segunda-feira, 6 de abril de 2015

PARÁBOLAS DE JESUS - LUCAS 13:1—5 — A PARÁBOLA ACERCA DE PILATOS E DA TORRE DE SILOÉ — SERMÃO 030


A torre de Siloé reconstruída 

Esse artigo é parte da série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.

LUCAS 13:1—5

1  Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam. 

2  Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? 

3  Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 

4  Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 

5  Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 

INTRODUÇÃO

A. A passagem de Lucas 13:1—9 pode ser dividida em duas partes — versos 1— e versos 6—9. As duas passagens tratam de um mesmo e complexo tema envolvendo: política e arrependimento. 

B. Nos versos 6—9 que trata da “Figueira Estéril” nós temos uma parábola propriamente dita. Iremos lidar com essa parábola em nosso próximo estudo. 

C. Já nos versos 1—5, que iremos analisar hoje, nós temos o que podemos chamar de “discurso parabólico” porque Jesus lança mão de situações ou ilustrações concretas para ensinar verdades eternas. 

D. Essas duas passagens falam de pessoas que foram mortas de forma violenta, e de uma árvore que corre o risco de ser cortada por não produzir os frutos esperados. 

Ator representando o governador romano Pilatos

I. Pilatos e a Morte Violeta de Certos Galileus 

A. De acordo com a narrativa de Lucas, Jesus está se dirigindo para Jerusalém. O evangelista, todavia, não nos fornece nenhum detalhe onde exatamente esse diálogo aconteceu.
  
B. A história começa quando algumas pessoas se aproximam de Jesus — versos 1 — e lhe contam uma atrocidade cometida pelo governador Pilatos. 

C. Tal atrocidade tinha a ver com o fato do governador romano Pilatos, por motivos que não estão claros na narrativa, ordenou o massacre de certos galileus que se encontravam em Jerusalém para oferecerem sacrifícios no templo. A brutalidade do massacre foi tanta que o sangue dos galileus acabou se misturando com o sangue dos animais que eles estavam oferecendo. 

D. Massacres como esses não eram incomuns. Não podemos nos esquecer que a terra da Palestina — incluindo a Galileia, Samaria e a Judeia bem como toda a região costeira — estava sob uma severa ocupação romana. Os romanos, geralmente deixavam as pessoas dos territórios ocupados seguirem com o ritmo normal de suas vidas, enquanto pagassem os impostos cobrados e não tivessem nenhum tipo de pensamento sequer que fosse inamistoso com as forças de ocupação.

E. Os povos conquistados pelos romanos eram considerados inimigos de tempo integral do império e estavam sujeitos a todos os tipos de brutalidade por parte do exército romano. 

F. Diante da circunstância que descrevemos no item anterior, fica bem evidente a enorme importância de como Jesus iria reagir àquela informação. 

G. Certamente havia interessados de todos os lados — judeus e romanos — em conhecer e registrar qual seria o comentário que Jesus iria fazer acerca daquela informação. Aqueles eram, de fato, tempos muito difíceis. Cristo poderia ter seguido a mesma atitude que encontramos no profeta Amós — 

Amos 5:13 

Portanto, o que for prudente guardará, então, silêncio, porque é tempo mau. 

H. Se Jesus não dissesse nada, isso seria muito bem-vindo pelos romanos, mas o colocaria, imediatamente na posição de traidor da causa judaica, por não denunciar a brutalidade das forças de ocupação romanas. 

I. Agora, caso Jesus denunciasse os romanos, isso agradaria os judeus, mas o colocaria na condição de um possível insurreto e fomentador de rebelião diante das autoridades romanas, o que representava um risco para sua própria existência. 

J. Diante dessa delicada situação, Jesus toma a seguinte decisão: Ele decide não denunciar os romanos, mas também evita ficar em silêncio! Como o profeta Jeremias no Antigo Testamento, Jesus prefere falar corajosamente a verdade. 

III A Resposta de Jesus — versos 2—5 

A. Pela resposta que Jesus oferece, fica claro, que as pessoas que fizeram o comentário original desejavam, de alguma forma, criar algum tipo de relação entre algum pecado cometido com o sofrimento padecido. 

B. Mas no lugar de fazer uma leitura para trás suprindo, desse modo, o motivo porque as pessoas haviam sido massacradas, a resposta de Jesus constitui-se numa completa surpresa. 

C. Em primeiro lugar Jesus mostra que sabia muito bem que aquelas pessoas achavam que aqueles galileus eram mais pecadores que outros judeus. Um julgamento muito temerário, diga-se de passagem, e Jesus prontamente denuncia essa hipocrisia. 

D. O mesmo era verdadeiro com relação às 18 pessoas que haviam sido soterradas pelo desabamento de uma torre em Jerusalém — verso 4. Os habitantes de Jerusalém consideravam aqueles que perderam suas vidas no desabamento da torre como pessoas mais pecadoras do que os outros habitantes de Jerusalém. 

E. Mas Jesus deixa bem claro que nenhuma pessoa daqueles grupos era mais pecadora do que as pessoas que estavam ouvindo o que ele dizia. Segue-se a surpresa...
  
F. Jesus termina seu comentário afirmando que todos os seus ouvintes pereceriam da mesma maneira se não se arrependessem — ver versos 3 e 5. 

IV Existe Alguma Correlação, na Base de 1 por 1, entre pecado e sofrimento? 

A. Em João 9:1—3 nós lemos acerca de um homem que era cego desde o seu nascimento. Os discípulos queriam muito saber do Senhor Jesus, quem havia pecado para que aquele homem nascesse cego? Foi o próprio homem ou foram seus pais, perguntaram os discípulos. Jesus respondeu dizendo que não foi ninguém! 

B. É por causa dessa falsa mentalidade que temos, de que o sofrimento de alguém está associado aos pecados que a pessoa cometeu ou está cometendo que Jesus se dirige ao paralítico em Lucas 5 com as seguintes palavras: Homem, estão perdoados os teus pecados.

C. De acordo com Jesus não existe nenhuma correlação direta na base de 1 por 1 entre pecado e sofrimento. 

D. O salmista é bem claro quanto a essa questão ao afirmar o seguinte — 
Salmo 103:10 

Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante
as nossas iniquidades. 

E. Da mesma maneira que não existe correlação direta entre pecado e sofrimento, também não existe destino ou sorte e azar, por causa da soberania de Deus.


CONCLUSÃO 

A. Jesus fala diretamente com seus interlocutores e os exorta ao arrependimento enquanto há tempo. 

B. Essa atitude de Jesus nos mostra tanto sua coragem como também explica sua profunda rejeição pela comunidade judaica de seus dias. Eles queriam muitas coisas da parte de Deus, mas arrependimento não era uma delas! 

C. Todos os que lutam por uma causa justa tendem a pensar que a causa os faz justos. Não os faz. A causa dos judeus contra os romanos era justa, mas isso não fazia deles pessoas justas. 

D. Qualquer um que quer enxergar o Senhor Jesus apenas como um revolucionário precisa resolver as questões apresentadas pelo texto de Lucas 13:1—5. 

E. Jesus diz o seguinte para seus interlocutores: Vocês querem que eu condene Pilatos? Mas eu não estou falando com Pilatos. Eu estou falando com vocês. Forças do mal estão trabalhando no meio de vocês e, se vocês não se arrependerem, vocês serão destruídos com Pilatos ou sem Pilatos. Vocês precisam se arrepender ou serão destruídos. 

F. Note que Jesus não ordena que eles se submetam a Pilatos ou que aceitem a opressão romana. Jesus tinha um amor muito grande por aquelas pessoas que estavam diante dele e sabia que, se elas não se arrependessem de seus pecados seriam completamente destruídas. Por esse motivo, Jesus os exorta ao arrependimento. 

G. O que Jesus quer nos ensinar hoje com essas palavras? Jesus nos pede que em vez de ficarmos apenas vendo o mal ao nosso redor — naqueles dias representado por Pilatos e a forças de ocupação do império romano — que possamos enxergar o mal que existe em nossos corações e que nos arrependamos desse mal. Esse mal em nossos corações é representado pelos atos que praticamos, como por obrigações que não cumprimos — pecados de comissão e omissão. 

H. Que possamos nos arrepender de todo o mal. Seja de comissão ou de omissão. 

I. O profeta Isaías nos faz o convite mais doce que poderíamos receber: 

Isaías 55:7

Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.



OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:

001 – O Sal

002 – Os Dois Fundamentos

003 – O Semeador

004 – O Joio e o Trigo =

005 – O Credor Incompassivo

006 — O Grão de Mostarda e o Fermento

007 — Os Meninos Brincando na Praça

008 — A Semente Germinando Secretamente

009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor

011 — A Eterna Fornalha de Fogo

012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha

013 — A Parábola dos Dois Irmãos

014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1

014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2

015 — A Parábola das Bodas —

016 — A Parábola da Figueira

017 — A Parábola do Servo Vigilante

018 — A Parábola do Ladrão

019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente

020 — A Parábola das Dez Virgens

021 — A Parábola dos Talentos

022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos

023 — A Parábola dos Dois Devedores

024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa

025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai

026 — A Parábola da Mão no Arado

027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo

027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1

027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote

027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita

027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano

027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro

027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria

027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final

027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei

028 — A Parábola do Rico Tolo —

029 — A Parábola do Amigo Importuno —

030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé

031 — A Parábola da Figueira Estéril

032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares

033 — A Parábola do Grande Banquete

034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro

035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001

036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002

037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001

037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002

037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003

037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento

037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida

037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
Que Deus Abençoe a todos. 

Alexandros Meimaridis 

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Desde já agradecemos a todos.     

3 comentários:

  1. um estudo muito bom para honra e gloria do senhor Jesus!crismacleiton

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  2. Glória Deus por esse estudo.Que Deus te abençoe sempre.

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  3. Gnt!!! gostei muito do site ...Sou apaixonado com Jesus ...Obrigado querido Mestre.. :)

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