Este
estudo é parte de uma Análise do Livro do Gênesis. Nosso interesse é ajudar
todos os leitores a apreciarem a rica herança que temos nas páginas da História
Primeva da Humanidade. No final de cada estudo o leitor encontrará direções
para outras partes desse estudo
O
Livro do Gênesis
O
Princípio de Todas as Coisas
בְּרֵאשִׁית
בָּרָא אֱלֹהִים אֵת הַשָּׁמַיִם וְאֵת הָאָרֶץ
Eretz ha
ve-et Hashamaim et
Elohim Bará Bereshit
Terra a
e céus os
Deus criou princípio No
Gênesis 1:1
IV. A Preparação da
Terra para receber o ser Humano e o surgimento da Vida.
Vida na terrra
Antes
que a vida pudesse surgir era necessário que haver um ambiente no qual
existissem condições ideais tanto ao surgimento como à manutenção da vida de
todas as espécies.
Contrário
ao que é defendido pelos ateus modernos, de que a terra é mero acidente e que a
raça humana representa apenas outro acidente — mesmo que seja de proporção que
beira à completa impossibilidade — a verdadeira ciência nos diz que, quando
alisamos os fatos friamente e sem pré-conceitos, podemos perceber que a terra
foi estabelecida com o propósito específico de acomodar os seres vivos que
seriam colocados nela, especialmente os seres humanos. Existem inúmeras
evidências que confirmam esta afirmativa e por este motivo vamos nos concentrar
em algumas que julgamos bastante significativas. Os fatos alistados a seguir
servem para mostrar a dimensão gigantesca do erro cometido por Richard Dawkins
ao afirmar que Deus não existe. Não aceitar a existência de um Criador inteligente
e pessoal diante dos detalhes relatados a seguir cheira a mais pura ignorância
quando não, a má fé.
Seres Humanos
A. Fatos Astronômicos.
1 – O primeiro fato astronômico que precisamos
levar em consideração possui as seguintes implicações com relação à estrela que
deve existir para que um sistema seja habitado:
·
Um planeta, para ser habitado, precisa pertencer a
um sistema que tenha uma estrela que iremos chamar, por conveniência, de
estrela hospedeira. E esta estrela hospedeira precisa ser, especificamente, de
certa variedade, pois precisa ser capaz de prover temperaturas estáveis para o
desenvolvimento do planeta por um longo período de tempo.
Sol
·
Em segundo lugar, esta estrela hospedeira precisa
pertencer a um sistema com apenas uma estrela hospedeira – dois terços dos
sistemas conhecidos possuem mais de uma estrela. Isto é necessário para a
formação de planetas com órbitas como a da terra. Sistemas com duas ou mais
estrelas hospedeira não permitem órbitas que sejam compatíveis com o a
existência e a manutenção de organismos vivos. Duas estrelas como o nosso sol
podem parecer muito bonitas nos filmes de Hollywood, mas não funcionam na
prática, no que diz respeito à manutenção da vida.
·
Em terceiro lugar a estrela hospedeira precisa ser
de tamanho apropriado. Uma estrela muito menor que a nossa estrela hospedeira —
o Sol — obrigaria o planeta habitado a percorrer uma órbita mais próxima da
estrela visando manter a distância apropriada para a existência da vida — que é
a distância onde a água pode existir em forma líquida. Mas esta aproximação
acabaria por criar um enorme vagalhão — atualmente mais conhecido como Tsunami —
que causaria a diminuição da velocidade do planeta fazendo com que o mesmo
“cozinhasse” de um lado como acontece com o planeta Mercúrio. Por outro lado,
uma estrela muito maior que nossa estrela hospedeira, certamente já teria
explodido e se tornado em uma super-nova. Mesmo desconsiderando o efeito
causado pelo vagalhão, a estrela hospedeira precisaria ter um tamanho que
caísse dentro dos limites representados por 0.83 até 1.2 o tamanho do nosso
Sol. Isto é necessário para se evitar o efeito dos chamados “gases verdes” como
podemos observar no planeta Vênus, ou uma era do gelo permanente como a que
existiria no planeta Marte se o mesmo tivesse água suficiente na superfície.
2. – Um segundo fato astronômico é que a estrela
hospedeira precisa iniciar sua própria vida com um disco proto-planetário e
este disco precisa ser pequeno e breve. Planetas que pertencem a sistemas
solares que possuem discos proto-planetários de porte médio ou gigante acabam
por espiralar e terminam engolidos por suas respectivas estrelas hospedeiras.
3. – Um terceiro fato astronômico é o que indica a
necessidade de que o sistema da estrela hospedeira seja destituído de planetas
gigantes que possuam órbitas com excentricidade elíptica exagerada o que
causaria, de tempos em tempos, a destruição dos planetas menores.
A excentricidade
elíptica é medida da seguinte forma: e
— excentricidade
— do círculo é: e = zero e a
excentricidade de uma parábola é: e = 1. A
excentricidade elíptica varia, portanto, de zero até um. A excentricidade
elíptica do planeta Vênus é de 0.007 e do planeta Netuno é de 0.009. Ou seja,
as órbitas, apesar de elípticas, são praticamente circulares.
Saturno
4. Por outro lado, planetas gigantes com
excentricidade elíptica reduzida são necessários, se mantidos na distância
apropriada, para servir como escudos contra asteróides e cometas que, de outra
maneira, atingiriam os planetas menores localizados mais próximos da estrela hospedeira.
Essa é a verdadeira função dos gigantes gasosos que
chamamos de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
5. O planeta habitado precisa manter sua órbita ao
redor da estrela hospedeira, mas esta órbita não pode fugir de certo “trilho
imaginário” sob o risco de tornar a vida impossível. De acordo com simulações
feitas pela NASA, se a órbita da terra fosse apenas 5% mais próxima do Sol,
então há muito tempo já teríamos sofrido o resultado final do chamado “efeito
estufa”, causado pela emissão dos chamados “gases verdes”, e que constitui no
aumento da temperatura até o ponto de fervura das águas dos oceanos, causando a
evaporação completa dos mesmos. Por outro lado, se o planeta habitado se
desgarrar apenas 1% da sua órbita correta, isto já será suficiente para criar
uma era glacial com duração mínima medida em bilhões de anos. Nessa situação os
oceanos da terra congelariam completamente e assim permaneceriam fazendo com
que a temperatura média da terra fosse de -45ºC – como referência acerca do que
esta temperatura significa, basta dizer que um vergalhão de aço congelado a
-40ºC pode ser quebrado como se fosse um galho seco de grossura compatível!
Terra
6. O planeta habitado precisa também ter o tamanho
certo. Não é qualquer planeta que serve! O tamanho do planeta se relaciona
diretamente ao tipo de atmosfera que irá existir neste mesmo planeta. E o tipo
de atmosfera diz respeito diretamente ao tipo de vida que poderá existir no
planeta. O tamanho do planeta também
possui implicações diretas relacionadas com as temperaturas que irão existir.
Assim temos que:
·
O planeta precisa ser grande o suficiente para
manter uma atmosfera, caso contrário não teria como reter os gases necessários
para a manutenção da vida. Mas não pode ser muito grande, pois isto causaria a
retenção de inúmeros gases que não possibilitam a existência de vida. Por outro
lado o planeta para ser habitado precisa ser pequeno o bastante, para que a
gravidade que ele gera não acabe por esmagar completamente todas as coisas
sobre a sua própria superfície.
·
Hoje sabemos que planetas pequenos e com campos
gravitacionais pequenos são incapazes de reter uma atmosfera já que não
conseguem reter os gases necessários que acabam por se evaporar no espaço.
Ø Por
outro lado, também sabemos que, os planetas maiores acabaram por reter suas
atmosferas originais. Estes fatos podem ser ilustrados quando analisamos os
planetas Júpiter e Mercúrio.
Júpiter
v Júpiter
possui uma massa que corresponde a 317 vezes a massa do planeta terra. Este
tamanho permite ao planeta Júpiter exercer uma força gravitacional tão imensa
que a quantidade de gases retidos na sua atmosfera fazem com que o mesmo pareça
ser 1.300 vezes maior que a terra. Assim, se a Terra fosse maior do que é,
acabaria por reter enormes quantidades de amônia, hidrogênio e metano o que
tornaria a vida impossível, como em Júpiter.
Mercúrio
v Da
mesma forma, o planeta Mercúrio possui uma massa que é equivalente a 1/23 avos
da massa da terra o que faz com que sua força gravitacional seja incapaz de
reter gases como hidrogênio, oxigênio e vapor de água sendo, portanto,
praticamente destituído de qualquer atmosfera. O mesmo aconteceria com a terra
se possuísse uma massa menor do que a que possui.
- O O planeta Terra possui a quantidade exata de
massa para reter ao seu redor uma quantidade de gases que além de dar
sustento à vida, protegem os seres vivos dos raios mortais emitidos pela
nossa estrela hospedeira – o Sol. O tamanho da terra permitiu que os gases
venenosos que existiam no planeta não ficassem retidos na atmosfera, mas
se evaporassem no espaço exterior. O único gás venenoso que foi mantido
pela força gravitacional da terra foi o dióxido de carbono — conhecido
comumente como gás carbônico. Este gás, por sua vez, permitiu a existência
de uma vegetação abundante e exuberante. A vegetação, por sua vez, recolhe
o dióxido de carbono e através da fotossíntese transforma-o em oxigênio o
que possibilita a existência de outras formas de vida que não sejam
plantas! Gases, como todos os outros elementos possuem massa específica
com alguns sendo mais pesados que outros. Então, o que aconteceu na Terra,
foi que os gases impróprios à manutenção da vida, que eram leves o
suficiente e a gravidade da terra, que era pequena o suficiente para não
retê-los, se combinaram de tal maneira que estes gases puderam subir até
deixarem a atmosfera do nosso planeta, permitindo assim o desenvolvimento
de variadas formas de vida.
Lua
7. Outro aspecto a ser considerado é que o planeta
para ser habitado precisa pertencer a um sistema composto de dois planetas como
é o caso da Terra com seu satélite, que chamamos de lua. A grande maioria das
pessoas não entende que a nossa lua é proporcionalmente enorme, quando
comparada aos outros satélites dos outros planetas do nosso Sistema Solar.
Nossa lua tem o tamanho que tem porque precisa exercer uma função da maior
importância. A lua funciona, na prática, como uma âncora que ajuda a manter a
Terra rigorosamente no trilho. É o tamanho da nossa lua que garante que o
planeta Terra não será afetado pela poderosa força gravitacional de Júpiter.
Nossa lua nos protege da força gravitacional de Júpiter e impede, desta
maneira, que a Terra saia fora do trilho que precisa percorrer para manter a
água em estado líquido e, com isso, garantir a existência da vida no nosso
planeta. Ver no item “5” acerca das graves conseqüências que seriam sofridas
pelo planeta Terra caso ele se desloque para fora to trilho que precisa
percorrer.
8. Para que existam precipitações regulares e se
evitem as desagradáveis consequências de um congelamento, o planeta para ser habitável
precisa possuir algum tipo de mecanismo que o ajude a evitar o desaparecimento
do gás carbônico. Veja bem, a água em estado líquido, apesar de ser
extremamente necessária para a existência da vida, segue um ciclo de reações em
cadeia que acabam por prejudicar a quantidade de gás carbônico que existe na
atmosfera da terra. Para resolver este problema que poderia, finalmente, tornar
inabitável o planeta Terra, partes da superfície do nosso planeta afundam de
forma permanente em direção ao núcleo da Terra onde o carbonato que existe
nestas mesmas partes se decompõe e novas porções de gás carbônico são formadas.
Este gás carbônico é, por sua vez, liberado novamente na atmosfera através das
erupções vulcânicas. Não conhecemos nenhum planeta que possua movimento de
placas tectônicas[1] como
o que existe na superfície da terra.
9. O planeta para ser habitado também precisa
possuir um mecanismo que possa prover perfeita estabilidade para sua crosta.
Curiosamente o planeta terra possui um sistema de crosta composto de duas
partes distintas, a saber:
·
Nosso planeta possui uma crosta continental de
baixa densidade composta de rochas graníticas que faz com que a mesma se
mantenha a uma média de 125m acima do nível do mar.
·
Por outro lado a crosta dos oceanos é composta de
material basáltico[2]
que faz com que a média da crosta submersa pelos oceanos seja de 4000m. É o
movimento constante das placas tectônicas que recicla, de forma permanente, o
magma granítico que nos permite manter nossa posição continental mais elevada
em relação aos oceanos.
·
Sem esta estabilidade permanente há muito tempo a
crosta continental já estaria completamente imersa em água.
Os
geologistas S. Ross Taylor e Scott MaLennan afirmam, em seu artigo para
Scientific American publicado em Janeiro de 1996, o seguinte: “é realmente
extraordinário que a terra tenha conseguido manter uma pequena porção de sua crosta,
de forma permanente, acima do nível dos oceanos. De todos os planetas, a Terra é o único que nos
parece realmente excepcional. Somente um planeta, a Terra, tem sido capaz de
gerar significativas porções estáveis de crosta continental e que serve à vida
humana de forma tão conveniente”.
Crosta terrestre
Mas não para por aí. Cientistas têm reconhecido que a espessura da crosta terrestre continental possui o tamanho ideal para a manutenção da vida. Uma crosta continental mais espessa atrairia o oxigênio livre na atmosfera para baixo da crosta terrestre onde o mesmo ficaria fixo em forma de vários tipos de óxidos. Por outro lado uma crosta continental menos espessa resultaria em uma atividade tectônica exagerada que causaria simultâneas erupções vulcânicas que acabariam por lançar tantas cinzas na atmosfera que seriam capazes de esconder a luz do sol, para sempre.
Cristais
10. Em último lugar, mas nem por isso menos
importante, um planeta para ser habitado precisa necessariamente ser habitado!
Ao contrário do que é muitas vezes veiculado, microbiologistas não têm a menor
idéia de como as primeiras criaturas vivas — criaturas capazes de se alimentar,
reproduzir e armazenar informações para serem passadas às futuras gerações —
conseguiram se formar a partir da matéria inanimada. O microbiologista
australiano Michael Denton afirma: “entre uma única célula viva e o mais organizado
sistema que encontramos no mundo não biológico, como por exemplo, os cristais
ou um floco de neve, existe um abismo tão vasto e absoluto que é impossível de
ser compreendido”.[3]
Ser vivo elementar: amoaeba proteus
Foi
desta maneira que Deus preparou o planeta terra para receber a vida e esta vida
é representada em sua maior essência pelo ser humano acerca do qual nos é dito:
Gênesis 1:27
Criou Deus, pois, o
homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
OUTROS ARTIGOS ACERCA DA INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO
A. O Texto do Antigo Testamento
001 – O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
002 – A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
003 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 1 = Os Escribas e O Texto Massorético — TM
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B. A Geografia do Antigo Testamento
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002 — NASCE A NAÇÃO DE ISRAEL
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D. A Introdução ao Pentateuco
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009 – Gênesis — A Criação de Deus - Parte 8A – A Criação de Deus Dia a Dia – O Primeiro Dia — Parte 2
010 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus - Parte 9 – A Criação de Deus Dia a Dia – O Segundo e o Terceiro Dia
011 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 10 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Quarto Dia
012 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 11 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Quinto Dia
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026 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — A Conclusão Acerca de Caim — Parte 25
027 — Estudo de Gênesis — Gênesis 5 — Sete e outros Patriarcas Antediluvianos — Parte 26
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039 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 002
040 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 003
041 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 004 — A NATUREZA DA ALIANÇA ENTRE DEUS E NOÉ
042 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 005 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 001
043 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 006 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 002 — OS NEGROS SÃO AMALDIÇOADOS?
044 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 007 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 003 — A CONTRIBUIÇÃO DOS FILHOS DE NOÉ PARA A HUMANIDADE
045 — Estudo de Gênesis — A TÁBUA DAS NAÇÕES — PARTE 001 — OS DESCENDENTES DE JAFÉ
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/genesis-estudo-045-tabua-das-nacoes.htmlQue Deus abençoe a todos.
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] Tectonismo - O processo de
deformação da crosta terrestre pela formação dos continentes, baías oceânicas,
platôs, montanhas, dobras e demais forças internas.
[2] Rocha vulcânica, em geral
porfírica ou vítrea, constituída essencialmente de plagioclásio básico e augita
com ou sem olivina. Há extensos e espessos derrames de basalto no Sul do
Brasil. Sinônimo popular: pedra-ferro.
[3] Boa parte dos itens 1-10 desse
material foi traduzido e adaptado pelo autor do livro de: Fred Heeren. Show Me
God. Day Star Publications, Wheeling, 1997.
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