sábado, 31 de outubro de 2015

LEMBRANDO OS 498 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE – PARTE 002


OS REFORMADORES E A LEI – VALOR, SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

Alderi Souza de Matos

3. Calvino e a Lei

Quando Calvino fala em “lei”, ele geralmente dá a esse termo um sentido diferente daquele dado por Lutero. Para ele, a lei não significa o correlativo do evangelho, mas a revelação de Deus ao antigo Israel, tanto nos “livros de Moisés” como em todo o Antigo Testamento. Assim, a relação existente entre lei e evangelho, antes que dialética, torna-se praticamente contínua. Existem diferenças entre os dois testamentos, mas o seu conteúdo é essencialmente o mesmo: Jesus Cristo. Isso é de importância fundamental, pois o conhecimento da vontade de Deus seria inútil sem a graça de Cristo.

A lei cerimonial tinha em Cristo o seu conteúdo e fim, pois sem ele todas as cerimônias são vazias. A única razão pela qual os sacrifícios dos sacerdotes antigos eram aceitáveis a Deus era a prometida redenção em Jesus Cristo. Em si mesmos, dada a nossa corrupção, quaisquer sacrifícios que pudéssemos oferecer a Deus seriam inaceitáveis. Mas é na lei moral que se pode ver mais claramente a continuidade que existe entre o antigo e o novo. De fato, a lei moral tem um tríplice propósito.

O primeiro propósito da lei – e aqui Calvino concorda com Lutero – é mostrar-se o nosso pecado, miséria e depravação (usus theologicus). Rm 3.20; 5.20. Quando vemos na lei o que Deus requer de nós, ficamos face a face com as nossas próprias deficiências. Isso não nos capacita a fazer a vontade de Deus, mas nos força a deixar de confiar em nós mesmos e a buscar o socorro e a graça de Deus (Institutas 2.7.6-9). A lei é um espelho que mostra aos homens a sua verdadeira aparência aos olhos de Deus, para que “despidos e vazios eles possam correr para a sua misericórdia, repousar inteiramente nela, ocultar-se nela e apegar-se somente a ela para obter a justiça e os méritos disponíveis em Cristo para todos os que anelam e buscam essa misericórdia com verdadeira fé. Nos preceitos da lei, Deus é galardoador somente da perfeita justiça, e disso todos nós carecemos. Por outro lado, ele é o Juiz severo de todos os pecados. Mas, em Cristo, a sua face brilha plena de graça e suavidade mesmo para com pecadores miseráveis e indignos” (Institutas 2.7.8).

O segundo propósito da lei é refrear os ímpios (usus civilis; Institutas 2.7.10-11). 1 Tm 1.9-10. Embora, isso não leve à regeneração, é todavia necessário para a ordem social. Como muitas pessoas obedecem à lei movidas pelo temor, as ameaças que ela contém servem para fortalecer essa função. Sob essa rubrica, a lei também serve àqueles que, embora predestinados para a salvação, ainda não se converteram. Ao forçá-los a atentar para a vontade de Deus, ela os prepara para a graça à qual eles foram predestinados. Assim, muitos que chegaram a conhecer a graça de Deus testificam que antes da sua conversão sentiram-se compelidos a obedecer a lei movidos pelo temor.

Finalmente, o terceiro uso da lei – tertium usus legis – é revelar a vontade de Deus àqueles que crêem (Institutas 2.7.12). Sl 19.7-8; 119.105. Essa é uma ênfase que haveria de tornar-se típica da tradição reformada e que lhe daria grande parte da sua austeridade em matéria de ética. O próprio Calvino, com base nesse terceiro uso da lei, dedica uma extensa seção das Institutas à exposição da lei moral (Livro II, Cap. VIII). A sua afirmação básica é que Cristo aboliu a maldição da lei, mas não a sua validade. O erro do antinomianismo está em afirmar que, uma vez que Deus aboliu em Cristo a maldição da lei, os cristãos não mais estão obrigados pela lei. Na verdade, a lei não pode ser abolida, pois ela expressa a vontade de Deus, que nunca muda. O que foi abolido, além da maldição da lei moral, foi a lei cerimonial. A razão para isso é clara: o propósito das antigas cerimônias foi apontar para Cristo e isso não é mais necessário um vez que a realidade plena já foi revelada.

O “terceiro uso da lei” significa que os cristãos devem estudar a lei de modo cuidadoso, não somente como uma palavra de condenação que continuamente os impele para a graça de Deus, mas também como o fundamento para determinarem como devem ser as suas ações. Nesse estudo e interpretação da lei, três princípios fundamentais devem ser conservados em mente: (1) Deus é espírito e por isso os seus mandamentos dizem respeito tanto às ações externas quanto aos sentimentos íntimos do coração. Isso é verdade quanto a toda a lei e, portanto, o que Cristo faz no Sermão da Montanha é simplesmente explicitar o que já estava implícito, e não promulgar uma nova lei. A lei de Cristo não é outra senão a lei de Moisés (Institutas 2.8.6-7). (2) Todo preceito é ao mesmo tempo positivo e negativo, pois toda proibição implica em uma ordem e vice-versa (Institutas 2.8.8-10). Assim, nada é deixado de fora da lei de Deus. (3) O fato de que o Decálogo foi escrito em duas tábuas mostra que a devoção e a justiça devem caminhar de mãos dadas (Institutas 2.8.11). A primeira tábua trata dos deveres para com Deus; a segunda diz respeito às relações com o próximo. Assim, o fundamento da justiça é o serviço a Deus e este é impossível sem um relacionamento justo com as outras pessoas.

Portanto, existe uma continuidade fundamental entre o Antigo Testamento e o Novo (Institutas 2.10; 3.17). Essencialmente, essa continuidade tem a ver com o fato de que a vontade de Deus revelada no Antigo Testamento permanece eternamente a mesma, com o fato adicional de que o âmago do Antigo Testamento foi a promessa de Cristo, do qual o Novo Testamento fala como um fato consumado. Não obstante, existem algumas diferenças significativas entre os dois testamentos. Essas diferenças são cinco (Institutas 2.11): (a) O Novo Testamento fala claramente da vida futura, ao passo que o Antigo somente a promete por meio de sinais terrenos. (b) O Antigo Testamento apresenta apenas a sombra daquilo que está substancialmente presente no Novo, a saber, Cristo. (c) O Antigo Testamento foi temporário, enquanto que o Novo é eterno. (d) A essência do Antigo Testamento é lei e, portanto, servidão, ao passo que a essência do Novo é o evangelho da liberdade. Cumpre observar, todavia, que tudo o que é prometido no Antigo Testamento não é lei, mas evangelho. (e) O Antigo Testamento foi dirigido a um único povo, enquanto que a mensagem do Novo é universal. Porém, apesar dessas diferenças, a ênfase básica da reflexão de Calvino sobre lei e evangelho é de continuidade, e a diferença entre ambos é uma diferença entre promessa e cumprimento. Nisso, Calvino diferiu substancialmente de Lutero. E foi isso em parte que permitiu ao calvinismo articular programas éticos mais detalhados do que o fizeram os luteranos.

4. As Confissões Reformadas e a Lei

A ênfase de Calvino ao terceiro uso da lei fez com que os documentos confessionais reformados dessem grande destaque a esse ensino, especialmente através da exposição detalhada do Decálogo. Já no Livro II das Institutas, ao tratar da lei (capítulos 6-11), Calvino faz uma exposição detalhada dos Dez Mandamentos (8.11-50); o mesmo no seu primeiro catecismo, Instrução na Fé (1537).

A 2ª pergunta e resposta do Catecismo de Heidelberg (1563) diz o seguinte: “Quantas coisas deves conhecer para que possas viver e morrer na bem-aventurança desse consolo?  Três. Primeiro, a enormidade do meu pecado e miséria. Segundo, como sou liberto de todos os meus pecados e suas terríveis conseqüências. Terceiro, que gratidão devo a Deus por tal redenção.” Isso antecipa as três partes em que se divide o Catecismo: (1) O Pecado e a Culpa do Homem – A Lei de Deus (pp. 3-11): os dois primeiros usos da lei. (2) A Redenção e Liberdade do Homem – A Graça de Deus em Jesus Cristo (pp. 12-85): o evangelho. (3) A Gratidão e Obediência do Homem – A Nova Vida Através do Espírito Santo (pp. 86-129): a lei moral, especialmente o Decálogo (pp. 92-115).

A Confissão de Fé de Westminster (1643-1646) dedica um capítulo à “Lei de Deus”, na parte que trata da vida cristã. Esse capítulo aborda em sete parágrafos os três usos da lei e os seus diferentes aspectos (cerimonial, civil e moral). Já o Catecismo Maior dá um destaque muito mais enfático à lei. A sua terceira parte (pp. 91-196) aborda o dever do homem em relação a Deus. Nessa seção, mais da metade das perguntas tratam da lei e do Decálogo (pp. 91-148). O mesmo se pode dizer do Breve Catecismo (pp. 39-84, de um total de 107 perguntas).

5. Antinomismo e Legalismo

Calvino e Lutero foram unânimes no seu entendimento dos primeiros dois usos da lei (elênctico, de élenchos = repreensão [ver 2 Tm 3.16], e civil ou político). Todavia, Lutero não ensinou formalmente um terceiro uso da lei. Os dois reformadores concordaram em suas noções sobre a graça, a justificação e a liberdade cristã, bem como em sua oposição contra qualquer forma de justiça pelas obras, por um lado, ou de antinomianismo, por outro lado. A diferença básica entre Lutero e Calvino no tocante à lei é que, para Lutero, a lei geralmente representa algo negativo e hostil; daí o fato de mencioná-la ao lado do pecado, da morte e do diabo. Calvino via a lei primariamente como uma expressão positiva da vontade de Deus, por meio da qual Deus restaura a sua imagem na humanidade e a ordem na criação decaída. Lutero estava consciente do terceiro uso da lei, mas ele não diz que a lei é principalmente um guia e um incentivo para os fiéis. Ele estava pronto a dizer, especialmente no início da década de 1520, que o crente de fato não precisava da lei. Isso explica em parte o fato de que o luteranismo tem tido de resguardar-se contra tentações antinomianas, ao passo que os círculos reformados têm revelado maior tendência de cair no legalismo.

Historicamente, tantos os luteranos como os reformados têm tido dificuldade de manter o correto equilíbrio entre lei e evangelho, o que tem levado ao antinomismo, de um lado, e ao legalismo e moralismo, do outro. O antinomismo acentua de tal modo o fato de o cristão estar livre da condenação da lei a ponto de subestimar a necessidade da confissão diária dos pecados e da busca sincera da santificação. Os católicos romanos com efeito acusaram a Reforma de antinomismo ao afirmarem que a doutrina da justificação pela fé conduziria à frouxidão moral. Já na década de 1530, Lutero expressou a sua preocupação pelo fato de um dos seus seguidores, João Agrícola (c. 1494-1566), ter se tornado antinomista. Lutero o criticou por não acentuar adequadamente a responsabilidade moral dos cristãos.

O perigo maior enfrentado pela Reforma foi o do moralismo e legalismo. Os moralistas ou neonomistas acentuam de tal modo a responsabilidade cristã que a obediência torna-se mais que o fruto ou evidência da fé; antes, ela passa a ser vista como um elemento constitutivo da fé justificadora. O legalismo inevitavelmente ataca a certeza e a alegria cristãs e tende a criar uma piedade egocêntrica, excessivamente introspectiva.

Era Calvino um legalista? Nos seus escritos, em geral não. Como vimos, ele estabeleceu normas para a interpretação da lei. Primeiro, a lei visa não somente a probidade externa, mas a justiça interior e espiritual (Institutas 2.8.6). Segundo, os mandamentos e proibições sempre implicam mais do que as palavras expressam, isto é, a mera obediência formal à lei não é suficiente (Institutas 2.8.8). Deve-se buscar a intenção do legislador; o melhor intérprete da lei é Cristo (Institutas 2.8.7). Terceiro, a dupla divisão da lei em deveres de piedade e deveres de caridade mostra que o temor a Deus é o fundamento da justiça (Institutas 2.8.11). Na sua teologia, a forte insistência de Calvino na justificação somente pela fé contrasta com o espírito legalista. Além disso, ele recusou-se a fazer da disciplina uma prova decisiva da existência da Igreja. Outro ponto significativo é o fato de ele ter colocado a exposição da lei no Livro II das Institutas (soteriologia), e não no Livro III, como parte da seção sobre o arrependimento e a vida cristã. Na discussão da vida cristã ele apela mais à vida e exemplo de Jesus e ao conjunto da teologia cristã como a fonte e o guia dessa vida.

Por outro lado, as Ordenanças Eclesiásticas (1541) criaram um consistório para regular a conduta da comunidade cristã e abriram as portas para o legalismo. Os oficiais de Genebra não hesitaram em forçar as pessoas a irem à igreja. Eles também investigavam e regulavam muitos detalhes da vida diária. Calvino tinha um desejo profundo de que a Igreja abrangesse toda a comunidade. Pelo menos no que diz respeito a Genebra, ele nunca abandonou o ideal medieval do corpus christianum, mas buscou fazer da comunidade de Genebra o verdadeiro corpo de Cristo. Porém, essa preocupação em obter a comunidade ideal pode ter levado o reformador a apelar para métodos legalísticos.

O desafio que se coloca diante de nós é duplo: dar um testemunho persuasivo da autoridade pessoal do Deus vivo sobre cada vida humana, mas ao mesmo tempo não substituir o reino pessoal de Deus por regras meticulosamente formuladas.

A primeira parte desse artigo poderá ser lida por meio desse link aqui:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Referências

Justo L. González, A History of Christian Thought, III:53-55 (Lutero), 78-79 (Zuínglio), 146-49 (Calvino).

T.H.L. Parker, Calvin: An Introduction to his Thought (Louisville: Westminster/John Knox, 1995).

John H. Leith, John Calvin’s Doctrine of the Christian Life (Louisville: Westminster/John Knox, 1989), 45-54.

W.R.G, “Law and Gospel”, em S. B. Ferguson, D.F. Wright e J.I. Packer, eds., New Dictionary of Theology (InterVarsity, 1988), 379s.

I. John Hesselink, “Law”, em Donald K. McKim, ed., Encyclopedia of the Reformed Faith (Westminster/John Knox, 1992), 215-217.

Mauro F. Meister, “Lei e Graça: Uma Visão Reformada”. Fides Reformata IV:2 (Jul-Dez 1999), 45-58.

Timothy George, Theology of the Reformers (Nashville: Broadman, 1988). Um livro que aborda várias dessas questões é A Lei Moral, de Ernest Kevan, da Editora Os Puritanos. Por exemplo, o cap. 12 trata da importante relação entre a lei e o evangelho.   

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

LEMBRANDO OS 498 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE – PARTE 001


OS REFORMADORES E A LEI – VALOR, SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

Alderi Souza de Matos

Introdução

Um elemento que certamente influenciou o pensamento tanto de Lutero quanto de Calvino acerca da lei foram as suas diferentes experiências de vida e de fé. Martinho Lutero (1483-1546) era um monge agostiniano há doze anos quando iniciou a obra da reforma. Até então ele praticara uma espiritualidade ascética, rigorosa, legalista, na tentativa de agradar a Deus e ser aceito por ele. Deus era visto como um ser justiceiro, implacável e irado. A compreensão da verdade bíblica da justificação somente pela fé teve um efeito libertador. Isso talvez explique a atitude um tanto negativa de Lutero em relação à lei.

João Calvino (1509-1564), por outro lado, era um humanista, e não um sacerdote. Ele não teve nenhuma crise espiritual profunda ou experiência dramática de conversão. Na realidade, a única coisa que ele disse certa vez sobre a sua experiência é que ela havia sido uma “conversão repentina”. Por outro lado, durante três anos ele estudou Direito em Orléans e Bourges (1528-31). Mas, certamente, a razão principal do seu interesse pela lei foi a sua profunda consciência da realidade da soberania de Deus, e da sua santa vontade.

1. Lutero e a Lei

A dialética entre lei e evangelho é ponto focal da teologia de Lutero, sem a qual não podemos entender suas idéias acerca de temas como justificação, predestinação e ética. O principal contraste que Lutero vê dentro da Escritura não é entre os dois testamentos, mas entre lei e evangelho. Embora exista mais lei que evangelho no Antigo Testamento e mais evangelho do que lei no Novo Testamento, não se pode simplesmente identificar o Antigo Testamento com a lei, nem o Novo com o evangelho. Ao contrário, o evangelho também está presente no Antigo Testamento, assim como a lei ainda pode ser ouvida no Novo Testamento. Na realidade, a diferença que existe entre lei e evangelho está relacionada com duas funções que a Palavra de Deus exerce no coração do crente, e assim a mesma Palavra pode ser lei ou evangelho, dependendo da maneira como fala ao crente.

A lei é a vontade de Deus, que se manifesta na lei natural, conhecida por todos; nas instituições civis – tais como o estado e a família – que expressam essa lei natural; e na declaração positiva da vontade de Deus na sua revelação. A lei tem duas funções básicas: (a) como lei civil, ela refreia os ímpios e proporciona a ordem necessária tanto para a vida social quanto para a proclamação do evangelho; (b) com lei “teológica”, ela desvenda ao ser humano a enormidade do seu pecado.

É nessa função teológica que a lei é relevante para o entendimento da teologia de Lutero. A lei é a vontade de Deus, mas quando essa lei é contrastada com a realidade humana ele se torna uma palavra de condenação e suscita a ira de Deus. Em si mesma, a lei é boa e agradável; todavia, depois da queda a humanidade ficou incapaz de satisfazer a vontade de Deus, e assim a lei se tornou para nós uma palavra de julgamento e ira. “Assim, a lei revela um duplo mal, um interno e o outro externo. O primeiro, que nós causamos a nós mesmos, é o pecado e a corrupção da natureza; o segundo, que Deus causa, é a ira, a morte e a maldição” (Contra Latomus, 3 – LW 32:224).

Colocando de outra maneira, a lei é o “não” divino pronunciado contra nós e contra toda realização humana. Embora a sua origem seja divina, ela pode ser usada tanto por Deus, conduzindo as pessoas ao evangelho, como pelo diabo, conduzindo-as ao desespero e ódio contra Deus. Isso se aplica não somente ao Antigo Testamento, mas também ao Novo e até mesmo às palavras de Cristo. Isso porque, se as pessoas não receberem o evangelho, as palavras de Cristo permanecem como uma exigência ainda mais rigorosa à torturada consciência humana. Em si mesma, a lei deixa os seres humanos numa situação de desespero e, portanto, torna-os joguetes do diabo. “Em meio à aflição e aos conflitos da consciência, o diabo costuma amedrontar-nos com a Lei e dirigir contra nós a consciência do pecado, nosso passado ímpio, a ira e o juízo de Deus, o inferno e a morte eterna, a fim de que dessa maneira possa levar-nos ao desespero, sujeitar-nos a si mesmo e arrancar-nos de Cristo” (Preleções sobre Gálatas, 1535 – LW 26:10).

No entanto, a lei é também o meio pelo qual Deus nos conduz a Cristo, pois quando ouvimos o “não” de Deus contra nós e contra os nossos esforços, estamos prontos para ouvir o seu amoroso “sim”, que é o evangelho. O evangelho não é uma nova lei, algo que simplesmente esclareça as exigências de Deus quanto a nós; não é um novo meio pelo qual podemos aplacar a ira de Deus. É o “sim” imerecido que em Cristo Deus pronunciou sobre nós. O evangelho liberta-nos da lei, não por capacitar-nos para cumprir a lei, mas ao declará-la cumprida por nós. “O evangelho não proclama nada mais que a salvação pela graça, dada ao homem sem quaisquer obras e méritos” (Sermão, 19-10-1522 – LW 51:112).

E todavia, mesmo dentro do evangelho e após termos ouvido e aceito a palavra de graça da parte de Deus, a lei não é inteiramente posta de lado. Embora justificados, somos ainda pecadores e a palavra de Deus ainda nos mostra a nossa condição. A diferença é que agora não precisamos nos desesperar, pois sabemos que, a despeito da nossa miséria, Deus nos aceita. Assim, podemos verdadeiramente nos arrepender dos nossos pecados sem tentar ocultá-los, quer negando-os ou confiando em nossa própria natureza.

Isso nos leva ao conceito de Lutero sobre a justificação – a imputação da justiça de Cristo. Se a justificação não depende da nossa própria justiça, mas da atribuição da justiça de Deus a nós, o cristão é ao mesmo tempo justo e pecador (“simul justus et peccator”). A justificação não significa que somos tornados perfeitos ou que deixamos de pecar (Romanos 7). Na sua vida terrena, o cristão irá continuar a ser um pecador, mas um pecador justificado e assim libertado da maldição da lei.

Isso não quer dizer que a justificação nada represente para a vida concreta do cristão. Ao contrário, a justificação é também a obra pela qual Deus, além de declarar-nos justos, também nos faz viver de acordo com esse decreto, conduzindo-nos à justiça. Portanto, “um homem que é justificado ainda não é um homem justo, mas está no próprio processo de mover-se em direção à justiça” (Disputa Acerca da Justificação – LW 34:152). Assim é a vida cristã: uma peregrinação da justiça para a justiça; da imputação inicial de justiça por Deus até o tempo em que seremos de fato tornados justos por Deus. Nessa peregrinação, as obras desempenham um papel importante, como um sinal de que a fé verdadeira de fato foi recebida. “Devemos confirmar a nossa posse da fé e do perdão dos pecados mostrando as nossas obras” (O Sermão da Montanha, Mt 6.14-15 – LW 21:149-50).

É nesse ponto que a lei – especialmente o Decálogo e os mandamentos do Novo Testamento – desempenham um novo papel na vida do crente. A sua função civil, que é necessária para a ordem da sociedade, ainda permanece. A sua função “teológica”, que é mostrar o nosso pecado, ainda é necessária, pois o indivíduo justificado ainda é um pecador. Mas, agora, o cristão se relaciona de maneira diferente com esse aspecto da lei. “Porém, agora eu descubro que a Lei é preciosa e boa, que ela me foi dada para a vida, e agora ela é agradável para mim. Antes ela me dizia o que fazer; agora estou começando a moldar-me aos seus apelos, de modo que agora eu louvo, engrandeço e sirvo a Deus. Isso eu faço por meio de Cristo, porque nele creio. O Espírito Santo entra em meu coração e gera em mim um espírito que se compraz nas suas palavras e obras, mesmo quando ele me repreende e me sujeita à cruz e à tentação” (Sermões sobre o Evangelho de João – LW 22:144).

Assim, agora a lei tem uma função diferente, pois ela ao mesmo tempo repreende os pecadores que os cristãos ainda são e mostra-lhes o caminho a seguir no seu desejo de fazer o que é agradável a Deus. A razão que levou Lutero a insistir nesse uso da lei foi a afirmação feita por alguns entusiastas de que, como tinham o Espírito, eles não mais estavam sujeitos aos preceitos da lei. Lutero percebeu as consequências caóticas que resultariam de tal asserção e por isso a corrigiu dizendo que, embora o cristão não mais esteja sujeito à maldição da lei, a lei ainda é uma expressão boa e adequada da vontade de Deus. Isso diz respeito às leis morais expressas em ambos os testamentos, as quais se harmonizam com a lei natural e o princípio do amor, que é supremo no Novo Testamento.

2. Zuínglio e a Lei

Como resultado de seu enfoque diferente da teologia, o entendimento de Ulrico Zuínglio (1484-1531) acerca da lei e do evangelho não é o mesmo que o de Lutero. A sua resposta à questão da maneira pela qual a lei foi abolida, e do modo pelo qual ela ainda é válida, é muito mais simples que a de Lutero, carecendo da profundidade das idéias do reformador alemão. Zuínglio começa fazendo uma distinção entre três tipos de leis: a lei eterna de Deus, conforme expressa nos mandamentos morais; as leis cerimoniais e as leis civis. As duas últimas não se relacionam com essa questão, pois se referem à pessoa exterior, mas a questão de pecado e justiça tem a ver com a pessoa interior. Portanto, somente as leis morais do Antigo Testamento devem ser consideradas e elas de modo algum foram abolidas.

As leis civis dizem respeito a situações humanas particulares. As leis cerimoniais foram dadas para a época anterior a Cristo. Mas a lei moral expressa a eterna vontade de Deus e, portanto, não pode ser abolida. O que aconteceu no Novo Testamento é que a lei moral foi sintetizada no mandamento do amor. O evangelho e a lei são essencialmente a mesma coisa. Portanto, aqueles que servem a Cristo estão presos à lei do amor, que é a mesma que a lei moral do Antigo Testamento e a lei natural escrita em todos os corações. Assim, o primeiro ponto, no qual Zuínglio difere de Lutero nessa questão, é a sua afirmação de que a lei permanece e de que o evangelho de modo algum a contradiz.

O segundo ponto de divergência entre os dois reformadores com referência à lei tem a ver com a sua avaliação da mesma. Zuínglio não passou pela experiência de sentir-se condenado pela lei, que foi tão decisiva para Lutero. Portanto, ele não pode aceitar a afirmação de Lutero de que a lei é terrível e que a sua função é pronunciar sobre nós a palavra de juízo de Deus. É clara a referência a Lutero quando Zuínglio afirma: “Em nossa época algumas pessoas de grande importância, como elas imaginam, têm falado sem a necessária circunspecção acerca da lei dizendo que a mesma serve somente para aterrorizar, condenar e entregar ao tormento. Na realidade, a lei não faz nada disso, mas, ao contrário, apresenta a vontade e a natureza da Divindade” (Sermão, 20-08-1530 – Lat. Zwingli 2:166).

Disso resulta o entendimento de Zuínglio acerca do evangelho, que é semelhante em muitos aspectos e diferente em muitos aspectos do de Lutero. Como Lutero, Zuínglio crê que o evangelho representa as boas novas de que os pecados são remidos em nome de Cristo. Como o reformador alemão, ele afirma que esse perdão somente pode ser recebido quando a pessoa está consciente da sua própria miséria – embora ele atribua essa função ao Espírito antes que à lei. Ele afirma: “Seria ridículo se Aquele diante de quem está presente tudo o que jamais haverá, tivesse determinado libertar o homem a um tão grande preço e, no entanto, tivesse decidido permitir-lhe, imediatamente após a sua libertação, chafurdar nos seus velhos pecados. Portanto, ele proclama, desde o início, que a nossa vida e o nosso caráter devem ser transformados” (Sobre a Verdadeira e a Falsa Religião – Lat. Zwingli 3:119).

Portanto, em última análise, lei e evangelho são praticamente a mesma coisa. Isso resulta logicamente do entendimento de Zuínglio acerca da providência e da predestinação divinas. A vontade de Deus é sempre a mesma e foi revelada na lei. Assim, a função do evangelho é libertar-nos das consequências de nossa transgressão da lei e capacitar-nos a obedecê-la.

A segunda parte desse artigo poderá ser lida por meio desse link aqui:



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Alexandros Meimaridis

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PECADOS QUE PODEM NOS DESTRUIR POR COMPLETO – PARTE 005 — A AMARGURA

Essa é uma série na qual pretendemos, dentro do possível, discutir alguns dos mais insidiosos pecados que ameaçam nossas almas. Trata-se de ações ou reações que caracterizam um coração perverso diante de Deus, algo com o que muitos personagens bíblicos tiveram que lutar, mas que pela graça de Deus conseguiram vencer. Nós também, como seres humanos iguais a eles estamos sujeitos a enfrentar esses mesmos pecados e temos que entender como essas situações funcionam, para poder lançar mão da graça de Deus e vencer as mesmas. A QUARTA questão que devemos analisar é:

5. Amargura —

A amargura é um sentimento poderoso. É tão poderoso que pode sair de uma pessoa amargurada e se instalar em outras pessoas, como um vírus ou uma bactéria. A amargura pode ser letal para sua vida cristã:

Hebreus 12:14—15

14 Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,

15 atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.

A amargura surge em nossos corações todas as vezes que passamos a abrigar nos mesmos o ranço, um espírito inclemente ou um espírito de vingança, contra qualquer pessoas por causa de uma ofensa que nos foi feita, ou atá mesmo que imaginamos que nos foi feita.

A parábola dos dois devedores de Lucas 7:36—50 deve nos ajudar a entender bem tudo o que estamos querendo dizer:

Lucas 7:36—50

36 Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa.

37 E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;

38 e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento.

39 Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.

40 Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre.

41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta.

42 Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?

43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.

44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.

45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.

46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés.

47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.

48 Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados — comparar com Hebreus 9:12.

49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?

50 Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.

Simão, o fariseu, convidou a Jesus para almoçar em sua casa, depois da reunião no sábado pela manhã numa sinagoga qualquer. Mas como a história deixa claro, seu gesto não foi porque ele amava o Senhor Jesus. É possível que ele quisesse se aproveitar da fama de Jesus e depois poder se gabar que o Mestre da Galileia havia almoçado em sua casa. Ou então, sendo um fariseu, quisesse usar aquela oportunidade para conseguir algum motivo justificável pelo qual ele pudesse denunciar a Jesus para as autoridades em Jerusalém. 

Independentemente quais fossem suas intenções, o fato é que as mesmas foram completamente frustradas por uma prostituta e pelo magnânimo perdão que o Senhor tem para oferecer aos pecadores ou para todos aqueles que o ofendem profundamente com seus comportamentos desagradáveis. Essa condição enfrentada por Simão deve nos servir de advertência contra alimentarmos qualquer sentimento perverso e pecaminoso de amargura, e um espírito inclemente contra quem quer que seja. 

Quando somos ofendidos, em vez de ficar ofendidos devemos entregar tudo nas mãos de Deus porque ele tem prometido o seguinte: 

Romanos 12:19

Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 

Sabe porque o Senhor nos faz esse tipo de promessa? Porque Ele realmente não deseja que nenhum de nós se deixe contaminar por qualquer raiz de amargura. Todos os que insistem em manter uma atitude rancorosa, um espírito inclemente ou um espírito não perdoador serão culpados diante do Senhor, por não confiarem em sua promessa tão clara e tão explícita: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei. Como prova de que não abrigamos nenhuma dessas características pecaminosas é que somos desafiados a tratar bem nossos inimigos e não deixar que o mal nos vença, mas que vençamos o mal pela prática do bem —

Romanos 12:20—21

20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.

21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

Outro mandamento semelhante a esse que acabamos de ver, pode ser encontrado na seguinte passagem:

Êxodo 23:4—5

4 Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo ou o seu jumento, lho reconduzirás.

5 Se vires prostrado debaixo da sua carga o jumento daquele que te aborrece, não o abandonarás, mas ajudá-lo-ás a erguê-lo.

Todavia, nesse processo todo — de se pagar com o bem, o mal recebido — é importante destacarmos que Deus não espera que nenhum de nós consideremos o mal que nos foi feito como se não tivesse acontecido. O que Deus deseja é que não nos deixemos contaminar pelo mal que nos fizeram, permitindo que brote qualquer raiz de amargura, ou pior ainda, que possamos agir com o intuito de nos vingar a nós mesmos. Essas coisas Deus não deseja ver em nossas vidas. Por outro lado, nunca devemos deixar de chamar o mal pelo seu nome apropriado: “MAL” — 

Gênesis 4:23

E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. 

Romanos 12:19—21

19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.

20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.

21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. 

E mais... 

Isaías 5:20

Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! 

O que o Senhor espera de nós é que possamos perdoar o malfeitor e transferir para o próprio Deus a responsabilidade de tratar o malfeitor com toda justiça, como apenas o próprio Deus pode fazer. Enquanto isso, nós devemos aprender e ser bondosos com todos os nossos inimigos, conforme o próprio Jesus nos ensinou a orar em — 

Mateus 6:12

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores. 

E mais ainda — 

Mateus 6:14—15

14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;

15 se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

Quando tentamos nos vingar de qualquer mal que nos foi feito estamos, de fato, dizendo para Deus que ele é um mentiroso, quando afirma que Ele mesmo retribuirá o mal que foi feito. E quem chama Deus de mentiroso não pode esperar ser beneficiado pela obra redentora de Jesus sobre a cruz do Calvário. 

Concluindo, precisamos nos empenhar amparados pela graça de Deus e o poder do Seu Espírito Santo, no sentido de não nos deixarmos vencer pelo mal, permitindo o surgimento de raízes de amargura de qualquer natureza em nossos corações, e muito menos alimentarmos um espírito implacável e não perdoador. Devemos buscar a ajuda de Deus, suplicando por Sua graça até que toda amargura e espírito implacável sejam colocados sob o poder do Espírito Santo e sejamos verdadeiramente livres para confiar plenamente em Deus e suas promessas e severas admoestações, como as que vimos nessa estudo. Para terminar podemos fazer uma reflexão final no texto de — 

2 Coríntios 10:4—5

4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas

5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.



OUTROS ARTIGOS DE PECADOS QUE PODEM DESTRUIR NOSSAS ALMAS
Estudo 001 — A FALSA CULPA

Estudo 002 — A ANSIEDADE

Estudo 003 — O REMORSO

Estudo 004 — A AMBIÇÃO

Estudo 005 — A AMARGURA

Estudo 006 — A INVEJA E O CIÚME

Estudo 007 — A IMPACIÊNCIA — PARTE 001

Estudo 007 — A IMPACIÊNCIA — PARTE 002

Estudo 007 — A IMPACIÊNCIA — PARTE 003

Estudo 007 — A IMPACIÊNCIA — PARTE 004 – FINAL

Estudo 008 — APATIA E DESÂNIMO — PARTE 001

Estudo 008 — APATIA E DESÂNIMO — PARTE 002

Estudo 008 — APATIA E DESÂNIMO — PARTE 003

Estudo 008 — APATIA E DESÂNIMO — PARTE 004

Estudo 009 — A AUTOADULAÇÃO — PARTE 001

Estudo 009 — A AUTOADULAÇÃO — PARTE 002

Estudo 010 — DESEJOS INDULGENTES OU PECAMINOSOS
Que Deus nos abençoe a todos.   

Alexandros Meimaridis 

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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

MALUQUICES EVANGÉLICAS ASSASSINAS



Deborah Leonard e Bruce Leonard em fotos cedidas pelo Departamento de Polícia de New Hartford, NY (Foto: New Hartford Police Department via AP)

O artigo abaixo foi publicado pelo site G1 em São Paulo

Jovem de 19 anos é morto por espancamento em igreja nos EUA
Irmão de 17 anos está hospitalizado em estado grave; seis foram presos.
Jovens teriam sido agredidos pelos pais em ‘sessão de aconselhamento’.

Do G1, em São Paulo

A polícia de New Hartford, no estado de NY, investiga a morte de um jovem de 19 anos dentro de uma igreja, em uma suposta sessão de espancamento da qual participaram seus próprios pais e uma meio-irmã. Lucas Leonard foi encontrado ainda vivo, mas morreu no hospital. O irmão dele, Christopher, de 17 anos, também foi agredido e está internado em estado grave.

Bruce e Deborah Leonard foram indiciados por homicídio em primeiro grau, e outros quatro membros da Word of Life Church também são acusados de participação no crime: Sarah Ferguson, de 33 anos e meio-irmã das vítimas, Linda Morey, de 54 anos, Joseph Irwin, de 26 anos, e David Morey, também de 26 anos. Os seis estão sob custódia.

A partir da esquerda, Sarah Ferguson, Linda Morey, Joseph Irwin e David Morey se apresentam perante o juiz Bill M. Virkler após serem indiciados por agressão de segundo grau contra Christopher Leonard, em New Hartford, NY (Foto: Mark DiOrio/Observer-Dispatch via AP)

A partir da esquerda, Sarah Ferguson, Linda Morey, Joseph Irwin e David Morey se apresentam perante o juiz Bill M. Virkler após serem indiciados por agressão de segundo grau contra Christopher Leonard, em New Hartford, NY (Foto: Mark DiOrio/Observer-Dispatch via AP)

De acordo com a agência AP, o chefe de polícia de New Hartford, Michael Inserra, afirma que o espancamento durou horas e foi parte de uma “sessão de aconselhamento” realizada na segunda-feira (12), na qual os jovens eram instados a confessar seus pecados e pedir perdão.

Investigadores disseram ainda que Christopher estava escondido no segundo andar do prédio e demorou a ser encontrado. O jovem acabou saindo do lugar onde estava por conta própria e recebeu atendimento médico.

Vizinhos da família, ouvidos pela AP, dizem que os Leonard são pessoas extremamente religiosas e que os jovens recebiam uma educação rígida. Nicole Howard, de 31 anos, mora na mesma rua desde criança e diz que Lucas e Christopher não tinham autorização para fazer coisas “normais” de adolescentes, como dormir na casa de amigos. Eles também seriam obrigados a lerem a Bíblia diariamente, por um período de duas horas.

Outro vizinho, Jim Constantine, disse que costumava contratar Lucas para cuidar de seu cachorro, e que soube da morte do jovem quando foi a casa dele pagar por seus serviços. Segundo ele, toda a vizinhança está em choque com o crime.

A fachada da The Word of Life Christian Church, em New Hartford, NY, onde Lucas Leonard morreu e Christopher Leonard ficou gravemente ferido  (Foto: Mark DiOrio/Observer-Dispatch via AP)
A fachada da The Word of Life Christian Church, em New Hartford, NY, onde Lucas Leonard morreu e Christopher Leonard ficou gravemente ferido  (Foto: Mark DiOrio/Observer-Dispatch via AP)

O artigo original poderá ser visto por meio do link abaixo:


Que Deus tenha misericórdia de todos.

Alexandros Meimaridis.

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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 007— CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006



ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.

CONTINUAÇÃO

2. Abordar Paulo como um teólogo nos ajuda a definir melhor o problema da interpretação da teologia paulina. Desde o início, a Igreja Cristã teve dificuldades com os escritos de Paulo, conforme atestado pelo próprio apóstolo Pedro —

2 Pedro 3:15—16

15 e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada,

16 ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.

Pedro admite que nos escritos de Paulo há certas coisas difíceis de entender e com isso ele faz referência para as consequências desastrosas que resultam do mau uso daquilo que Paulo escreveu em certos lugares. Mas Pedro deixa claro que a dificuldade e a deturpação não estão restritas aos escritos paulinos, mas se estendem a todo corpo das Escrituras. Todavia, essa afirmação de Pedro, atesta a antiguidade do problema relacionado com a interpretação paulina. Podemos até dizer que a afirmação de Pedro dá a essa questão verdadeiras dimensões canônicas.  

A história da interpretação paulina tem sido caracterizada por um excesso de capacidade de invenções, por um lado, e, uma escassez de profundidade, pelo outro. Tal tipo de interpretação tende mais a realizar explorações distantes daquilo que Paulo escreveu, em vez de decidir aprofundar o conhecimento sobre seus escritos. É bastante raro descobrirmos que alguém, realmente, tenha aprofundado a discussão em si. Todavia, não é apenas a grande variedade de defeitos da parte dos intérpretes que geralmente impede o aprofundamento das questões que dizem respeito à nossa compreensão de Paulo. Mas aqui, estamos diante do próprio problema que envolve a interpretação paulina.

A verdadeira dificuldade para a interpretação encontra-se no fato que nos escritos paulinos descobrimos um pensador dotado de imensa genialidade construtiva e com uma tendência dogmática. Mas isso só acontece quando ele direciona seu interesse para situações específicas e questões nas quais ele se expressa de forma pouco corriqueira. Em resumo, o verdadeiro problema na compreensão do apóstolo Paulo é que ele é, como um teólogo, um pensador cuidadoso e sistemático, acessível apenas por meio de cartas pastorais e suas mensagens pregadas. Deve ficar claro que seus escritos não se tratam de tratados teológicos. Mas por outro lado, os mesmos também não são apenas uma variedade de formulações ad hoc não relacionadas, nem mesmo uma multiplicação de conceitos agrupados de forma não sistemática. Seus manuscritos refletem uma estrutura clara de pensamentos.       

As epístolas paulinas podem ser comparadas, de modo apropriado, a uma porção visível dum iceberg. O que se encontra acima da linha da água é apenas uma pequena porção de tudo que se encontra submerso. A verdadeira proporção de tudo está escondida abaixo da superfície. Os contornos daquilo que pode ser visto, num primeiro momento, podem se provar muito enganosos. Colocado de forma menos pictórica, tal concepção ou linha de pensamento, tendo relativamente pouco suporte textual explícito, numa reflexão, pode provar-se como tendo o significado constitutivo mais básico. Essa situação torna a interpretação de Paulo, especialmente quando tentamos alcançar uma compreensão abrangente, uma missão extremamente difícil e bastante precária.     

CONTINUA      

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA SOTERIOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002



A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 015 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 003

Que Deus Abençoe a Todos.

Alexandros Meimaridis

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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

HALLOWEEN: ENTENDA AS ORIGENS DESTA FESTA PAGÃ


O material abaixo foi publicado em forma de folheto por Literatura Monte Sião do Brasil - www.LMSdobrasil.com.br - e é de autoria de Roger Berry


Crianças sorridentes fantasiadas de bruxas, duendes, caveiras, vampiros e outras criaturas assustadoras se espalham pela vizinhança. Elas batem à porta, repetindo: “doces ou travessuras!”, e carregam sacolas para colocarem o dinheiro, doces, chicletes e outras guloseimas.

“O Halloween é para as crianças”, dizem as pessoas. Os adolescentes penduram papel higiênico nas árvores no quintal dos vizinhos. Outros derramam tinta sobre os carros e fazem diversos tipos de “travessuras” destrutivas. “O Halloween é para animar as crianças”, afirmam.

Um grupo de adoradores de Satanás, vestidos com roupas esquisitas e que afirmam serem druidas se encontra em um parque da cidade para celebrar seu principal feriado: o Halloween. Um bando de bruxas se reúne em uma floresta próxima à cidade. O Halloween é seu principal feriado; uma noite de feitiçaria e súplicas às forças malignas.

Estas são algumas das diversas faces do Halloween. Esta é realmente uma brincadeira inocente? Onde se originou este feriado? Por que as pessoas ainda o comemoram nos dias de hoje?

Origens do Halloween

Os historiadores traçam a origem do Halloween e de muitos de seus costumes às sociedades celtas pré-cristãs da Grã-Bretanha, Irlanda e França. Os líderes religiosos celtas, chamados druidas, buscavam sabedoria por meio de sinais e adivinhações. Os celtas adoravam a natureza e ao deus Samhain, o senhor da morte e o príncipe das trevas. Eles acreditavam que Samhain controlava o frio e a escuridão durante todo o inverno.
O ano novo celta começava no primeiro dia de novembro e era celebrado em homenagem a Samhain. Os druidas acreditavam que o espírito de todos que haviam morrido no ano anterior perambulavam pela terra durante a festa de Samhain. Eles lhe ofereciam sacrifícios, faziam fogueiras para espantar os espíritos maus e consultavam os poderes das trevas para prever o futuro.

Às vezes os druidas ofereciam sacrifícios humanos na tentativa de agradar aos seus deuses. Muitos dos costumes do Halloween envolvem fogo, adivinhações e fantasmas. A boa sorte também está relacionada às crenças celtas.

Outro costume antigo do Halloween é fazer o jack-o’-lantern. Diz a lenda irlandesa que certo homem chamado Jack era extremamente ganancioso para entrar no céu e não poderia ir para o inferno porque tinha enganado o diabo, o qual jogou uma brasa no nabo que Jack estava comendo. O nabo incandescente iluminou o caminho de Jack enquanto caminhava, sem rumo, pela terra em busca de um cemitério para descansar até o dia do juízo.

As pessoas começaram a colocar velas dentro de nabos para relembrar o pobre Jack. Nos Estados Unidos, a abóbora nativa substituiu o legume original.

No Halloween, os antigos celtas ofereciam alimentos para apaziguar os espíritos dos mortos. Tempos depois, os irlandeses deram início ao costume de ir de casa em casa pedindo alimento e aprontar uma travessura para quem não lhes atendesse.

Os druidas acreditavam que os gatos eram sagrados. Durante a Idade Média, as pessoas associavam gatos pretos a bruxas, que os tinham como mascotes. Elas consultavam os espíritos de feitiçaria que, supostamente, viviam nesses animais. As bruxas consideravam o Halloween como o dia especial delas, por isso bruxas e gatos pretos são os símbolos dessa festa.
No fim do século 8, a Igreja Católica Romana  tentou converter a Europa ao cristianismo, chegando a exigir, em alguns casos, que as pessoas se tornassem “cristãs”. No entanto, muitas delas não abandonaram as práticas antigas. A igreja estabeleceu o dia primeiro de novembro como sendo o Dia de Todos os Santos, com o intuito de recordar todos os santos. Os descendentes celtas comemoravam o Dia de Todos os Santos, mas, na noite anterior praticavam muitos de seus costumes pagãos. A missa que os padres celebravam nesse dia chamava-se Allhallowmas.

A noite anterior ficou conhecida como All Hallow E’en, isto é, Halloween. Decretar um feriado religioso não alterou a natureza dos costumes pagãos celtas. Diferente de muitos outros feriados, como o de Ações de Graça e o Natal, o Halloween não teve sua origem no cristianismo. Sem dúvida nenhuma, o Halloween é pagão na origem, nos símbolos e na forma como as pessoas o comemoram.

O que a Bíblia diz?

Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento proíbe explicitamente, o povo de Deus de se envolver com bruxaria, espiritismo e demônios. Preste atenção às proibições do Antigo Testamento:

Deuteronômio 18:9—13

• Não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações [os gentios].

• Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha [sacrifício do filho, expondo as crianças à adoração dos gentios, ao demônio e ao oculto].

• Nem adivinhador [quem aprofunda-se na adivinhação ou previsão do futuro].

• Nem prognosticador [quem interpreta as adivinhações ou prevê o futuro pela
astrologia].

• Nem agoureiro [aquele que faz encantos ou pratica artes mágicas].

• Nem feiticeiro [quem pratica bruxaria].

• Nem encantador [quem faz encantamentos].

• Nem quem consulte a um espírito adivinhador [médium, pessoa que consulta os demônios ou espíritos malignos em busca de orientação].

• Nem mágico [aquele que busca conhecimento do mundo oculto].

• Nem quem consulte os mortos [aquele que invoca e consulta os mortos buscando
orientação e conhecimento secreto]. 

A comemoração do Halloween focada nos mortos, bruxas, sorte e previsão do futuro acaba sendo a prática de tudo aquilo que as Escrituras proíbem. Na melhor das hipóteses, as “inocentes” práticas do Halloween enfraquecem as pessoas frente ao oculto e, na pior das hipóteses, elas invocam o demônio abertamente.

O Novo Testamento condena a bruxaria como sendo uma das obras da carne que Deus julgará.

Gálatas 5:19—21

Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.

No Livro de Atos, a conversão dos gentios trouxe convicção sobre eles e as práticas ocultas. Os novos cristãos não queriam ter qualquer relação com as práticas das quais Deus já os libertou.

Atos 19:18—20

E muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. Também muitos dos que seguiam artes mágicas rouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata. Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.

Como Deus pode abençoar os cristãos que continuam praticando os costumes pagãos da sociedade?

A resposta do cristão

Sem dúvida, os cristãos que acreditam na Bíblia não querem se envolver com práticas ocultas nem adorar a Satanás. Contudo, muitos cristãos, inconscientemente, fantasiam seus filhos de bruxas, fantasmas, ou até mesmo de diabinhos, e os levam para a “brincadeira” do “doces ou travessuras”. Como tantas igrejas fazem festas de Halloween? Como costumes cristãos e pagãos podem se misturar deste jeito?

Há quem diga: “Mas, não adoramos a Samhain ou aos demônios no Haloween; não acreditamos mais em bruxas. Essas coisas não têm o mesmo significado de antigamente. Agora, o Halloween é apenas uma brincadeira inocente para as crianças”.

Por outro lado, algum cristão zeloso é capaz de apresentar nas Escrituras um motivo apenas para se comemorar um feriado tão arraigado no paganismo e na bruxaria? Com o ressurgimento atual da bruxaria e da adoração a Satanás, as quais declaram explicitamente o Halloween como sendo o feriado deles, como os cristãos podem comemorá-lo ainda que por simples diversão?

Efésios 5:8–11

Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade); aprovando o que é agradável ao Senhor. E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.

Roger Berry

Impresso no Brasil com permissão de Christian Light Publications, Inc.

Que Deus ilumine a todos e nos afaste de tais práticas pagãs.

Alexandros Meimaridis

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