terça-feira, 12 de setembro de 2017

O DISCIPULADO CRISTÃO - SERMÃO 003/004 – COMUNHÃO E INTERDEPENDÊNCIA


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Nossa série acerca do Discipulado Cristão irá apresentar os elementos fundamentais para uma vida cristã que agrada a Deus e que realmente vale a pena ser vivida. Infelizmente, o discipulado cristão tem sido esquecido e completamente abandonado pela vasta maioria do povo chamado cristão, que prefere trocar o seguir a Cristo por frequentar cultos de cura, de libertação e de prosperidade e também cultos que não passam de verdadeiro entretenimento puro e simples. Precisamos retornar, com urgência, ao verdadeiro chamado do que significa ser um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo. Que Deus abençoe a todos à medida que acompanham e compartilham esses estudos uns com os outros.


VIVENDO A VIDA COMUM DOS SANTOS DE DEUS

Texto: Romanos 12:5.  
Introdução.

A. Nosso propósito nesta série é incentivar a comunidade a deixar de ser um grupo de seguidores ocasionais do Senhor Jesus até nos tornarmos em um corpo de verdadeiros discípulos de Jesus nos moldes do chamado feito por Jesus em —
Marcos 8:34—35
Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á.
B. Temos que nos lembrar, todavia, que nesta caminhada não estamos sós, Jesus nos prometeu:
Mateus 28:20
Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
C. Além do mais, Jesus também nos deixou na companhia uns dos outros e nos ordenou dizendo que:
João 13:34
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.
D. Aqui está a única maneira que existe para provarmos ao mundo e para as pessoas ao nosso redor que somo verdadeiros discípulos de Jesus: amor, verdadeiro amor de uns aos outros. Foi o próprio Senhor quem disse:
João 13:35
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.
E. Para entendermos as implicações contidas no mandamento que Jesus nos deu que devemos amar uns aos outros, nós precisamos entender aquilo que o Novo Testamento ensina acerca de

COMUNHÃO e INTERDEPENDÊNCIA
Introdução.
A. Quando aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador nós somos unidos ao Senhor pela ação do Espírito Santo e passamos a fazer parte daquilo que o Novo Testamento chama de Corpo de Cristo que Sua Igreja:
1 Coríntios 12:13
Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
1 Coríntios 12:27
Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.
B. Mas além de nos unir com Jesus, a ação do Espírito Santo também nos une uns aos outros:
Romanos 12:5
Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros.
C. Essa nossa união com Cristo e uns com os outros é, como dissemos, fruto da ação do Espírito Santo.
D. Mas é nossa obrigação cuidarmos para que esta união espiritual seja preservada —
Efésios 4:3
Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.
E. Para melhor compreender nossa responsabilidade nessa questão, envolvendo a união que temos, porque estamos todos em Cristo, nós precisamos entender o significado Bíblico da “Comunhão Cristã”.
I. A Primeira Grande Implicação de Estarmos Unidos com Cristo e Unidos Uns aos Outros é: Comunhão.
A. A Palavra grega usada para se referir a comunhão é κοινωνία koinonía.
B. Mas qual é o significado do termo grego que é traduzido por comunhão em português?
C. É mais fácil exemplificar do que definir o significado da expressão κοινωνία koinonía.
1. No Novo Testamento:
A etimologia da Palavra é: Qualidade daquilo que é comum, daquilo que pode ser compartilhado e, em que todas as pessoas envolvidas podem participar.
2. Partindo desta compreensão, o Novo Testamento usa Comunhão para descrever três coisas a saber:
Comunhão Implica Nas Seguintes Verdades.

a. Compartilhar e repartir bens materiais e, até mesmo dinheiro, visando satisfazer as necessidades de outras pessoas; uma doação ou oferta.

Romanos 15:26

2 Coríntios 8:4

2 Coríntios 9:13

Hebreus 13:6

b. Uma associação íntima e pessoal entre os crentes e Deus e, entre crentes e crentes.

1 Coríntios 1:9

2 Coríntios 13:13

Gálatas 2:9

Filipenses 2:1

1 João 1:3, 6 - 7

c. União na participação ou compartilhar no serviço de pregação do evangelho, no sofrimento e em diversas outras atividades comuns ao povo de Deus.

Atos 2:42

1 Coríntios 10:16(2x)

2 Coríntios 6:14

Filipenses 1:5

Filipenses 3:10

Filemon 6

II. A Segunda Grande Implicação de Estarmos Unidos com Cristo e Unidos Uns aos Outros é: Interdependência.

Não Existe Vida Cristã Independente da Convivência com Outros Irmãos.

A. Dependemos uns dos outros, porque precisamos dos talentos que Deus mesmo tem concedido a todo o Seu povo.

B. Todo cristão possui pelo menos um dom e este dom precisa ser exercitado em benefício de todo o corpo de Cristo — a igreja local onde o crente participa —

1 Pedro 4:10

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

C. O texto de 1 Pedro 4:10 possui duas implicações importantes:

1. Em primeiro lugar, o dom concedido por Deus precisa ser exercitado em SERVIÇO a favor dos outros crentes. Seremos uma comunidade eternamente capenga enquanto dependermos de uma meia dúzia de irmãos e irmãs para fazerem todo o serviço, enquanto a grande maioria não passa de meros expectadores.

2. Em segundo lugar nós temos a obrigação de agir como bons despenseiros da graça de Deus. Essas palavras de Pedro fazem referência ao ensinamento do Senhor Jesus relativo à parábola dos talentos – ver Mateus 25:13—30. Como é que você tem administrado o talento ou talentos que recebeu de Deus? Como servo bom e fiel ou como servo mau e negligente. Note que o servo mau e negligente da parábola contada por Jesus não perdeu o talento recebido. Ele foi caracterizado como:

a. Πονηρὲ ponirè — mau. Essa é a mesma palavra que é usada em outros lugares do Novo Testamento para fazer referência ao próprio diabo que é a personificação do mal — João 17:15.

b. ὀκνηρέ okniré — negligente no sentido de lento ou indolente. Descreve uma pessoa que “anda para trás”.

A Importância da Glória de Deus ou da Glorificação de Deus.

A. O alvo supremo da vida do cristão, individualmente e, da comunidade cristã como coletividade, é somente um e o mesmo: produzir ou causar a Glorificação da Pessoa e do nome de Deus.

B. Deus é glorificado quando a Igreja manifesta:

1. Genuíno amor corporativo —

João 13:34—35

34 Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.

35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.

2. Unidade entre os crentes —

João 17:20—23

20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;

21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;

23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.

3. Aumento constante na capacidade de imitar ou se parecer cada vez mais com o próprio Senhor Jesus —

2 Coríntios 3:17—18

17 Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

18 E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.

Efésios 4:11—14

11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,

12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,

13 Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,

14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.

4. Capacidade efetiva de ministrar tanto para a própria Igreja—edificação espiritual—quanto para o mundo—evangelismo. A Igreja se reúne para se edificar e, a Igreja se espalha para evangelizar — ver Mateus 28:18—20 e Efésios 4:11—16.

Mateus 28:18—20

18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.

19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;

20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

5. Adoração e Louvor produzidos por pessoas unidas de verdade —

Romanos 15:5—6

5 Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus,


6 para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

Conclusão:

A. Temos chamado essa série presente de mensagens de: “Discipulado Cristão”.

B. Quanto lemos o Novo Testamento percebemos que existem duas idéias fundamentais que devem nortear o povo de Deus. Elas são:

1. Comunhão. Esta palavra implica:

a. Compartilhar e repartir bens materiais e mesmo dinheiro visando satisfazer as necessidades de outras pessoas.

b. Uma associação íntima e pessoal entre os crentes e Deus e entre crentes e crentes.

c. União na participação ou compartilhar no serviço de pregação do evangelho, no sofrimento e em diversas outras atividades comuns ao povo de Deus.

2. Interdependência — Precisamos e dependemos uns dos outros se queremos ser, de verdade, aquilo que Deus mesmo deseja que sejamos: Igreja ou Corpo de Cristo.

3. São estes conceitos de comunhão e interdependência que produzem a atmosfera de amor que é tão essencial para tornar efetivo tudo o que a Igreja faz.

4. São eles também que nos facultam a oportunidade de participarmos de forma efetiva no ministério corporativo da Igreja. Cada crente deve fazer sua parte, tanto na edificação do Corpo de Cristo, quanto na evangelização dos perdidos.

Que Deus assim nos ajude a bem viver a vida comum que nos tem concedido. Amém.

OUTROS ESTUDOS ACERCA DA SÉRIE “O DISCIPULADO CRISTÃO”

ESTUDO 001 — O CUSTO DO DISCIPULADO

ESTUDO 002 — UMA PROPOSTA DE VIDA
Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

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