Em poucos dias — 31 de Outubro de
2013 — estaremos comemorando o 496º aniversário da Reforma Protestante do
Século XVI.
Esse foi, de fato, um movimento
inspirado, guiado e sustentado pelo Deus Todo poderoso, pois envolveu uns
poucos indivíduos, com uma fé inabalável nas Escrituras Sagradas e na gloriosa
presença do Espírito Santo em suas vidas, que abalou até mesmo o mais profundo
alicerce do poder dominante da época, a saber, o Sacro Império
Romano-Germânico, governado simultaneamente pelo imperador alemão e pelo papa
romano.
É nossa intenção ajudar nossos
leitores a entenderem melhor esse grandioso movimento e assimilarem a
responsabilidade que têm em levar adiante suas premissas básicas:
- Somente as Escrituras Sagradas como Única Regra de Fé e Prática.
- Salvação exclusivamente pela graça de Deus sem a participação de nenhuma obra meritória humana.
- Salvação exclusivamente mediante a fé em Cristo, e isso, como um dom do próprio Deus.
- Salvação exclusivamente por meio da pessoa e obra de Jesus Cristo.
- Dedicação de toda a glória devida pela salvação somente a Deus.
Sim, somos herdeiros de verdade
maravilhosas, poderosas, salvadoras e transformadoras, e é nosso interesse,
nesse e em mais alguns artigos, expor os acontecimentos que em breve iremos
celebrar com imensa gratidão a Deus em nossos corações.
I. Europa – Século XVI
Nicolau Maquiavel
O século XVI marcou a Europa com
grandes e profundas mudanças em diversas frentes. A renascença iniciada no
final do século XV estava em pleno andamento com seu humanismo exagerado que a
caracterizavam, cada vez, mais e mais, como um movimento extremamente
individualista e autocentrado no ser humano. Falava-se muito na restauração da
dignidade humana, há muito perdida pela terrível opressão exercida pelo poder
avassalador da Igreja Católica Romana e essa doutrina, melhor definida como
Humanismo, foi se espalhando cada vez mais e mais até atingir a própria
política, por meio da obra imortal de Nicolau Maquiavel — “O Príncipe”. No fim
das contas, nós podemos dizer que o humanismo introduzido pelo renascimento
acabou por produzir uma Europa secularizada, bastante distanciada da fé e da
revelação contida nas Sagradas Escrituras. De agora em diante o homem se
julgava “senhor” de seu próprio destino. Também imaginava, de forma tola, que
seria capaz de fazer a história conforme sua imagem e semelhança.
Mas junto com o advento da
renascença e do inevitável humanismo que a acompanhava, o Século XVI também viu
florescer o crescimento vertiginoso do poder real, o surgimento de monarquias
centralizadoras e a descoberta de novas rotas marítimas e novas terras,
inclusive o Brasil. Foi durante esse período de exploração dos novos
territórios que quantidades incalculáveis de ouro e prata inundaram a Europa,
especialmente a Inglaterra, a Holanda, Portugal, Espanha, França e claro, o
Sacro Império Romano Germânico. Foi também durante o século XVI que Nicolau
Copérnico publicou sua obra prima — De Revolutionibus — que deu início a todo
um movimento que culminou com os avanços que nos conduziram, até onde nos
encontramos hoje, em termos da ciência moderna. A urbanização assumiu um ritmo
acelerado no Século XVI, bem como o surgimento de universidades por toda
Europa. Por fim, não podemos deixar de mencionar a maravilhosa invenção da
máquina de impressão com tipos móveis inventada por Johannes Gutenberg em 1451.
Gutenberg e Associados
Mas apesar de tudo isso, e ainda
deixamos muita coisa de lado, especialmente na área da literatura e das artes,
o maior, o mais impressionante e, aquele que era pensado como impossível e
surpreendente, foi o movimento que chamamos de “A REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO
XVI”. A Reforma Protestante causou uma divisão de águas profunda no seio da
Europa e obrigou seus cidadãos a se decidirem entre a velha religião Católica
Romana e o novo movimento Protestante que propunha, acima de tudo, um
relacionamento pessoal e exclusivo com Deus, o Pai e com seu Filho, Jesus
Cristo, o Salvador da humanidade. O movimento da Reforma Protestante foi tão
agudo que não deixou nenhuma alternativa para a população da Europa.
Infelizmente, como acontece com a história da Igreja desde seus primórdios,
havia muito joio crescendo no meio do trigo nos arraias protestantes e isso
culminou com terríveis guerras religiosas entre luteranos, protestantes e
católicos.
Sacro Império Romano Germânico
II. Os Caminhos da
Reforma Protestante
Quais eram, exatamente, as
circunstâncias que culminaram com esse poderoso mover de Deus no meio do povo
Europeu? Existem vários motivos, como iremos ver em seguida, mas todos eles
estavam intrinsecamente relacionados com uma enorme insatisfação com
a chamada Igreja Católica Apostólica Romana.
Vaticano
Em primeiro lugar devemos
mencionar que já há muitas décadas, muitos cristãos dedicados sentiam-se
profundamente incomodados pela insistente ênfase, cada vez maior por parte da
Igreja de Roma, num ritualismo morto e distante da verdadeira necessidade que
as pessoas tinham de salvação pessoal. As práticas sacramentais da Igreja de
Roma haviam assumido proporções ritualísticas nunca antes imaginadas e já não
significavam mais nada para os povos da Europa. Tais ritos estavam
completamente desvestidos de qualquer significado que tivesse qualquer valor
para os indivíduos. Isso tudo estava, rapidamente sendo colocado em cheque,
porque tinha cada vez mais pessoas morando nas cidades e elas podiam observar
tais atitudes e comentar umas com as outras.
Em segundo lugar a própria
instituição do papado e o próprio papa tinham perdido muito da poderosa
influência espiritual que exerciam sobre o povo, por causa do aumento do
conhecimento e da crescente secularização. Essa secularização fazia com que até
mesmo os bispos e o próprio papa agissem mais como reis e príncipes, do que
como guias espirituais, algo que, aliás, a vasta maioria deles já havia
abandonado há bastante tempo.
Com a vinda das pessoas para as
cidades, ficou mais fácil de ser percebido, por todas as classes, a riqueza
acumulada e exibida pela Igreja Romana por meio de majestosas catedrais e
palácios episcopais grandiosos. Tal exibição de riqueza, certamente era uma
bofetada na cara da vasta maioria das pessoas que não tinham sequer o
suficiente para comer. O povo pobre se ressentia, literalmente, da riqueza
exibida pelo papado e sua falsa igreja e os ricos, por sua vez, invejavam toda
aquela riqueza. Isso é o que acontece quando você pretende seguir a Jesus, mas
deseja fazê-lo a seu modo e não em obediência aos ensinamentos do mestre que
disse:
Mateus 6:19—21
19 Não acumuleis para
vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões
escavam e roubam;
20 mas ajuntai para vós
outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não
escavam, nem roubam;
21 porque, onde está o
teu tesouro, aí estará também o teu coração.
Naqueles dias uma ótima descrição
para o que acontecia com a compra e venda de cargos eclesiásticos e
principalmente com a nojenta venda das indulgências — perdão temporário de
pecados que devem ser pagos no purgatório segundo os falsos ensinamentos da
Igreja Católica Apostólica Romana é essa aqui:
Ilustração da Babilônia Conforme Apocalipse 18
Apocalipse 18:11—13
11 E, sobre ela, choram
e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria,
12 mercadoria de ouro,
de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de
seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto
de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de
ferro e de mármore;
13 e canela de cheiro,
especiarias, incenso, unguento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo,
gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas.
Palácio Episcopal de Astorga
Todas essas práticas nojentas
conduzidas por homens inescrupulosos por séculos e séculos tinham contribuído
para um enriquecimento incalculável da apóstata Igreja Católica Apostólica
Romana, e também tinham aberto as portas para o desenvolvimento de novos
caminhos de abuso de muitas e variadas maneiras. E essas práticas eram mais
fáceis de serem percebidas nas cidades onde existia uma grande proximidade
entre o povo a as situações práticas de imoralidades de todos os tipos. Muitos
líderes da Igreja Romana ocupavam diversos ofícios e eram muito bem remunerados
por cada um deles. A lassidão moral do clero era tão marcante e notória, que
ninguém mais podia continuar fingindo que a mesma não existia. A relação de
enriquecimento, práticas imorais, venda e prestação de serviços pagos por parte
de homens tão impuros, tornou-se abjeta para a maioria da população da Europa.
Tudo estava mesmo muito errado.
Riquezas do Vaticano
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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Desde já agradecemos a todos.
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