segunda-feira, 31 de outubro de 2016

REFORMA PROTESTANTE: 499 ANOS. APRENDEMOS ALGUMA COISA?


Lutero diante da Dieta de Worms - Concepção artística

O artigo abaixo é de autoria do irmão presbiteriano Lucas Freitas e tem a intenção de nos ajudar a refletir o quanto aprendemos com a Reforma Protestante que completa 499 anos em 31 de outubro de 2016. Por meio de comparações precisas, Lucas nos mostra o quão distante dos princípios e ideais da Reforma Protestante se encontram os chamados evangélicos nessa segunda década do século XXI.

Reforma Protestante e o movimento evangélico brasileiro
Lucas Freitas 

O movimento evangélico brasileiro, ao menos no discurso, afirma seu vínculo histórico com a Reforma Protestante do século XVI, contudo, seus desdobramentos práticos em nosso país, infelizmente, têm estado bem distantes de tal realidade e promovido inúmeros ensinos distorcidos que desembocam em atitudes equivocadas, que corrompem a verdade da Escritura, a saúde da igreja e a vida dos que estão e se aproximam desta de um modo geral.

Foi o saudoso Bispo Robinson Cavalcanti quem disse:

“Qual o jovem cristão hoje que pode minimamente discorrer sobre Lutero, Calvino, Melanchton ou Beza? Qual é o fiel de hoje que conhece os catecismos ou as confissões de fé como as de Westminster, de Augsburgo ou XXXIV Artigos da Religião? Em relação à Reforma o nosso protestantismo é como um computador primitivo, não possui memória, apenas uma vaga lembrança.”

Infelizmente nos dias atuais promovemos muito mais a experiência, os resultados e os relacionamentos, enquanto que a fé, a confessionalidade, o ensino robusto e o amor à Escritura como palavra pela qual Cristo governa Sua igreja são deixados de lado, rotulados como “chatos e dispensáveis” ou enquadrados dentre as atividades que “não empolgam ninguém”. Não é difícil presenciar, eu mesmo já o fiz, pessoas dentro das igrejas evangélicas brasileiras que não têm a menor ideia das suas origens como cristãos, que ao ouvirem o termo “Reforma” confundem o movimento do século XVI com uma possível reforma aqui ou ali na construção do templo. Claro que não estou falando de irmãos novos na fé que ainda carecem de conhecimento básico, estou falando de moços, moças, homens, mulheres, gente adulta inteligente, que frequenta igreja por 2, 3, 5, até 10 anos. É claro também, que não estou generalizando, existe um sem número de igrejas sérias em nosso país e o movimento de retorno às Escrituras e à ortodoxia tem crescido consideravelmente, porém, a quantidade de cristãos protestantes brasileiros que tem pouca ou nenhuma informação a respeito de quem são, de onde vêm suas raízes e porque recebem o nome de ‘cristãos protestantes’ ainda assim é alarmante.

E você, sabe do que se trata a Reforma Protestante?

A Reforma Protestante foi o movimento que lutou contra o clericalismo e o hierarquismo que dominavam a Igreja Católica Romana no final do século XV, início do século XVI, e, por conseguinte, grande parte da estrutura social da época, hasteando com toda força a bandeira da doutrina bíblica do sacerdócio universal dos crentes e da suprema autoridade das Escrituras Sagradas sobre a vida do cristão. Numa época onde apenas clérigos, nobre e reis podiam ler e escrever, os reformadores espalharam escolas e universidades pela Europa balizados na ideia de que todo ser humano fora criado a imagem e semelhança de Deus e tem o direito a alfabetização e ao aprendizado, e que toda atividade é santa perante Deus e pode ser feita de forma excelente para Sua glória. No anseio de formar gente para servir a Deus e aos homens em todas as áreas da vida, contrapondo em absoluto a prática católica romana da época, algumas das instituições fundadas pelos reformadores na área da educação foram as Universidades de Genebra, Zurique, Utrech, Amsterdã, Harvard, Yale, Princeton, Brown, Dartmouth e Rutgers. Os Puritanos restauraram Oxford e Cambridge. A Reforma foi muito mais que um movimento religioso, os reformadores lançaram as bases para uma nova sociedade, empoderando cristãos a se especializarem nos dons que tinham para servir a quem quer seja, onde quer que fosse para a glória de Deus. Estavam abertos os portões para uma grande revolução na história da humanidade.

Michael Horton em seu livro “O cristão e a cultura” mostra com veemência o quanto nossos pais criam que Deus é Senhor de toda a nossa vida! Horton descreve esta imensa mudança que o mundo experimentou com a Reforma Protestante nas figuras de Lutero e Calvino:

Martinho Lutero persuadiu o governo a proclamar a educação universal compulsória tanto para meninas como para meninos, pela primeira vez na história ocidental. Com seus associados ele criou um sistema de educação pública na Alemanha. O cristianismo era religião da Palavra, e aqueles que dependiam de imagens religiosas e só “ouviram falar” eram, a princípio espiritualmente empobrecidos. Mas eram também culturalmente empobrecidos e esse era um ponto igualmente importante. Com esse propósito o colega de Lutero, Melanchthon, declarou: “A finalidade última que confrontamos não é apenas a virtude particular, mas o interesse do bem público.”

Calvino argumentava na seguinte linha: Visto que é necessário preparar as gerações futuras a fim de não deixar a igreja num deserto para os nossos filhos, é imperativo que se estabeleça um colégio para se instruir os filhos e prepará-los tanto para o ministério quanto para o governo civil.” (Ordenanças de 1541)

Os reformadores acreditavam que todo homem tem direito de ser respeitado, valorizado e ensinado. Não é o fato se ser Rei, governante, nobre, professor, enfermeiro, gari ou um pastor que confere maior santidade e um lugar mais importante a alguém junto de Deus, afinal, é muito possível encontrar um pastor relapso, preguiçoso e desonesto para com os estudos da Escritura Sagrada e suas atividades pastorais, que traz desonra e vergonha para Deus, e, uma dona de casa caprichosa e amorosa que faz seu trabalho com afinco e orgulho, que traz glória para Deus. Não é o que fazemos que traz mais ou menos glória para Deus, e sim como fazemos. Somos cristãos em todos os momentos, em todos os lugares, fazendo todas as coisas, não apenas quando estamos de batina ou de terno e gravata encaixotados dentro de um “templo” religioso. Ideias como essas revolucionaram nações inteiras na Europa e serviram como grandes fogueiras que deixaram o velho continente em chamas e o corpo de inúmeros mártires cristãos em cinzas neste período da história.

Foram os reformadores que tiveram a coragem de tomar a autoridade da igreja das mãos da tradição e do clero e entregá-la de volta às Sagradas Escrituras, foram eles que nos lembraram novamente que somos salvos apenas pela graça, mediante a fé, e que a obra da salvação e qualquer movimento de avivamento nunca foi e nunca será protagonizado e provocado por algum homem, e que todo aquele que crê, só crê porque o Espírito Santo o convenceu do pecado da justiça e do juízo. Os reformadores nos lembraram que glorificamos a Deus não apenas nos monastérios e nos templos, e que não precisamos demonizar o mundo, a criação e tudo que neles há. Foi a cidade de Genebra, pelas mãos de um reformador, a primeira cidade na Europa a ter saneamento básico, polícia, água encanada, hospitais e o parto de infantes regulamentado e assistido por profissionais da área. Boa parte da noção ocidental de democracia, república, arte, justiça, liberdade de imprensa, direitos humanos, defesa de minorias e educação vem do movimento reformista. Foram os reformadores que traduziram a Escritura para diversas línguas. Se a Bíblia Sagrada hoje pode ser lida em português e tantos outros idiomas, é porque homens e mulheres sofreram muito, a ponto de derramarem o próprio sangue por esta causa. A fundamentação e o aperfeiçoamento de línguas como o alemão e o francês estão ligados profundamente a obras do período da reforma como a tradução da Bíblia Sagrada para o alemão e As Institutas da Religião Cristã, respectivamente.

O escritor Alister McGrath em seu livro “Origens Intelectuais da Reforma” faz um questionamento interessante, ele pergunta: a Reforma Protestante alcançou seu objetivo? O motivo principal que era reformar o que já estava criado foi alcançado? Creio que uma resposta sensata diante desta questão seria não. Não era intenção de Martinho Lutero dividir a igreja, antes, sua proposta era reformá-la! No entanto isso não aconteceu, a Igreja Católica Romana se fechou, excomungou-o como herege, veio a contrarreforma e o protestantismo começou a se expandir, tomar forma e ganhar contornos cada vez mais robustos. É importante não atribuir status canônico aos reformadores e suas obras, são homens como todos nós, que tiveram suas falhas como quaisquer outros, contudo, foram escolhidos por Deus para uma missão grandiosa que marcaria o planeta para todo sempre. A reforma da igreja como pensavam os primeiros reformadores, em certo sentido, foi um fracasso, mas nos apontou caminhos, trouxe luz a muitas mazelas escondidas do seio de uma instituição religiosa gigantesca e fundamentou filosófica e teologicamente a prática da Igreja de Cristo daquele momento em diante.

A reforma protestante charge

O que Lutero e Cia nunca imaginaram que aconteceria

Numa breve leitura do cenário do protestantismo atual no Brasil é possível perceber um retrocesso preocupante em relação a grande parte do que foi a luta do movimento reformado. Vejamos alguns pontos:

— Grandes denominações centradas na figura de uma única pessoa, prática que faz alusão a uma espécie de papismo e atenta contra o princípio protestante do sacerdócio universal dos crentes.

— Tradicionalismo ou denominacionalismo exacerbado que em diversos momentos toma o lugar das Escrituras Sagradas no governo da igreja.

— Redemonização do mundo, que fere o princípio que a criação é boa e bela e Deus, em sua missão (MissioDei) a está reconciliando consigo mesmo por meio de Seu Filho Jesus, utilizando-se muitas vezes de Seus santos espalhados pelo mundo.

— Isolacionismo, ou seja, a ideia de que para ser santo deve-se evitar o contato com o mundo, que fere o ensino reformado de santidade ativa no mundo.

— Teologia da prosperidade que fere contundentemente a memória e os ensinos dos mártires e com toda certeza seria escorraçada pelos reformadores.

— Teologia dos que são cabeça e não cauda, que dominam ao invés de serem dominados, chamada teologia do domínio, nega o chamado do cristão ao serviço sacrificial.

— Alienação política ou a política feita em causa própria, fere a ideia do exercício político a serviço de toda nação para glória de Deus e não a serviço de uma minoria para glória de um grupo.

— Insensibilidade e afastamento social contrasta com as obras de misericórdia e amor que eram pontos centrais do ensino e da vida dos reformadores.

— Preconceito com o conhecimento científico, principalmente em relação às ciências humanas e com os estudos em geral, completamente antagônico aos títulos de mestres e doutores de inúmeros mestres reformadores que, diga-se de passagem, tinham como meta a educação e a construção de universidades.

Olhar no retrovisor da história nesse momento de comemoração dos 499 anos de Reforma Protestante é extremamente necessário. Para onde estamos indo como povo de Deus espalhados por esse mundo? O que temos acrescentado, qual a nossa contribuição aos de fora da igreja? Que tipo de evangelho tem sido pregado do alto de nossos púlpitos? Temos honrado o sangue de tantos e tantos mártires da causa do evangelho? Os reformadores se sentiriam parte das igrejas evangélicas atuais? É a glória de Deus que estamos buscando acima de todos os outros interesses como igreja de Cristo em solo brasileiro?

É necessário que nesse 31 de Outubro de 2016, deixemos o Halloween Gospel de lado e dediquemos mais tempo para o estudo de onde viemos, do que diziam, escreviam e de como viviam os fundadores do movimento ao qual, pelo menos no discurso, dizemos fazer parte. Conforme disse acima, a reforma protestante nos apontou caminhos, caminhos preciosos desbravados a duras penas, à custa de muito sangue e trabalho. Cabe a nós, em nossa geração, contextualizar todas estas realidades e fundamentados no temor do Senhor, na Bíblia Sagrada e no exemplo destes piedosos e fiéis homens de Deus, glorificarmos o nome de Cristo Jesus em todas as esferas da vida, o tempo todo e em todos os lugares. Sejamos corajosos! Que Deus abençoe a igreja brasileira e que nos lembremos hoje, mais do que nunca, de um dos principais lemas da Reforma que diz: igreja reformada sempre se reformando.

Que Deus nos alcance!

Lucas Freitas é:

Aprendiz da vida e dos caminhos que ela faz, estudante presbiteriano agraciado e um proclamador falho daquele que deve ser proclamado. Alcançado pelo cuidado do Pai.

O artigo original poderá ser acessado por meio desse link aqui:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Os comentários não representam a opinião do Blog O Grande Diálogo; a responsabilidade é do autor da mensagem, sujeito à legislação brasileira.

domingo, 30 de outubro de 2016

SERMÃO EM ÁUDIO — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — SERMÃO 019 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 001 — JESUS CONHECE NOSSA HIPOCRISIA


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Você poderá ouvir um sermão de domingo pregado na Igreja Presbiteriana Boas Novas que deu continuidade à nossa exposição de Apocalipse 1—3. Para isso, basta escolher e clicar no link abaixo para ser direcionado até a página do sermão em áudio. Se desejar você também poderá fazer o download do mesmo.

Clique no link abaixo para ter acesso ao site do sermão em áudio:

Para ouvir no YouTube


Você poderá acompanhar essa mensagem com seu esboço em mãos por meio desse link aqui:



Você poderá ouvir outras mensagens dessa série seguindo os links abaixo —

SÉRIE: INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — APOCALIPSE 1 A 3

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — INTRODUÇÃO — UMA VISÃO DO SENHOR JESUS — PARTE 001

SERMÃO 002 — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — INTRODUÇÃO — PARTE 002 — UMA VISÃO DO SENHOR JESUS — PARTE 002

SERMÃO 003 — INTRODUÇÃO AO APOCALIPSE E AS CARTAS PARA AS SETE IGREJAS DA ÁSIA — SERMÃO 003 — UMA REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO — PARTE 003

SERMÃO 004 — CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 001

SERMÃO 005 — CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 002

SERMÃO 006 — CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 001

SERMÃO 007 — CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 002

SERMÃO 008 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 001

SERMÃO 009 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 002

SERMÃO 011 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 004

SERMÃO 012 — CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 005

SERMÃO 013 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 001

SERMÃO 014 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 002

SERMÃO 015 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 003

SERMÃO 016 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 004

SERMÃO 017 — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 005

SERMÃO 018A — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 006A

SERMÃO 018B — CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 006B

SERMÃO 019 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 001

SERMÃO 020 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 002

SERMÃO 021 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 003

SERMÃO 023 — CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 005

SERMÃO 024 — CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 001

SERMÃO 025 — CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 002

ESBOÇOS DAS MENSAGENS NO LIVRO DO APOCALIPSE

APOCALIPSE 1:1—20 — SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DO APOCALIPSE

APOCALIPSE 1:1—20 — SERMÃO 002 — UMA VISÃO DE JESUS CRISTO — PARTE 001

APOCALIPSE 1:1—20 — SERMÃO 003 — UMA VISÃO DE JESUS CRISTO — PARTE 002

APOCALIPSE 2:1—7 — SERMÃO 004 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 001

APOCALIPSE 2:1—7 — SERMÃO 005 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ÉFESO — PARTE 002

APOCALIPSE 2:8—11 — SERMÃO 006 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 001

APOCALIPSE 2:8—11 — SERMÃO 007 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM ESMIRNA — PARTE 002

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 008 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 001

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 009 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 002

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 010 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 003

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 011 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 004

APOCALIPSE 2:12—17 — SERMÃO 012 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM PÉRGAMO — PARTE 005 FINAL

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 013 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 001

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 014 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 002

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 015 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 003

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 016 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 004

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 017 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA — PARTE 005

APOCALIPSE 2:18—29 — SERMÃO 018A/B — UMA CARTA PARA A IGREJA EM TIATIRA  — PARTE 006A/B

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 019 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 001

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 020 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 002

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 021 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 003

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 022 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 004

APOCALIPSE 3:1—6 — SERMÃO 023 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM SARDES — PARTE 005

APOCALIPSE 3:7—13 — SERMÃO 024 — UMA CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 001

APOCALIPSE 3:7—13 — SERMÃO 025 – UMA CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 002

APOCALIPSE 3:7—13 — SERMÃO 026 – UMA CARTA PARA A IGREJA EM FILADÉLFIA — PARTE 003

OUTRAS SÉRIES DE SERMÕES EM ÁUDIO:

SERMÕES NA SÉRIE: “O PAI NOSSO” — MATEUS 6:9—13

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO PAI NOSSO

SERMÃO 002 — O TERMO “PAI” — PARTE 1

SERMÃO 003 — O TERMO “PAI” — PARTE 2

SERMÃO 004 — DEUS COMO PAI E MÃE

SERMÃO 005 — PAI NOSSO QUE ESTÁ NOS CÉUS

SERMÃO 006 — INTRODUÇÃO À ESTRUTURA  DO PAI NOSSO

SERMÃO 007 — SANTIFICADO SEJA O TEU NOME

SERMÃO 008 — SANTIFICADO SEJA O TEU NOME — Parte 2

SERMÃO 009 — VENHA O TEU REINO — Parte 1

SERMÃO 010 — VENHA O TEU REINO — Parte 2

SERMÃO 011 — FAÇA-SE A TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

SERMÃO 012 — O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE

SERMÃO 013 — PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES.

SERMÃO 014 — e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!

Que Deus abençoe a todos

Alexandros Meimaridis

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sábado, 29 de outubro de 2016

STAR WARS E O DESPERTAR DA FORÇA



Em alguns dias, a rede Telecine — TV Paga — irá apresentar a última produção da série Guerra nas Estrelas — Star Wars — The Force Awakens ou O Deespertar da Força. Certamente o mesmo irá chamar a atenção de muitos. As mensagens transmitidas pela série têm sido sempre muito intrigantes para a vasta maioria do povo evangélico, pois muitos procuram ver elementos que possa estar alinhados com os ensinamentos da Bíblia. Mas a realidade é completamente outra. A série está imersa em profundas imagens gnósticas e o artigo abaixo, de autoria do Professor Doutor Wilson Roberto Vieira Ferreira nos ajuda a compreender os diversos significados dos signos apresentados pela série. Todavia, devemos ressalvar que as opiniões do Prof. Wilson não representam, necessariamente, as do Blog O Grande Diálogo.

GNOSTICISMO E O SIGNIFICADO DA “FORÇA” EM GUERRA NAS ESTRELAS

"Star Wars: o Despertar da Força" mas... o que é "A Força"?
 Wilson Roberto Vieira Ferreira


Há muito tempo em uma galáxia muito distante não havia Deus... mas “A Força”. “Star Wars” foi o ápice da popularização do Panteísmo no Ocidente, iniciado com os Beatles nos anos 1960. Conceito tomado do livro “Relatos de Poder” de Castaneda, George Lucas nunca deixou clara as conexões teológicas do termo “A Força” com alguma religião em particular, mas há evidentes ligações com cosmovisões budistas, taoístas e nas atuais religiões New Ages. Mas o panteísmo de “Star Wars” é bem diferente: na saga, a “Força” ora é uma energia cósmica impessoal, ora uma entidade inteligente que manipula deliberadamente os eventos em busca do “equilíbrio” como fosse Deus, ora um instrumento de poder dos Jedi. Estamos no panteísmo hollywoodiano onde o confronto entre Bem e o Mal busca um equilíbrio sem redenção final para que a franquia torne-se uma narrativa transmídia e se expanda infinitamente em múltiplas mídias e plataformas.

Assistir à saga Star Wars chega a ser uma experiência quase religiosa.

A série salvou os estúdios da 20th Century Fox da falência em 1977, criou o padrão blockbuster de comercialização em Hollywood (onde um filme cria franquias de jogos, brinquedos etc.), e foi tão influente que fez o presidente dos EUA Ronald Reagan a chamar seu novo dispositivo de defesa militar durante a Guerra Fria nos anos 1980 de “Guerra nas Estrelas”.

Além de ser o primeiro “filme recuperativo”, série de retro-fantasias que se contrapôs à chamada Nova Hollywood – conjunto de filmes críticos e realistas dos anos 1970 como Taxi Driver, com Robert De Niro, e Um Estranho no Ninho, com Jack Nicholson. Depois de Star Wars vieram Indiana Jones, E.T., De Volta Para o Futuro, Ghost Busters, etc.

A retro-fantasia criada por George Lucas (inspirada no timing narrativo de séries sci fi antigas como Flash Gordon) pode também ser considerada a primeira produção hollywoodiana a explorar mitologias de várias religiões e mitos antigos.

Podemos considerar que a indústria do entretenimento explora três tipos de mitologias: as judaico-cristãs monoteístas, as politeístas e as gnósticas. Certamente, Star Wars chamou a atenção para a visão panteísta de Universo – da palavra grega “pan”, que significa “tudo” e “teísmo”, que significa Deus.

Star Wars e o Panteísmo no Ocidente

Lucas não tinha a intenção de promover uma religião em particular no filme. No entanto ele queria que os jovens pensassem em questões espirituais: “os jovens pensam sobre os mistérios. Mas não quer dizer: ‘aqui está a resposta’. Mas sim: ‘pense nisso num segundo. Existe um Deus? Como ele parece?’ Levar os jovens a pensar nesse nível é o que tentei em Star Wars.”, afirmou George Lucas - leia MOYER, Bill. "Of Myth and Men" In: Time Magazine, 26/04/1999, p.93.

Com a ideia de “A Força” que transpassa a narrativa da saga Star Wars, Lucas quis passar uma cosmovisão monista ou panteísta. É a crença de que Deus é impessoal, como uma essência que rege todo o Universo. Deus habita todas as coisas, seja a vida ou uma simples pedra. Deus não está separado do Universo, mas está contido dentro dele.



Essa cosmovisão está na base das religiões hindus, budistas e nas atuais religiões New Ages. Essa visão de mundo ganhou popularidade no Ocidente a partir da década de 1960 por meio de celebridades como os Beatles e os livros de autoajuda da atriz Shirley McClain. O sucesso de Star Wars despertou ainda mais o interesse popular pelas ideias do panteísmo.
Até então tanto a literatura como nos filmes sci-fi (C.S. Lewis, J.R. Tolkien ou filmes como O Planeta Proibido de 1956 ou 2001 de Kubrick) também apresentavam respostas a questões espirituais, porém ainda dentro de uma perspectiva teísta ou judaico-cristã. Ou mesmo sci-fis gnósticos dos anos 1970 como Zardoz ou O Homem Que Caiu na Terra.

Star Wars foi o ápice popular dessa cosmovisão panteísta. Panteístas acreditam na ausência de um ser divino pessoal e criador. Atestam uma força impessoal, uma energia cósmica que flui ao longo de todas as coisas do universo. Essa energia pode ser chamada “O Um”, o “Divino”, “Chi”, “Mana” ou “Brahma”. Em Star Wars é chamada de “A Força”.

A Força

O Mestre Jedi Obi Won Kenobi introduz a ideia de Força no primeiro filme em 1977, ao explicar para Luke Skywalker a sua natureza: “A Força é o que dá ao Jedi o seu poder. É um campo de energia criado por todas as coisas vivas. Ela nos cerca, nos penetra e conecta todas as galáxias.

Embora George Lucas tenha se inspirado nas religiões orientais como o Taoísmo que ensina que essa energia cósmica chama-se “Chi”, em Star Wars essa ideia de Força é, no mínimo, ambígua. Em certos momentos da série é vista um poder vinculativo, metafísico e onipresente; mas em outros momentos vê-se a Força como uma entidade sensível, dotada de pensamento inteligente e que direciona eventos na busca de um equilíbrio cósmico futuro; ou ainda como simples ferramenta para o Jedi aumentar a resistência, curar, telepatia, velocidade, telecinesia (movimentação de objetos à distância), visões pré-cognitivas e aguçamento dos sentidos.



O equilíbrio da Força

A saga Star Wars gira em torno da figura de Anakin Skywalker, que é identificado pelo Mestre Jedi Qui Gon Jinn como “O Escolhido” para restaurar o “equilíbrio da Força”, esperança que atravessa toda a série.

Esse é o centro da mitologia Star Wars: a Força envolve um equilíbrio de luta pelo poder entre os Jedi (do lado da Luz) e os Siths – o lado escuro da Força. Lembrando o princípio taoísta de Yin/Yang, o universo é composto por forças que serão sempre mantidas em estado de oposição. Nenhum dos lados tem domínio sobre o outro. Forças mutuamente dependentes – um não pode ser conhecido sem o outro. A Escuridão, a Morte e o Mal nunca serão derrotados; somente há equilíbrio enquanto existir oposição.

Em Star Wars o desequilíbrio ocorreu porque o lado escuro tornou-se mais influente com a consolidação do Império e deve ser levado ao equilíbrio pelas forças do bem. O lado escuro jamais será derrotado de forma permanente pela Luz, mas deve-se apenas restaurar a Força por meio da recuperação do equilíbrio. Esse é o conceito que George Lucas explora ao longo da série.

O ardil da Força

Percebe-se na série o ardil da Força, revelando também ser uma entidade inteligente como um Deus o que, paradoxalmente, o panteísmo pretende negar. A Força manipula eventos, cria profecias e sonhos e até mesmo engravida uma mulher da qual nascerá a figura messiânica (Luke Skywalker) que trará o equilíbrio da Força.

Em última análise, ao passar para o lado negro da Força e transformar-se em Darth Vader, Anakin traz um novo equilíbrio a um desequilíbrio inicial: a purga dos Jedi aos transformá-los em inimigos da República surge num momento em que o lado luminoso era mais forte, quando haviam centenas de Jedi, enquanto no lado escuro havia um número reduzido.


Os episódios do I ao III revelam como a religião Jedi turvou seus próprios pontos de vista, corrompendo-os e tornando-os tão maus quanto os Sith – passaram a operar pela mentalidade “os fins justificam os meios” e sua reputação fica tão obscura que, quando são enviados dois Jedi (ao invés de diplomatas treinados) para resolver uma disputa comercial comum, causam grande medo – parecem a Gestapo da República.

Darth Vader traz um novo desequilíbrio, cuja solução veio através dos próprios filhos de Anakin: Luke Skywalker e Leia.

O perfeito panteísmo hollywoodiano

Por isso essa noção panteísta da Força é um moto-contínuo perfeito para uma franquia hollywoodiana: jamais nenhum dos lados sofrerá uma derrota final. Potencialmente a série não tem um fim, está em constante expansão. No universo Star Wars não há redenção e todos os meios parecem justificar o fim – o equilíbrio da Força.

A Força parece ser sempre um “deus ex machina” do roteiro (termo usado para designar intervenções arbitrárias em uma narrativa para fazê-la fluir) – um panteísmo hollywoodiano perfeito para produzir um blockbuster sem fim, uma narrativa transmídia onde a história jamais termina, apenas continua através de múltiplas mídias e plataformas.

Embora a série Star Wars tenha um appeal gnóstico (as análises mais apressadas veem nos Siths o Demiurgo e nos Jedi os anjos da Luz) e até um planeta chamado Geonosis (Gnosis?), não há uma redenção, uma gnose que faça os personagens transcenderem a dualidade sem fim. Na saga, a dualidade não é maniqueísta (no sentido do pensador gnóstico persa Mani) mas monista - Bem e Mal são dependentes um do outro para manter uma ordem onde indivíduos e acontecimentos são meras peças de um jogo.



Gnosticismo e Panteísmo

O Gnosticismo possui uma cosmovisão essencialmente dualista: é impossível existir harmonia nesse cosmos – o conflito entre o Bem e o Mal será sempre entre aqueles que anseiam fugir da prisão cósmica material e as forças que pretendem nos manter prisioneiros – tema central de um arco de produções que vai de Truman Show e Matrix até a atual série Sense8 do Netflix — saiba mais por meio desse link aqui:


Nesses filmes até há sugestões panteístas onde o protagonista somente será bem sucedido se puder sentir a uma voz interior que o conecte a um Todo – principalmente em Sense8 onde os sensates se conectam por meio de um sistema nervoso coletivo través do qual partilham emoções e percepções. Porém, a finalidade não é a busca de um equilíbrio, mas a destruição de uma sinistra conspiração que envolve a própria construção da realidade.

Ao contrário, em Star Wars desde a Realpolitik (tramas palacianas envolvendo Federações, Confederações, Repúblicas e Impérios) até as relações afetivas são ardilosamente manipuladas pela Força por meio de sonhos (as premonições de Anakin sobre a morte da sua esposa grávida, Padmé, é o primeiro passo para a sedução pelo lado Escuro) e profecias.

Por um ponto de vista gnóstico, a Força é um Demiurgo – talvez bem próximo do Deus impiedoso do Velho Testamento bíblico. Para a Força, o fim (equilíbrio/desequilíbrio) justificam os meios - até a destruição de planetas inteiros.

E por um ponto de vista comercial da indústria do entretenimento, a Força é o ardil dos roteiristas e da própria franquia, agora da Disney. Nada mais irônico do que o novo filme da série Star Wars chamar-se O Despertar da Força – depois de mais de uma década do último filme e a aposentadoria do criador George Lucas, a saga continua em busca de um equilíbrio. E os fãs e a Disney esperam que essa busca nunca tenha uma redenção final.

O artigo original poderá ser visto por meio desse link aqui:


Que Deus abençoe a todos por meio das insondáveis riquezas de Cristo que são nossas porque estamos EM CRISTO.

Alexandros Meimaridis

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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A ORAÇÃO DO “PAI NOSSO" - SERMÃO 009 — O REINO DE DEUS — Mateus 6:10


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Essa série tem por objetivo expor de maneira ampla, bíblica, literária, histórica e teologicamente, a oração que chamamos de “Oração do Pai Nosso”. Nosso desejo é enriquecer a vida de todos por meio desses esboços de mensagens que também estão disponíveis em áudio. Na parte final desse artigo o leitor encontrará os links para os outros esboços e para os áudios à medida que forem sendo publicados. 


Uma Exposição Bíblica, Literária e Teológica de Mateus 6:9—13 


Introdução:

A. Nas duas últimas mensagens nós tivemos a oportunidade de considerar a petição de Jesus que diz: SANTIFICADO SEJA O TEU NOME.

1. Na primeira mensagem nós vimos as implicações que existem em tal petição, no que diz respeito ao fato de Deus demonstrar a santidade de Seu Nome através de atos de juízo divino.

2. Na segunda mensagem, nós vimos como Deus apenas é capaz de reconciliar as exigências de Sua santidade e Sua justiça com o grande amor que ele tem por nós.

Ver lista de todos os estudos dessa série mais embaixo.   

B. O local e o momento histórico em que isso aconteceu foi quando Jesus foi crucificado na Cruz do Calvário, satisfazendo assim a santidade ofendia de Deus e Sua justiça e provando, ao mesmo tempo, o imenso amor que Deus nutre por nós suas criaturas perdidas, ao perdoar todos os nossos pecados.

C. Também vimos como tal santidade, justiça e amor foram ilustrados na vida do profeta Oséias e de uma prostituta de nome Gômer. Os que tiverem interesse em conhecer melhor essa história basta ler os primeiros capítulos do livro do profeta Oséias.  

D. Hoje queremos voltar nossa atenção para a segunda petição de Jesus que diz:

VENHA O TEU REINO

E. Para entender melhor essa petição é importante entendermos um pouco de filosofia da história.

I. TRÊS VISÕES DISTINTAS DA HISTÓRIA

A. Primeira Visão

1. A primeira dessas visões nos diz que: A HISTÓRIA NÃO TEM NENHUM SIGNIFICADO. Se existe um Deus, então ele é como um relojoeiro que fabrica um relógio, dá corda no mesmo e depois o abandona até que a falta de corda o faça parar por completo. 

2. Deus abandonou o universo à sua própria sorte e à medida que o sol vai se esfriando, a vida na terra será insustentável. Mas, por favor, não se desespere, o ponto de esfriamento do sol que ira impedir a vida no planeta terra está estimado para ocorrer apenas daqui a dois ou três bilhões de anos! Esse processo de esfriamento é científico e recebe o nome de “ENTROPIA DO UNIVERSO”. Isso quer dizer que um dia a temperatura de todo o universo será uma só. Quando isso acontecer o universo será frio demais para sustentar qualquer vida em qualquer lugar. Diante disso, é apenas lógico, assim nos dizem, concluir que a HISTÓRIA NÃO TEM NENHUM PROPÓSITO OU SIGNIFICADO.

3. Mas a ideia é antiga: William Shakespeare em sua, Macbeth, em seu quinto ato, na cena quinta coloca essas palavras na boca do protagonista:

Macbeth: Deveria ter morrido mais tarde. Haveria então lugar para uma tal palavra!...O amanhã, o amanhã, o amanhã avança em pequenos passos, de dia para dia, até a última sílaba da recordação e todos os nossos ontens iluminaram para os loucos o caminho da poeira da morte. Apaga-te, apaga-te, tocha fugaz! A vida nada mais é do que uma sombra que passa, um pobre histrião que se pavoneia e se agita uma hora em cena e, depois, nada mais se ouve dele. É uma história contada por um idiota, cheia de fúria e tumulto, nada significando.

B. A Segunda Visão
  
A Segunda visão era promovida já nos dias de Jesus pela filosofia grega, que acreditava que a história é uma série de eventos se movendo em círculos. O que já aconteceu, tornará a acontecer. Assim, concluíam os gregos: Nossas vidas podem estar cheias de fúria e tumulto — alô? Dr. Shakespeare? — mas tudo isso não tem nenhum significado.

C. A Terceira Visão

1. A terceira visão pode ser encontrada na Bíblia.

a. De acordo com o Antigo Testamento a história é como uma flecha que se move em direção a um alvo chamado de: “O Dia do SENHOR”, de acordo com

Amós 5:18

Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejais vós o Dia do SENHOR? É dia de trevas e não de luz.

b. No Novo Testamento esse alvo é chamado de Reino de Deus conforme

Marcos 1:15

O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.
  
2. Essa é a única visão em que a História tem rumo e significado. Mesmo que muitas vezes não consigamos perceber nem entender o que está, realmente acontecendo, nós, os crentes, temos plena certeza que existe UM que sabe!

3. Aqueles que adotam essa terceira visão da história podem viver suas vidas em um confiança calma e segura que AQUELE que segura o leme da História não cochila nem se distrai. É com base nessa confiança que Jesus nos ensina a orar dizendo: VENHA O TEU REINO. Todas as pessoas serão levada às margens da eternidade para comparecer diante de Deus gostem ou não dessa ideia, ou acreditem ou não nela.

4. Mas, dentro dessa nossa esperança enquanto oramos: “VENHA O TEU REINO”, precisamos entender que o Reino de Deus é algo muito paradoxal.

II. TRÊS PARADOXOS ACERCA DO REINO DE DEUS.

O que é um paradoxo: Por definição nós podemos dizer que um paradoxo afirma uma verdade de duas formas opostas que não podem ser reconciliadas de forma lógica. Assim temos que:

Toda a questão que trata do Reino de Deus torna-se muito complexa por causa das afirmações paradoxais de Jesus acerca do reino que dominam a discussão. A literatura é vasta e os títulos podem ser contados na casa dos milhares.

Quais são então esses paradoxos?

A. O PRIMEIRO PARADOXO

1. O primeiro paradoxo em termos do Reino de Deus é que: ESSE REINO JÁ VEIO NA PESSOA DE JESUS, mas ao mesmo tempo é UM REINO AINDA FUTURO.

2. Esse paradoxo pode ser ilustrado da seguinte maneira: primeiro temos a afirmação de Jesus em

Lucas 11:20

Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós.

3. Por outro lado Jesus nos ensina a orar dizendo: VENHA O TEU REINO.

4. Dessa maneira podemos concluir que o Reino de Deus é algo presente agora, mas não ainda.

B. O SEGUNDO PARADOXO

1. O segundo paradoxo afirma que o Reino de Deus está PRÓXIMO, e mesmo assim, o mesmo ainda está LONGE.

2. Esse paradoxo pode ser ilustrado pelo seguinte:

3. Paulo no Novo Testamento costuma expressar uma confiança de que o fim de todas as coisas estava PRÓXIMO. Por exemplo:

Romanos 13:12

Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.

1 Coríntios 7:29—30

29  Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem;

30  mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem.

1 Coríntios 10:11 —

Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.

4. Por outro lado, na parábola das dez minas, Jesus procura dissuadir seus discípulos de pensarem que o Reino de Deus estava para se manifestar imediatamente — ver Lucas 19:11—27.

5. Nessa parábola Jesus ensina seus discípulos e todos nós por extensão que: a vinda do Reino de Deus ainda estava num futuro não especificado, mas enquanto aguardavam, os discípulos tinhas obrigações e responsabilidades que precisavam cumprir. O REINO ESTÁ PRÓXIMO, NO ENTANTO AINDA ESTÁ LONGE.

C. O TERCEIRO PARADOXO

1. O terceiro paradoxo envolvendo a vinda do Reino de Deus tem a ver com a série de sinais que Jesus deu aos discípulos — ver, por exemplo, Lucas 21:5—36 — que descrevem a aproximação do Reino e, para finalizar, a sessão Jesus diz que apenas o Pai tem domínio sobre tais detalhes de quando, exatamente, o Reino chegará —

Marcos 13:32

Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.

2. Assim temos que o TEMPO ou MOMENTO da vinda do Reino de Deus é desconhecido e impossível de ser sabido e, no entanto, eis aqui alguns SINAIS que antecedem a chegada do mesmo. 


Conclusão

A. Jesus nos manda orar dizendo: “VENHA O TEU REINO”. Isso deve ser feito porque o Reino de Deus dá propósito e direção para a história. No entanto...

B. O Novo Testamento faz as seguintes afirmações acerca do Reino de Deus:

1. O mesmo já está presente em nosso meio, mas não ainda.

2. O mesmo está próximo, mas ainda encontra-se distante.

3. Existem sinais da proximidade do mesmo, mas é impossível saber com exatidão quando o mesmo irá chegar.

4. Como são tolos aqueles que pretendem saber mais do que o próprio Jesus!

D. Qual é o propósito desse ensino paradoxal vindo da parte do Senhor? Eu creio, por um lado, que Jesus nos mandou orar: “VENHA O TEU REINO” para nunca nos esquecermos dessa realidade: DEUS ESTÁ O TEMPO TODO NO CONTROLE, INDEPENDENTEMENTE DAS DIFICULDADES, DAS TRAGÉDIAS E SOFRIMENTOS QUE TENHAMOS QUE ENFRENTAR. Nossa oração é uma manifestação aberta e constante da nossa inabalável confiança no controle e na soberania de nosso Deus sobre a História. Portanto devemos sempre dizer: “VENHA O TEU REINO”.  

F. O segundo motivo, eu creio, tem a ver com o ensinamento de Jesus em Marcos 13:33—37

33 Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo.

34 É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.

35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;

36 para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo.

37 O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!

G. Devemos então, meus irmãos e irmãs, sempre orar: “VENHA O TEU REINO”, enquanto nos mantemos expectantes e vigilantes. 

H. Na próxima mensagem iremos falar das características do Reno de Deus para nós e para a eternidade.  

I. Enquanto isso, continuemos orando: “VENHA O TEU REINO” e nos mantenhamos VIGILANTES todo o tempo.

OUTRAS MENSAGENS DA SÉRIE DO PAI NOSSO

001 — INTRODUÇÃO A MATEUS 6:9—15

002 — O PAI NOSSO — PARTE 001 — MATEUS 6:9

003 — O PAI NOSSO — PARTE 002 — MATEUS 6:9

004 — O PAI NOSSO — PARTE 003 — MATEUS 6:9

005 — O PAI NOSSO — PARTE 004 — MATEUS 6:9a — PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS

006 — O PAI NOSSO — PARTE 005 — INTRODUÇÃO À ESTRUTURA DO PAI NOSSO — Mateus 6:9—13

007 — O PAI NOSSO — PARTE 006 — SANTIFICADO SEJA TEU NOME — Mateus 6:9

008 — O PAI NOSSO — PARTE 007 — A RELAÇÃO DA SANTIDADE DE DEUS COM A JUSTIÇA E O AMOR — Mateus 6:9

009 — O PAI NOSSO — PARTE 008 — O REINO DE DEUS — PARTE 001 — Mateus 6:10

010 — O PAI NOSSO — PARTE 009 — O REINO DE DEUS — PARTE 002 — Mateus 6:10
Que Deus abençoe a todos. 

Alexandros Meimaridis

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