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sexta-feira, 21 de julho de 2017

JOSÉ COMO TIPO DE CRISTO — ESTUDOS 046 — O SÁBIO CONSELHO DE JOSÉ A FARAÓ


Joseph bowing before Pharaoh in the court of the royal palace

Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida de José como um Tipo do Senhor Jesus Cristo. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: José como Tipo de Cristo.


46. O Conselho de José o Recomendou ao Faraó e à Sua Corte.

Gênesis 41:37—39
O conselho foi agradável a Faraó e a todos os seus oficiais. Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu.

O grande Faraó do Egito não teve muita dificuldade em perceber que a sabedoria manifestada pelo condenado escravo hebreu não tinha sua fonte em práticas de magia nem de feitiçaria. O próprio Faraó reconhece que a origem de tal sabedoria só pode ser uma apenas: o Espírito de Deus. As palavras de José, como tudo mais nas Escrituras, soaram nos ouvidos do Faraó com uma grande discrição e uma sabedoria que era muito diferente de tudo o que ele estava acostumado a ouvir dos sábios e filósofos da sua corte. Em resumo, não se tratava de sabedoria humana, mas de sabedoria divina, reconhecida pelo próprio Faraó.
Jesus também foi admirado em seus ensinamentos conforme podemos ler em:
Mateus 7:28—29
Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
Mateus 13:54
E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos?

Da mesma forma como o Faraó e sua corte ficaram impressionados com a sabedoria de José, assim também, os ouvintes de Jesus reconheceram sua singularidade e exclusividade ao afirmarem:
João 7:45—46
Voltaram, pois, os guardas à presença dos principais sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem.

A ordem para prender a Cristo foi dada em João 7:32. Mas os guardas, ao ouvirem os ensinamentos de Jesus ficaram completamente desorientados e abandonaram sua incumbência, e voltaram para aqueles que os haviam enviado. É óbvio que a liderança do templo queria saber por que a instrução dada não foi obedecida. A explicação dos guardas foi categórica: Jamais alguém falou como este homem.
Nós temos que entender que aqueles guardas do templo não eram um bando de malfeitores, ou capangas mercenários dispostos a tudo para obter o lucro esperado. Esse era o maior problema deles, pois eram homens da tribo de Levi — levitas — homens religiosos e treinados nas Escrituras e podiam sentir-se quebrantados, no mais íntimo do ser pelos mesmos atos e palavras que Jesus estava repartindo com o povo em geral. Evidências tanto para a sabedoria quanto para a autoridade incomparáveis que Jesus manifestou nesse discurso, não são difíceis de encontrar em outras passagens do Novo Testamento:
Marcos 1:22
Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
Marcos 12:17
Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele.
Marcos 12:32—34
32 Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele,
33 e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios.
34 Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo.
Marcos 12:35—37
35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
37 O mesmo Davi chama-lhe Senhor; como, pois, é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer.
Deve ser evidente que o testemunho dos guardas não era fruto de uma fé genuína em Cristo, mas João tem a intenção que seus leitores percebam que os guardas acabaram falando mais do que, realmente, sabiam. As palavras dos guardas, literalmente traduzidas, dizem: “Ninguém — i.e. nenhum outro ser humano — jamais falou da maneira como esse homem fala”. É óbvio que os leitores de João sabiam o verdadeiro motivo porque Jesus falava daquela forma única e exclusiva: Jesus era o próprio Deus. Mas aqueles guardas, apesar de confusos e admirados não tinham consciência dessa realidade. Jesus não era apenas um ser humano. Ele era o Verbo eterno de Deus que havia assumido a forma humana:
João 1:1
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
João 1:14
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Cada ato e cada palavra de Jesus correspondiam, exatamente, aos atos e palavras do próprio Deus Pai.
João 5:19—30
Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis. Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer. E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.
João 8:28—29
Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que EU SOU e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada.

OUTROS ESTUDOS ACERCA DE JOSÉ COMO TIPO DE CRISTO
Estudo 001 — José como Tipo De Cristo — Introdução
Estudo 002 — José como Tipo De Cristo — A Infância de José
Estudo 003 — José como Tipo De Cristo — Os Irmãos e Os Nomes de José
Estudo 004 — José como Tipo De Cristo — José Como Pastor dos Seus Irmãos
Estudo 005 — José com Tipo De Cristo — José Como o Filho Amado de Seu Pai
Estudo 006 — José com Tipo De Cristo — Jesus, o Filho e Deus Pai
Estudo 007 — José com Tipo De Cristo — José e a Túnica Talar de Distinção
Estudo 008 — José com Tipo De Cristo — O Ódio que os Irmãos de José Tinham Dele
Estudo 009 — José com Tipo De Cristo — José era Odiado por Causa de Suas Palavras
Estudo 010 — José com Tipo De Cristo — José Estava Destinado a Um Futuro Extraordinário
Estudo 011 — José com Tipo De Cristo — José Antecipa Sua Glória Futura
Estudos 012 e 013 — José como Tipo de Cristo — José Sofre nas Mãos de Seus Irmãos e Vai a Busca Deles a Pedido de Jacó
Estudos 014 e 015 — José como Tipo de Cristo — José Busca Fazer o Bem a Seus Irmãos, e É Enviado De Hebrom Para a Região de Siquém
Estudo 016 — José como Tipo de Cristo — José Vai Até a Região de Siquém
Estudos 017 e 018 — José como Tipo de Cristo — José se Torna um Viajante Errante Nos Campos e Campinas da Palestina
Estudos 019 — José como Tipo de Cristo — A Conspiração contra José
Estudos 020 — José como Tipo de Cristo — As palavras de José são Desacreditadas
Estudos 021 e 022 — José como Tipo de Cristo — José é Insultado e Humilhado e José é Lançado num Poço
Estudos 023 e 024 — José como Tipo de Cristo — José é Retirado Vivo do Poço e Os Irmãos de José Misturam Ódio com Hipocrisia
Estudos 025 e 026A — José como Tipo de Cristo — José é Vendido por Seus Irmãos e o Sangue de José é Derramado
Estudos 026B — José como Tipo de Cristo — O Futuro de Israel Profetizado em Gênesis 38
Estudos 027 e 028 — José se Torna um Servo — Jose se Torna Próspero
Estudos 029 — O Senhor de José Estava Muito Feliz com Ele
Estudos 030 — José Como Servo Foi Uma Bênção Para os Outros
Estudos 031 — José Era Uma  Pessoa Consagrada aos Outros
Estudos 032 — José Foi Duramente Tentado, Mas Resistiu à Tentação
Estudos 033 — José Foi Acusado Falsamente
Estudos 034 — José Não Tentou Se Defender das Falsas Acusações
Estudos 035 — José Sofreu nas Mãos dos Gentios
Estudo 036 e 37 — José Ganha o Reconhecimento do Carcereiro e José Foi Numerado com outros Transgressores.
Estudo 038 — José Como Instrumento de Bênção e de Condenação.
Estudo 039 — José Dá Evidências De Seu Conhecimento Quanto Ao Futuro.
Estudo 040 — As Predições de Jose se Tornam Realidades.
Estudo 041A — José Gostaria de Ser Lembrado
Estudo 041B — José Gostaria de Ser Lembrado
Estudo 042 — José Foi Libertado na Hora Certa
Estudo 043 — José Como Revelador dos Mistérios de Deus
Estudo 044 — José Faz Advertências Contra o Perigo Futuro
Estudo 045 — José Se Revela como Maravilhoso Conselheiro
Estudo 046 — O Conselho de José para o Faraó

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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quinta-feira, 9 de março de 2017

JOSÉ COMO TIPO DE CRISTO — ESTUDOS 045 — JOSÉ SE MANIFESTA COMO MARAVILHOSO CONSELHEIRO


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Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida de José como um Tipo do Senhor Jesus Cristo. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: José como Tipo de Cristo.

45. José Se Manifesta Como um Maravilhoso Conselheiro.

Depois de ter revelado o significado dos sonhos do Faraó do Egito, José assumiu a responsabilidade de orientar o monarca acerca do melhor curso a ser seguido, com o objetivo de enfrentar a calamidade que estava se aproximando e fazer provisões adequadas para o futuro.

De acordo com os sonhos, primeiro viriam sete anos de abundância os quais seriam, imediatamente, seguidos por sete anos de fome. Por esse motivo, José orientou o faraó a estocar a abundante produção dos próximos sete anos, como a única forma deles conseguirem sobreviver durante a terrível fome que se estenderia por outros sete anos. Por meio da graça de Deus em sua vida, José foi capaz de demonstrar uma sabedoria incomum e manifestar uma superioridade imensurável sobre os sábios do Egito.

Novamente, temos uma analogia perfeita entre José e Jesus. Quando Jesus teve sua vinda profetizada pelo profeta Isaías, o mesmo disse que o Messias seria chamado de:

Isaías 9:6

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.      
Jesus foi o Maravilhoso Conselheiro enviado pelo próprio Deus para a humanidade com a mensagem de como a mesma deveria se preparar para o futuro, e garantir o melhor de seus interesses futuros. Conforme podemos ler em colossenses 2:3 é em Jesus Cristo que nós podemos encontrar todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento:

Colossenses 2:3

Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.

Jesus é aquela pessoa única, exclusiva, que todos precisamos conhecer, porque é nele, na sua pessoa, que todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão “estocados”. A expressão sabedoria é σοφία sofía — e conhecimento é γνω̂σιςgnôsis. Unidas como se encontram em Colossenses 2:3 pelo artigo τη̂ς tês —, são consideradas, virtualmente como uma entidade única, como era comumente entendida na literatura judaica não bíblica.

É muito importante notarmos, todavia, que esses dois termos estão vinculados também em

Romanos 11:33

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!

Note que nesse verso os dois termos estão, diretamente, associados com a noção da verdadeira riqueza πλου̂τοςploûtos — conforme também podemos ler em Colossenses 1:27 e 2:2; onde Paulo louva a Deus pela maneira como seu magnificente propósito para a raça humana tem sido colocado em prática, mediante o derramamento de sua graça — favor imerecido — sobre judeus e gentios. Assim, podemos repetir as palavras de Paulo e dizer: Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e a sua sabedoria!

A expressão υησαυρόςuesaurós — tesouro foi usada no Antigo Testamento para se referir não apenas a riquezas materiais — ver Josué 6:19, 24; Provérbios 10:2 — mas também para bens espirituais como podemos ler em:

Isaías 33:6

Haverá, ó Sião, estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e conhecimento; o temor do SENHOR será o teu tesouro.

Note como sabedoria, conhecimento e temor do SENHOR são chamados de tesouro!  

Paulo afirma em Colossenses 2:3, de forma relativamente pouco comum, que todos esses tesouros da sabedoria e do conhecimento — a expressão grega πάντεςpántes — todos, exclui qualquer exceção: são todos mesmo! — que existem estão ὰπόκρυφοιapócrifoi — ocultos em Cristo. Isso indica a maneira como essas coisas existem. Aqui devemos deixar claro que não existe nenhuma contradição entre Colossenses 2:3 e 1:26 onde Paulo afirma que o mistério, previamente, άποκεκρυμμένονapokekrimménon — escondido, νυ̂ν σέnûn sé  — foi agora, numa dramática mudança de eventos, revelado por Deus aos seus santos. Entretanto, os tesouros estão ὰπόκρυφοιapócrifoi — ocultos, não no sentido de que os mesmos estão “escondidos”, que é o sentido do particípio perfeito passivo de άποκεκρυμμένονapokekrimménon — e sim, que os mesmos εὶσιν eìsin estão, como acontecia com os mantimentos no Egito, “depositados” ou “armazenados” em Cristo — ver Tiago 1:5; 3:13—18. Buscar sabedoria e conhecimento verdadeiro fora da pessoa de Cristo é pura perda de tempo. É o mesmo que procurar alimento em qualquer outro lugar que não fosse o Egito administrado por José.

Vários autores cristãos têm indicado que nos escritos da literatura apocalíptica judaica encontramos, ocasionalmente, a imagem de “tesouros escondidos” como uma forma de desafio para homens e mulheres se empenharem mais na busca do verdadeiro conhecimento — Livro dos Segredos de Enoque 46:3: Ou se um homem se faz de bom a outro pelo ardil de sua língua, porém, com a maldade no coração, será que o outro não perceberá a maldade que vem do coração, desde que sua mentira ficou visível? Mas no nosso caso, Paulo está encorajando seus leitores a olharem para Cristo como o único “lugar” onde os tesouros da sabedoria e do conhecimento podem ser encontrados.

Em Colossenses 1:15—20 nós estamos diante de um hino onde Cristo é identificado com a Sabedoria de Deus, e onde lhe são atribuídas atividades que são predicados da Sabedoria personificada do Antigo Testamento e do Judaísmo — ver Provérbios 8:1—9. Em Colossenses, Paulo ao afirmar que todo o “estoque” do conhecimento e da sabedoria de Deus estão “depositados” na pessoa de Cristo, está indicando, mais uma vez, de uma forma realmente avassaladora, que “Cristo Jesus, se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor — 1 Coríntios 1:30—31”. Porque Cristo ocupa essa posição exaltada, existem boas razões para incentivar esses crentes que habitavam o vale do Rio Lico a se voltarem para o Senhor Jesus, em quem podem encontrar toda a percepção, entendimento, sabedoria e conhecimento.

A questão importante para nós é determinarmos se o uso que Paulo faz dessa expressão do verso 3 — todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento — tem origem nos inimigos gnósticos que estavam perturbando a igreja ou se a mesma se origina do Antigo Testamento.

Muitos têm argumentado que o vocabulário é dos opositores gnósticos que existiam em Colossos. Dessa forma, o verso 3 é, algumas vezes, entendido como algo que dá apoio ao caráter gnóstico dos opositores. De acordo com o professor Lightfoot o termo ἀπόκρυφοιapócrifoi — era um termo favorito dos mestres gnósticos e Paulo teria usado o mesmo como uma forma de refutar uma doutrina favorita desses falsos mestres. Outros acreditam que Paulo emprestou esse termo dos ensinamentos do judaísmo tardio.[1]

Todavia, em tempos mais recentes, Friedrick Hauck, analisando a literatura gnóstica disponível, notou que a mesma se refere a “tesouros de luz” em vez de falar de tesouros da sabedoria e do conhecimento. Com isso sobrou pouca evidência direta para apoiar a ideia do caráter gnóstico da expressão como usada por Paulo.

Como mencionamos acima, existem outros estudiosos ainda que se voltaram tanto para o Antigo Testamento como para o meio social judaico, como a fonte mais provável das ideias de Paulo. Desse modo, Ralph Martin, considera que todo grupo de termos e motivos “sugerem uma dívida consciente à figura da sabedoria como encontrada em Provérbios 2:1—6. Paulo está fazendo um apelo as fonte judaicas, parcialmente, por causa dos falsos ensinamentos que existiam em Colossos, especialmente entre os judeus — era uma mistura de elementos judaicos com outros vindos do paganismo —, que insistia que Jesus Cristo era apenas um mediador e apenas uma das fontes da revelação entre muitas outras existentes” — ver 1 Timóteo 2:5.

O teólogo francês J. Dupont em sua obra “La connaissance religieuse dans les épîtres de saint Paul[2] já tinha chamado a atenção de todos quanto ao aparecimento do uso, aqui em Colossenses, de termos usados pelo judaísmo com relação à Lei de Moisés — ver Isaías 33:5—6. Os judeus tinham plena confiança que, na Lei que possuíam, todos os tesouros da σοφία sofía — sabedoria, e associado com ela, também estava a ideia de γνω̂σις gnôsis — que teria sido adicionada à Lei por elementos judaizantes. De acordo com Dupont, Paulo une as duas expressões, substitui a Lei de Moisés por Cristo e, com isso, ele tem a intenção de mostrar que o único ἐπίγνωσιςepígnosis — conhecimento que um crente deve buscar é aquele que só pode ser encontrado no mistério de Cristo. É óbvio que para essa reconstrução feita por J. Dupont, o elemento judaico dos falsos ensinamentos existentes em Colossos são os responsáveis pela ação tão combativa de Paulo nesse contexto.

O professor Andrew Bandstra do Calvin Seminary em Grand Rapids ampliou as ideias de Dupont, à medida que novas porções de literatura pseudoepigráfica foram sendo descobertas e tornaram-se disponíveis para análise. Para ele também, as palavras de Paulo em Colossenses demonstram o caráter da oposição aos ensinamentos gnósticos desposados pelos judeus em Colossos. O professor Bandstra se baseou, principalmente, nos escritos pseudoepigráficos conhecidos como 2 Apocalipse de Baruque. Nesse livro, em uma passagem definitivamente escatológica, que faz referência ao “novo mundo”, “o mundo porvir”, e “ao tempo prometido”, o falso Baruque  sugere que a posse de tesouros de sabedoria e do conhecimento, destinados para aqueles que haverão de herdar o “tempo prometido”, poderão ser garantidos se os anciãos de Israel seguirem as recomendações do falso Baruque e instruírem os israelitas a permanecerem fiéis à Lei de Deus. Mas Paulo, não deixa nenhuma dúvida, que o lugar onde os tesouros da sabedoria e do conhecimento podem ser encontrados é apenas em Cristo e em nenhum outro. Isso é afirmado, previamente, por Paulo em Colossenses 2:18—19.    

A oposição em Colossos, basicamente um perigo vindo de fora, podia ter sua origem numa associação de místicos ascetas judeus que afirmavam que o conhecimento dos mistérios de Deus podia ser alcançado pelas pessoas, sem a necessidade de um mediador divino. Para eles, Cristo não era realmente necessário, para podermos conhecer os mistérios escatológicos e cósmicos de Deus.

OUTROS ESTUDOS ACERCA DE JOSÉ COMO TIPO DE CRISTO

Estudo 001 — José como Tipo De Cristo — Introdução

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Estudo 007 — José com Tipo De Cristo — José e a Túnica Talar de Distinção

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Estudo 010 — José com Tipo De Cristo — José Estava Destinado a Um Futuro Extraordinário

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Estudos 026B — José como Tipo de Cristo — O Futuro de Israel Profetizado em Gênesis 38

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Estudos 029 — O Senhor de José Estava Muito Feliz com Ele

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Estudo 041B — José Gostaria de Ser Lembrado

Estudo 042 — José Foi Libertado na Hora Certa

Estudo 043 — José Como Revelador dos Mistérios de Deus

Estudo 044 — José Faz Advertências Contra o Perigo Futuro

Estudo 045 — José Se Revela como Maravilhoso Conselheiro
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Alexandros Meimaridis

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[1] Kittel, Gerhard, Editor. Theological Dictionary of the New Testament, traduzido por Geoffrey W. Bromiley. WM. B.Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Reimpressão de 1995.

[2] Dupont, J. Gnosis. O Conhecimento Religioso nas Epístolas do Apóstolo Paulo. Gabalda, Paris, 1949.

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