segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 016 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DO CRENTE — PARTE 004



ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DO CRENTE

Os versículos que vimos na parte anterior enfatizavam a conexão orgânica entre a ressurreição de Jesus e a ressurreição futura, corporal, dos crentes. Mas concluir que o significado salvífico se resume à ressurreição futura dos crentes, é apreciar apenas parte da verdade ensinada pelo Novo Testamento. Para resolver isso, é necessário apreciarmos as referências, nas quais o apóstolo Paulo menciona o fato que os crentes já foram ressuscitados com Cristo, agora no tempo presente. Essa verdade é apresentada de forma mais incisiva nas seguintes passagens:

Romanos 6:3—5

3  Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?

4  Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

5  Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

O final do verso 4 de Romanos 6 acima nos apresenta, pela primeira vez, uma importante implicação positiva da premissa fundamental de Paulo quanto à ressurreição passada do crente. Falar apenas que morremos e que fomos sepultados com Cristo não reflete, de modo apropriado, tudo o que Jesus fez a nosso favor. Como cristãos estamos unidos a Cristo e, como tais, devemos entender que a ressurreição de Jesus também representa que nós mesmos fomos ressuscitados para uma nova vida, na qual devemos andar de agora em diante.

Podemos então resumir o argumento de Paulo da seguinte maneira:

1. Como Cristo morreu para o pecado, então nós os crentes pela força da nossa vinculação com Ele, também estamos mortos para o pecado.

2. Por outro lado, como Cristo também ressuscitou dentre os mortos, assim também os crente pela virtude da união que têm com Cristo também foram ressuscitados dentre os mortos.

3. Os crentes então, tendo sido ressuscitados juntamente com Cristo devem viver em plena novidade de vida: mortos para o pecado, mas vivos para Deus. Vamos falar mais acerca disso agora.

Viver em novidade de vida se opõe diretamente ao ato de permanecer no pecado mencionado no verso 1. Também expressa de maneira mais objetiva o significado de termos sido ressuscitados com Cristo. Andar em novidade de vida faz parte do chamado original do próprio Cristo para adotarmos uma reforma radical nos costumes em nossas vidas. Estar ressuscitado com Cristo implica estar completamente libertado tanto da escravidão quanto da prática do pecado. Andar em novidade de vida não é apenas um conceito teológico sem valor prático. Pelo contrário, é um conceito prático de vida com valor teológico.

Quando Paulo fala de vida, ele está usando esse termo em seu sentido soteriológico — relacionado à salvação — absoluto. E a salvação não é algo etéreo ou vazio, mas algo concreto e experimental. Essa é exatamente a vida que Jesus vive agora diante de Deus conforme —

Romanos 6:9—10

9 Sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.

10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

O verso 5 de Romanos 6 explica o vínculo que existe entre a ressurreição de Cristo e o andar em novidade de vida dos crentes. O verso afirma o seguinte:

Romanos 6:5

Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

Estar unido a Cristo é o mesmo que estar unido na semelhança da Sua morte. Se tal união nos identifica com Cristo em sua morte, então, certamente, ela irá também nos identificar com Cristo em Sua ressurreição.

Nossa união com Cristo é o elemento básico e estruturante de todas essas verdades. Ainda que a linguagem em Romanos seja diferente daquela usada em Efésios 2:6 e Colossenses 2:12, a verdade básica permanece em todas elas: o crente foi ressuscitado com Cristo:

Efésios 2:6

E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.

Colossenses 2:12

Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.

Termos sido ressuscitado à semelhança de Cristo é algo que tem suas próprias implicação. Vejamos:

1. Os crentes estão mortos para o pecado e isso deve ser parte da experiência vital dos mesmos:

Romanos 6:2

Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?

2. Nessa mesma linha de pensamento a ressurreição dos crentes anda junta com a morte deles em Cristo, algo que também é experimental e vital em suas vidas:

Romanos 6:4

Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

3. Mas essas realidades não podem ser confundidas com uma paridade de 100% entre Cristo e os cristãos. Existem diferenças e, por esse motivo, chama nossa identificação com Cristo como sendo em semelhança:

Romanos 6:5

Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

Mas mesmo sendo em semelhança toda essa realidade é experimental e vital para os crentes.
CONTINUA...

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http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/09/a-ressurreicao-de-cristo-dentre-os.html

Que Deus Abençoe a Todos.

Alexandros Meimaridis

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