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terça-feira, 14 de abril de 2015

COMO VIVEM OS PALESTINOS SOB A OCUPAÇÃO MILITAR ISRAELENSE


Israel 
Sob o governo de Benjamin Netanyahu não haverá Estado Palestino

O material abaixo foi publicado pelo site da Revista Carta Capital.

Como é ser árabe sob a ocupação israelense?
"Life in Occupied Palestine", textos de um jornal acadêmico reunidos em livro disponível grátis por meio do Project Muse, retrata o sofrimento de um povo

Por Gianni Carta

Sob o governo de Benjamin Netanyahu não haverá Estado Palestino. Eis a principal promessa do premier israelense durante a campanha que o levou à sua quarta vitória consecutiva nas eleições legislativas de 17 de março. Saibam os mal informados a respeito de Netanyahu, agora com 65 anos, que ele jamais levou a sério “a solução de dois Estados”. E, a quem ignora as brutalidades perpetradas por Israel contra os palestinos, recomendo Life in Occupied Palestine, em Biography, publicação trimestral da Universidade do Havaí. O volume, publicado na primavera de 2014 e editado por Cynthia Franklin, Morgan Cooper e Ibrahim G. Aoude, “está disponível gratuitamente através do Project Muse, na internet, e cópias impressas também estão à disposição”, conforme Franklin esclarece.

Trata-se de uma compilação de textos edificantes para interessados em saber mais sobre as atrocidades israelenses, e também para estudiosos do tema. Life in Occupied Palestine oferece uma visão ampla, por dois motivos. Primeiro, os artigos são redigidos por acadêmicos de diferentes áreas e, portanto, com distintas abordagens e percepções da Palestina. Segundo, os autores têm diferentes origens e nacionalidades. Resultado: a edição especial torna-se um debate multicultural sobre a Palestina.

Magid Shihade, cientista político da Universidade de Birzeit, na Cisjordânia, relata “como o Estado colonial israelense interrompeu, de forma sistemática, a mobilidade, a memória e a identidade local e regional dos palestinos em Israel em geral”. Shihade estrutura seu artigo em torno de dois piqueniques, realizados em 1962 e 1972, nas cercanias do vilarejo de Kafr Yassif, colonizado em 1948. O acadêmico nos sustenta que “os governantes britânicos coloniais”, e principalmente os EUA, traíram a Palestina ao “entregá-la” aos sionistas. “Armados e financiados por diferentes países ocidentais, (os sionistas) destruíram todos os centros urbanos erguidos pelos palestinos antes de 1948.” Mais: “Deslocaram cerca de 84% da sociedade palestina, e arrasaram centenas de vilarejos e cidades”. O texto de Shihade aborda temas como a alienação, o medo, o racismo. E a transformação de povoados árabes de dimensões diversas em guetos.


Refaat R. Alareer, professor de Literatura Mundial na Universidade Islâmica em Gaza, conta como palestinos aprendem sobre o passado e a cultura com idosos em suas famílias. Os temas, aliás, “vão muito além do entretenimento”. Cynthia Franklin, professora de Inglês na Universidade do Havaí, diz ser favorável à “urgente necessidade de acabar com a colonização de Israel, a limpeza étnica e ocupação da Palestina”. Já a co-editora americana Morgan Cooper, residente há mais de uma década em Ramallah, onde é proprietária do Café la Vie, diz ter crescido “em uma sociedade onde o sionismo parecia ser um senso comum”. Por isso, levou um longo tempo “para juntar as peças e identificar o que estava errado”.

Life in Occupied Palestine tem esse objetivo: o de “desafiar a narrativa sionista” de acontecimentos na Palestina reportados (ou não quando antissionista) pelo The New York Times e outras dominantes plataformas midiáticas neoliberais dos EUA e fontes israelenses (...)”, resume Franklin. E é preciso acrescentar que, com raras exceções, a mídia ocidental é pró-Israel.

Franklin observa como Tel-Aviv lançou uma operação militar para encontrar três estudantes yeshivá, supostamente sequestrados em Hebron, em junho de 2014, pelo “grupo terrorista árabe” Hamas, o partido eleito diretamente, e a governar a Faixa de Gaza desde 2007. O Hamas tem um braço armado, visto que a faixa encontra-se sitiada pelos israelenses, e é considerada a maior prisão do mudo.

Em busca dos três estudantes na Cisjordânia, as Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) invadiram universidades, cidades, aldeias. Seis palestinos perderam a vida. A invasão da Cisjordânia precedeu a guerra contra Gaza, no verão de 2014. Netanyahu retaliou por duas razões iniciais. O objetivo-mor era eliminar o Hamas, acusado de ter sequestrado e matado os três estudantes na Cisjordânia. E de haver lançado foguetes Qassam contra território israelense. No entanto, investigadores independentes informaram que o Hamas não havia organizado e realizado o sequestro, que resultara na morte dos estudantes. Os autores do sequestro e do lançamento de foguetes foram grupos radicais de Gaza, que consideram branda a ação do Hamas.

Netanyahu deslocou a atenção de seus compatriotas, e da mídia global, para os túneis construídos pelo Hamas para lutar contra as tropas da IDF em Gaza e em Israel. Os túneis também destinam-se inclusive a armazenar armas, e contrabandear produtos não permitidos para os palestinos. Os israelenses destruíram 40 túneis, mas vários permanecem intactos. As disparidades em termos de baixas entre os israelenses, a maioria soldados, e os palestinos são enormes. Durante a guerra de Gaza, de 50 dias, mais de 2,1 mil palestinos morreram. A grande maioria civis. As baixas israelenses são 66 soldados e civis.

Franklin diz a CartaCapital: “A melhor esperança é a de obrigar o governo israelense a respeitar o direito internacional, de acordo com o movimento BDS, isto é, Boicote, Desinvestimento e Sanções”. Cooper, por sua vez, aplaude a resistência armada a uma ocupação “ilegal e imoral”. Um fato trágico a marcou para sempre: viu um menino palestino de 15 anos de idade ser queimado vivo por soldados israelenses. “A ocupação militar israelense e a colonização da Palestina são ilegais e imorais”.

*Reportagem publicada originalmente na edição 845 de CartaCapital, com título "Ser árabe sob o tacão de Israel" que poderá ser vista por meio desse link aqui:



O artigo original Life in Occupied Palestine poder ser lido ou baixado por meio desse link aqui

OUTROS ARTIGOS SOBRE ISRAEL













































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Alexandros Meimaridis

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

NOVO RELATÓRIO DA ONU DIZ QUE ISRAEL DESTRUIU O DOBRO DAS MORADIAS ANTES ESTIMADAS NA FAIXA DE GAZA EM 2014


Palestinos olham para prédio destruído por Israel

O material abaixo foi publicado pelo site Yahoo News com notícias fornecidas pela agência AFP.

ONU dobra estimativa de casas destruídas em Gaza

Jerusalém (AFP) — A ONU advertiu quinta-feira que estava ficando sem fundos para ajudar as famílias que perderam suas casas em Gaza, uma vez que a mesma dobrou a estimativa sobre o número de casas danificadas ou destruídas na guerra deste Verão (2014) com Israel.

“A menos que a situação mude com urgência, vamos ficar sem fundos, em janeiro de 2015, o que significa que não será possível fornecer subsídios de aluguel para muitas famílias afetadas, nem fornecer o apoio necessário para realizar os reparos nas casas danificadas", disse Robert Turner, diretor de operações da UNRWA agência de refugiados palestinos.

Ele disse que mais de 96 mil casas foram danificadas ou destruídas na guerra de 50 dias, mais de duas vezes estimativa inicial da ONU.

“Com base em imagens de satélite e o trabalho de campo preliminar, imediatamente após a guerra, "estimamos que cerca de 42.000 residências familiares de palestinos, na Faixa de Gaza, tinham sido afetadas pela guerra", disse ele.

"Agora sabemos que mais de 96.000 casas foram danificadas ou destruídas."

Turner disse que mais de 7.000 casas foram completamente destruídas, afetando cerca de 10.000 famílias. Um adicional de 89 mil casas foram danificadas, cerca de 10.000 delas seriamente.

UNRWA estimou que 720 milhões dólares ou 585 milhões de euros serão necessários para fornecer subsídios de aluguel para as famílias sem abrigo alternativo, e para reconstruir casas destruídas e realizar os reparos requeridos.

No entanto, apenas cerca de US$ 100 milhões foram prometidos.

“Sem recursos adicionais, dezenas de milhares de famílias de refugiados vão encontrar-se com abrigos inadequados e sem apoio durante os meses mais difíceis de inverno", disse Turner.

O conflito entre Israel e militantes de Gaza, liderado pelo Hamas, que terminou em 26 de agosto, matou cerca de 2.200 palestinos, a maioria civis, e 73 pessoas do lado israelense, a maioria soldados.

O artigo original do Yahoo poderá ser visto por meio do seguinte link:


Diante dos números logo acima não aceitamos, em nenhuma hipótese, a mentira do Estado de Israel de que é a “verdadeira” vítima nesse genocídio praticado contra o povo palestino por suas Forças de Destruição — IDF.

OUTROS ARTIGOS SOBRE ISRAEL










































Que Deus nos encha de compaixão e que como cristãos possamos nos envolver ajudando a população carente da Faixa de Gaza. Como leitura complementar recomendamos nosso artigo acerca “De quem é o meu próximo”, baseado na parábola do Samaritano que poderá ser acessado por meio desse link aqui:


Alexandros Meimaridis

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domingo, 30 de novembro de 2014

ISRAEL BANE EM DEFINITIVO O DR MADS GILBERT DA FAIXA DE GAZA


Israel shuts Dr Gilbert out from Gaza for life
Doctor Mads Gilbert. Photo: Vegard Wivestad Grøtt / NTB scanpix

O Dr. Mads Gilbert, um médico norueguês que prestava serviços voluntários atendendo nos hospitais da faixa de gaza, já foi objeto de um dramático artigo publicado pelo nosso blog. Esse artigo poderá ser visto por meio do seguinte link:


Agora somos informados que o Estado de Israel acrescentou infâmia às injúrias já feitas contra alguém que ajudou a tratar das mais de 11000 pessoas feridas na Faixa de Gaza, apenas na última e criminosa operação das Forças de Destruição de Israel — IDF — contra a acuada população daquela pequena faixa de terra.

Segundo notícias locais da Noruega, o Governo de Israel baniu o Dr. Mads Gilbert pelo resto da sua vida de retornar para a Faixa de Gaza. É, a verdade incomoda bem mais do que podemos imaginar, e os brucutus israelenses não foram capazes de suportar as informações que o Dr. Gilbert produziu durante os dias da operação “Borda Protetora” que matou e feriu mais de 13000 palestinos entre julho e agosto de 2014.

De acordo com o noticiário, as autoridades israelenses citaram razões de segurança para banir o médico norueguês da faixa de Gaza. Segurança? Por que? Será que o Dr. estava arremessando bolsas de plasma ou tubos de esparadrapo que estavam atingindo as cidades israelenses ao redor da Faixa de Gaza e ferindo os “inocentes” cidadãos de tão “honrado” país?

O Dr. Gilbert é um homem de verdade, é norueguês e tem 67 anos de idade. Nos últimos tempos ele tem feito inúmeras viagens para a Faixa de Gaza para ajudar no tratamento de pessoas.

Durante o último verão no hemisfério norte, o Médico Chefe que vive e trabalha no norte da Noruega, trabalhou no Hospital localizado em Shifa na Faixa de Gaza onde ele passou mais de 50 dias ajudando a tratar dos mais de 11000 feridos pelas tropas de destruição de Israel — IDF. O Dr. Gilbert tentou retornar para a Faixa de Gaza em outubro passado para continuar ajudando no mesmo hospital, mas foi impedido por oficiais israelenses de entrar na Faixa de Gaza.

Segundo o Dr. Gilbert, quando se aproximou da fronteira com a localidade de Erez, o mesmo foi notificado por soldados israelenses que não poderia prosseguir em direção à faixa de Gaza.

De acordo com um e-mail enviado pelas autoridades israelenses para embaixada Norueguesa, o Dr. Gilbert estava banido da Faixa de Gaza por questões de “Segurança”. A embaixada tomou as dores do Dr. Gilbert depois da recusa. O secretário de Estado da Noriega, Bård Glad Pedersen disse ao noticiário local o seguinte: “Da perspectiva norueguesa, nos intercedemos a favor do Dr. Gilbert solicitando ao governo israelense que mudasse sua decisão. A situação humanitária na Faixa de Gaza ainda é bastante difícil e a necessidade de pessoal médico persiste”.

Já o Dr. Gilbert acredita que a decisão de Israel está relacionada com seus comentários críticos contra o Estado de Israel. O corajoso médico e ativista a favor da paz escreveu uma carta para a mídia internacional, no último mês de julho — ver a carta no nosso link no início desse artigo — na qual relatou as condições extremas em que se encontrava no hospital onde estava trabalhando na Faixa de Gaza.

 Quem é o Dr. Mads Gilbert?

1. Nasceu em Oslo em 1947.

2. Médico chefe especializado em anestesiologia no Hospital da Universidade do Norte da Noruega.

3. Tem trabalhado por mais de 30 anos em zonas de conflito armado, especialmente na Faixa de Gaza.

4. Entre os prêmios que recebeu está o prestigiado Fritt Ords Honorary Prize em 2009.

5. Foi nomeado Comandante da Ordem de Santo Olaf em 2013.

6. Recebeu o grau de PhD pela Universidade de Iowa nos EUA.

O blog o grande diálogo lamenta profundamente essa decisão do governo de Israel, um povo que já sofreu tanto, mas ao que parece seus líderes não aprenderam nenhuma lição pelo que seus antepassados tiveram que passar.

A notícia original poderá ser vista por meio do link abaixo:


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sábado, 13 de setembro de 2014

ISRAEL PODE SER CHAMADO DE ESTADO JUDEU?

gaza

O artigo abaixo foi escrito por Max Altman e publicado no site VIOMUNDO via o Blog de Altamiro Borges.

Max Altman: Israel não é — e não pode ser o “Estado Judeu”

por Max Altman, no blog do Altamiro Borges

Faz tempo que as forças da direita e extrema-direita em Israel, hoje amplamente majoritárias, e as entidades do ‘establishment’ judaicos em todo o mundo, tentam criar a matriz de opinião de que o antissionismo é a outra ou a nova face do antissemitismo.

Este argumento, produzido com o objetivo de criar a ilusão da verdade, é inconsistente, incorreto e deliberadamente enganoso.

A estratégia é clara e serve aos interesses ideológicos dos sucessivos governos de direita de Israel: qualquer crítica a esses governos, a sua política belicista e expansionista ou aos objetivos históricos do sionismo leva os críticos a receber a pecha de antissemitas, e se forem judeus, ainda a de traidores e de vergonha de serem judeus.

A identificação de antissionismo com antissemitismo é levantada como escudo moral, esperto e cínico.
É que antissemitismo carrega uma conotação milenar de discriminação, perseguição, humilhação, condenação, extermínio de um povo pelos detentores de poder nos vários momentos da História: Inquisição, “pogroms”, Holocausto …

Vasta parcela da humanidade defensora das liberdades, dos direitos humanos, da justiça social, da convivência e fraternidade entre os povos, da paz, em especial a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, e diante dos horrores do nazi-fascismo, passaram a ver a discriminação contra os judeus como a mais abjeta das discriminações raciais.

Qualquer manifestação antissemita é imediatamente condenada e seus responsáveis execrados.

Foi no cenário de pós-Segunda Guerra Mundial que as Nações Unidas aprovaram a Partilha da Palestina.
Judeus progressistas não sionistas e de esquerda em todo mundo — e pode-se afirmar que na altura tinham importante peso numérico – saudaram o novo Estado. Afinal, a União Soviética saia da hecatombe mundial com enorme prestígio.

O Exército Vermelho, principal responsável pela derrota de Hitler, salvara a humanidade da sanha do nazi-fascismo. E na sua ofensiva ao coração da Alemanha nazista abriu as portas do sinistro campo de extermínio de Auschwitz.

Isto calou fundo na alma de grande parte do povo judeu. O episódio da libertação de Auschwitz pelas tropas soviéticas marca nos dias de hoje a lembrança anual do Holocausto.

Na decisão da Partilha da Palestina a URSS logo se mostrou favorável ao anseio dos judeus sionistas de se estabelecer nas terras ancestrais. A ideia de uma região autônoma judaica já tinha se tornado realidade na criação – algo esdrúxula — pelo governo soviético em 1934 de Birobidjan na longínqua fronteira com a China, mas o projeto não foi adiante.

Os Estados Unidos a princípio se mostraram reticentes e a Grã Bretanha, por seus interesses na região, resistiu o quanto pode.

Os judeus progressistas não sionistas saudaram a proclamação da independência de Israel.

No conflito bélico que se seguiu, armas provenientes da Tchecoslováquia, país-membro do bloco socialista, serviram para consolidar o Estado.

Mas criticaram duramente a expulsão e a pilhagem dos habitantes que há séculos viviam naquelas terras, bem como os massacres praticados por organizações terroristas judaicas como o Irgun e o Stern contra a população palestina.

Centenas de milhares de judeus de todo o mundo emigraram para Israel. Muitos dos sobreviventes da “solução final” simplesmente queriam iniciar uma nova vida no país que se formava.

A maioria acreditou na consigna de Theodor Herzl “dar a um povo sem terra a uma terra sem povo”, essência do sionismo. Historicamente falso, porque aqueles territórios eram ocupados por uma população autóctone palestina que convivia com uma população judaica, então minoritária.

Os fundadores da nação israelense eram militantes sionistas na Europa nas primeiras décadas do século 20, bastante influenciados pelos ideais do socialismo e da social-democracia. E isto se refletiu no modelo de país que acabaram formando.

Os dois pilares desta construção – e a marca daqueles primeiros tempos – foram, na cidade, o Histadruth, a poderosa federação de trabalhadores, no campo, os ‘kibutzim’, fazendas coletivas de forte inspiração socialista (hoje reduzidos a uma expressão desprezível).

Constituiu-se como um Estado laico, embora com pesadas concessões ao segmento religioso conservador especialmente no que dizia respeito aos direitos civis.

Um expressivo contingente populacional árabe permaneceu no território no novo Estado. Partidos trabalhistas de centro-esquerda e esquerda sionista dominavam o Knesset (parlamento) e o partido da esquerda não sionista que reunia judeus e árabes tinha importante presença na cena política. A convivência com os palestinos e os países árabes vizinhos era tolerável.

As coisas começaram a mudar quando Israel resolveu estabelecer no começo dos anos 1950 com os Estados Unidos uma íntima relação geo-estratégica.

A situação foi se tornando complexa e se sucedem guerras – nacionalização do Canal de Suez, Guerra dos Seis Dias, Guerra do Yom Kipur, ocupação, atentados terroristas com homens bombas, massacres – Munique, Sabra e Chatila, Intifadas, retaliações sangrentas de lado a lado, o ódio se alastrando e o fosso da discórdia se abrindo.

Houve momentos em que as negociações de paz poderiam chegar a bom termo – Acordo de Camp David, Acordos de Oslo. O assassinato de Yitzhak Rabin por um fundamentalista de extrema-direita pôs tudo a perder.

Outro fenômeno foi uma radical mudança na composição demográfica. O denso fluxo imigratório dos judeus da ex-União Soviética e dos países árabes, além do crescimento da população religiosa judaica ultraconservadora nos anos 1980 fez com que a base eleitoral se inclinasse hegemonicamente para a direita elegendo, daí por diante e por grande maioria, partidos de direita e extrema-direita que hoje governam Israel.

O sionismo dessa gente comandada por Netanyahu e Lieberman, pelas mãos de seus cães de guerra, está cometendo crimes de guerra, ultrajando moralmente os valores seculares do judaísmo.

O repetido massacre de crianças, recolhidas em abrigos das Nações Unidas, constitui uma grave e imperdoável violação das leis humanitárias universais.

Seria capaz algum ser humano sensível e justo defender essa selvageria, a punição coletiva de um povo? O ser humano, seja ele judeu ou não, que abomina o horror dos bombardeios a que se assiste em Gaza pode ser acoimado de antissemita?

Podem ser chamadas de antissemitas as pessoas que se opõem à política sionista de extensão dos assentamentos na Cisjordânia, anexando aos poucos o que chamam de Judeia e Samária, ou seja, o “Grande Israel”, expulsando os palestinos para fora dessas fronteiras?

Circula nas redes sociais manifesto de entidades progressistas judaicas de longa tradição da Argentina, do Brasil e do Uruguai.

Condenam a direita israelense e o Hamas como cúmplices da destruição de qualquer avanço nas negociações em direção a uma paz justa e duradoura.

E propõe:

1. Um imediato, incondicional e permanente cessar-fogo entre Israel e a Faixa de Gaza, com a retirada das tropas israelenses. Que o cessar-fogo seja supervisionado pelos capacetes azuis da ONU;

2. Desocupação dos territórios palestinos, estabelecendo-se novas fronteiras com base nas linhas existentes antes da guerra de junho de 1967 e respeitando-se a resolução número 242, da ONU, aprovada em 22 de novembro de 1967;

3. A implementação da fórmula dois povos para dois estados, com reconhecimento mútuo e garantias para a segurança de ambos. Que o estado palestino tenha direito a manter todas as instituições definidoras de um estado moderno;

4. O combate a todas as manifestações de antissemitismo originadas no conflito entre os dois povos. Repudiamos energicamente as tentativas de criminalizar todo o povo judeu por conta de atitudes dos governos israelenses. Podem essas entidades que tradicionalmente se opuseram e se opõem ao sionismo também ser tachadas de antissemitas?

Israel não é — e não pode ser o ‘Estado Judeu’.

Nele habitam atualmente cerca de 21 por cento de cidadãos árabes-israelenses.

Um ‘Estado Judeu’ os excluiria e se transformaria numa nação racista. Amplos setores políticos já vem propondo essa limpeza étnica.

O chanceler Avigdor Lieberman, por exemplo, líder do partido Beiteinu (Nosso Lar) com forte bancada no parlamento, defende que os árabes-palestinos sejam deslocados para algum território fora das fronteiras atuais de Israel. Isto se chama limpeza étnica.

Há um clima atual em Israel de patriotismo fanático, cego e opressivo. Já não é raro se ouvir nas ruas de Tel Aviv e Jerusalém gritos de “Morte aos árabes” e “Morte aos esquerdistas”. É assustador. A História já nos mostrou.

O artigo original poderá ser visto por meio desse link aqui:


OUTROS ARTIGOS SOBRE ISRAEL



































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A QUEM PERTENCE A TERRA DA PALESTINA - A QUESTÃO POLÍTICA



A quem realmente pertence a terra da Palestina? Aos judeus? Ao povo palestino? A quem foram, realmente, feitas as promessas referentes à Terra de Canaã que encontramos no Antigo Testamento? Em pleno século XXI precisamos entender que existem dois lados desta questão. O primeiro é aquele representado pela questão política e o segundo é o representado pela questão religiosa, que inclui as implicações teológicas introduzidas pelo Novo Testamento, i isso faz muita diferença na forma como o Antigo Testamento deve ser interpretado.

Ùm pouco de história - Um pouco de história torna-se necessário aqui, porque como alguém já disse: “ignorar a história é sujeitar-se a cometer os mesmos erros do passado”. Não queremos cometer, dentro das nossas possibilidades, nenhum erro. Precisamos estar abertos para conhecer a verdadeira história e, reconhecer e abandonar eventuais erros de perspectiva que, por ignorância ou cegueira, tenhamos adotado no passado e que estejamos ainda persistindo em manter.

Para compreendermos melhor as questões envolvidas nas discussões acerca da Terra de Canaã – Palestina – nós precisamos retornar aos primórdios do século XIX e analisarmos os movimentos chamados de “Sionismo Cristão” e de “Sionismo Judaico”. Uma definição simplista do significado de “Sionismo Cristão” é: Cristãos que apoiam, de forma irrestrita, o Sionismo Judaico. Em 1975, a Assembléia Geral das Nações Unidas, passou a resolução de número 3379 que definiu o “Sionismo” como uma forma de racismo e de justificativa para a prática de discriminação racial. O Sionismo Cristão contemporâneo é, em sua maior parte, uma reação irracional ao aumento do volume da crítica que está sendo feita à forma de “apartheid” praticada pelo Estado judeu na região da Palestina nos dias de hoje. Esta reação irracional teve início com o final da chamada “Guerra dos Seis Dias”, de 1967. Esta guerra, iniciada por Israel[1], culminou com a anexação dos seguintes territórios:

1. A parte leste da cidade de Jerusalém. Ocupação esta que já dura 47 anos.

 2. A região da Cisjordânia. Ocupação esta que já dura 47 anos.

 3. A região sul do Líbano – devolvida a seus legítimos donos, no início do século XXI, 35 anos depois do confisco de 1967.

 4. As Colinas de Golan – território que pertence à Síria e que continua ocupado até esta data, 47 anos depois.

 5. A Faixa de Gaza. “Desocupada” oficialmente em 2005, mas sujeita a novas invasões ao bel prazer das autoridades israelenses, como vimos durante as várias ações genocidas que ocorreram em entre Dezembro de 2008 e Julho de 2014. Para aqueles que ainda acreditam na propaganda judaica de que o problema ali são os “foguetes do Hamas” basta dizer o seguinte:

1. Quantos judeus foram mortos fora da faixa de Gaza nos dias das ofensivas judaicas mencionada acima? Números são muito disputáveis e variam de algumas dezenas até uma centena. Este reduzido número de vítimas fatais, levanta suspeitas também acerca dos alegados “milhares” de foguetes do Hamas, lançados contra o território israelense.

2. Quantos Palestinos foram mortos dentro da faixa de Gaza no mesmo período? Aproximadamente 9000! Israel alega ter matado menos de 7000 palestinos. como se isso fosse significativo ou mudasse o tamanho do genocídio.

3 Quantos judeus foram feridos fora da faixa de Gaza nos dias da ofensiva judaica mencionada acima? Novamente, como os números não interessam a Israel pela disparidade dos mesmos quando comparados com os feridos em Gaza, tudo o que podemos afirma é que não podemos aceitar nenhum dos números oferecidos pelas autoridades israelenses porque os mesmos incluem os "ferido" psicologicamente, algo que infla o número de feridos consideravelmente. Por esse parâmetros os feridos apenas na faixa de Gaza seria 1.800.000 de pessoas.

4. Quantos Palestinos foram feridos dentro da faixa de Gaza no mesmo período? Aproximadamente 12000. Sem contar os "feridos" psicologicamente.

5. A Península do Sinai que pertencia aos egípcios. Esta península foi devolvida pelos israelenses após os acordos de paz assinados entre o Egito e Israel, entre o assassino confesso Menachem Begin e Anuar Sadat.

Ainda no ano de 1967, a Assembléia Geral das Nações Unidas passou a resolução de número 242 que condenou a ocupação israelense da Cisjordânia. Após esta condenação, toda a comunidade internacional removeu seus embaixadores e fechou suas embaixadas em Jerusalém. Nesta mesma ocasião um grupo de cristãos sionistas, que mantinham uma entidade chamada de Embaixada Cristã Internacional, mudou sua sede para a cidade de Jerusalém, com a intenção explícita de apoiar as ações ofensivas e criminosas de Israel. Como dizem os próprios judeus, os chamados cristãos messiânico são uma verdadeira farsa!

Os cristãos sionistas se vêm como defensores e apologistas do povo judeu em geral e da nação política de Israel em particular. Tal defesa é manifestada por ferrenha oposição a todos que, de alguma maneira, sejam percebidos como críticos ou hostis para com o moderno Estado de Israel. Por esse motivo, todos os movimentos antissionistas têm sido identificados como sendo também antissemitas, o que não passa, evidentemente, de uma afirmativa ridícula e absurda. De forma curiosa e surpreendente, tais afirmativas não são acompanhadas, de nenhuma maneira, por palavras ou atos de compaixão para com o povo palestino que, diga-se de passagem, também é parte dos povos semitas, exatamente com o são os judeus. É difícil dizer quantas organizações sionistas cristãs existem neste início de século XXI, mas o número escala as centenas.

O movimento sionista, seja cristão seja judeu obteve uma estrondosa vitória com a decisão das Nações Unidas de dividir a Palestina, criando um estado árabe e outro judeu em 1947. Quando da decisão das Nações Unidas, o quadro populacional na Palestina era como segue:

1. Na parte que deveria ser o Estado Árabe – 749,000 árabes e 9.250 judeus.

2. Na parte que deveria ser o Estado Judeu – 497,000 árabes e 498,000 judeus.[2]

Em 17 de Maio de 1948, o Estado Judeu, chamado de Israel, declarou sua independência e ato contínuo iniciou uma série de guerras, que duram até os dias de hoje, que visam remover, seja via limpeza étnica – genocídio – ou via migração forçada, todos os árabes daquilo que considera ser seu território. De fato, o sonho de Theodore Herzl e de outros sionistas judeus e cristãos era um estado judaico que se estendesse desde as margens do rio do Egito no Oeste até as margens do rio Eufrates no Leste. Esta ideia é derivada da promessa feita a Abraão e contida em Gênesis 15:18.

Antes de prosseguir é desejo deste autor estabelecer o fato de que este trabalho está baseado nas seguintes premissas:

1. O autor se opõe a todo tipo de antissemitismo, lembrando que o povo palestino e os árabes também são constituídos por descendentes de Sem, além de serem descendentes diretos do patriarca Abraão. Críticas, portanto, feitas ao Estado Moderno de Israel, não devem ser interpretadas como afirmações antissemitas. O autor irá considerar tais afirmações como puras tolices.

2. Que o Estado de Israel tem o direito, como também a nação Palestina, de existir – autodeterminação dos povos - dentro de fronteiras seguras e reconhecidas pela comunidade internacional. Esta continua sendo, como nos dias de Theodore Herzl, uma questão essencialmente política e não se trata de matéria de fé.

A questão política inclui o seguintes itens:

1. Existem muitos fatos concernentes aos acontecimentos contemporâneos da Palestina que não são informados às pessoas, em geral, e muito menos aos cristãos, em particular.

2. Existe, pelo que podemos notar, um silêncio criminoso por parte dos Evangélicos com relação ao gigantesco abismo que encontramos entre o alegado mandato bíblico para a criação de uma nação para o povo judeu e, isto que aí está representado pelo Estado de Israel moderno. Em outras palavras, o que estamos querendo dizer é que: se o Estado de Israel e os sionistas – cristãos e judeus – desejam usar a Bíblia para reivindicar a posse da Terra Santa a favor do povo judeu então, a Nação de Israel precisa aderir, sem demora e sem hesitação, ao padrão bíblico de justiça e santidade nacionais, conforme ensinadas na Lei de Moisés e reclamadas pelos profetas de Isaías até Malaquias. Além disso, uma coisa que poucos sabem é que existem numerosos grupos de judeus de todas as ordens que são frontalmente contrários à existência de uma nação política e pagã como é o moderno Estado de Israel. Qualquer coisa menor do que um alinhamento automático às exigências bíblicas de justiça e santidade, constitui-se em um verdadeiro travesti da verdade pretendida – ver Levítico 25:23 caso existam dúvidas acerca do verdadeiro dono daquela terra.

Levítico 25:23

Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois para mim estrangeiros e peregrinos.

3. Os textos que advertem o povo judeu, habitando na Terra Prometida, contra os maus tratos praticados contra os estrangeiros habitando em suas terras, valem contra todos os que alegam que a Terra de Israel lhes pertence por aliança perpétua – ver Levítico 19:34 e Deuteronômio 10:19. Agora responda, caro leitor, como é que você percebe a forma com Israel está tratando aqueles que considera “estrangeiros”, e que estão habitando em suas terras?

Levítico 19:34

Como o natural, será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.

Deuteronômio 10:19

Amai, pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito.

4. O Estado Sionista de Israel, como vimos acima, ocupou os territórios que pertenciam aos árabes e isto tem gerado muitas situações terríveis. Organizações judaicas, muitos judeus famosos e seus pares palestinos e de muitas outras nacionalidades, têm denunciado os seguintes crimes praticados diuturnamente pelo Estado judeu contra o povo palestino:

a. O roubo de terras e de água. Enquanto cidades e vilas palestinas têm água corrente somente duas horas por semana, as colônias judaicas implantadas nos territórios ocupados exibem belos gramados e piscinas.

b. A destruição de centenas de vilas palestinas para a instalação de colônias judaicas ilegais.Não existe nenhuma justificativa plausível para esse hediondo crime.

c. O abuso permanente dos direitos humanos pelo Estado de Israel, mediante à prática de: “estados de sítio” – com palestinos sendo proibidos de circular dentro de seu próprio território por dias e semanas até – prisões, detenções, torturas e deportações, além do genocídio geral e dos homicídios seletivos praticados contra cidadãos palestinos que Israel faz questão de qualificar como “terroristas”.

d. O cerco militar – terrestre, aéreo e marítimo – imposto à faixa de Gaza é o acontecimento mais desumano destes dias em toda a face da Terra.

Enquanto as questões alistadas acima, e muitas outras, permanecerem sem solução, o problema irá apenas se agravar.

Não temos a pretensão de querer resolver a questão política, mas já consideramos uma vitória, se algum dos leitores se interessar por pesquisar os materiais produzido por órgãos ou indivíduos independentes, tais como:

1. O material – artigos, entrevistas e livros – produzidos por Noam Chomsky, estadunidense de ascendência judaica e professor titular do Massachusetts Institute Technology – MIT. Muito material do professor Chomsky está disponível em português.

2. O material produzido por Norman Finkelstein, estadunidense de ascendência judaica e ex-professor da Universidade de Columbia em Nova Iorque. Seu livro “A Indústria do Holocausto” – disponível em português - é um “tour-de-force” contra uma das mentiras mais bem contadas e repetidas do século XX: a de que o sofrimento dos judeus é, de forma particular, único e de que os judeus são, em si mesmos, um povo singular.Ora tal afirmação não passa de puro chauvinismo e explica as ações do Estado de Israel contra a população palestina.

3. O material produzido pelo cineasta e produtor australiano John Pilger. Seus documentários são apresentados de forma regular através da rede ITV e, quando não irritam por demais a elite britânica submissa aos interesses do Estado de Israel, são também mostrados nos canais da estatal BBC de Londres.

4. O material produzido pelo site “The Palestinian Chronicle”, que publica artigos assinados por árabes e israelenses e por outros jornalistas estrangeiros.

5. O material produzido pelo jornalista britânico Robert Fisk e disponível em muitos jornais, até mesmo no Estadão e na Folha de São Paulo, onde aparecem, de vez em quando.

6. O material produzido pelos sítios “Culture-Counter”, “Saloon”, "Information Clearing House",  entre outros, repletos de artigos escritos por jornalistas internacionais das mais variadas nacionalidades.

7. O material produzido e publicado no Blog do estadunidense e também de ascendência judaica, Michael A. Hoffman II. Curiosamente, Chomsky, Finkelstein, Hoffman, e até mesmo historiadores judeus como Illan Pape e Shlomo Sand e uma infinidade de outros judeus que se opõe ao que está acontecendo nos dias de hoje na Palestina, têm sido chamados de “antissemitas” pelos sionistas – judeus e cristãos. Outros rotulam esses críticos de judeus que se auto-odeiam.

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Que Deus abençoe a todos,

Alexandros Meimaridis 

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Desde já agradecemos a todos.

NOTAS

[1] O autor recomenda a leitura do extenso material produzido pelo jornalista e produtor cinematográfico John Pilger, de nacionalidade australiana e disponível em seu site homônimo.

[2] Guia do Terceiro Mundo produzido Conselho Editorial Internacional. Editora Terceiro Mundo, Rio de Janeiro, 1984.