quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 005— CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004



Concepção artística do apóstolo Paulo fazendo sua defesa.

ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.
CONTINUAÇÃO

A teologia bíblica é normalmente percebida apenas como um resumo ou esboço, do progresso do desenvolvimento da atividade revelatória e redentora de Deus na história da humanidade. Esse processo está restrito apenas ao que está escrito — i.e., da perspectiva histórico-redentora — a partir de um ponto de vista vantajoso.
Todavia, essa descrição é aplicada, de modo mais apropriado, apenas à teologia do Antigo Testamento. Com certeza, interesse com o progresso da revelação divina não está ausente na teologia bíblica do Novo Testamento. O que distingue esses dois campos é o fato, como notamos no estudo anterior, que o exegeta moderno, apesar de todas as diferenças culturais e temporais, se encontra, pelo menos a princípio, — i.e., em termos da História da Redenção — na mesma situação que os autores do Novo Testamento e, portanto, está envolvido com o apóstolo Paulo  — bem como com os outros autores do Novo Testamento — numa jornada interpretativa comum.

Essa diferença entre a teologia bíblica do Antigo Testamento com a teologia bíblica do Novo Testamento, já foi notada por B. B. Warfield, quando escreveu: Em seu ensino fundamental, o Novo Testamento serve, portanto, mais facilmente para aquilo que é chamado de dogmático do que aquilo que mencionado como sendo tratamento genérico[1]. Essa observação é uma referência direta à abordagem germânica dos estudos paulinos.

Mas essa linha de pensamento pode ser colocada de uma maneira diferente se observarmos que, o papel fundamental exercido por Paulo no processo de revelação, não pode ser divorciado de seu ofício como apóstolo e servo de Jesus Cristo. Em outras palavras, a qualificação de Paulo como um instrumento da revelação é feita em termos eclesiásticos. Isso, por sua vez, significa que a revelação inspirada e infalível que recebemos por seu intermédio é, ao mesmo tempo, o ensino autoritativo e a opinião — dogma — da própria Igreja do Senhor. E que, como os vários dogmas demonstram uma relação óbvia de uns para com os outros, um deles pode ser usado para fazer referência à sua teologia.

Até aqui, pelo menos, podemos afirma que algo das considerações metodológicas que fizemos nessa introdução tem importância para todo o corpo de estudos relacionados ao Novo Testamento e, de modo particular com as epístolas.

Entretanto, queremos aproveitar esse momento para enfatizar como tudo o que estamos dizendo, se aplica aos estudos paulinos. Nossas afirmações suprem a perspectiva apropriada para enxergarmos a exclusividade de seus escritos. Sendo mais específicos, estamos nos referindo a como o modo pervasivo e didático da natureza doutrinária dos ensinamentos de Paulo deve ser abordada, enquanto reconhecemos o interesse comum, bem como a situação comum em que nos encontramos dentro do contexto maior da História da Redenção. Os argumentos bem estruturados que encontramos nas epístolas paulinas não precisam de nenhum argumento a favor, especialmente quando consideramos os trabalhos realizados pelos estudiosos reformados. O próprio Warfield, mencionada acima, dizia: Paulo é o mais didático de todos os autores do Novo Testamento[2]. Todavia uma percepção dos fatores da História da Redenção envolvidos nessa discussão é necessária para podermos apreciar o significado mais profundo da qualidade doutrinária e do interesse sistemático nos escritos do apóstolo Paulo. Essa percepção supre a garantia necessária para falarmos da teologia de Paulo, no próprio sentido da palavra. No que diz respeito à teologia do apóstolo Paulo, nós devemos afirmar que o principium theologiae, as Escrituras, em si mesmas, contêm teologia, ou ainda melhor, que a natureza da continuidade entre a nossa teologia e seu principium — a Bíblia — são, em certos pontos, distintamente teológicos. Dessa forma, podemos dizer que a sequência seguida por Kuyper está sujeita, no mínimo, a certa suplementação. O reconhecimento da descontinuidade entre o Novo Testamento e as interpretações subsequentes que encontramos na igreja, precisam ser equilibradas pelo reconhecimento da continuidade entre as mesmas. Continuidade essa que envolve a teologia-eclesiástica e História da Redenção.

No material apresentado acima, a discussão que existe com respeito à História da Redenção, entre aquilo que é canônico, daquilo que não é canônico, entre o período apostólico e pós-apostólico não está sendo nem ignorada nem obliteradao. Pelo contrário, o que estamos afirmando é que uma ênfase tem sido colocada em algumas implicações do fato que, na “igreja”, tanto o “apostólico” como o “não apostólico” encontram seu denominador comum acerca da História da Redenção.

CONTINUA   ca, de modo mais apropriado, apenas    

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/a-ressurreicao-de-cristo-dentre-os.html

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA SOTERIOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO

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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 015 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 003

Que Deus Abençoe a Todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.



[1] Warfield, B. B. The Person of Christ in Biblica Doctrine. Oxford University Press, New York, 1929.

[2] Idem, p. 176.

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