Pregador Anuncia o Evangelho no Amazonas
Uma das características dos
pregadores modernos é sempre tentarem impressionar o público falando dos
“grandes sacrifícios” que fizeram para estar ali. Não sei, mas talvez isso seja
um truque que suas próprias consciências lhe aplicam por estarem cobrando 5
mil, 7 mil, 10 mil e, às vezes mais pela pregação que estão fazendo, fora a
despesa. Não existe nenhum sacrifício. Viajam sempre de avião e são muito bem
remunerados.
Um de nossos leitores ao ler um
artigo nosso em que comentamos a atitude de um falso mestre em tentar
impressionar o público usando, exatamente, esse argumento, resolveu nos enviar
um comentário para nos contar de seu pai — já falecido — mas que durante
décadas se embrenhou nas matas brasileiras para levar o evangelho até as tribos
dos índios xerentes e outras pessoas. Longe dos salões com ar condicionado e
confortáveis poltronas de avião, as viagen daquele pregador — verdadeiro homem
de Deus — eram feita de Rural Willys, de bicicleta ou em cima de um caminhão transportando
madeira.
Bem, com a devida autorização do
autor do comentário, estamos publicando o mesmo hoje como um artigo, para que
as pessoas de bom senso não se esqueçam que antes do Evangelho da Prosperidade,
das mansões, dos carrões, das jóias, da mudança para outros países e de muitas
falsas pregações, houve um tempo de grandes sacrifícios, de fome, de
sofrimento, mas também da proclamação do verdadeiro evangelho.
Segue o comentário:
JOEL
CARVALHO - DF30 de outubro de 2013 09:31
Me dá nó
no estômago, quando ouço um pregador desses, que de avião para cima e para
baixo afirma que fez um grande sacrifício para chegar em tal e tal lugar.
Isso
porque, sou filho de Pastor, e quando criança vi meu pai e seus auxiliares
embrenhando-se em florestas na Região Norte (MT, PA e TO) a pé mesmo, ou quando
havia possibilidades melhores faziam o percurso de bicicleta e no máximo com
alguma van da época, conhecida como "Rural", jipinho ou caminhão
"pau-de-arara", que era o caminhão utilizado pelos madeireiros para
carregarem suas cargas de madeira; por isso, eram caminhões totalmente abertos
sem qualquer proteção para quem ia em cima da carroceria.
Mas, não
é exatamente a forma de transporte que quis abordar, mas para dizer que, embora
utilizassem meios de transportes bastante precários, jamais vi meu pai ou
qualquer daqueles obreiros chegarem em qualquer daqueles rincões perdidos no
meio da floresta, utilizando o fato de terem acessado com extrema dificuldade
as respectivas localidades, para fazerem ou tentarem emocionar ou comover os
alvos de suas pregações, lembrando-lhes de tal "sacrifício" como se
fosse algo extraordinário ou símbolo de humildade cristã, ou qualquer
equivalente nesse sentido. Mesmo porque isso seria inútil, pois todos os
habitantes da região sabiam que, só homens e mulheres dispostos a enfrentarem
dificuldades extremas moravam ou evangelizam naquelas paragens perdidas. Era
algo natural.
Meu pai e
boa parte daqueles aguerridos obreiros da década de 50 até os anos 80 já estão
com o Senhor Jesus Cristo. Desses dou testemunho pessoal de que realizaram o
bom combate sem qualquer resquício de ato mercenário ou promoção pessoal de
condolências de terceiros. A única condolência que tinham, era pelas almas
carentes de Salvação.
A bem da
verdade, quando meu pai morreu na década de 90, deixou de herança para minha
mãe seus 09 filhos e uma inabalável fé, que ele traduzia quando questionado por
não ter qualquer bem material: "MEU PATRÃO É FIEL E CUIDARÁ DOS MEUS,
QUANDO EU PARTIR"! Quando terminei de escrever isso, acabei chorando de
nostalgia pelo exemplo de fé, e também pela tristeza de ver o quanto nossos
"pregadores" se afastaram da simplicidade do Evangelho de Nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo!
PS.:
"Vixi", e eu nem falei das vezes em que se corriam riscos de sermos
atacados por onças ou as manadas de caititu, o conhecido "queixada"
ou porco do mato, que em manadas atacam tudo o que está em sua frente. E os
naufrágios de barcos ou canoas...
SERÁ que
esse pessoal topa entrar na floresta amazônica, quando reclama de esperar
avião?
Como 4º
filho do falecido Pr Daniel Martins de Oliveira, tens minha autorização, para
fazer desse comentário um post sobre esse pastor, que na década de 50 foi
auxiliar do Pr Tibúrcio em Ananás, antigo Goiás, hoje Tocantins, e posteriormente
na década de 60 fora autorizado a evangelista para dirigir trabalho em
Wanderlândia no mesmo estado, sendo ordenado a pastor na década de 70. Hoje, em
apenas 01 ano, o sujeito que der mais pulos, gritos e um dízimo razoável, logo
vira pastor.
Sobre as ajudas
de custo, você me fez lembrar dos cachos de banana, dos sacos de arroz, feijão
e milho e outros mais, que eram compartilhados com os irmãos, que vinham para a
grande e mais importante festa mensal da Igreja: A Santa Ceia do Senhor Jesus
Cristo. A festa era realmente extraordinária, com irmãos de todos os rincões
ligados à sede. Hoje é considerada mais um evento ou cerimônia qualquer.
Morávamos na "casa pastoral", que sempre era construída ao lado dos
templos, e funcionava como verdadeiro "hotel" e casa de apoio para os
irmãos vindos de todos os lugares. Até a minha adolescência, às vezes não
entendia aquela falta de privacidade familiar. Mas hoje, depois de ver tantos
desvirtuamentos e falta de amor para com o rebanho de Cristo, entendo que foram
os melhores anos de minha vida. Nesse caso, nada melhor que o tempo e a
realidade atual para me convencer disso. Meu pai, que por tantos anos foi
incompreendido pela própria família nesse aspecto, estava correto.
Desculpe
o excesso de lembranças, mas me recordei que, em 1981 meu pai foi
"proibido" pelos obreiros auxiliares da igreja de continuar
acompanhando-os de bicicleta, pelas matas da região de Miracema do Tocantins,
por que em razão da idade dele, estava levando tombos demais, nas estradas empoeiradas
daquelas paragens das aldeias dos índios xerentes, que até hoje povoam a região
próximo ao Rio Tocantins.
Outrossim:
Não tem
que agradecer. Somos cooperadores de Deus para essa geração, ao relembrarmos
histórias de verdadeiros heróis da Fé, "os quais mesmo depois de mortos,
ainda falam".
Pregador moderno em seu escritório com ar condicionado, terno caro, com implante de cabelo e suas jóias de ouro
O artigo do falso pregador que
motivou os comentários acima poderá ser visto por meio desse link aqui:
Que Deus Abençoe a Todos
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
irmão Alex,
ResponderExcluirObrigado pelo artigo. É um reconhecimento a um personagem, que em vida sempre teve aversão a homenagens pessoais.
A imagem do Pr Malafaia, me fez lembrar dele em dois momentos distintos.
Em 1980 ou 81, meu pai esteve em uma convenção geral das ADs, na época, ainda com poucas divisões, quando um jovem e ungido pregador da Palavra de Deus, o Pr Silas Malafaia, trouxe uma mensagem aos congressistas. Foi a primeira vez, que ouvi falar desse homem. Meu pai chegou em casa realmente extasiado com a mensagem ungida daquele jovem pregador, na época, com cerca de 22 anos. Jamais me esqueci desse dado, dito pelo meu pai, mesmo eu tendo 9 anos de idade.
Minha surpresa atual, é que ele disse em pregação recente, que havia rechaçado pioneiros das ADs, que em convenção geral, haviam, com nostalgia, relembrado os tempos de simplicidade da pregação do evangelho, quando os mesmos se deslocavam como citado em meu testemunho, chamando a atenção para as mudanças para pior, em razão da maioria dos pastores não terem conseguido lidar com sabedoria, com os benefícios da modernidade, distanciando-se da simplicidade, que é possível sim, mesmo em tempos modernos.
Silas, então, afirmou que, aqueles nostálgicos deveriam voltar a andar a cavalo e não se hospedarem em hotéis luxuosos, etc.
Como se vê, o homem não entendeu o que significa simplicidade do evangelho convivendo com benefícios da modernidade.
Infelizmente, esse é um mal que atinge não só esse irmão, mas uma parcela significativa de operários do evangelho, que não conseguiram fazer a transição dos tempos difíceis do passado, para o presente de facilidades, sem perderem a essência da simplicidade do evangelho que os caracterizava.
Caro Joel,
ExcluirNão tem nada para agradecer. Exemplos como os do teu pai e de tantos outros precisam ser lembrados para nos servirem de exemplo e motivação.
Silas e outros se esqueceram por completo que somo apenas peregrinos sobre essa terra. Estamos aqui só de passagens e sofrimento, dificuldades e dor que nos fazem chorar terão suas lágrimas secadas pelo próprio Deus quando estivermos em sua gloriosa presença,
Deus te abençoe.
irmão Alex
Irmão Alex,
ExcluirO senhor tocou em um ponto nevrálgico do cristianismo: "não esquecer que somos peregrinos na Terra".
Quando estou aqui em casa, instando com meus dois filhos a estudarem com afinco, vez por outra(deveria ser amiúde) me vem essa lembrança do caráter transitório de nossa existência, e de que minha pátria final não é aqui. E aí, me vem também à memória as palavras de Jesus Cristo: "Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"
Marcos 8:36
Sempre é bom ser relembrado desse ponto essencial de nossa fé.
Já fui enganado por um período de minha vida cristã, pelo canto da sereia da teologia da prosperidade, após ter retornado ao evangelho, depois de mais de 12 anos de afastamento total. Vi muita gente decepcionada pelas promessas mirabolantes não cumpridas, e inadvertidamente decepcionadas com Deus, que nada tem a ver com esses obreiros da iniquidade.
Que Deus continue usando-o como voz profética, para alertar os fiéis, que hão de herdar a vida eterna com Jesus Cristo. Amém!
Caro irmão Joel,
ExcluirGraça e paz.
Infelizmente nesses dias de ganância desenfreada, quando a maioria do chamado povo evangélico vê como verdadeiros heróis e não como os apóstatas — traidores — do evangelho a todos esses multimilionários pastores midiáticos ou não, é certo que a mensagem da transitoriedade da nossa vida não agrada. Mas também não lhes agrada dizermos a verdade de que estão perdidos e que irão passar a eternidade, separados de Deus, sendo atormentados de dia e de noite.
Muito cegos têm escrito, zombando de mim, dizendo que somente eu serei salvo e outras bobagens. Mas eu sempre deixo claro em centenas de artigos no Blog que o Cristianismo é EXCLUSIVISTA — salvação apenas em Cristo — e tudo nos vem por meio da maravilhosa graça de Deus. E, é claro: ESTAMOS AQUI APENAS DE PASSAGEM.
Obrigado por teu testemunho. Peço a Deus que use tuas palavras para chamar a atenção de tantos outros milhões que estão enredados nesses falsos e destruidores ensinamentos.
Que Deus te abençoe.
Abraço fraterno,
Irmão Alex.