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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Gênesis — Estudo 055 — A APROPRIAÇÃO DE GÊNESIS 11 PELO NOVO TESTAMENTO


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Este estudo é parte de uma Análise do Livro do Gênesis. Nosso interesse é ajudar todos os leitores a apreciarem a rica herança que temos nas páginas da História Primeva da Humanidade. No final de cada estudo o leitor encontrará direções para outras partes desse estudo. 

O Livro do Gênesis

O Princípio de Todas as Coisas

בְּרֵאשִׁית בָּרָא אֱלֹהִים אֵת הַשָּׁמַיִם וְאֵת הָאָרֶץ        
             Eretz   ha ve-et    Hashamaim  et       Elohim        Bará         Bereshit
            Terra  a      e          céus      os             Deus         criou       princípio No
                                                                                                                            Gênesis 1:1
CONTINUAÇÃO

XIII — A Apropriação de Gênesis 11 pelo Novo Testamento.

A. Gênesis 11:1—9 e Lucas 14:28—30.

Existem no Novo Testamento muitos textos que tratam de edificações e dos processos envolvidos nos mais diversos tipos de construções. Mas existe somente um texto em todo o Novo Testamento que trata da construção de uma πύργον púrgon — torre. Esse texto é Lucas 14:28. Creio que todos nós podemos aceitar, de forma pacífica, que um dos propósitos porque Jesus ensinou esta parábola foi indicar a necessidade que aqueles que desejavam ser Seus discípulos, tinham de avaliar o custo exato de tal decisão. Mas existem muitas outras passagens em todo Novo Testamento que desafiam tal interpretação. Essas são as passagens que nos falam acerca de decisões de fé como foi o caso do chamamento dos irmãos Simão e André e Tiago e João — ver Marcos 1:16—20. Note como esses irmãos não pararam para calcular o custo e sim creram nas palavras de Jesus e o seguiram imediatamente.

A história narrada por Jesus em Lucas 14:29—30 dá ênfase no fato de que a torre inacabada chama a atenção de toda uma multidão de curiosos que, ao passar e ver a torre naquele estado, aproveitam para zombar da mesma e de seus construtores. Em Gênesis 11 a construção da torre tem início com a clara intenção de zombar de Deus, pois seus construtores querem fazer notável o próprio nome. Mas os papeis são completamente revertidos naquela história. É Deus, quem em última instância, dá a última risada porque é Ele quem zomba dos patéticos seres humanos ao confundir as línguas e causar a paralisação da construção da torre e da cidade chamadas de Babel.

Mas em Gênesis 11 Deus não apenas confunde as línguas, Ele também dispersa os seres humanos que estavam planejando zombar da ordem de Deus que havia dito aos homens que se espalharem sobre a face da Terra. É possível que Maria no seu cântico registrado em Lucas 1:46—55 estivesse se referindo a este mesmo evento — da torre e da cidade de Babel — ao dizer: “Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos — verso 51”. Como dissemos é possível, mas muito pouco provável. Mas que a frase se encaixa perfeitamente, disso não temos a menor dúvida.
   
2. Gênesis 11:26—32 e Atos 7:4.
                    
A cronologia de Gênesis 11 é como segue:

1. Tera tinha 70 anos quando começou a gerar filhos e ele gerou a Abrão, a Naor e a Harã. Seria Abrão, necessariamente, o mais velho? Ou ele é mencionado em primeiro lugar porque era o mais importante — ver Gênesis 6:10 e comparar com 9:20—24.

2. Tera morre em Harã com a idade de 205 anos — ver Gênesis 11:32.

3. Se Abrão nasceu quando Tera tinha 70 anos então ele tinha 135 quando seu pai veio a falecer.

4. Gênesis 12:4 nos diz que Abrão partiu de Harã quando tinha 75 anos.

Se não levarmos em conta nenhum outro texto, a cronologia acima não apresentaria nenhum tipo de dificuldade. Do que alistamos acima poderíamos concluir que Abrão teria saído de Harã 65 anos antes da morte de seu pai. Todavia, o texto de Atos 7:4 diz de forma explícita o seguinte:

Então, saiu da terra dos caldeus e foi habitar em Harã. E dali, com a morte de seu pai, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais.

Existem várias hipóteses visando solucionar essa dificuldade. Não que ela represente alguma mudança fundamental na História da Salvação como contada pela Bíblia, mas como estudiosos da Palavra de Deus, queremos nos empenhar no máximo da nossa capacidade para entender aquilo que está escrito.

As três interpretações mais comuns acerca da compreensão que Estevão tinha da vida dos patriarcas são as seguintes:
1. A primeira explicação está baseada na leitura do Pentateuco Samaritano que diz que Tera faleceu com 145 anos contra os 205 registrados pelo Texto Massorético[1]. A LXX diz que Tera teria vivido 205 anos apenas em Harã, sem contar seus anos em Ur dos Caldeus. Argumentam os defensores desta hipótese que Estevão estava fazendo referência ao texto do Pentateuco Samaritano. Com isso a dificuldade desaparece de forma absoluta. Isto se deve ao seguinte cálculo: Tera gerou Abrão quando tinha 70 anos e veio a falecer quando tinha 145 anos. Na morte de Tera Abrão estaria, portanto, com 75 anos que é exatamente a idade que ele tinha quando partiu de Harã para a terra de Canaã. Desta maneira, nos dizem os defensores dessa possibilidade, Estevão tinha uma compreensão da cronologia dos patriarcas que estava baseada na leitura do Pentateuco Samaritano.

2. Uma segunda possibilidade é na realidade uma variação da anterior. De acordo com os proponentes dessa segunda alternativa existiam nos dias de Estevão inúmeras famílias ou tradições de manuscritos. Para esses o Pentateuco Samaritano é apenas um dos muitos documentos que se originaram daquilo que os estudiosos chamam de Texto Palestino e que, além de serem muito abundantes nos dias de Estevão divergiam de forma considerável do Texto Massorético e do texto da Septuaginta. O autor judeu Filo de Alexandria[2] também cita o fato de que Tera teria morrido aos 145 anos. Sendo judeu mesmo e não samaritano, é pouco provável, senão impossível que ele tivesse usado alguma vez uma cópia da Torá — os cinco livros de Moisés — que não estivesse baseada em uma tradição genuinamente judaica. Desta maneira é possível que existissem também cópias judaicas que mencionavam todos os anos de Tera como sendo 145 anos.

3. Uma terceira possibilidade procura harmonizar as informações de Gênesis 11 e Atos 7 sem apelar para o uso de nenhum outro texto que vá além do Texto Massorético. A pressuposição básica desta possibilidade está baseada no fato de que o texto de Gênesis 11:26 não afirma, de forma explícita, que Tera tinha exatos 70 anos quando gerou a Abrão. Pelo contrário, o texto de Gênesis 11 nos diz que Tera tinha 70 anos quando começou a gerar filhos. Teria sido Abrão seu primogênito? Ou será que Abrão é mencionado primeiro porque veio a ser o mais importante dos três irmãos? Como não podemos saber a ordem exata em que os irmãos nasceram, nem quando exatamente eles nasceram, podemos assumir, para efeito da nossa discussão, que Abrão tivesse nascido quando Tera estava com 130 anos. Desta maneira quando Terá morreu aos 205 anos, Abrão teria os 75 anos mencionados em Gênesis 12:4. 

Outros artigos acerca dO LIVRO DE GÊNESIS
001 — Introdução e Esboço
002 — Introdução ao Gênesis — Parte 2 — Teorias Acerca da Criação
003 — Introdução ao Gênesis — Parte 3 — A História Primeva e Sua Natureza
004 — Introdução ao Gênesis — Parte 4 — A Preparação para a Vida Na Terra
005 — Introdução ao Gênesis — Parte 5 — A Criação da Vida
006 — Introdução ao Gênesis — Parte 6 — O DEUS CRIADOR
007 — Introdução ao Gênesis — Parte 7 — OS NOMES DO DEUS CRIADOR, OS CÉUS E A TERRA
008 – Gênesis — A Criação de Deus - Parte 1 – A Criação de Deus Dia a Dia – O Primeiro Dia — Parte 1
009 – Gênesis — A Criação de Deus - Parte 8A – A Criação de Deus Dia a Dia – O Primeiro Dia — Parte 2
010 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus - Parte 9 – A Criação de Deus Dia a Dia – O Segundo e o Terceiro Dia
011 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 10 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Quarto Dia
012 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 11 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Quinto Dia
013 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 12 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Sexto Dia — Parte 1
013A — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 12A — A Criação de Deus Dia a Dia — O Sexto Dia — Parte 2
014 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 13 — Teorias Evolutivas
015 — Estudo de Gênesis — Gênesis 2 — Parte 14 — GÊNESIS 2A
016 — Estudo de Gênesis — Gênesis 2 — Parte 15 — GÊNESIS 2B
017 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — Parte 16 — GÊNESIS 3A
018 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — Parte 17 — GÊNESIS 3B
019 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — Parte 18 — GÊNESIS 3C
020 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — O Livre Arbítrio — Parte 19
021 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — O Dois Adãos — Parte 20
022 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — A Era Pré-Patriarcal e a Mulher de Caim — Parte 21
023 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — Caim, O Primeiro Construtor de Uma Cidade — Parte 22
024 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — Caim, Como Assassino e Fugitivo da Presença de Deus — Parte 23
025 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — Caim, Como Primeiro Construtor de uma Cidade e Pseudo-Salvador da Humanidade — Parte 24
026 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — A Conclusão Acerca de Caim — Parte 25
027 — Estudo de Gênesis — Gênesis 5 — Sete e outros Patriarcas Antediluvianos — Parte 26
028 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — A Perversidade Humana, Os Filhos de Deus e as Filhas dos Homens— Parte 27A
029 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — OS Nefilim e os Guiborim — Os Gigantes e os Valentes — Parte 27B
030 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — A Maldade do Coração Humano— Parte 27C.
031 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — A Corrupção Humana Sobre a Face da Terra e Deus Pode se Arrepender? — Parte 27D.
032 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — Noé e a arca que ele construiu orientado por Deus — Parte 28A.
033 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — Noé e a arca que ele construiu orientado por Deus — Parte 28B.
034 — Estudo de Gênesis — Gênesis 7 — Noé e a arca que ele construiu orientado por Deus — Parte 29 — O Dilúvio Foi Global Ou Local?
035 — Estudo de Gênesis — Gênesis 8 — A promessa que Deus Fez a Noé e seus descendentes — Parte 30 — Nunca Mais Destruirei a Terra Pela Água
036 — Estudo de Gênesis —  O Valor Perene do Dilúvio para todas as Gerações — PARTE 001
037 — Estudo de Gênesis — O Valor Perene do Dilúvio para todas as Gerações — PARTE 002
038 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 001
039 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 002
040 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 003
041 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 004 — A NATUREZA DA ALIANÇA ENTRE DEUS E NOÉ
042 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 005 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 001

043 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 006 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 002 — OS NEGROS SÃO AMALDIÇOADOS?
044 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 007 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 003 — A CONTRIBUIÇÃO DOS FILHOS DE NOÉ PARA A HUMANIDADE
045 — Estudo de Gênesis — A TÁBUA DAS NAÇÕES — PARTE 001 — OS DESCENDENTES DE JAFÉ
046 — Estudo de Gênesis — A TÁBUA DAS NAÇÕES — PARTE 002 — OS DESCENDENTES DE CAM: NEGROS, AMARELOS E VERMELHOS
047 — Estudo de Gênesis — A TÁBUA DAS NAÇÕES — PARTE 003 — OS DESCENDENTES DE SEM E A ORIGEM DOS HEBREUS
048 — Estudo de Gênesis — A TÁBUA DAS NAÇÕES — PARTE 004 — A TÁBUA DAS NAÇÕES É UM DOCUMENTO ÚNICO NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
049 — Estudo de Gênesis — A TORRE DE BABEL — PARTE 001
050 — Estudo de Gênesis — A TORRE DE BABEL — PARTE 002
051 — Estudo de Gênesis — A TORRE DE BABEL — PARTE 003
052 — Estudo de Gênesis — A TORRE DE BABEL — PARTE 004
053 — Estudo de Gênesis — A TORRE DE BABEL — PARTE 005

054 — Estudo de Gênesis — A GENEALOGIA DOS SEMITAS

055 — Estudos de Gênesis — A APROPRIAÇÃO DE GÊNESIS 11 PELO NOVO TESTAMENTO

Que Deus abençoe a todos.


Alexandros Meimaridis


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Gênesis, Genealogia, Semitas, Texto Massorético, Pentateuco Samaritano, Septuaginta, Samaritanos, Cativeiro Babilônico, Pelegue, Dilúvio, Alterações Climáticas, Ur dos Caldeus, Noé, Lua, Noé,  


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[1] - Para uma discussão acerca do desenvolvimento do texto do Antigo Testamento o autor sugere a leitura do primeiro capítulo desta série intitulado “O Que é o Antigo Testamento?”.

[2] - Filo Judaeus também chamado de Filo de Alexandria nasceu entre 15—10 a.C na cidade de Alexandria no Egito, onde também faleceu entre 40—50 a.D. Esse indivíduo era um filósofo judeu que falava o grego e que veio tornar-se o maior expoente do Judaísmo Helenístico. Em seus escritos nós podemos encontrar a mais cristalina apresentação de como o judaísmo se desenvolveu na diáspora iniciada com o cativeiro babilônico. Ele foi o primeiro judeu a buscar uma síntese entre a fé baseada na revelação divina com a razão baseada no raciocínio filosófico — é possível que Platão foi o primeiro gentio a tentar o mesmo, mas de forma menos evidente. Por sua coragem e visão Filo ocupa um lugar bastante privilegiado na História da Filosofia. Muitos cristãos, de eras posteriores, chegaram a considerá-lo como o precursor da Teologia Cristã.

domingo, 17 de setembro de 2017

Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade - Estudo 014 C


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Essa é uma série cujo propósito é estudar os conceitos bíblicos de vida, morte, estado intermediário e eternidade. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade.  

CONTINUAÇÃO...

UM CONCEITO UNIVERSAL: A CRENÇA NA VIDA DEPOIS DA MORTE

Nessa discussão nós também precisamos destacar que os materialistas precisam se manifestar não apenas com uma sólida evidência contra a vida consciente após a morte, mas que eles também precisam dar uma explanação plausível do como e do porque tal crença é tanto antropologicamente quanto geograficamente falando, universal. Até hoje nenhuma explicação ou teorias plausíveis foram apresentadas.

Quando nos voltamos para a história da filosofia — com uma quantidade de compêndios e coleções cada vez mais numerosas — para descobrirmos o que as melhores mentes humanas têm descoberto, nós nos damos conta que desde os filósofos gregos clássicos a te os dias de hoje, a imortalidade da alma tem sido aceita como razoável e, virtualmente, autoevidente. A lista desses filósofos inclui desde Sócrates até os maiores expoentes do tempo presente. O mesmo pode ser afirmado acerca dos grandes cientistas do passado e do presente acerca da crença na imortalidade. Nesse caso a lista se estende de Aristóteles até os cientistas dos nossos dias. É claro que, como acontece em qualquer áreas, sempre existirão exceções ao padrão geral.

Também estamos cientes que essa linha de argumentação pode ser considerada como uma forma de apelo às chamadas autoridades. Também estamos cientes que muitos mestres de lógica consideram qualquer apelo à autoridade como algo inválido. Todavia, quando questionamos em que base eles se recusam a aceitar o apelo às autoridades, de modo surpreendente, eles apelam para sua própria autoridade ou mesmo para a autoridade de terceiros! Hipocrisia explícita maior ainda está para ser observada. Esse é o motivo porque nos recusamos a nos deixar convencer por esses clichês ridículos. Autoridade e fé encontram-se na base de todo tipo de conhecimento, porque todos os sistemas têm início com suposições baseadas em algum tipo de autoridade. Filosofia e ciência estritamente empíricas existem apenas em livros de tória. A realidade é algo distinto.

Ainda assim é comum ouvirmos bobagens do tipo:

1. Apenas pessoas ignorantes e sem estudo suficiente acreditam na vida depois da morte.

2. A ciência já provou que não existe vida depois da morte.

3. Filósofo não podem jamais aceitar o conceito de vida depois da morte.

Será que devemos mesmo acreditar que todos os filósofos e cientistas que acreditavam na vida depois da morte eram pessoas ignorantes e incultas? Será que esses homens e mulheres aceitariam um conceito acerca do qual não existisse nenhuma evidência? Será que os materialistas dos nossos dias são mais inteligentes do que toda a humanidade que os antecedeu? Em que base eles desprezam algo que tem sido crido pela humanidade por milênios?

Estudiosos da história da Igreja, como C. S. Lewis e outros, têm ensinado que: os documentos cristãos mais antigos indicam com clareza a crença que a parte não material dos seres humanos sobrevive à morte do corpo.

É impossível negar que nos últimos dois mil anos da nossa história, com algumas exceções é claro, os cristãos têm crido na imortalidade da alma. Teólogos clássicos tanto da Europa quanto das Américas têm defendido esse conceito bíblico. Católicos e protestantes não têm apenas defendido tal ensinamento, mas o mesmo tem sido proclamado dos mais diversos púlpitos ao redor do mundo.

As coisas mudaram de fato quando os materialistas assumiram o controle da educação e isso fez com que, lamentavelmente, alguns teólogos adotassem o discurso em voga para não darem a impressão que estavam querendo nadar contra a maré.

Desejosos de ganharem a aprovação geral no meio acadêmico, teólogos modernistas adotaram o materialismo como método de analisar as escrituras e como isso, se viram forçados a negar qualquer manifestação sobrenatural, primeiro na Bíblia — negando os milagres — e depois nos seres humanos — negando a imortalidade dos mesmos. Dessa forma, a Bíblia foi reduzida a ser apenas um livro em muitos outros, enquanto os seres humanos foram reduzidos a serem apenas animais no meio de muitos outros animais.

O que podemos dizer desses teólogos modernos? Seguem algumas sugestões:

1. Primeiro, o relacionamento entre a religião e o materialismo não é possível, porque o materialismo não pode nuca gerar princípios morais, valores ou significados, que são essenciais para qualquer religião. Para os materialistas somos apenas animais.

2. É necessário que os mesmos parem de alegar que encontram fontes para o materialismo dentro da própria Bíblia. Em vez disso, eles deveriam deixar que os autores bíblicos falem por si mesmos.

3. Em terceiro lugar é importante que sejam honestos. Sem o elemento sobrenatural tanto a Bíblia quanto os seres humanos perdem seu significado.

4. Depois, eles não deveriam usar linguagem religiosa para manipular as pessoas. Imitando os rabinos de todas as épocas, os teólogos modernistas adoram redefinir as palavras para fazê-las dizerem exatamente o contrário do que tem sido o entendimento das mesmas.


OUTROS ARTIGOS ACERCA DE VIDA, MORTE, ESTADO INTERMEDIÁRIO E ETERNIDADE
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Estudo 011 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Novo Testamento — Parte 001 — ψυχή — Psiché
Estudo 012 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Novo Testamento — Parte 002 — πνεῦμα — pneûma — espírito, καρδίᾳ — Kardía — Coração, διανοίᾳ — dianoíaφρόνημα — frónemaνοήμα — noémaνοῦς  nous — Mente.
Estudo 013 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Novo Testamento — Parte 003 — ἔσω ἄνθρωπον — éso ánthropon = homem interior; νεφρόι — Nefroi = rins
Estudo 014 A — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — A Crença na Imortalidade como algo Universal — Parte 001

Estudo 014 B — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — A Crença na Imortalidade como algo Universal — Parte 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/05/vida-morte-estado-intermediario-e.html

Estudo 014 C — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — A Crença na Imortalidade como algo Universal — Parte 003.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/09/vida-morte-estado-intermediario-e.html

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Gênesis — Estudo 045 — A TÁBUA DAS NAÇÕES — PARTE 001 — OS FILHOS DE JAFÉ


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Mapa com a distribuição dos descendentes de Jafé em "vermelho"

Este estudo é parte de uma Análise do Livro do Gênesis. Nosso interesse é ajudar todos os leitores a apreciarem a rica herança que temos nas páginas da História Primeva da Humanidade. No final de cada estudo o leitor encontrará direções para outras partes desse estudo. 

O Livro do Gênesis

O Princípio de Todas as Coisas

בְּרֵאשִׁית בָּרָא אֱלֹהִים אֵת הַשָּׁמַיִם וְאֵת הָאָרֶץ        
              Eretz   ha  ve-et  Hashamaim   et      Elohim       Bará       Bereshit
               Terra  a      e        céus            os        Deus         criou      princípio No                              

  Gênesis 1:1

XI – Gênesis 10 e a Tábua das Nações

Ao iniciarmos o estudo do capítulo 10 do Livro do Gênesis nós nos deparamos, imediatamente, com uma mudança fundamental que tem a ver com o fato de que iremos abandonar a história de uma família para embarcar na história de 70 outras. O que está aqui registrado, bem como no próximo capítulo — Gênesis 11 — descreve o processo do desenvolvimento da raça humana que vai de Noé até Abrão.

De acordo com a Aliança feita com Noé e seus filhos — ver Gênesis 9:1 e 7 — a população da terra cresceu rapidamente. Noé teve 3 filhos — Sem, Cam e Jafé. Estes, por sua vez tiveram 16 filhos — média de 5,3 filhos sem contar as filhas. A Bíblia registra a existência de cerca de 10 gerações entre Sem e Abrão. Cálculos baseados na Tábua das Nações, partindo da premissa de que o ritmo de reprodução posterior se manteve constante, então a terra teria aproximadamente cerca de 15 milhões de habitantes quando Abrão estivesse com 35 anos. Se, todavia, estimarmos que a média de filhos homens fosse de 8 por família, então a população da terra estaria em algo próximo de 30 milhões quando Abraão estivesse com cerca de 100 anos. O Capítulo 10 de Gênesis não discute nenhum aspecto religioso dos seres humanos, apresenta apenas uma Tábua das Primeiras Nações das quais descenderam todas as outras. Vamos analisar esta Tábua das Nações.

A. Os Filhos de Jafé – Gênesis 10:1 - 5.  

A leitura de Gênesis 6:10 nos ensina que os três filhos de Noé eram Sem, Cam e Jafé.  Pelo relato de Gênesis 9:24 nós sabemos que Cam, apesar do fato de ser mencionado em segundo lugar em Gênesis 6:10 era, realmente o filho mais novo de Noé. E quem era o filho mais velho de Noé? A resposta definitiva nós encontramos em Gênesis 10:21. Mas se Sem era o filho mais velho, porque o autor do Livro do Gênesis inicia a listagem dos descendentes de Noé pelo seu filho do meio, Jafé?

A resposta talvez esteja relacionada ao fato de que Jafé teve mais descendentes diretos do que seus irmãos:


Gênesis 10:2

Jafé gerou: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras — 7 no total.

Gênesis 10:6

Cam gerou: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã — 4 no total.


Gênesis 10:22

Sem gerou: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã — 5 no total.

Outro motivo para Jafé ser mencionado primeiro também pode ter a ver com o fato de que seus descendentes se espalharam para mais longe do ponto de origem comum do que os descendentes de Cam e Sem. O território ocupado pelos descendentes de Jafé é descrito como sendo — אִיֵּי הַגּוֹיִם ‘iy ha goiYm — as ilhas das nações —

Gênesis 10:5

Estes — os filhos de Jafé — repartiram entre si as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, em suas nações.


A expressão — אִיֵּי הַגּוֹיִם ‘iy ha goiYm — as ilhas das nações — descreve literalmente a região costeira ou litorânea bem como as ilhas. Como iremos ver mais adiante, as nações representadas pelos Jafetitas são países marítimos ou que podem ser alcançados mediante navegação. O conhecimento que temos hoje em dia indica que os descendentes de Jafé se fixaram nas margens norte do Mar Mediterrâneo e em outras regiões, conectadas via marítima, com este mesmo mar. Os Jafetitas foram os primeiros a desenvolver o conceito de “nação” já que, como mencionamos antes, eles eram mais propensos a especulações filosóficas do que os descendentes de Cam — voltados mais para as questões práticas — bem como os descendentes de Sem — voltados mais para as questões espirituais.

Apesar de não existir consenso acerca do que segue, o autor acredita que é do nome  יָפֶת Jafet — que os gregos desenvolveram o personagem mitológico chamado de ΙαπετὸςIapetòs — Japetus. Este tal de Japetus, de acordo com a mitologia grega, era filho legítimo de Uranus — o céu — e de Gaia — a terra. Japetus foi, por sua vez, o pai de Prometeus que se tornou o preservador da raça humana. Desta maneira, através de seu filho, Japetus está relacionado tanto com a origem quanto com a preservação da raça humana, que é, de acordo com o texto bíblico que temos diante de nós, prerrogativa de Jafé e seus irmãos. Vamos analisar a lista de descendentes de Jafé.

1.גֹּמֶר Gomer — Os registros mais antigos relacionam o nome de Gomer aos ΚιμμέριοιKimmérioi — Cimérios que habitaram, originalmente, o norte da península da Criméia, às margens do Mar Cáspio — Ucrânia moderna. Tendo sido desalojados pelos Citas, vieram a se estabelecer na Anatólia — Turquia moderna — onde ficaram conhecidos com Címbrios. Ramos destes mesmos povos — Cimérios e Címbrios — se espalharam pelo norte da Alemanha, França, Espanha, Portugal bem como pelas ilhas britânicas — ramo céltico. Acredita-se que este foi o primeiro grupo de pessoas a alcançar o que chamamos de Oceano Atlântico. De Portugal partiram para o oeste onde aportaram nas costas brasileiras. Assim, através dos portugueses, os brasileiros possuem uma quantidade considerável de sangue celta o que os faz descendentes de Gomer e de Jafé.

2. מָגוֹג Magog — Magogue. É geralmente aceito que o nome Magogue faz referência aos Citas ou Tártaros — povos túrcicos que habitaram principalmente a região da Tartária — Armênia e Capadócia — e que corresponde ao sul da Federação Russa moderna. Os mongóis que invadiram o leste europeu eram descendentes destes povos O nome de Magogue está em outras partes da Bíblia — ver Ezequiel 38:2; 39:6; Apocalipse 20:8 — atrelado ao nome de Gogue. Juntos estes povos são apresentados como extremamente beligerantes.

3. מָדַי Madai. Esse é o nome pelo qual os Medos são chamados nas páginas da Bíblia. Madai ocupou a área que fica entre o norte do Rio Tigre — a leste da Síria — e o sudoeste do Mar Cáspio – ver 2 Reis 17:6. A área ocupada por Madai corresponde aos países modernos do Iraque e do Irã. É bastante provável que os descendentes de Madai tenham também participado na formação dos povos que habitaram a região do Hindustão que constitui a Índia e o Paquistão modernos.

4. יָוָן Javan — Javã. Facilmente identificado com as tribos Helênicas conhecidas como Jônicas e que se estabeleceram nas costas do mar Egeu, na região do Peloponeso e na Ática — todas na região da Grécia moderna. A partir daí os descendentes de Javã se estabeleceram ao sul das margens do mar Negro e se estenderam para o leste até a região da Síria moderna. Para o oeste os descendentes de Javã chegaram a ocupar o sul da península Itálica na Itália moderna. Estes povos são mencionados inúmeras vezes na Bíblia e a citação de Isaías 66:19 é realmente impressionante diante dos desenvolvimentos históricos posteriores.

5. תֻבָל Tubal — Povo que, ao que parece, se estabeleceu no sudeste do Mar Negro. Daí se espalhou para o norte para a região da Rússia moderna. Existem especulações que tanto o Rio Tobal quanto a cidade de Tobolsk teriam herdado seus nomes deste patriarca descendente de Jafé. Outros acham que esses foram os habitantes originais da Península Ibérica, e não seria impossível que o mesmo fosse verdade tanto em relação ao sul da Rússia quanto à Espanha.

6.מֶשֶׁךְ Mesheq — Meseque. Os descendentes deste patriarca ocuparam, de modo preferencial, a região da Turquia Moderna. Também se espalharam para o norte e é possível que tenham alcançado a região da Rússia moderna. Certamente eles estavam presentes na região da Armênia moderna que serve de ponte entre a Anatólia e as montanhas da Cáucaso[1].

7. תִירָס Tiyras — Sob esse nome nós vamos encontrar os povos que, estendendo-se para o oeste passaram pela península grega, pela modernas regiões da Bósnia-Herzegovina, Eslovênia — anteriormente partes da Iugoslávia — até atingirem a península itálica. O nome do Mar Tirreno é provavelmente derivado destes povos. Historiadores sugerem que os descendentes de Tiras formaram o povo Etrusco que acabou se consolidando como dominador da península entre os rios Tiber e Arno. Os Etruscos foram, mais tarde, dominados pelos Romanos que passaram a dominar, não só a Itália como todo o mundo banhado pela bacia do Mar Mediterrâneo.

B. Os Filhos de Gômer.  

Jafé teve sete filhos e sete netos – ver Gênesis 10:3—4.

1. אַשְׁכֲּנַז Asquenaz — Povo que se estabeleceu na região do Ararate entre a Turquia, o Irã e a Rússia modernos. Asquenaz é mencionado junto com os reinos de Ararate e Mini pelo profeta Jeremias — ver Jeremias 51:27. Em hebraico moderno a expressão “asquenaz” é usada para caracterizar os povos germânicos e os curdos.

2. רִיפַת Riyphat — Rifate — Verdadeiro enigma para os historiadores. Teriam se estabelecido por toda a região da Turquia moderna se estendendo para o leste até a Armênia moderna.
3. תֹגַרְמָה Togaremah Togarma. Os descendentes de Togarma são mencionados fazendo troca de mercadorias com os habitantes de Tiro — ver Ezequiel 27:14. São também mencionados como parte do Exército de Gogue — ver Ezequiel 38.6. Alguns estudiosos acham que o nome Turquia procede diretamente dos descendentes deste patriarca. Outros acham que eles se espalharam para o norte da Rússia indo habitar as regiões da Hungria e da Finlândia — países que, curiosamente têm idiomas cognatos. Essa opinião ocorre porque o idioma finlandês possui maiores afinidades com o idioma húngaro do que com os outros idiomas da Escandinávia — dinamarquês, sueco e norueguês. Por sua vez, o idioma húngaro não guarda relações nem com o alemão, nem com o polonês, nem com o romeno.

C. Os Filhos de Javã. 

1. אֱלִישָׁה Eliyshah — Elisá, cujo significado é “Deus daquele que está por vir”. Este foi o povo que se estabeleceu na ilha de Creta no Mediterrâneo. Alguns historiadores acham que o mesmo povo se estabeleceu na região de Cartago no norte da África.

2. תַרְשִׁישׁ Tareshiysh — Társis. No Antigo Testamento o nome de Társis está relacionado à uma terra distante de onde ouro, prata, marfim, bugios — macacos — e pavões eram trazidos para a corte do rei Salomão — ver 1 Reis 10:22 e Jeremias 9:10. De lá também procediam o ferro, o estanho e o chumbo — ver Ezequiel 27:12. A frota mencionada como pertencente a Salomão teria seu porto no Mar Vermelho, em Eziom-Geber — ver 1 Reis 22:49 — de onde partiriam tanto para alcançar o leste da África como a própria Índia. Isto colocaria Társis fora da bacia do Mediterrâneo. Especulações são abundantes concernentes à exata localização de Társis. Alguns acreditavam que se referia à costa da moderna Espanha, outros imaginam terras muito mais distantes como as ilhas britânicas, enquanto outros ainda acreditam que se refira às costas do México moderno. De qualquer maneira, o que fica evidente pelos nossos textos é que Társis só podia ser alcançada por via marítima. Assim, é perfeitamente verdadeiro o relato que encontramos no livro de Jonas quando o profeta vai ao porto de Jope, para tomar um navio cujo destino era Társis — ver Jonas 1:3. A cidade de Tarso, onde nasceu o apóstolo Paulo deriva seu nome deste patriarca.

3. כִּתִּים Qittiym — Quitim. Nome associado à cidade fenícia de Kition na costa sudoeste da ilha de Chipre próxima da moderna cidade de Larnaka. No Antigo Testamento Quitim se refere tanto a uma terra — ver Isaías 23:1 que menciona a ilha de Chipre — como a um grupo de ilhas — ver Ezequiel 27:6.

4. דֹדָנִים Dodaniym — Dodanim. Baseados na leitura de 1 Crônicas 1:7 muitos comentaristas pensam que os nomes de דֹדָנִים Dodaniym — Dodanim e רוֹדָנִים Rodaniym — Rodanim fazem referência ao povo que habitava a ilha de Rodes no Mar Mediterrâneo ao sul da costa da Turquia moderna. Uma acomodação plausível para esta condição é que o nome original — Dodanim — como aparece em Gênesis 10:4, faria referência a um povo antigo chamado de Danaos que habitaram a região do Peloponeso na península grega durante o período Micênico e que teria, mais tarde, migrado para a ilha de Rodes onde o nome teria sido adaptado para Rodanim.

O conteúdo de Gênesis 10:5 faz referência aos descendentes de Jafé e deixa bem claro que a lista aqui apresentada não pretende ser exaustiva. Muito pelo contrário, o uso da expressão אִיֵּי הַגּוֹיִם ‘iy ha goim — ilhas das nações, faz referência a terras que o autor não deseja identificar. Muitas dessas nações, independente de suas localizações, só podem ser alcançadas por via marítima. Cada uma dessas nações possui seu próprio território, sua própria língua — uma indicação vaga de que desenvolveram seus próprios idiomas — bem como seus próprios מִשְׁפְּחֹתָם misheppehotam — clãs.
Os descendentes de Jafé, como já mencionamos, foram aqueles que se especializaram no uso da navegação. Gregos, fenícios e outros povos tornaram-se marinheiros renomados na Antiguidade. O mito de Atlântida: Segundo os diálogos de Platão chamados de “Timeu e Crítias” sacerdotes egípcios em conversa com o legislador grego Sólon — século VI a.C. — teriam mencionado a existência de uma enorme ilha ao oeste das Colunas de Hércules — Estreito de Gilbratar — que era maior que toda a Ásia Menor e a Líbia juntas. Os habitantes dessa ilha eram um povo de conquistadores que foram finalmente conquistados e subjugados pelo povo de Atenas. Os habitantes de Atlântida tornaram-se pecadores pervertidos e sua ilha acabou por sucumbir em meio a um enorme terremoto.

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053 — Estudo de Gênesis — A TORRE DE BABEL — PARTE 005
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/08/genesis-estudo-053-torre-de-babel-parte.html

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Alexandros Meimaridis

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[1] Montanhas do Cáucaso – Bol Soj Kaukaz – estão localizadas nos países modernos da Rússia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão.

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