Jesus vende. Vende Bem, Aliás, Jesus vende muito bem! Esse é o principal motivo porque, periodicamente, alguém aparece com um artigo — as revistas Superinteressante e Galileu provam isso — ou até mesmo com livros, sempre ridículos que apenas reciclam velhas histórias, surgidas a partir do século XVIII.
A Igreja cristã tem sido acusada dos mais horríveis crimes que se possam
imaginar. Mas nem tudo de que nos acusam é necessariamente verdadeiro,
especialmente quando pensamos que o que motiva os acusadores no início do século
XXI, na grande maioria das vezes, é um paganismo elementar embebido em um
politeísmo liberal. Um caso clássico que ilustra o que estamos dizendo é
representado pela linha editorial de revistas como a “Superinteressante” e a
“Galileu”. Periodicamente estas revistas apresentam reportagens que visam minar
o Cristianismo ao mesmo tempo em que mostram sob uma luz, extremamente
favorável, o “xamanismo, o espiritismo e as religiões orientais e tudo que, de
uma maneira geral, esteja relacionado com a Nova Era”.
Outra ilustração pode ser encontrada no livro escrito por Nina Smart e
Steven Konstatine, à guisa de uma Teologia Cristã[1], onde
lemos: “nossa apresentação de uma “darsana” é mais que a apresentação de uma
elaboração intelectual. Trata-se, na verdade, de um “tao”, como um “bhakti” ou “jinana”,
ou “conhecimento”, de uma vida coberta pelo “li” sacramental. Um estímulo ao “dhyana”
ou ao “karuma”. É o convite para evitar
esquivar-se de ser chamado pelo poder do “avatar”. É impossível reconhecer o
que está escrito acima como teologia cristã, por mais que nos esforcemos.
Todavia o mesmo serve para confirmar o que dissemos no início deste parágrafo.
Outro exemplo ainda é a publicação pela editora HarperCollinsPublishers
do livro “The Other Bible” que visa apresentar uma coleção de escritos “inspirados”
onde se misturam textos judaicos e da cabala judaica, com textos pretensamente
cristãos, produzidos por gnósticos e encontrados na biblioteca de Nag-Hamadi no
Egito[2]. Entretanto, os nossos acusadores encontram a justificativa
que precisam para nos acusar de todo tipo de crimes exatamente na
inconsistência de nossos atos e na contradição que existe entre nosso discurso
e nossos atos. A grande verdade é que a igreja chamada cristã tem adotado como
práticas suas os conceitos e ideais da sociedade em que esta imersa. No lugar
da palavra profética contra o orgulho religioso, a arrogância eclesiástica e a
auto-suficiência da sociedade, temos o silêncio. Em vez de servir como sal e
luz no mundo, a igreja tem procurado agradar aos donos do poder e a se
conformar às formas de pensamento da cultura dominante. Nossa cegueira é tão
grande que existem pessoas que acreditam piamente que nós somos a primeira
geração a realmente entender o evangelho. A propagação de falsos ensinamentos
tais como as falsas doutrinas da “Prosperidade” ou da “ Palavra da Fé”, também
contribuem para esse estado de coisas. Nas palavras de Michael S. Horton[3] “existe nos dias de hoje um tremendo espírito
de autoconfiança e orgulho: nossos projetos de crescimento da igreja finalmente
introduzirão o reino; ou faremos isso realizando sinais e maravilhas; ou
lideraremos assumindo as instituições públicas e exercendo pressão política,
social e econômica sobre os inimigos de Cristo; outros talvez desejem
conquistar o poder descobrindo os recursos internos do indivíduo através das
últimas ofertas da psicologia popular; outros demonstrarão autoconfiança
reforçando o culto da personalidade, as restrições legalistas e a pressão do
meio; finalmente, alguns apelarão para o poder do medo e das paranóias, como se
tivessem uma visão interior dos segredos divinos, tal como a data da volta de nosso Senhor. Reuniões evangélicas são frequentemente
marcadas pela mística da singularidade da nossa geração no plano de Deus”.
Com
isto queremos dizer que não temos nada a ver com os crimes cometidos no
passado. Esta postura é semelhante a
daquelas pessoas, nos dias de Jesus, que batiam no peito e diziam “Se
tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no
sangue dos profetas!” Soava bonito mas Jesus conseguia ver a implicação do que
eles estavam dizendo ao comentar:
Mateus 23:30—32
Assim, contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os
profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais .
Estas inconsistências têm sido percebidas por muitas pessoas e muitos
têm tentado explicar o que aconteceu. Esse é o caso do novo material produzido
pelo pesquisador estadunidense Joseph Atwill, que afirma que a figura de
Jesus Cristo foi fabricada pela aristocracia romana. Esse é apenas mais um em uma longa série de pessoas que a cada período
de 2 a 4 anos lançam um livro com essa ideologia, ou outras semelhantes a essa.
Para eles, os cristãos primitivos esperavam a volta de Jesus em poucos anos.
Como está volta não aconteceu, se inventou, então, a igreja com toda sua
estrutura hierarquizada e rígida que visava exatamente prover os cristãos com
uma maneira organizada para aguardar o longo período entre a primeira e a
segunda vindas de Jesus. Outros, como Júlio José Chiavenato, fazem as mais
insustentáveis afirmações tais como: “O cristianismo primitivo não continha em
si nenhum componente filosófico, mas uma alienação específica, conformando o
homem a sofrer resignadamente neste mundo, sem vontade política de
modificá-lo”.[4]
Juntamente com estas acusações, surgem inúmeras outras que dizem respeito a
como o texto do Novo Testamento teria sido alterado para se conformar com a
realidade vivida pela igreja. Temos ainda, entre estes, pessoas como o frade
franciscano Jacir de Freitas Faria, professor de exegese bíblica no Instituto
Santo Tomas de Aquino e no Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus,
que acreditam que havia duas vertentes principais no cristianismo antigo. Uma
era comandada por Tiago e a outra pelo apóstolo Paulo. Segundo nosso frade, a
vertente paulina venceu e o que temos hoje aí é fruto daquele acontecimento. Se
a vertente de Tiago tivesse vencido, nos diz o franciscano, quem pode dizer que
tipo de Cristianismo nós teríamos? Ainda de acordo com o frei Jacir, o pecado
não existe. Mas onde o senhor aprendeu isto frei Jacir? Ele afirma que aprendeu
este ensinamento no evangelho apócrifo e gnóstico de Maria Madalena. E mais,
ainda neste mesmo evangelho ele aprendeu que a salvação consiste em “buscar a
harmonia comigo mesmo, com os outros e com Deus”.[5] Frei
Jacir, você erra ao não conhecer nem as escrituras verdadeiras nem o poder de
Deus. As acusações e as teorias, como as do Frei Jacir, de Júlio Chiavenato, e
de pesquisador Joseph Atwill, não
se sustentam e não é objetivo deste trabalho desmontá-las. Estas teorias vendem
bem e satisfazem as idéias de quem as agrega e as publica, é só isto. Sobre
estes autores ainda pesa a condenação que encontramos em João 3:36 que diz:
Por isso, quem crê no Filho
tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a
vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
Independente de tais pessoas acreditarem ou não nas palavras de Jesus.
Mas isto não acontece somente com a cristandade[6]. Outras
filosofias como o Marxismo e o Existencialismo também sofrem destas
contradições, mas elas têm a seu favor não pretenderem o status de revelação.
Tanto Marx quanto Kierkegaard se esforçaram para impedir que suas idéias fossem
reduzidas a meros mecanismos ideológicos. O comunismo soviético assumiu o caráter do seu expoente maior, Vladimir Lênin, que
contradisse na prática, tudo que havia escrito. Poucos anos depois da Revolução
Bolchevistas, muitos comunistas, da primeira hora, se tornaram membros da
esquerda antibbolchevista, que denunciava a Revolução Russa como uma perversão
da extrema direita do Marxismo. É impossível negarmos crédito a estes quando
comparamos o Brasil da ditadura de direita – 1964—1985 - com a União Soviética
do mesmo período. Um era cópia carbono do outro! Hoje em dia, as idéias de
Marx, finalmente libertas da escravidão ideológica que a antiga USSR lhe impôs,
podem ser agora apreciadas de melhor forma. Mencionamos estes fatos porque
parece evidente, que estes tipos de desvios são comuns em todas as civilizações.
Todavia, o que nos impressiona é que a corrupção que afeta a cristandade
é sempre, de forma constante, maior e mais abrangente, o que a torna ainda mais
incompreensível. Sem dúvida as práticas da cristandade têm sido,
sistematicamente, o exato oposto daquilo que a verdade, como revelada em Jesus,
representa. Mas como isto é possível? Se Jesus prometeu:
Mateus 28:20
E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Ele também prometeu que não nos deixaria órfãos, pois:
João 14:16
Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.
E mais, quando sabemos que:
Hebreus 13:8
Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.
Não podemos evitar a pergunta: Como é possível que os ensinamentos do Senhor tenham sido completamente
mudados de forma tão perversa, de maneira tão rápida e completa? Os defensores da Teologia Católica da
Libertação entendem exatamente o que estamos dizendo. Por este motivo seus
livros estão repletos de idéias de que agora Deus não fala mais através da
igreja — católica. Agora Deus se identifica com suas criaturas que se expressam
através de revoluções, de guerras de libertação que defendem a causa dos pobres
e lutam por justiça social. Mas tudo isto não passa de teologia natural, que é
a eterna mania de discernirmos a revelação de Deus naquilo que os seres humanos
estão fazendo. Temos que resistir a tais conceitos, pois os mesmos são antibíblicos,
como de resto tudo o que representa a cristandade.
Para os que tiverem interesse em
ler a notícia veiculada pelo site Terra acerca das “pesquisas” de Joseph
Atwill, segue o Texto
Pesquisador: história de Jesus é farsa criada por
romanos
Historiador
americano afirma que a figura de Jesus foi usada como propaganda pelos romanos
para acalmar os povos sob seu domínio.
O
pesquisador americano Joseph Atwill, que afirma que a figura de Jesus Cristo
foi fabricada pela aristocracia romana, diz ter encontrado novos dados que
confirmam sua teoria. O historiador diz que um relato da Judeia do século I
contém diversos paralelos entre Jesus e o imperador romano Tito Flávio. As
informações são do site do jornal britânico Daily Mail.
Atwill afirma que essas "confissões" são "clara evidência" de que a história de Jesus é "na verdade construída, ponta à ponta, baseada em histórias anteriores, mas especialmente na biografia de uma César romano"
James
Crossley, da Universidade de Sheffield, diz ao jornal que a teoria de Atwill é
como os livros de Dan Brown. "Esse tipo de teoria é muito comum fora do
mundo acadêmico e são normalmente reservadas à literatura sensacionalista."
"Cidadãos
alertas precisam saber a verdade sobre nosso passado para podermos entender
como e por que governos criam falsas histórias e falsos deuses", diz
Atwill. O americano irá apresentar seus dados em uma palestra em Londres. A
entrada custa 25 libras (cerca de R$ 87).
Segundo o
pesquisador, a criação de uma figura foi usada como propaganda pelos romanos
para acalmar os povos sob seu domínio. "As facções de judeus na Palestina
da época, que aguardavam por um messias guerreiro profetizado, eram uma
constante fonte de insurreição violenta durante o primeiro século", diz o
historiador.
"Quando
os romanos exauriram os meios convencionais de anular rebeliões, eles mudaram
para a guerra psicológica. Eles pensaram que o meio de parar a atividade
missionária fervorosa era de criar um sistema de crença adversário. Foi quando
a história do messias 'pacífico' foi inventada", diz Atwill.
Joseph
Atwill pesquisador americano
O
pesquisador diz que, ao invés de encorajar a guerra, o messias inspirava a paz
e ainda dizia aos judeus darem a "César o que é de César" e, assim,
pagar suas taxas para Roma.
Atwill
diz ter encontrado um relato de Flávio Josefo (historiador romano) sobre a
guerra entre romanos e judeus. O americano argumenta que o texto contêm
diversos paralelos entre o texto e o Novo Testamento.
A
sequência de eventos e localidades visitadas por Jesus Cristo segundo o texto
bíblico é aproximadamente a mesma da campanha militar de Tito Flávio, imperador
romano durante a guerra, afirma Atwill. O Daily Mail
destaca, contudo, que Tito Flávio nasceu em 39 d.C. e morreu em 81 d.C., muito
depois de Jesus Cristo.
O
historiador americano afirma que os imperadores romanos nos deixaram um
quebra-cabeça a ser desvendado. Segundo Atwill, a solução do enigma é:
"nós inventamos Jesus Cristo e somos orgulhosos disso".
Os que
desejarem ver o artigo original do terra, poderão fazer por meio desse link
aqui:
Como podemos ver o próprio artigo
já contém elementos suficientes para desbancar as tolices de Atwill. Mas muitas
pessoas farão questão de comprar seu livro — quando estiver disponível em
português — e de, eventualmente, assistir uma palestra sua, caso ele venha para
o Brasil.
Que Deus dê discernimento ao seu
povo e abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] Nina Smart e Steven Konstatine, Christian Systematic Theology in a World
Context, Minneapolis, 1999.
[2]
Existe ainda muita outra literatura já disponível em inglês, tal como: “The
World’s Wisdom: Sacred Texts from the Word’s Religions” publicado por
HarperCollinsPublishers ou ainda “The Portable Bible” publicada por Penguin
Books que além de conter seleções do Antigo e do Novo Testamentos, traz também
porções do Upanishads e do Bhagavad-Gita do Induísmo, do Tao-Te King do
Taoísmo, do Gatas do Zoroastrianismo, do Lótus da Lei Verdadeira e da Doutrina
Tibetana do Budismo, do Li-Ki e do Livro da Piedade Filial do Confucionismo e
do Alcorão do Islamismo.
[3] Michael
Scott Horton, editor, Religião de Poder, Editora
Cultura Cristã, São Paulo, 1988.
[4]
Júlio José Chiavenato, religião da origem
à ideologia, FUNPEC-Editora, Ribeirão Preto, 2002.
[5] As
afirmativas do frei Jacir podem ser encontradas na entrevista que ele concedeu
à revista Galileu numero 137 de Dezembro de 2002.
[6]
O
autor chamará de “Cristandade” esta religião falsa, espalhada pelo mundo, que
se auto-intitula de cristã. Mesmo não gostando do termo “Cristianismo”, pelo
reducionismo ideológico que ele causa, o mesmo será usado para se referir à
verdadeira igreja cristã espalhada pelo mundo.
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