Quando João Batista reconheceu quem Jesus era, ele não teve dúvidas de apontá-lo para seus discípulos dizendo: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! – ver João 1:29. Essa expressão liga Jesus diretamente com a celebração da páscoa judaica, na qual cordeiros foram sacrificados para que o sangue deles fosse usado para marcar os umbrais das portas das casas habitadas pelos judeus no Egito. O propósito desse ato, de tingir os umbrais com o sangue do cordeiro era sinalizar para o Destruidor encarregado de matar os primogênitos, que aquela casa devia ser “pulada” – ver Êxodo 12:23. Esse é exatamente o significado da expressão hebraica פֶּסַח- pesach – “passar por cima” – ver Êxodo 12:27.
Para entendermos, de forma precisa, como Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nós precisamos voltar nossa atenção para a celebração da páscoa judaica como ensinada no livro do Êxodo.
O estabelecimento da páscoa teve como propósito marcar a “Libertação” do povo de Israel da terrível situação de escravidão em que se encontravam no Egito, que era comparada com uma “fornalha de ferro” – ver Deuteronômio 4:20. Outro aspecto importante que precisamos destacar é que Deus também iria usar a páscoa para se exaltar sobre os inúmeros deuses adorados pelos egípcios – ver Êxodo 12.
As palavras do próprio Deus estão registradas em Êxodo 12:12—13 e elas dizem:
Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.
Devido sua importância a festa da páscoa deveria servir como um memorial permanente, conforme Êxodo 12:14:
Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
Não é difícil percebermos que a morte de Jesus, coincidiu com a celebração da páscoa judaica naquele ano em que o Senhor estava habitando entre nós. O sacrifício dos cordeiros, no Egito, faria escorrer o sangue dos mesmos e esse sangue produziria a salvação do povo de Israel, contra a ação do Destruidor. De modo semelhante o sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário protege todos os que crêem que Jesus é, de fato, o Cordeiro de Deus que veio para tirar os pecados do mundo.
O profeta Daniel, falando cerca de 500 anos a.C., nos diz que Deus havia estabelecido um único dia e um único evento para dar fim de vez aos pecados da humanidade. Assim diz o profeta Daniel:
Daniel 9:24 - Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos.
E assim foi como a história, de fato se passou. O mesmo dia em que os cordeiros que deveriam ser separados para ficarem em observação, quatro dias antes da páscoa, foi o aquele que Jesus escolheu para fazer sua entrada triunfal na cidade de Jerusalém, na qual foi saudado da seguinte maneira:
Marcos 11:9 - Tanto os que iam adiante dele como os que vinham depois clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Depois disso Jesus passou quatro dias ensinando diariamente no templo, como um cordeiro sendo examinado para que pudesse se confirmar que o mesmo não tinha “mancha, nem defeito, nem se encontrava enfermo de nenhuma maneira” e, com isso, ser considerado apto para ser sacrificado – ver Êxodo 12:5 e comparar com 1 Pedro 1:19.
Não devemos nos surpreender que Pilatos tenha ordenado que os próprios judeus levassem Jesus para ser crucificado:
Ao verem-no, os principais sacerdotes e os seus guardas gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós outros e crucificai-o; porque eu não acho nele crime algum – João 19:6.
Assim Jesus foi tomado e crucificado e como havia sido profetizado, nenhum dos seus ossos foi quebrado – ver Salmo 34:20 e comparar com João 19:36.
No mesmo instante em que o Cordeiro de Deus estava sendo crucificado no Calvário milhares de cordeiros estavam sendo crucificados no templo para que os judeus pudessem celebrar a páscoa.
Jesus celebrou a páscoa com seus discípulos um dia antes para que sua morte coincidisse com a morte dos cordeiros no templo. Foi durante essa celebração que Jesus instituiu a Ceia do Senhor explicando o significado da sua crucificação e o derramamento do seu sangue – ver Isaías 53 que descreve a crucificação 600 anos antes dos acontecimentos transcorrerem em Jerusalém.
A morte de Cristo sobre a cruz cumpre todos os propósitos estabelecidos pela páscoa judaica conforme lemos em Êxodo 6:6—7, quando a páscoa ainda era apenas uma promessa:
Portanto, dize aos filhos de Israel: eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, e vos livrarei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento. Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito.
É essa a liberdade que temos como filhos de Deus. Não devemos, portanto, nos deixar escravizar outra vez, como Paulo nos admoesta em Gálatas 5:1, 13.
Cristo é nosso cordeiro pascal – ver 1 Coríntios 5:7. Ele foi morto por nós, por causa das nossas transgressões e pecados. Por esse motivo Deus pode agora nos perdoar – remissão - de todos os nossos pecados e podemos ser livres da culpa e da condenação dos mesmos – redenção - por toda a eternidade – ver Colossenses 2:13 e Hebreus 9:12.
No fim de todas as coisas da era presente o Cordeiros de Deus será reconhecido e honrado por todos conforme lemos em Apocalipse 5:6, 12 que diz:
Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
Proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
Portanto, no próximo dia 24 de Abril, procure levantar cedo para adorar o Senhor que ressuscitou numa manhã como essa de domingo. Por causa do seu amor por nós, ele é mesmo digno de receber toda nossa adoração de coração e com toda a sinceridade.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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