Foto de John Stott, um homem que personificou a dependência total de Deus
Esse artigo é parte da série "Exposição do Salmo
119" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os
aspectos das verdades contidas nesse Salmo, com aplicações para os nossos dias.
No final do artigo você encontrará um link para o estudo posterior
E. Exposição do Salmo 119:33—40 — O Salmista confessa sua
total dependência de Deus com relação à leitura, meditação, compreensão e
prática da Palavra de Deus no dia a dia.
I. Introdução
A quinta divisão de oito versículos do
Salmo 119 inicia com a letra ה – Rê que significa “casa”. Esta letra é
também usada para indicar o numeral 5. Normalmente é transliterada como a letra
“h” em português.
II. Na divisão anterior vimos como o
Salmista sabia que precisava depender de Deus para cumprir as decisões que
havia tomado – ver Salmos 119:27, 29.
III. Nesta nova divisão o Salmista vai demonstrar
sua total dependência de Deus no que diz respeito à sua, do Salmista, relação
com a palavra de Deus. A palavra de Deus, a Bíblia, não é como nenhum outro
livro. Ela é uma palavra viva e eficaz — Hebreus 4:12. O Senhor Jesus disse: O
espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos
tenho dito são espírito e são vida — João 6:63. Por este motivo, precisamos e
muito, depender da força de Deus se vamos interagir com a palavra de Deus de
maneira proveitosa no dia a dia. Vejamos os pedidos que o Salmista faz a Deus
a. Verso 33 – O Salmista pede para ser ensinado.
Este pedido se repete 15 vezes no livro dos Salmos. Dessas, oito vezes somente
no Salmo 119. Cada um destes versos apresenta um aspecto da pessoa ou da obra
de Deus neste mundo, que justificam o desejo do Salmista de ser ensinado. Eis
algumas destas verdades:
- Salmos 119:64 — A terra está cheia da bondade do Senhor!
- Salmos 119:68 — Deus é bom e faz o bem!
- Salmos 119:124 — O Salmista pede para ser tratado segundo a misericórdia do Senhor!
- Salmos 119:135 — Resplandeça o rosto do Senhor sobre o povo de Deus – ver Levítico 6:22—27.
- O mesmo desejo precisa estar presente em nossas vidas, pois Jesus disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus - Mateus 18:3.
- Quando Deus nos ensina Ele nos capacita a guardarmos seus mandamentos até o fim.
b. Verso 34 – Neste verso o Salmista pede que Deus
lhe dê pleno entendimento da Sua Palavra. Muitas vezes queremos entender os
mandamentos do Senhor apenas para descobrir alguma forma de escaparmos da
obrigação de obedecê-los. Nos dias do Senhor Jesus, os judeus haviam
pervertido, em muitos casos, a obediência aos mandamentos de Deus, porque
desejavam seguir seus próprios corações — ver Marcos 7:9—13 O desejo do
Salmista ao contrário, era: Dá-me entendimento e guardarei a tua lei; de todo o coração
a cumprirei.
c. Verso 35 – O salmista pede para Deus guiá-lo. A
direção de Deus é garantia que não iremos desobedecer a Deus seja por
ignorância, seja por negligência da nossa parte. O Salmo 1 descreve o homem
bem-aventurado como aquele que:
1. Não anda no conselho dos ímpios.
2. Não se detém no caminho dos
pecadores.
3. Nem se assenta na roda dos
escarnecedores
4. Antes seu prazer está na Lei do
Senhor.
5. E na sua lei medita de dia e de
noite.
d. Verso 36 – O Salmista reconhece que a
inclinação apropriada do coração só é possível com a ação de Deus. Muito mais
que uma inclinação, hoje somos habitados pelo Espírito Santo de Deus que tem
gravado os mandamentos de Deus sobre nossos corações – ver Jeremias 31:33 e
Hebreus 8:10 e 10:16. O Salmista pede também que Deus não permita que seu
coração se incline para a cobiça representada pelos bens materiais. Veja a
declaração do Salmista no verso 72.
e. Verso 37 – Existe muita sedução neste mundo.
Existe muito fascínio neste mundo. O Salmista sabe que estas coisas não passam
de vaidade. É como correr atrás do vento. Vejamos o testemunho de alguém que
conquistou tudo o que é possível conquistar nesta vida:
Eclesiastes 2:1—11
1 Disse comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a
felicidade; mas também isso era vaidade.
2 Do riso disse: é loucura; e da alegria: de que serve?
3 Resolvi no meu coração dar-me ao vinho, regendo-me, contudo,
pela sabedoria, e entregar-me à loucura, até ver o que melhor seria que
fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias da sua
vida.
4 Empreendi grandes obras; edifiquei para mim casas; plantei para
mim vinhas.
5 Fiz jardins e pomares para mim e nestes plantei árvores
frutíferas de toda espécie.
6 Fiz para mim açudes, para regar com eles o bosque em que
reverdeciam as árvores.
7 Comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa; também
possuí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram
em Jerusalém.
8 Amontoei também para mim prata e ouro e tesouros de reis e de
províncias; provi-me de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos
homens: mulheres e mulheres.
9 Engrandeci-me e sobrepujei a todos os que viveram antes de mim
em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.
10 Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei
o coração de alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadigas, e
isso era a recompensa de todas elas.
11 Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como
também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade
e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol.
Agora podemos entender porque o
Salmista pede a Deus que o proteja de contemplar a vaidade! A posse de bens
materiais não produz nem paz, nem alegria que sejam duradouras. Mas a presença
de Deus e a palavra de Deus têm poder para nos vivificar. Abramos nossos
corações para Deus. Deixemos Deus nos inundar com Sua palavra e com Sua
presença.
f. Verso 38 – Neste verso o Salmista pede que Deus
confirme uma promessa feita. Que promessa seria esta? A Bíblia está cheia de
promessas. De fato o apóstolo Pedro fala o seguinte:
2 Pedro 1:3—4
Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas
que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos
chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as
suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis
co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que
há no mundo.
- Mas
acerca de qual das promessas exatamente o Salmista está se referindo? A
linguagem do verso 38 não deixa dúvidas de que ele está se referindo a uma
promessa específica. E esta promessa é uma promessa que está diretamente
atrelada ao temor do Senhor. O verso 4 do Salmo 130 pode nos ajudar a
entender melhor a que promessa o Salmista estava se referindo. Sim, a promessa a que o Salmista está se
referido é relativa ao perdão de Deus! O perdão de Deus nos é
concedido gratuitamente, com o uso de formas verbais superlativas, como
pode ser facilmente demonstrado pelos versos a seguir: Salmos 25:7; 51:9; 79:9; 85:2; 103:10; Isaías 1:18;
38:17; 43:25; 44:22; Jeremias 31:34; Miquéias 7:19; Hebreus 8:12; 10:17; 1
João 2:12.
O PERDÃO DE DEUS
Os Pedidos do Povo de Deus
Salmos 25:7 - Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das
minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a tua misericórdia, por causa
da tua bondade, ó SENHOR.
Salmos 51:9 - Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as
minhas iniquidades.
Salmos 79:9 - Assiste-nos, ó Deus e Salvador nosso, pela glória do
teu nome; livra-nos e perdoa-nos os pecados, por amor do teu nome.
O Que Deus Faz
Salmos 85:2 - Perdoaste a iniquidade de teu povo, encobriste os
seus pecados todos.
Salmos 103:10 - Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos
retribui consoante as nossas iniquidades.
O Que Deus Tem Prometido – Note bem os superlativos
utilizados!
Isaías 1:18 - Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que
os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve;
ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.
Isaías 38:17 - Eis que foi para minha paz que tive eu grande
amargura; tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção,
porque lançaste para trás de ti todos os meus pecados.
Isaías 43:25 - Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões
por amor de mim e dos teus pecados não me lembro.
Isaías 44:22 - Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os
teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi.
Jeremias 31:34 - Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem
cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão,
desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas
iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.
Miquéias 7:19 - Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as
nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.
Hebreus
8:12 - Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus
pecados jamais me lembrarei.
Hebreus
10:17 - Acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das
suas iniquidades, para sempre.
Uma Última Palavra
1
João 2:12 - Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados,
por causa do seu nome.
g. Verso 39 – O Salmista pede que Deus o proteja
da única coisa que ele realmente teme e que é ser desobediente aos mandamentos
do Senhor. O Salmista via a desobediência aos mandamentos de Deus, aos quais
ele se refere como “sendo bons”, como um verdadeiro opróbrio, ou seja, como
algo do que se envergonhar. O Salmista repete a idéia apresentada no verso 31
deste mesmo salmo.
h. Verso 40 – O Salmista suspirava pelos
mandamentos do Senhor. De vez em quando aparecem pessoas assim. Pessoas que se
deixam consumir pelo desejo de ver a palavra de Deus sendo praticada. Jesus
disse: Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque serão fartos - Mateus 5:6. Nada poderia descrever
melhor nossos desejos por algo do que as expressões ter fome e ter sede!
Conclusão:
Todos nós concordamos que o ideal mesmo
seria se todo mundo fosse obediente aos mandamentos do Senhor. Certo? Então que
tal começarmos por mim e por cada um de vocês. Façamos nossas as petições do
Salmista nesses 8 versos e vejamos a diferença que este tipo de oração pode
fazer em todas nossas vidas.
OUTROS ESTUDOS NA SÉRIE DO SALMO 119
001 — Estudo Introdutório — A Excelência da Palavra de Deus =
002 — Salmos 119:1—8 — Os Bem Aventurados =
003 — Salmos 119:9—16 — A Importância da Palavra de Deus para os Jovens
004 — Salmos 119:17—24 — A Importância da Palavra de Deus para os Seus Servos
005 — Salmos 119:25—32 — A Confiança do Salmista em Deus e em Sua Palavra
006 — Salmos 119:33—40 — Completa Dependência de Deus e Sua palavra
007 — Salmos 119:41—48 — Servindo Deus Nos Termos de Deus
008 — Salmos 119:49—56 — Encontrando Conforto na Palavra de Deus de Deus
009 — Salmos 119:57—64 — Encontrando Plena Satisfação Apenas em Deus
010 — Salmos 119:65—72 — A Bondade de Deus
011 — Salmos 119:73—80 — A Experiência Pessoal do Salmista com a Palavra de Deus
012 — Salmos 119:81—88 — A esperança baseada em Deus e na Palavra de Deus, nas horas de maior angústia
013 — Salmos 119:89—96 — A Fidelidade de Deus Manifestada em Sua Palavra e Por Meio da Criação
014 — Salmos 119:97—104 — Os inúmeros benefícios derivados da leitura e do estudo da Palavra de Deus.
015 — Salmos 119:105—112 — O apego do Salmista a Deus e à Sua Palavra diante das dificuldades da vida.
016 — Salmos 119:113—120 — O Salmista e a Vida íntegra Diante de Deus.
017 — Salmos 119:121—128 — O Salmista e sua Luta por Justiça com o reconhecimento implícito de que Deus é o único, verdadeiro e definitivo Juiz dos seres humanos.
018 — Salmos 119:129—136 — O Salmista reconhece excelência da Palavra de Deus, ao mesmo tempo em que deplora o fato de que “os homens não guardam a Tua Lei”
019 — Salmos 119:137—144 — Deus, Sua Justiça, Sua Palavra e o Salmista
020 — Salmos 119:145—153 — Uma Lição Objetiva Acerca do Ato de Orar
021 — Salmos 119:153—160 — O contraste entre o Salmista que busca a Deus com intensidade cada vez maior e os ímpios que desprezam a Deus
022 — Salmos 119:161—168 — VERDADEIRA PAZ E SEGURANÇA SÓ EXISTEM EM DEUS
023 — Salmos 119:169—176 — A NECESSIDADE DEFINITIVA QUE TEMOS DE CONFIAR EXCLUSIVAMENTE EM DEUS
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a
todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook
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Desde já
agradecemos a todos.
A paz irmão Alexandros , obrigado pelo estudo
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