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sábado, 28 de outubro de 2017

INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 019 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MARCOS — CARACTERÍSTICAS — 002


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Essa série pretende disponibilizar as informações mais importantes acerca de cada um dos 27 livros que compõem o Novo Testamento. Desde que lançamos nossa série de Introdução ao Antigo Testamento, muitos leitores têm nos questionando acerca de algum material semelhante com respeito ao Novo Testamento. Então, aproveitando que iniciamos uma série de estudos acerca dos manuscritos do Novo Testamento — tecnicamente chamada de “baixa crítica” — estamos usando essa oportunidade para lançar uma série que trate também do texto do Novo Testamento em si, e da interpretação geral do mesmo — “alta crítica”.

A. CARACTERÍSTICAS — CONTINUAÇÃO

II. UM EVANGELHO ESCRITO PARA OS GENTIOS

O Evangelho de Marcos atravessou os séculos praticamente ignorado, até tronar-se central nas discussões levantadas pela chamada crítica textual do século XIX. Comentários antigos em Marcos são raros, o que indica claramente que o mesmo tinha um apelo muito pequeno. Mateus era considerado bem mais importante e, como Marcos era visto apenas como uma reprodução menor de Mateus, não é à toa que o mesmo era ignorado. Todavia, essa abordagem não era parte da postura da igreja primitiva acerca de Marcos já que o mesmo era considerado como sendo o registro feito por Marcos das reminiscências do apóstolo Pedro. Marcos alcançou uma posição de destaque nas discussões acerca dos evangelhos ao ser colocado no centro do chamado Problema Sinótico — falaremos acerca desse problema mais adiante.

Não é difícil notarmos no Evangelho de Marcos a ausência  marcante de traços judeu-cristãos tão comuns no Evangelho de Mateus. Um exemplo disso pode ser visto quando Jesus orienta seus discípulos a fugirem de Jerusalém. Ele diz o seguinte em:
Mateus 24:20

Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado.

Mas em Marcos 13:18 a expressão sábado é omitida por completo —

Orai para que isso não suceda no inverno.

Já na história da mulher siro-fenícia não existe qualquer menção acerca da missão de Jesus para as ovelhas perdidas da casa de Isael —

Marcos 7:2—26

24 Levantando-se, partiu dali para as terras de Tiro [e Sidom]. Tendo entrado numa casa, queria que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde ocultar-se,

25 porque uma mulher, cuja filhinha estava possessa de espírito imundo, tendo ouvido a respeito dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés.

26 Esta mulher era grega, de origem siro-fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua filha o demônio.

Em Marcos não encontramos nenhuma palavra acerca da validade da Lei até seus mínimos detalhes, conforme afirmado no Evangelho de

Mateus 5.18

Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra

De fato, podemos afirmar que não encontramos em Marcos nenhuma discussão fundamental acerca da Lei de Moisés como temos no Evangelho de Mateus.

Além do mais, não encontramos no evangelho de Marcos nenhuma proibição quando aos discípulos se dirigirem aos gentios e aos samaritanos, como temos no Evangelho de Mateus, e no seu discurso escatológico Jesus deixa bem claro que todas as pessoas, sem exceção, precisam ouvir o evangelho ante que o fim chegue.

Marcos 10:1

Levantando-se Jesus, foi dali para o território da Judéia, além do Jordão. E outra vez as multidões se reuniram junto a ele, e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu costume.

Não devemos ter nenhuma dúvida de que, quando Marcos escreve seu Evangelho ele tem os gentios em sua mente.

CONTINUA...

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 019 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MARCOS — PARTE 002 — CARACTERÍSTICAS — PARTE 002.
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 019 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MARCOS — PARTE 002 — CARACTERÍSTICAS — PARTE 002.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/10/introducao-ao-novo-testamento-estudo.html


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Alexandros Meimaridis

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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 016 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DO CRENTE — PARTE 004



ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DO CRENTE

Os versículos que vimos na parte anterior enfatizavam a conexão orgânica entre a ressurreição de Jesus e a ressurreição futura, corporal, dos crentes. Mas concluir que o significado salvífico se resume à ressurreição futura dos crentes, é apreciar apenas parte da verdade ensinada pelo Novo Testamento. Para resolver isso, é necessário apreciarmos as referências, nas quais o apóstolo Paulo menciona o fato que os crentes já foram ressuscitados com Cristo, agora no tempo presente. Essa verdade é apresentada de forma mais incisiva nas seguintes passagens:

Romanos 6:3—5

3  Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?

4  Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

5  Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

O final do verso 4 de Romanos 6 acima nos apresenta, pela primeira vez, uma importante implicação positiva da premissa fundamental de Paulo quanto à ressurreição passada do crente. Falar apenas que morremos e que fomos sepultados com Cristo não reflete, de modo apropriado, tudo o que Jesus fez a nosso favor. Como cristãos estamos unidos a Cristo e, como tais, devemos entender que a ressurreição de Jesus também representa que nós mesmos fomos ressuscitados para uma nova vida, na qual devemos andar de agora em diante.

Podemos então resumir o argumento de Paulo da seguinte maneira:

1. Como Cristo morreu para o pecado, então nós os crentes pela força da nossa vinculação com Ele, também estamos mortos para o pecado.

2. Por outro lado, como Cristo também ressuscitou dentre os mortos, assim também os crente pela virtude da união que têm com Cristo também foram ressuscitados dentre os mortos.

3. Os crentes então, tendo sido ressuscitados juntamente com Cristo devem viver em plena novidade de vida: mortos para o pecado, mas vivos para Deus. Vamos falar mais acerca disso agora.

Viver em novidade de vida se opõe diretamente ao ato de permanecer no pecado mencionado no verso 1. Também expressa de maneira mais objetiva o significado de termos sido ressuscitados com Cristo. Andar em novidade de vida faz parte do chamado original do próprio Cristo para adotarmos uma reforma radical nos costumes em nossas vidas. Estar ressuscitado com Cristo implica estar completamente libertado tanto da escravidão quanto da prática do pecado. Andar em novidade de vida não é apenas um conceito teológico sem valor prático. Pelo contrário, é um conceito prático de vida com valor teológico.

Quando Paulo fala de vida, ele está usando esse termo em seu sentido soteriológico — relacionado à salvação — absoluto. E a salvação não é algo etéreo ou vazio, mas algo concreto e experimental. Essa é exatamente a vida que Jesus vive agora diante de Deus conforme —

Romanos 6:9—10

9 Sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.

10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

O verso 5 de Romanos 6 explica o vínculo que existe entre a ressurreição de Cristo e o andar em novidade de vida dos crentes. O verso afirma o seguinte:

Romanos 6:5

Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

Estar unido a Cristo é o mesmo que estar unido na semelhança da Sua morte. Se tal união nos identifica com Cristo em sua morte, então, certamente, ela irá também nos identificar com Cristo em Sua ressurreição.

Nossa união com Cristo é o elemento básico e estruturante de todas essas verdades. Ainda que a linguagem em Romanos seja diferente daquela usada em Efésios 2:6 e Colossenses 2:12, a verdade básica permanece em todas elas: o crente foi ressuscitado com Cristo:

Efésios 2:6

E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.

Colossenses 2:12

Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.

Termos sido ressuscitado à semelhança de Cristo é algo que tem suas próprias implicação. Vejamos:

1. Os crentes estão mortos para o pecado e isso deve ser parte da experiência vital dos mesmos:

Romanos 6:2

Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?

2. Nessa mesma linha de pensamento a ressurreição dos crentes anda junta com a morte deles em Cristo, algo que também é experimental e vital em suas vidas:

Romanos 6:4

Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

3. Mas essas realidades não podem ser confundidas com uma paridade de 100% entre Cristo e os cristãos. Existem diferenças e, por esse motivo, chama nossa identificação com Cristo como sendo em semelhança:

Romanos 6:5

Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

Mas mesmo sendo em semelhança toda essa realidade é experimental e vital para os crentes.
CONTINUA...

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA SOTERIOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.
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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 015 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 003
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 016 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 004
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sexta-feira, 21 de abril de 2017

ATOS DOS APÓSTOLOS - SERMÃO 027 – A DEFESA DE ESTÊVÃO — PARTE 001 - O DEUS DA GLÓRIA


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Esse material é parte de uma série de mensagens pregadas no Livro dos Atos dos Apóstolos. As mensagens cobrem todos os 28 capítulos do Livro de Atos e no final de cada mensagem, você poderá encontrar links para outras mensagens.


Texto: Atos 7:1—8
Introdução

A. Estêvão foi um dos primeiros convertidos à fé cristã, bem no início da história da Igreja, logo depois do derramamento do Espírito Santo em Atos 2.

B. Ele é caracterizado nas páginas do livro de Atos como um homem: ver Atos 6:3 e 8.

1. De boa reputação.

2. Cheio do Espírito Santo.

3. Cheio de Sabedoria.

4. Cheio de graça, i. e., de uma personalidade graciosa parecida com a do próprio Senhor Jesus.

5. Cheio de poder que era capaz de fazer prodígios e sinais entre o povo.

C. Além do mais o Novo Testamento nos diz que, em uma situação específica — quando Estêvão compareceu diante do Sinédrio — seu rosto parecia com o rosto de um anjo — ver Atos 6.15.

D. Todas essas afirmações servem para nos ajudar a compreender a importância de Estêvão no início da história da Igreja Cristã, especialmente, no que diz respeito à teologia que encontramos apresentada no NT.    

E. A defesa de Estêvão, apresentada como o mais longo discurso de todo o Novo Testamento em Atos 7:2—60, lança

AS BASES SOBRE AS QUAIS ESTÁ FUNDAMENTADA A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO – PARTE 1

I. As Acusações Contra Estêvão

A. Como não podiam argumentar com Estêvão — ver Atos 6:10, o recurso mais comum nesses casos, foi utilizado: a violência física.

B. Estêvão foi arrebatado de modo violento e levado para comparecer diante do Sinédrio de forma violenta e abusiva – ver Atos 6:12.

C. Ali, Estêvão foi acusado — por falsas testemunhas, diga-se de passagem — ver Atos 6:13 e comparar com Êxodo 20:16 que diz: “Não darás falso testemunho contra teu próximo” – de:

Falar contra o templo ou lugar santo e contra a lei — de Moisés — ver Atos 6:13. Ver mais detalhes na mensagem anterior por meio do link abaixo:

D. De modo mais específico, Estêvão foi acusado de afirmar que:

1. Jesus, o Nazareno destruirá este lugar, i. e., o templo em Jerusalém.

2. Jesus mudará os costumes que Moisés havia dado aos judeus — ver Atos 6.14.

E. Essas acusações eram da maior gravidade, mesmo sendo falsas, porque sujeitavam Estêvão à pena de morte. Tanto os acusadores quanto a corte estavam cientes disso.

F. Isso tudo vem apenas confirmar que o “sábio” conselho de Gamaliel não passava de um engodo como tivemos oportunidade de notar no sermão de # 22 que tratou de Atos 5:17—42. Ver link na lista abaixo.

II. A Importância da Defesa de Estêvão

A. A defesa apresentada por Estêvão, não trata apenas de uma tentativa de salvar sua própria vida. Ela é muito mais do que isso e vai muito além nas implicações que levanta.

B. Sua mensagem, além de apresentar uma defesa coerente contra as acusações recebidas, serve também:

1. Para fixar verdades bíblicas bem estabelecidas que as autoridades daqueles dias faziam questão de ignorar.

2. Demonstrar que Estêvão é, de fato, o primeiro cristão a entender a plenitude da extensão dos benefícios da vinda de Cristo a todas as áreas da vida.

3. Deixar claro que, após o advento de Jesus existe apenas um caminho de volta para Deus e que não pode haver nenhum tipo de concessão nesta questão, sob a pena do indivíduo sofrer o dano eterno de sua alma. Não tem lei nenhuma, nem templo nenhum que sejam capazes de reconciliar o homem com Deus. Há só um mediador entre Deus e os homens — ver 1 Timóteo 1:5.

4. Lançar as bases sobre as quais outros autores do Novo Testamento irão edificar a teologia cristã, especialmente, o fariseu Saulo de Tarso, depois convertido no cristão Paulo de Tarso.

C. A defesa de Estêvão, tendo em vista as acusações — falar contra o templo ou santo lugar e a Lei de Moisés — está baseada nesses dois aspectos. Sua intenção é demonstrar:

1. Que o povo de Israel, desde o princípio e até aqueles dias, nunca tinha levado à sério a Lei de Deus — ver Atos 7:38—43.

2. Que o Templo, uma mera concessão divina à fraqueza humana, havia se tornado um verdadeiro ídolo abominável ao Senhor — ver Atos 7.48—50.

3. Note as expressões “as obras das suas mãos” — verso 41 e “casas feitas por mãos humanas” — verso 48, que confirmam o paralelismo das idéias e expõe o erro dos acusadores.

4. Por fim, Estêvão demonstra que os verdadeiros transgressores da Lei e traidores da aliança estabelecida entre Deus e Abrão não era ele, nem Jesus e os cristão e sim os israelitas daqueles dias, como também haviam sido seus ascendentes – ver Atos 7:51—53.

D. Estêvão inicia então, sua defesa.

III. Abrão, Abraão e o Deus da Glória — Atos 7:2—8

A. Verso 2—4

1. Deus se manifestou a Abrão em Ur dos caldeus, ainda quando ele e seus familiares eram idólatras — ver Josué 24:2.

2. Naqueles dias, Deus se revelou como o Deus da glória, que é uma expressão utilizada para representar a automanifestação de Deus e é um dos títulos mais antigos do Senhor — ver Salmos 29.3. Este título enfatiza a transcendência de Deus — ver Atos 7.55 — e, de forma direta, impossibilita a presença de Deus no templo em Jerusalém, o que faz a acusação de Atos 6:11 cair por terra. 

3. Abraão é chamado de “nosso pai” por Estêvão nesse verso e por extensão em 7:11—12, 15, 38—39, 44—45 com o objetivo de estabelecer a si mesmo como participante de uma mesma herança, mas isso não queria dizer que todo descendente de Abraão receberá a salvação das mãos do Deus da glória.

4. O Deus da glória ordena Abrão a sair da sua terra, a abandonar sua parentela e seguir para uma terra que lhe seria mostrada — verso 3.

5. Abrão veio habitar em Harã. De lá, o Senhor da glória lhe mostrou o caminho para Canaã — verso 4.

B. Versos 5—7

1. Uma vez em Canaã, Deus não deu a Abrão sequer o espaço de um pé como herança, mas lhe prometeu dar toda aquela terra a ele e seus descendentes, apesar de Abrão não ter nenhum filho, já que sua mulher — Sara — era estéril! — verso 5.

2. Apesar de não ter descendente, Deus prometeu que a descendência de Abrão seria peregrina, seria maltratada e reduzida à escravidão por quatrocentos anos — verso 6.

3. Depois de tudo isso, o próprio Deus da glória os libertaria e os levaria de volta para a Terra de Canaã — verso 7.

C. Verso 8

1. Como um símbolo ou sinal da aliança que existia entre o Deus da glória e Abraão e seus descendentes o Senhor instituiu a circuncisão — ver Gênesis 17:9—14 — dos meninos israelitas aos oitavo dia do nascimento. A circuncisão consiste em “cortar ao redor” a pele que reveste a glande ou “cabeça” do órgão sexual masculino.

2. A circuncisão era apenas um sinal e apontava para realidades maiores e mais profundas — ver Deuteronômio 10.16 e Jeremias 4:4. Os judeus haviam transformado a circuncisão em um fim em si mesmo, como muitas igrejas cristãs têm transformado o batismo em uma obra do tipo “opera operato”. Ou seja, algo que é capaz de produzir o resultado esperado por si mesmo.

Conclusão

A. O que é que esse texto nos ensina de modo adjacente às verdades que são bastante evidentes?

1. Em primeiro lugar que o Deus da glória se manifesta onde quer e a quem ele quer. Ele não precisa e nem pode ser confinado a um templo mesmo que esse seja feito de ouro puro ou até mesmo uma gigantesca basílica.

2. Em segundo lugar o texto nos ensina que o Deus da glória é móvel e é capaz de acompanhar seu povo por onde ele estiver peregrinando. Note alguns verbos usados em Atos 7:1—8 que são usados para descrever ações feitas por Deus: apareceu, disse, mostrarei, trouxe, não deu, prometeu dar-lhe, falou, julgarei, me servirão, lhe deu a aliança. Nesses oito versos Deus percorre toda a extensão do crescente fértil — da Mesopotâmia ao Egito — e volta para a terra de Canaã junto com os israelitas, como prometera.

C. Ao utilizar a expressão “Abraão, nosso pai” a intenção de Estêvão é deixar bem claro que descendência física de Abraão não é garantia de salvação para nenhum israelita.

D. A circuncisão foi dada para os israelitas como um sinal e não como um fim em si mesmo.

1. Os judeus se orgulham até hoje da circuncisão, mas ela não tem nenhum valor para a salvação.

2. Os judeus também se orgulham da descendência física de Abraão, mas essa também não tem nenhum valor para a salvação.

D. Temos que entender, de uma vez por todas que:

1. Assim como a circuncisão física não tinha e não tem a capacidade de transformar o coração de nenhum israelita...

2. Assim também o batismo cristão não tem a capacidade de transformar ou salvar a vida de nenhum cristão. Por esse motivo, o modo — aspersão, efusão ou imersão — o local — piso de um salão, tanque, rio ou mar — e a idade do batizando — infante, jovem, adulto ou terceira idade — são irrelevantes e não devem fazer parte da discussão séria que envolve a santidade com que a vida cristã deve ser vivida.

E. Que as verdades que começamos a aprender hoje possam causar profunda impressão em nossas vidas e nos ajudar a mudar nossa mentalidade acerca do Deus da glória.

OUTRAS MENSAGENS DO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 002 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — PARTE 2 — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 003 — A TRANSIÇÃO DO VOLUME ANTERIOR — Atos 1:1—5

SERMÃO 004 — A NOVA DIREÇÃO EXPLICADA — Atos 1:6—8

SERMÃO 005 — A ASCENSÃO DE JESUS — Atos 1:9—11

SERMÃO 006 — PERSEVERANDO UNÂNIMES — Atos 1:12—26

SERMÃO 007 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 001 — Atos 2:1—4

SERMÃO 008 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 002 — Atos 2:5—15

SERMÃO 009 — A PROFECIA DE JOEL — Atos 2:14—21

SERMÃO 010 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 001 — Atos 2:22—36

SERMÃO 011 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 002 — Atos 2:37—41

SERMÃO 012 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47

SERMÃO 013 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47 — PARTE 002

SERMÃO 014 — A CURA DE UM PARALÍTICO DE NASCENÇA — Atos 3:1—10

SERMÃO 015 — A EXALTAÇÃO DE JESUS E A CONDENAÇÃO DOS HOMENS — Atos 3:11—21

SERMÃO 016 — SALVAÇÃO E REFRIGÉRIO: BÊNÇÃOS DAS DUAS VINDAS DE JESUS— Atos 3:17—21

SERMÃO 017 — JESUS CUMPRE AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO — Atos 3:22—26

SERMÃO 018 — INÍCIO DAS PERSEGUIÇÕES — Atos 4:1—22

SERMÃO 019 — A IGREJA ORA EM COMUNHÃO — Atos 4:23—31

SERMÃO 020 — A IGREJA VIVE EM COMUNHÃO — Atos 4:32—37

SERMÃO 021 — ANANIAS E SAFIRA — Atos 5:1—11

SERMÃO 022 — A COMUNIDADE DOS CRENTES — Atos 5:12—16

SERMÃO 023 — PRISÃO, JULGAMENTO, AÇOITES = ALEGRIA E O PARECER DE GAMALIEL — Atos 5:17—42

SERMÃO 024 — DIVERSIDADE DE DONS = CRESCIMENTO DA IGREJA — Atos 6:1—7

SERMÃO 025 — UM HOMEM CHAMADO ESTÊVÃO — Atos 6:8—12

SERMÃO 026 — ACUSAÇÕES CONTRA UM HOMEM HONESTO — Atos 6:13—15

SERMÃO 027 — A DEFESA DE ESTÊVÃO E O DEUS DA GLÓRIA — Atos 7:1—8

SERMÃO 028 — A DEFESA DE ESTÊVÃO E A MOBILIDADE DE DEUS — Atos 7:9—16
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/04/atos-dos-apostolos-sermao-028-defesa-de.html

SERMÃO 029 – A DEFESA DE ESTEVÃO – Parte 3 — Atos 7:17—43
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SERMÃO 030 — A DEFESA DE ESTEVÃO — Três Acusações Devastadoras — Parte 4 — Atos 7:44—53

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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A VITÓRIA DE MARCELO CRIVELLA E A TEOCRACIA DE EDIR MACEDO


Marcelo Crivella
Crivella se afastou de tom religioso na campanha à prefeitura do Rio

O artigo abaixo foi publicado no site DW.

O avanço dos evangélicos, agora também no Executivo

Vitória de Marcelo Crivella no Rio é marco na trajetória de pastores na política brasileira. Segundo especialistas, conquista de prefeituras faz parte de projeto amplo de ocupar governos e até mesmo a Presidência.

A vitória do bispo licenciado Marcelo Crivella na eleição municipal do Rio de Janeiro, neste domingo (30/10), marca uma nova etapa na trajetória dos pastores evangélicos na política brasileira. Eleito com 59,37% dos votos válidos, Crivella vai comandar a prefeitura da segunda maior cidade do Brasil e uma das principais vitrines do país, com orçamento de 31 bilhões de reais.

Com essa vitória, o projeto político dos pastores evangélicos finalmente conseguiu ir além do nicho que vem sendo cultivado na Câmara Federal – além dos Legislativos estaduais e municipais – e mostrar que também tem força em eleições majoritárias.

Sua ascensão também deve catapultar a influência do PRB, o partido dominado por membros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). A denominação religiosa é comandada por Edir Macedo, que é também tio de Crivella e controla a Rede Record, a segunda maior emissora de TV do país. "É uma igreja com um projeto de poder que apresenta condições de colocá-lo em prática. A própria estrutura da Universal parece a de um partido ou de uma empresa", afirma Edin Abumanssur, professor de Sociologia da Religião da PUC-SP.
O PRB registrou um aumento de 31% no número de prefeitos e 33% no de vereadores nestas eleições. Em 2017, vai administrar 105 prefeituras. Mas o avanço dos evangélicos não se deu apenas com o PRB.
Neste ano, as 26 capitais brasileiras contaram com mais de 250 candidatos que se identificaram como "pastores", "missionários" ou "bispos" de diversas denominações. Na cidade como São Paulo, a bancada de evangélicos subiu de sete para treze vereadores (quase um quarto do total da Câmara).

A ascensão de Crivella e de outras figuras é influenciada pelo aumento da proporção de evangélicos no país. O Brasil continua sendo o maior país católico do mundo, mas o último censo mostrou que a população de evangélicos subiu de 15,4% em 2000 para 22,2% naquele ano. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, 33% dos 4,9 milhões de eleitores registrados no Rio se identificam como evangélicos. Um levantamento antes do pleito mostrou que 91% deles apoiavam a candidatura de Crivella.

Imagem e retórica

Políticos evangélicos já exercem influência decisiva na política carioca e fluminense desde o final dos anos 90. O Estado do Rio já foi governado entre 1999 e 2006 por uma orquestração de políticos evangélicos que contou com Anthony Garotinho. Só que nenhum deles iniciou a trajetória política nas fileiras de uma igreja ou é tão fortemente identificado com uma denominação específica como Crivella, que se licenciou como bispo da IURD para disputar sua primeira eleição para o Senado, em 2002.

Para vencer a prefeitura do Rio, Crivella acabou tendo que moderar seu tom. Em 2008, quando se lançou pela primeira vez à prefeitura, foi derrotado ainda no primeiro turno. À época, fez uso de discurso religioso e provocou controvérsia ao atacar um de seus adversários, que defendia direitos de homossexuais, afirmando com desprezo que este promovia "o homem com homem".

Resultado de imagem para TEMPLO DE SALOMÃO 
Megatemplo da Igreja Universal em São Paulo

"Nem todo o Brasil é evangélico. Eles podem formar uma bancada numa eleição proporcional, mas esses votos não são suficientes para conquistar o Executivo. Para ir além dos seus fiéis, os políticos evangélicos têm que fazer concessões, especialmente no tom religioso. Elas não precisam tanto ser nos costumes, já que o brasileiro em geral é conservador", afirma Abumanssur.

Para Christina Vital, professora de Ciências Sociais da Universidade Federal Fluminense (UFF), Crivella ofereceu diferentes motivos para votar do que simplesmente a religião. "Ele enfatizou muito o discurso do cuidado com a população, sobre a qualidade dos serviços. A própria IURD tem um lado liberal na economia que tem apelo entre empresários. No Legislativo, os pastores podem falar só para sua base, mas no Executivo tem que falar com toda a sociedade", afirmou.

Em um debate na eleição deste ano, Crivella exemplificou sua nova abordagem para conquistar eleitores fora do nicho evangélico ao responder a uma acusação de um adversário. "Você está preocupado com a minha igreja? E a fila dos hospitais? Interessa para eles se eu sou católico, espírita, umbandista ou evangélico?", disse o político na ocasião.

O candidato chegou a dizer na TV: "eu jamais misturei política com religião" – apesar de sua ficha demonstrar que isso não é verdade. No Senado, ele promoveu projetos que beneficiavam diretamente igrejas, como uma proposta de isentar do pagamento de IPTU os imóveis alugados utilizados para cultos.

Voos mais altos

Para Abumanssur, mesmo que Crivella tenha apenas disfarçado sua tendência religiosa, não vai ser tão simples para ele implementar uma agenda religiosa numa cidade como o Rio. "Existem questões jurídicas e políticas difíceis de contornar. A principal pauta dos evangélicos está ligada aos costumes. Só que isso não é tema de competência de uma prefeitura", afirmou.

Segundo Abumanssur, o provável papel de Crivella será de mostrar a um público mais amplo que pastores são capazes de administrar uma cidade. "Não tenho dúvidas de que a Universal quer alçar voos mais altos."

Vital também afirma que Crivella deve deixar a religião de lado na administração e mostrar uma face amigável de políticos religiosos. "Existem, sim, áreas em que se pode promover uma agenda religiosa em uma prefeitura, como a educação. Mas Crivella deve se concentrar em fazer uma gestão eficiente para produzir uma vitrine para os evangélicos e expandir o eleitorado", afirma. "Ele é parte de um projeto amplo de ocupação do Executivo, que quer conquistar governos e até mesmo a Presidência e que, aí sim, vai deixar sua marca na cultura e na sociedade. Esse projeto envolvendo o Executivo também deseja influenciar o Judiciário."

Em 2012, mesmo ano em que sugeriu que os gays podem ser fruto de aborto malsucedido, Crivella declarou durante um encontro com pastores da IURD registrado em vídeo que os brasileiros ainda vão "eleger um presidente da República que vai trabalhar para nós e nossas igrejas".

O artigo original poderá ser visto por meio do link abaixo:


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