santos e zelosos do clero da Igreja da Inglaterra descobriram que o Ato da Uniformidade não lhes permitiria manter suas consciências puras e seus estilos de vida, por isso se submeteram a perder tudo por causa de Cristo. Thomas Watson não hesitou em relação ao caminho que deveria seguir. Não era um faccioso inimigo da realeza, nem um republicano vermelho, nem mesmo um homem da quinta monarquia. Na verdade, havia sido muito leal à casa de Stuart nos dias do Cromwell. Havia protestado contra a execução do rei e se unido ao plano de [Christopher] Love para conduzir Charles II ao trono. Embora tivesse tudo isso a seu favor, era um Puritano e, portanto, não deveria ser tolerado pelos espíritos ressentidos que dominavam o governo da época.

Com muitas lágrimas e lamentos, a congregação de St. Stephen viu seu pastor ser arrancado de seu rebanho. Com corações doloridos ouviram suas palavras de despedida. Ele mesmo falando como quem está de luto do que mais deleitava seu coração, sofrendo com alegria a perda de todas as coisas, despediu-se deles e saiu “sem saber aonde ia”. Na coleção Sermões de Despedida, há três sermões do Sr. Watson. Dois foram pregados no dia 17 de agosto e o terceiro na terça-feira seguinte. O primeiro deles, pregado um pouco antes do meio-dia, foi baseado no evangelho de João 13.34: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros...”. O sermão enfoca muito do espírito do Evangelho, particularmente ao recomendar amor aos inimigos e perseguidores. O segundo sermão, pregado à tarde, foi baseado em 2 Coríntios 7.1: “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”. Na primeira parte do sermão, ele insiste muito nas “... ardentes afeições de um bom ministro do Evangelho para com seu povo”. Watson termina essa primeira parte assim:

“Eu exerci meu ministério com vocês por quase dezesseis anos. E me regozijo e agradeço a Deus por não ter o direito de dizer de vocês que quanto mais vos amei, menos fui amado. Recebi muitos sinais que demonstram o amor de vocês. Ao passo que outras igrejas tenham mais membros que a nossa, entretanto, eu acredito que nenhuma tem tão forte afeição. Tenho observado com muita satisfação a reverente atenção que vocês têm à Palavra pregada. E esta luz alegra vocês, não por um breve momento, mas até o dia de hoje. Tenho observado em vocês o zelo contra o erro em momentos críticos, e a unidade e a harmonia que vocês têm. Essa é a honra de vocês. Se for necessária uma interrupção de meu ministério nesta igreja, visto que não seja permitido pregar para vós novamente, contudo não deixarei de amá-los e orar por vocês. Porém, por que deve haver alguma interrupção? Onde está o crime? Alguns, de fato, dizem que somos desleais e rebeldes. Amados, minhas atitudes e sofrimentos por Sua Majestade são de conhecimento de muitos. No entanto, devemos ir para o céu com elogios e críticas. E é bom que possamos chegar à glória, mesmo que lutemos contra baionetas. Eu me esforçarei para ainda mostrar a sinceridade de meu amor por vocês. Não prometerei que outra vez pregarei para essa igreja, nem direi o contrário. Desejo ser guiado pelo fio de prata da Palavra de Deus e Sua providência. Meu coração é vosso. Há, como vós sabeis, uma expressão neste último Ato de Uniformidade dizendo: “que possamos, em breve, ser como que naturalmente mortos”. Se eu devo morrer, vou deixar algum legado a vocês”.

O último discurso, em 19 de agosto, foi baseado em Isaías 3.10,11:

“Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas ações. Ai do perverso! Mal lhe irá; porque a sua paga será o que as suas próprias mãos fizeram”. Após sua saída, Watson pregou esporadicamente onde pudesse fazê-lo em segurança. Multas e prisões foram insuficientes para fechar a boca das testemunhas de Jesus. Em barracões, cozinhas, casas de fazendas, vales e florestas, os poucos fiéis se reuniam para ouvir a mensagem de vida eterna. Sem dúvida alguma, as pequenas assembleias secretas eram boas ocasiões para as mentes piedosas: a Palavra do Senhor era preciosa naqueles dias. Pão comido em secreto é proverbialmente doce e a Palavra de Deus na perseguição é especialmente deliciosa. Após o grande incêndio de 1666, quando igrejas foram queimadas, o Sr. Watson e outros não-conformistas prepararam grandes salas para os que desejavam se reunir. Em um tempo de tolerância, em 1672, ele conseguiu uma licença para usar uma grande sala na Crosby House, no lado leste da rua Bishopsgate, que pertencia a Sir John Langham (um não-conformista). Foi uma circunstância em que o digno nobre favoreceu a causa da não-conformidade, que tão distinta câmara estava à sua disposição. Ali, Watson pregou por vários anos. O Rev. Stephen Charnock, B.D. tornou-se seu pastor auxiliar na Sala Crosby, em 1675, e continuou até sua morte em 1680. Quando sua saúde decaiu, retirou-se para Barnston, em Essex, onde morreu repentinamente, enquanto orava em secreto. Foi sepultado em 28 de Julho de 1686.

O Sr. Watson publicou vários livros sobre assuntos práticos e úteis, dentre eles podemos citar os mais importantes: Three treatises: 1. The Christian’s Charter; 2. The Art of Divine Contentment; 3. A Discourse of Meditation, ao qual foram acrescentados vários sermões em 1660. Esse volume contém, além dos três tratados, God's Anatomy upon Man s Heart, The Saint's Delight, A Christian on Earth still in Heaven, Christ’s Loveliness, The Upright Man’s Character and Crown, The One Thing Necessary, The Holy Longing; ou, The Saint's Desire to be with Christ, Beatitudes; ou, A Discourse upon part of Christ’s Famous Sermon upon the Mount, 1660, A Body of Practical Divinity, etc., além de alguns sermões: A Divine Cordial, The Holy Eucharist, Heaven taken by Storm, etc. Porém, sua obra principal foi A Body of Divinity, uma coleção de 176 sermões sobre o Breve Catecismo da Assembleia de Westminster, que só apareceu depois de sua morte.
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Esta biografia é baseada nas seguintes fontes:

Biografia por Charles Haddon Spurgeon no Prefácio de: A Fé Cristã: Estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster. Watson, Thomas. 1ª edição. São Paulo: Cultura Cristã. 2009. p 7-12.

Fórum Monergismo.com
Recomendamos a todos que também leiam o material alistado abaixo:

UMA MENSAGEM POR THOMAS WATSON

Thomas Watson – A ÚNICA COISA NECESSÁRIA – PARTE 001

Thomas Watson – A ÚNICA COISA NECESSÁRIA – PARTE 002

Thomas Watson – A ÚNICA COISA NECESSÁRIA – PARTE 003

Thomas Watson – A ÚNICA COISA NECESSÁRIA – PARTE 004

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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