Essa é uma série cujo propósito é estudar, com
profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No
final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem
o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.
Lição 014 – A Revelação
de Deus e o Fim das Religiões — 11.
d. O Louvor de Zacarias
– Lucas 1:67—79 — continuação.
iv. Para nos libertar
dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam - Verso 71.
Os
judeus do Antigo Testamento estavam acostumados, por causa das experiências
passadas, a entender as profecias concernentes ao Messias como se as mesmas se
referissem à libertação do povo de Israel do jugo de dominadores estrangeiros.
Durante o período de silêncio profético, entre os profetas Malaquias e João
Batista, uma complexa teologia escatológica havia sido desenvolvida pelos
judeus baseada exatamente nesta expectativa. Quando analisamos tais
expectativas Messiânicas existentes no judaísmo rabínico, a primeira coisa que
notamos é que existe um lado positivo e outro negativo nas mesmas. O lado
positivo tinha a ver com o cumprimento das expectativas judaicas que fantasiavam
acerca de um domínio soberano do povo judeu como “cabeça das nações”. O
negativo, por sua vez, estava relacionado com o juízo que viria junto com o
advento da era Messiânica e que destruiria os ímpios, que como inimigos do povo
de Deus, eram também inimigos do próprio Deus[1]. Esta
inimizade traria sobre os ímpios a ira e a vingança de Deus de uma maneira
avassaladora. Estes dois lados estão tão intimamente relacionados que é
impossível separá-los.
Mas
no contexto do Novo Testamento nós somos ensinados que os verdadeiros inimigos
do povo de Deus não são nem os estrangeiros em geral e nunca, em nenhuma
hipótese, um irmão na fé, em particular. De acordo com a revelação que temos no
Novo Testamento os verdadeiros inimigos do homem, aqueles dos quais Jesus veio
nos libertar, são tanto internos quanto externos, como podemos ver a seguir,
mas não são, definitivamente, outro seres humanos:
O inimigo interno: O
pecado impregnado em nossa natureza carnal que nos leva a cometer o desatino de
não fazermos o que preferimos e sim o que detestamos. Mas Jesus veio para nos
libertar do pecado i.e., das nossas práticas perversas e pervertidas, de nossas
cobiças e etc.
Romanos 7:15 – 25.
21 Então, ao querer
fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.
22 Porque, no tocante
ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
23 mas vejo, nos meus
membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz
prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Desventurado homem
que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
25 Graças a Deus por
Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou
escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.
O
pecado é nosso maior inimigo, pois age de dentro para fora, e este foi o
principal motivo porque Jesus veio:
Mateus 1:21
Ela dará à luz um filho
e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
Hebreus 9:26
Ora, neste caso, seria
necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo;
agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para
aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.
Outro inimigo interno é
a morte que é conseqüência direta do pecado. A Bíblia chama a
morte de nosso último inimigo:
1 Coríntios 15:26
O último inimigo a ser
destruído é a morte.
Mas
Jesus também já cuidou deste inimigo e um dia nós também seremos revestidos de
imortalidade
1 Coríntios 15:53 – 57
53 Porque é necessário
que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo
mortal se revista da imortalidade.
54 E, quando este corpo
corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de
imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a
morte pela vitória.
55 Onde está, ó morte,
a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56 O aguilhão da morte
é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 Graças a Deus, que
nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
O inimigo externo: O
diabo ou satanás é chamado, literalmente, de nosso ὁ ἀντίδικος – antídikos – o
adversário ou inimigo por excelência. Talvez o maior embuste satânico seja nos
fazer acreditar que nossos inimigos sejam outros seres humanos e não ele e suas
hostes
Gênesis 3:15
Porei inimizade entre
ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Efésios 6:12.
Porque a nossa luta não
é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra
os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas
regiões celestes.
Estes
são os verdadeiros inimigos dos quais o Messias veio salvar seu povo. Estes são
aqueles que verdadeiramente nos odeiam: o pecado, a morte e o diabo e suas
hostes.
v. Para usar de
misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança- Verso 72.
Este
versículo mantém estreita relação com a promessa feita no passado de que Deus
faz ou usa de misericórdia até mil gerações para com aqueles que guardam os
Seus mandamentos
Êxodo
20:6.
E
faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus
mandamentos.
A
aliança referida certamente diz respeito a todas as alianças feitas entre Deus
e aqueles a quem ele escolheu – Noé, Abraão, Isaque, Jacó, o Povo de Israel e
os crentes do Novo Testamento – mas acima de tudo, faz referência à aliança
eterna, feita entre as pessoas da Trindade. O autor da Epístola aos Hebreus
capturou de maneira perfeita esta idéia ao se referir à obra planejada pelo Pai
desde a eternidade passada, realizada por Jesus Cristo neste nosso mundo e
aplicada pelo Espírito Santo no coração daqueles que creem da seguinte maneira:
note especialmente a repetição da expressão αἰωνίου – aioníou –
eterna:
- Hebreus 5:9 - E, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
- Hebreus 9:12 - Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.
- Hebreus 9:15 - Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.
- Hebreus 13:20 - Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!
Assim
temos que em Jesus, o Messias, Deus cumpre sua promessa de ser um Deus
misericordioso bem como sua promessa com relação à Sua aliança:
Jeremias 32:40
Assim diz o SENHOR: Se
puderdes invalidar a minha aliança com o dia e a minha aliança com a noite, de
tal modo que não haja nem dia nem noite a seu tempo.
vi. E do juramento que
fez a Abraão, o nosso pai - Verso 73.
Este
verso faz referência a uma das passagens mais dramáticas, senão a mais
dramática, de todo o Antigo Testamento. Aqui estamos nos referindo ao momento
quando Deus pediu que Abraão oferecesse sue filho, seu único filho, Isaque, em
sacrifício. A história completa está registrada em Gênesis 22 e a mesma
constitui uma narrativa ímpar na história da humanidade. No final daquele
momento de provação da sua fé, amor e obediência a Deus, Abraão ouviu do
próprio Senhor as seguintes palavras: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto
fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e
certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a
areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela
serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz —
Gênesis 22:16—17.
Para
Zacarias não havia a menor dúvida de que o juramento feito a Abraão encontrava,
no Messias, pleno cumprimento. O apóstolo João nos diz que através do Messias,
Deus não somente cumpriu sua promessa a Abraão, como também tivemos pleno
acesso tanto à verdade, na própria pessoa do Messias
João 14:6
Respondeu-lhe Jesus: Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
bem
como à graça de Deus
João 1:17
Porque a lei foi dada
por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
Romanos 5:20—21.
20 Sobreveio a lei para
que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,
21 a fim de que, como o
pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a
vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.
O
leitor poderá ainda ver o comentário feito pelo autor da Epístola aos Hebreus
concernente a este juramento de Deus feito a Abraão e que relaciona aquele
evento à obra realizada pelo Messias Jesus de maneira bastante direta e com
profundas implicações para nossas vidas, como podemos constatar em
Hebreus 6:13—20
13 Pois, quando Deus
fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar,
jurou por si mesmo,
14 dizendo: Certamente,
te abençoarei e te multiplicarei.
15 E assim, depois de
esperar com paciência, obteve Abraão a promessa.
16 Pois os homens juram
pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o
fim de toda contenda.
17 Por isso, Deus,
quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade
do seu propósito, se interpôs com juramento,
18 para que, mediante
duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento
tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança
proposta;
19 a qual temos por
âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu,
20 onde Jesus, como
precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo
a ordem de Melquisedeque.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA DE JESUS PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:
001 — Estudos Na Vida de Jesus — Porque Jesus Veio a Este Mundo
002 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 001
003 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 002.
004 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões —
005 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 2.
006 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 3.
007 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 4.
008 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 5.
009 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 6.
010 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 7.
011 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 8.
012 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 9.
013 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 10.
014 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 11.
015 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 12
016 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 13
017 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14A
017 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14B
017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C
017 D — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14D
018 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15A
018 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15B
019A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16A
019B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16B
020 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 17
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS.
Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no
facebook através do seguinte link:
Desde
já agradecemos a todos.
[1] É
fácil entendermos porque os judeus recusaram a aceitar a Jesus como o Messias
de Israel. Jesus não veio destruir os inimigos do povo como os judeus
imaginavam. Veio para, entre outras coisas, derrubar a parede de separação que
existia e fazia distinção entre judeus e não judeus – ver Efésios 2:1 — 3:13 —
especialmente Efésios 3:6 que diz:
“a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.esmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.
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