INTRODUÇÃO
Responda depressa: quantas horas por dia você gasta diante da televisão? Isso pode parecer uma bobagem à primeira vista, mas trata-se, na realidade, de uma das mais cruciais perguntas que todos nós precisamos responder. Especialmente nós que declaramos que Jesus é o Senhor das nossas vidas. Você sabia que assistir à TV, meras três horas por dia representa, numa vida de 75 anos, o equivalente a: 82.125 horas ou 3.421 dias de 24 horas ou 9,375 anos. Se somarmos as horas que gastamos diante do computador, frequentando as redes sociais – facebook, MSN, orkut, twitter, etc. – podemos, com facilidade, projetar 20 anos das nossas vidas, praticamente desperdiçadas diante desses poderosos meios de comunicação. Se ajustarmos essas horas para refletirem apenas os momentos em que estamos acordados a situação fica ainda mais complicada. Como você imagina que Deus vê uma atitude tão descuidada, com relação ao uso do tempo como essa, de acordo com Efésios 5.15-16?
A televisão representa um dos elementos mais importantes numa sociedade de consumo, pela multiplicidade de escolhas que oferece. Um sistema de transmissão moderno pode chegar, com tranquilidade, a 60 canais com alguns sistemas sendo capazes de oferecer até 300 canais simultaneamente. Tamanha quantidade de possibilidades de escolha acaba por nos fazer sentir, um pouco, como verdadeiros deuses, com amplos poderes sobre esses elementos. Essa situação acaba por fazer com que transfiramos de Deus, para a posse de bens materiais e nossa capacidade de controlar os mesmos, o motivo real da nossa felicidade. O resultado não poderia ser mesmo muito diferente daquele que temos observado: uma rápida degeneração dos costumes, uma mudança nos hábitos, pois deixamos de valorizar as coisas importantes – os relacionamentos com Deus e com o próximo - para nos tornarmos ávidos consumidores do pior tipo de mediocridade.
I.Uma análise da televisão
A. Como surgiu a televisão?
O que é a televisão? Televisão é um sistema de transmissão e recepção de imagens e de som através de sinais eletrônicos por intermédio de cabos, fibras óticas ou por radiação eletromagnética.
O primeiro verdadeiro mecanismo de televisão foi desenvolvido em 1844 pelo engenheiro alemão Paulo Nipkow. Era na realidade, um scanner que capturava e mostrava as imagens capturadas.
O primeiro receptor doméstico de imagens televisivas foi apresentado na cidade de Schenectady, no estado de Nova Iorque, em 13 de Janeiro de 1928, pelo inventor estadunidense Ernst F. W. Alexanderson. O monitor tinha 7,5 centímetros quadrados e as imagens eram ruins e bastantes instáveis. Mesmo assim, esse primeiro televisor, podia ser usado nos lares. A General Electric produziu certa quantidade desses aparelhos e os mesmos foram distribuídos pela cidade de Schenectady. No dia 10 de Maio de 1928, a estação de televisão WGY começou a transmitir sinais para estes aparelhos naquela área.
A primeira transmissão pública de programas de televisão aconteceu em 1936 em Londres. Duas empresas de transmissão fizeram demonstrações de seus aparelhos. Uma foi a firma Marconi-EMI que produziu um televisor que tinha 405 linhas de definição horizontal e era capaz de mostrar 25 quadros por segundo. O Outro foi o aparelho produzido pela Baird Television que tinha 240 linhas de definição horizontal e também era capaz de mostrar 25 quadros por segundo. O aparelho de Marconi, por ser visivelmente melhor, foi adotado como padrão.
Em 1941 os Estados Unidos da América adotaram um aparelho de 525 linhas de definição horizontal com a capacidade de mostrar 30 quadros por segundo como padrão. O que acabamos de relatar, tem a ver com a história da televisão enquanto processo de transmissão. Mas o que realmente nos interessa, neste contexto, é o que foi feito com a televisão enquanto poderoso instrumento de formação das pessoas e da manipulação das massas.
B. No que a televisão foi transformada
Os inventores do sistema de transmissão e dos aparelhos receptores, não tinham a menor idéia de como aquela tecnologia poderia ser realmente aproveitada. Os ingleses entregaram todo o sistema para ser administrado pela agência estatal BBC – British Broadcasting Corporation. Este monopólio durou até 1954.
Os Estados Unidos da América haviam assumido, depois da Segunda Guerra Mundial, o papel de nação líder de todo o mundo. Como tal, tornaram-se extremamente influentes e passaram a ser imitados em, praticamente tudo e por todos em todo o planeta Terra.
Ao contrário dos ingleses, os estadunidenses entregaram a administração do sistema de televisão nas mãos daqueles que controlavam a indústria do entretenimento. Ou seja, entregaram tudo nas mãos do pessoal de Hollywood. E quem dava as cartas em Hollywood? Capitães de indústria de todas as nacionalidades, mas especialmente de origem judaica. O interesse exclusivo desse pessoal era o lucro e somente o lucro, sem se importarem com nada mais. Por outro lado a indústria também dependia dos produtores e dos artistas, que apesar de todo glamour, juntamente com os donos da indústria, não passavam de um bando de imorais devassos que praticavam continuamente e, como modo de vida, todo tipo de pecados sexuais, desde a fornicação, passando pelo adultério até as detestáveis práticas homossexuais; eram também bêbados debochados, viciados em drogas legais e ilegais e que viviam vidas totalmente destrambelhadas.
Agora, o que podemos esperar, quando entregamos nas mãos de pessoas tão desqualificadas, um instrumento tão poderoso como o sistema de televisão? Apenas o que temos colhido nestes anos todos:
1. Imoralidades Sexuais: fornicação, adultérios, bestialidades, homossexualismo de todos os tipos.
2. Bebedeiras e consumo de drogas de todos os tipos.
3. Paganismo do mais grosso calibre com a promoção de mentiras religiosas, com a adoração de falsos deuses etc.
4. Triângulos amorosos com todas as variedades possíveis, divórcios e separações e toda a desagregação familiar resultantes destas práticas.
5. Violência gratuita, com a sua consequente banalização e brutalidades de todos os tipos, algumas tais que nos deixam realmente doentes só de presenciá-las.
6. Assassinatos, torturas, matanças que não fazem o menor sentido, crimes verdadeiramente hediondos são mostrados com todos os requintes sórdidos e nojentos de crueldade e sadismo, etc.
C. Mas é tudo apenas ruim?
Devemos sempre ser honestos e equilibrados em nossas análises e, à bem da verdade, temos de admitir que nem tudo na TV está refletido nos itens 1-6 acima, mas está cada dia mais difícil encontrar algum programa que não venha ferir nossas convicções e responsabilidades como cristãos. Por esse motivo temos que ser bastante criteriosos com o que assistimos, mas principalmente com a quantidade de tempo que gastamos diante da TV e da internet.
II. O mundo do visual
A televisão, o cinema e a internet comunicam, de forma preferencial, através de imagens. Esses meios possuem algo em comum que é noção subliminar transmitida de que “o que você vê é verdade”. Ver para crer é um dos conceitos mais antigos da história da humanidade. Note o próprio caso do apóstolo Tomé em João 20.25. A televisão nos ilude todas as vezes que vemos algo e confiamos que é verdadeiro. Não pensamos que aquela imagem pode ter sido manipulada, desfigurada e que, em alguns casos, a mesma não tenha nada a ver com a realidade dos fatos. Temos que nos lembrar que as pessoas são mentirosas por natureza (Sl 116.11), mas Deus, o nosso Deus é o Deus da verdade (Sl 31.5). Ele é, de fato, a própria encarnação da verdade (Jo 14.6). Nossos olhos podem nos enganar com grande facilidade porque não temos a capacidade de “enxergar” além daquilo que nos está sendo mostrado. Uma boa ilustração dessa verdade é o caso relatado na Bíblia acerca de Samuel quando foi até a casa de Jessé para ungir a um de seus filhos como rei sobre Israel. Jessé fez seus filhos passarem diante do profeta, todos fortes e de boa aparência, mas todos haviam sido rejeitados pelo Senhor por um simples motivo: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração (1Sm 16.7). Davi, foi o escolhido, apesar da sua pouca estatura e força física, mas ele tinha no coração o desejo de fazer a vontade de Deus (At 13.22).
Foi o engano causado pela atração visual que também levou nossos primeiros pais à completa ruína ao desobedecerem ao mandamento divino. Note as palavras de Gênesis 3.6: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”. Entre o mandamento de Deus (Gn 2.17) e aquilo que podia ser percebido pelos olhos, Adão e Eva optaram pela malfadada idéia de ver para crer e as consequências foram as mais desastrosas possíveis, já que não existe nada pior que um ser humano possa fazer do que cometer um pecado, qualquer tipo de pecado. E o pecado uma vez cometido causa a depravação total do ser humano. Por todos esses motivos devemos questionar esse falso ensinamento de que devemos ver para crer.
III. O mundo do instante
Um segundo aspecto que caracteriza a televisão e a internet é a velocidade com que as coisas acontecem nesses meios. Tudo é imediato ou, até mesmo, instantâneo. Aqui entra em cena uma segunda mensagem subliminar: o “agora” é o único momento que realmente importa. Mesmo admitindo que o “agora” é realmente, muito importante, concentrar-se de forma exclusiva nele é algo sobre o qual a Bíblia nos adverte com sóbrias palavras: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente (1Jo 2.15-17).
As coisas do momento são sempre temporárias e precisam ser consideradas à luz da eternidade, que reflete a perspectiva de Deus, que é, a única perspectiva verdadeira. A gratificação instantânea que nos é oferecida pela televisão nos sonega uma informação fundamental. Nossas atitudes “agora” têm consequências no tempo e na eternidade, tanto sobre nossas vidas como sobre a vida das pessoas que nos cercam. Mas a televisão nos transmite a idéia de que não existem consequências. Em nenhum momento somos alertados de que todos teremos que responder diante do nosso Criador e Juiz pelos nossos atos (Dn 12.2).
IV. O mundo do distante
O mundo do visual e do instante é também o mundo do distante. É impressionante como nos tornamos frios e as imagens visuais e instantâneas se tornam distantes e desinteressantes quando a televisão nos mostra alguma realidade desagradável. Estamos tão longe de lugares como Darfour, Bangladesh ou Iraque que, imediatamente procuramos nos desculpar que não há nada que possamos fazer para trazer algum tipo de alívio aos famintos, enfermos ou à multidão de crianças vítimas de guerras imorais. A quantidade enorme de situações de miséria e destruição que a televisão nos mostra através dos seus filmes acaba ofuscando nossa sensibilidade moral e nos faz pensar que a realidade não passa de pura fantasia.
Dessa maneira, outra mensagem subliminar que a televisão nos transmite é de que essas tragédias não fazem parte, realmente, das nossas vidas e não nos afetam enquanto seres humanos e que a moralidade, nesses casos, não é tão importante. Mas a realidade é que tudo aquilo que vemos tem a capacidade de nos influenciar de forma poderosa. Foi por isso, que Jesus nos advertiu dizendo: São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! (Mt 6.22-23). Sabemos que Jesus está fazendo referência ao ato de cobiçar as coisas através do olhar, mas também podemos aplicar esses versículos aos nossos hábitos diante de mídias tão poderosas como a televisão, o cinema e a internet. Se deixarmos que nossos olhos se encham de coisas corruptas que não falam de Deus, isso nos afetará profundamente. Precisamos ser cuidadosos.
Conclusão
Lembre-se: agora mesmo, uma infinidade de lixo está sendo levado para dentro dos nossos lares, via TV e internet, produzido e apresentado por um grupo de degenerados morais e intelectuais. Tudo isso nos é apresentado com se fosse absolutamente normal, correto, bom e saudável. Talvez, você imagina, que quem sustenta esses programas são as empresas patrocinadoras. Mas você está completamente enganado. Quem, em última instância, sustenta todo esse veneno destilado usado para nos destruir somos nós mesmos que consumimos os produtos dessas empresas. Isso lhes possibilita terem dinheiro para investir em publicidade nas redes de televisão e na internet. Também somos nós que pagamos a fatura mensal dos distribuidores de canais via cabo ou satélite que acabam tendo os mesmos efeitos deletérios sobre nós e nossas famílias. Você não acha que o Deus que enviou seu Filho unigênito para nos resgatar da maldição da Lei e da escravidão do pecado desejaria que fizéssemos um uso melhor do nosso tempo?
Aplicação
1. O que você pretende fazer, de forma prática e criativa, para afastar a você mesmo e os seus de gastarem tanto tempo assistindo TV ou frequentando as redes sociais da internet?
2. Em termos práticos o que você pretende fazer com as marcas que anunciam seus produtos em programas que servem apenas para contaminar, corromper e destruir você e sua família? Pode apostar que não existe nada mais sensível para uma empresa, uma indústria, um banco, etc., do que a chamada “Bottom Line” que é a última linha do balanço e apresenta o lucro ou prejuízo do período. Uma oscilação no lucro, causada pela queda no consumo é uma linguagem muito bem entendida pelos chamados “patrocinadores”.
3. Que tal procurar desenvolver hábitos saudáveis na família como a prática de jogos educacionais e desafiadores tanto para o conhecimento quanto para as habilidades dos membros da família. Existe uma infinidade deles no mercado hoje em dia.
4. Procure incentivar a família a investir tempo lendo a Bíblia e orando. Seja você mesmo o exemplo maior. Procure conhecer e orar pelas necessidades dos irmãos da igreja, ou pelos missionários nos campos distantes e perigosos.
5. Se envolva mais com os irmãos da igreja fazendo visitas de consolação ou mesmo apenas para bater papo e orarem juntos a Deus.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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