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segunda-feira, 25 de julho de 2016

UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A DISCUSSÃO ACERCA DA MAIORIDADE PENAL


JESUS DISSE:

Mateus 5:6

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.

A discussão acerca da redução da maioridade penal é um tema caríssimo da bancada evangélica no Congresso Federal — a bancada é totalmente a favor. Por extensão, esse mesmo tema também faz parte dos desejos mais profundos da multidão do povo chamado evangélico. Sem refletir, evangélicos repetem os chavões que são promovidos pelas lideranças políticas e religiosas e também por apresentadores inescrupulosos que desejam passar uma imagem de verdadeira barbárie que, alegam eles, acontece em cada canto desse vasto Brasil.

Diante disso tudo queremos compartilhar com todos os leitores um artigo escrito por Uraniano Mota e publicado nos sites do Diário do Comércio de Pernambuco e no site GNN.

Qual o limite da redução da maioridade penal?
Por Urariano Mota

É de uma tristeza irônica, mas verdadeira. Na semana dos 26 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, discute-se no Senado uma Proposta de Emenda Constitucional de redução da maioridade penal. O que significa esse trem de substantivos juntos? Isto: no aniversário da lei que abrigava o jovem e criança como pessoa humana, ocorre a discussão de se devemos prender mais cedo os pequenos infratores. Ou, quem sabe, fazê-los sumir de vez, como, aliás, já é feito com meninos de 10 anos executados.

Qual seria o limite da redução penal? 12 anos, 11 anos, 10, 9, 8, 7 anos? Bebês? Qual o limite? Sintam que a cada redução devem ocorrer novos crimes que estarão no limite da punibilidade. Mais: com o necessário aumento da população carcerária, que já é um inferno e um fracasso do sistema, não estaríamos dando ótimas escolas do crime aos meninos?

Já imagino que os reformadores das conquistas sociais, criativos, podem argumentar que teríamos alas de criminosos de 16, outra de 15, mais outra de 14, até atingir um berçário… mas tudo dentro das mais perfeitas condições de higiene e cura da perversão. Diante do crime que ameaça e atinge a própria casa, já existe quem declare pérolas do gênero “sou de opinião que não deveria haver nenhuma idade mínima na lei”. Salve, daí partiremos fácil, fácil para a pena de morte aplicada aos diabinhos mais precoces. Agora, de um ponto de vista legal, sem teatrinho de resistência à prisão.

Enquanto isso, não vemos ou fingimos não ver a exclusão social e humana que cobre as cidades. Comemos, bebemos, vestimos, vamos aos shoppings sem olhar para os lados. E depois nos surpreendemos o quanto o mundo pode ser cruel quando atinge a estabilidade – porque nos julgamos estáveis em chão sólido -, ou a estabilidade sagrada – por tudo quanto mais é santo e elevado acima da animalidade dos outros, que não somos nós mesmos – a estabilidade sagrada dos nossos lares – pois somos aqueles que temos casa, enquanto os outros, ah, eles dormem na rua, que casa podem ter? Seria até uma questão de justiça, nós os humanos temos que destruir e tirar dos olhos a mancha da escória.

Por experiência, sei como anda a opinião pública intoxicada de ódio e terror.  Em um programa de direitos humanos no rádio, o Violência Zero, eu, Rui Sarinho e Marco Albertim travamos com travo esse conhecimento. No estúdio da Rádio Tamandaré, no fim dos anos 80, sentíamos a disputa de ideias na sociedade do Recife entre punir sem medida e o direito à justiça. Ainda que sem método científico, pelos telefonemas dos ouvintes, notávamos que a divisão entre os mais bárbaros e civilizados era quase meio a meio. O que houve agora para esse crescimento de retaliação?

Naquele tempo do Violência Zero no rádio, não sofríamos o massacre de imagens repetidas na televisão, nem estávamos num momento de crescimento da direita no congresso. Havíamos saído de uma ditadura, mas a dominação não vinha dos deputados e senadores mais afoitos contra os direitos humanos. Antes, as insinuações do “só vai matando” ficavam restritas aos guetos dos programas policiais.

Lembro que uma vez perguntei a idade a um menino que cheirava cola nas ruas do Recife. “Onze anos”, ele me respondeu. E eu, com minhas exatidões burras de classe média: “Vai fazer, ou já fez?”. Silêncio. Eu insisti, crente de que não havia sido entendido. “Você faz anos em que mês?”. Então ele me ensinou, antes de correr até a esquina:

– Tio, eu não tenho aniversário.

E fugiu pela Rua da Aurora, em frente ao Cinema São Luiz, com a sua garrafinha de cola e verdade.

O artigo original poderá ser visto no site do Diário de Pernambuco por meio desse link aqui:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos         

quarta-feira, 6 de maio de 2015

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS — ESTUDO 002




CONTINUAÇÃO...

A. O Papiro

A descrição mais antiga que temos de como o papiro era preparado como material de escrita é encontrada na História Natural escrita por Plínio. Segundo Plínio: “O papiro — como material de escrita — é produzido a partir da planta do papiro partindo-se a casca do caniço com uma agulha em finas tiras. O único cuidado necessário nesse processo é o de tentar fazer com que as tiras sejam as mais largas possíveis. O material de melhor qualidade vem do centro do caniço, com o material mais distante do centro tendo uma qualidade inferior. As tiras são então colocadas sobre uma mesa e umedecidas com água retirada do rio Nilo, que quando a mesma esta lamacenta serve como uma espécie de cola. As tiras são então colocadas perfiladas na vertical pelo comprimento das mesmas, sobre a mesa, e cortadas para que fiquem todas de um mesmo tamanho. Por sobre essa camada de tiras outra camada é colocada, dessa vez na horizontal. Essas também são aparadas para que fiquem todas do mesmo tamanho. Esse conjunto de tiras sofre então uma forte pressão e depois é colocada no sol para secar”.

Existe na afirmação acima uma parte questionável já que não temos nenhuma evidência de que a água do rio Nilo poderia ser usada da forma como foi descrita por Plínio, apesar de que certo material coletado do rio Nilo podia servir mesmo como uma espécie de cola. Independentemente disso, a descrição básica está correta. As tiras eram cortadas, colocadas lado a lado, e recebiam uma nova camada de tiras na direção oposta. As duas camadas recebiam algum tipo de cola, eram prensadas uma contra a outra e colocadas no sol para secar.
As “folhas” de papiro vinham em todo tipo de tamanhos. Tudo dependia do tamanho do caniço que podia ser aproveitado para e execução da tarefa. Os maiores papiros conhecidos medem cerca de 66 centímetros de largura, mas o tamanho mais comum é a metade disso, ou seja, 33 centímetro. Não é incomum encontrar-se pedaços pequenos de papiro, do tamanho de um cartão de crédito que resultavam de sobras ou da apara de alguma aresta.

O papiro de melhor qualidade era o que podia ser cortado numa camada, a mais fina possível, de tal maneira que, depois de ter a água retirada por vário métodos de pressão, o produto final era flexível e até mesmo translúcido, como se fosse uma folha moderna de papel de boa qualidade, apesar de não poder ser dobrado com a mesma facilidade.
A planta de papiro é uma espécie de cana, alta e com uma espécie de “penacho” no topo composto por folhas e pequenas flores. A mesma cresce dentro da água em regiões alagadiças. A altura que a cana pode atingir depende da espécie e das condições ambientais, mas geralmente as mesmas costumam ser bem altas.

Uma apresentação moderna em espanhol de como os papiros eram fabricados poderá ser vista por meio de um vídeo pelo link abaixo:


CONTINUA...
OUTROS ARTIGOS DE COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 001 – MATERIAL DE ESCRITA ANTIGO

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 002 – MATERIAL DE ESCRITA ANTIGO — O PAPIRO

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 003 – MATERIAL DE ESCRITA ANTIGO — O PAPIRO — FINAL

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 004 – MATERIAL DE ESCRITA ANTIGO — OS PERGAMINHOS

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 005 – MATERIAL DE ESCRITA ANTIGO — PAPEL E BARRO

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 006 – ARQUÉTIPOS E AUTÓGRAFOS — PARTE 001

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 007 – ARQUÉTIPOS E AUTÓGRAFOS — PARTE 002

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 008 – ARQUÉTIPOS E AUTÓGRAFOS — PARTE 003 – FINAL

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 009 – OS ESCRIBAS E OS COPISTAS E OS MANUSCRITOS QUE ELES PRODUZIRAM — PARTE 001

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 010 – OS ESCRIBAS E OS COPISTAS E OS MANUSCRITOS QUE ELES PRODUZIRAM — PARTE 002

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 011 – OS ESCRIBAS E OS COPISTAS E OS MANUSCRITOS QUE ELES PRODUZIRAM — PARTE 003

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 012 – OS ESCRIBAS E OS COPISTAS E OS MANUSCRITOS QUE ELES PRODUZIRAM — PARTE 004

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS – PARTE 013 – OS ESCRIBAS E OS COPISTAS E OS MANUSCRITOS QUE ELES PRODUZIRAM — PARTE 005

COMO O NOVO TESTAMENTO CHEGOU ATÉ NÓS — PARTE 014 — OS ESCRIBAS E OS COPISTAS E OS MANUSCRITOS QUE ELES PRODUZIRAM — PARTE 006
Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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