Esse
esboço de sermão é parte da série "Exposição da Epístola aos Efésios"
e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das
verdades contidas nessa exposição, com aplicações para os nossos dias. No final
do artigo você encontrará um link para outros estudos dessa série.
EXPOSIÇÃO DA EPÍSTOLA DE PAULO
AOS EFÉSIOS
Introdução.
A.
Paulo terminou o capítulo 1 de Efésios com uma oração —
Efésios 1:16—23
16 não cesso de dar graças por
vós, fazendo menção de vós nas minhas orações,
17 para que o Deus de nosso
Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de
revelação no pleno conhecimento dele,
18 iluminados os olhos do vosso
coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da
glória da sua herança nos santos
19 e qual a suprema grandeza do
seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder;
20 o qual exerceu ele em Cristo,
ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares
celestiais,
21 acima de todo principado, e
potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no
presente século, mas também no vindouro.
22 E pôs todas as coisas debaixo
dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja,
23 a qual é o seu corpo, a
plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
Tal
oração foi antecedida pelas grandes revelações acerca:
1.
Da nossa eleição eterna.
2.
Da nossa adoção na Família de Deus.
3.
Da nossa redenção em Cristo e da consequente remissão ou perdão de todos os
nossos pecados.
4.
Do fato que fomos feitos herança do próprio Deus.
5.
De que fomos selados com o Espírito Santo o qual se tornou para nós em uma
garantia de que herdaremos, por fim, tudo o que Deus nos tem prometido —
Efésios 1:3—14
13 Em quem também vós, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também
crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
14 o qual é o penhor da nossa
herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.
B.
Neste texto nós estamos novamente diante de um momento de oração. O que motiva
Paulo a orar novamente é:
1.
A revelação de que a obra de Cristo derrubou todas as paredes de separação que
existiam entre os seres humanos e com isso permitiu a constituição de uma nova
sociedade —
Efésios 2:13—22
13 Mas, agora, em Cristo Jesus,
vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.
14 Porque ele é a nossa paz, o
qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no
meio, a inimizade,
15 aboliu, na sua carne, a lei
dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo,
um novo homem, fazendo a paz,
16 e reconciliasse ambos em um só
corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.
17 E, vindo, evangelizou paz a
vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto;
18 porque, por ele, ambos temos
acesso ao Pai em um Espírito.
19 Assim, já não sois
estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de
Deus,
20 edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular;
21 no qual todo o edifício, bem
ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor,
22 no qual também vós juntamente
estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.
2.
O envolvimento pessoal de Paulo na transmissão desta verdade, ele que se
considerava o menor entre todos os cristãos —
Efésios 3:8
A mim, o menor de todos os santos,
me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis
riquezas de Cristo
C.
Vamos, então, examinar esta oração feita por Paulo, parte por parte, para
podermos derivar dela o máximo de aprendizado possível
A PATERNIDADE DE DEUS AO QUAL
ORAMOS
I. A Importância de Entendermos o
Propósito de Deus.
A.
Conforme já mencionamos na introdução, a oração de Paulo nestes versículos tem
a ver com:
1.
A obra realizada por Jesus. Que culminou na criação da Igreja que é o Corpo de
Cristo.
2.
A revelação que Paulo havia recebido acerca deste mistério oculto em Deus desde
as mais remotas eternidades passadas.
B.
O que move Paulo a orar é seu conhecimento do propósito de Deus. E isso no
ensina que todas as nossas orações precisam estar amparadas pela revelação de
Deus.
C.
O prelúdio indispensável para todas as nossas orações é a revelação da palavra
de Deus.
D.
De fato nós podemos até dizer que não temos autoridade nem direito de fazermos
nenhum tipo de oração que não esteja alinhada com a vontade revelada de Deus —
Tiago 4:1—4
1 De onde procedem guerras e
contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa
carne?
2 Cobiçais e nada tendes; matais,
e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes,
porque não pedis;
3 pedis e não recebeis, porque
pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.
4 Infiéis, não compreendeis que a
amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus.
E.
Como podemos saber ou conhecer o propósito de Deus? O único meio seguro que
temos de conhecer o propósito de Deus é sua Palavra Revelada:
1.
Em primeiro lugar Sua Palavra viva que é o Senhor Jesus, o próprio Verbo de
Deus —
João 1:1—4 e 14
1 No princípio era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com
Deus.
3 Todas as coisas foram feitas
por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
4 A vida estava nele e a vida era
a luz dos homens.
14 E o Verbo se fez carne e
habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória
como do unigênito do Pai.
2.
Em segundo lugar nós temos a Palavra de Deus escrita — a Bíblia — que é o
instrumento por excelência para a nossa santificação —
João 17:17
17 Santifica-os na verdade; a tua
palavra é a verdade.
F.
Portanto, oração e leitura da Bíblia andam sempre de mãos dadas.
G.
É através da leitura da Bíblia que nós descobrimos o propósito de Deus e é
através da oração que nós pedimos a Deus que implemente seu propósito em nossas
vidas e nas vidas de nossos irmãos.
II. A Oração de Paulo — a forma.
A. Paulo diz: “me ponho de joelhos”.
B. Os judeus não oravam ajoelhados. Pelo contrário,
costumavam ficar em pé para fazerem suas orações. Ver, por exemplo, a parábola
dos dois homens que subiram ao Templo para orar – Lucas 18:9—14.
C. Por esse motivo, a expressão de Paulo de que se
colocava de joelhos é uma grande novidade e indica uma abordagem diferente ao
ato de orar.
D. Existe um precedente no Antigo Testamento para
uma oração feita de joelhos.
Esdras 9:5—6
5 Na hora do sacrifício da tarde, levantei-me da minha humilhação, com
as vestes e o manto já rasgados, me pus de joelhos, estendi as mãos para o
SENHOR, meu Deus,
6 e disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a
face, meu Deus, porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa
cabeça, e a nossa culpa cresceu até aos céus.
E. Outras passagens nos falam de pessoas que se
prostraram completamente no chão:
1. Como Josué após os hebreus terem sido derrotados
pelos habitantes de Ai —
Josué 7:6
Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o rosto
perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó
sobre a cabeça.
2. Ou como o próprio Senhor Jesus no jardim do
Getsêmani —
Mateus 26:39
Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo:
Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu
quero, e sim como tu queres.
F.
Não existe nas Escrituras Sagradas nenhum mandamento acerca de qual é a melhor
maneira, fisicamente falando, para fazermos nossas orações. É possível orar:
1.
Em pé.
2.
Sentado.
3.
Ajoelhado.
4.
Andando.
5.
Guiando.
6.
E, até mesmo deitado. Mas não vá adormecer.
G.
Não é tanto a posição física que importa e sim a posição do nosso coração e
certamente o ato de ajoelhar expressava o desejo de Paulo de se humilhar na
presença de Deus.
H.
Independentemente da nossa posição física o que mais aborrece Deus é a atitude
do nosso coração quando nos aproximamos dEle em oração. Oração é assunto sério
e não podemos tratar da mesma de forma desleixada e nem ter para com a mesma
uma postura leviana.
III. A Oração de Paulo – feita a
Deus, o Pai.
A.
Paulo diz: “me ponho de Joelhos diante do Pai”.
B.
Deus é em primeiro lugar “o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo” — ver Efésios
1:3.
C.
E como nós estamos “em Cristo”, então Deus é também nosso Pai.
D.
Como filhos de Deus, todos nós, independentemente da nossa origem racial ou cor
da nossa pele, da nossa nacionalidade e da língua que falamos, do nosso nível
social ou cultural, temos todas igual acesso ao Pai em oração —
Efésios 2:18—19
18 porque, por ele, ambos temos
acesso ao Pai em um Espírito.
19 Assim, já não sois
estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de
Deus.
Essa
mesma ideia é repetida em Efésios 3:11—12 onde Paulo usa a expressão παρρησία —
parresía
— ousadia, e que indica confiança aberta e destemida, coragem entusiástica,
audácia, segurança. É dessa maneira que devemos nos aproximar de Deus, porque
estamos em Cristo.
E.
Mas somente aqueles que estão em Cristo i.e., somente aqueles que creem
exclusivamente em Cristo como salvador pessoal é que são os verdadeiros filhos
de Deus.
Conclusão:
A. Quando alinhamos nossa vontade em oração com a
própria vontade de Deus o Senhor Jesus nos promete o seguinte:
João
15:7
Se
permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que
quiserdes, e vos será feito.
B. Mas este tipo de pedido não é um cheque em
branco. Ele só vale se nossa intenção estiver firmemente alicerçada na vontade
revelada de Deus —
João
15:8—11
8 Nisto
é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus
discípulos.
9 Como
o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.
10 Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu
tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.
11
Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo
seja completo.
C. De todos os mandamentos que Jesus nos deu nenhum
é maior do que este
João
15:12
O meu
mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
D. E como foi que Jesus nos amou? Ele mesmo nos
responde dizendo:
João
15:13—14
Ninguém
tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus
amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.
E. Quanto tempo nós temos investido em sincera e
fervente oração uns pelos outros? Quanto tempo temos investido pedindo que Deus
transforme a nossos irmãos bem como a nós em cópias exatas do Senhor Jesus.
Este é o propósito supremo de Deus: fazer-nos réplicas exatas do Senhor Jesus —
Efésios
4:13
Até
que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à
perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.
Quanto tempo temos investido pedindo pela conversão
dos perdidos? Estas são orações que Deus irá sempre honrar.
F. Meus irmãos e irmãs, Jesus nos abriu através da
sua morte na Cruz do Calvário, um novo e vivo caminho que nos conduz
diretamente à presença de Deus, nosso Pai. Deixemos as palavras da própria
Bíblia nos consolarem e nos fortalecerem:
Hebreus
10:19 – 24
Tendo,
pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,
pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua
carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com
sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má
consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da
esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também
uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.
OUTRAS MENSAGENS DA SÉRIE NA EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
ALGUNS ASPECTOS DAS INSONDÁVEIS RIQUEZAS DE CRISTO COMO APRESENTADAS EM EFÉSIOS
EFÉSIOS 1:1—2 — SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
EFÉSIOS 1:3—14 — SERMÃO 002 — TODA SORTE DE BÊNÇÃO ESPIRITUAL
EFÉSIOS 1:4—6 — SERMÃO 003 —A BÊNÇÃO DA NOSSA ELEIÇÃO POR DEUS
EFÉSIOS 1:7—8 — SERMÃO 004 —A BÊNÇÃO DA NOSSA REDENÇÃO
EFÉSIOS 1:9—10 — SERMÃO 005 —A BÊNÇÃO DA UNIFICAÇÃO DE TODAS AS COISAS EM CRISTO
EFÉSIOS 1:11—14 — SERMÃO 006 — A BÊNÇÃO DE DEUS EM PERSPECTIVA
EFÉSIOS 1:15—16— SERMÃO OO7 — A IMPORTÂNCIA DA FÉ E DO AMOR
EFÉSIOS 1:16—17 — SERMÃO OO8 — A IMPORTÂNCIA DO ESPÍRITO SANTO EM NOSSAS VIDAS
EFÉSIOS 1:18—21 — SERMÃO OO9 — A ESPERANÇA DO SEU CHAMAMENTO EM NOSSAS VIDAS
EFÉSIOS 1:18—21 — SERMÃO O10 — A RIQUEZA DA GLÓRIA DA SUA HERANÇA NOS SANTOS
EFÉSIOS 1:18—21 — SERMÃO O11 — A SUPREMA RIQUEZA DO SEU PODER
EFÉSIOS 1:22—23 — SERMÃO O12 — A IGREJA E CRISTO COMO PLENITUDE
EFÉSIOS 2:1—3 — SERMÃO O13 — A CONDIÇÃO DO SER HUMANO SEM DEUS
EFÉSIOS 2:4—10 — SERMÃO 014 — A CONDIÇÃO HUMANA PELA GRAÇA DE DEUS
O QUE DEUS FEZ POR NÓS — SALVAÇÃO
PARA O QUE DEUS NOS SALVOU?
EFÉSIOS 2:11—12 — SERMÃO 015 — NOSSA PRECÁRIA CONDIÇÃO ANTES DE CRISTO VIR AO MUNDO
A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO E O VERDADEIRO BATISMO
EFÉSIOS 2:13—18 — SERMÃO 016 — NOSSA NOVA CONDIÇÃO “EM CRISTO”
EFÉSIOS 2:19—22 — SERMÃO 017 — A IGREJA COMO CIDADÃOS, FAMÍLIA E TEMPLO
EFÉSIOS 3:1—7 — SERMÃO 018 — A REVELAÇÃO DO MISTÉRIO DE DEUS
EFÉSIOS 3:8—13 — SERMÃO 019 — PAULO COMO INSTRUMENTO DE DEUS
EFÉSIOS 3:1—13 — SERMÃO 020 — A RELEVÂNCIA DA IGREJA
EFÉSIOS 3:14—21 — SERMÃO 021 — A PATERNIDADE DE DEUS AO QUAL ORAMOS
EFÉSIOS 3:14—21 — SERMÃO 022 — A ORAÇÃO DE PAULO A FAVOR DOS EFÉSIOS
EFÉSIOS 3:14—21 — SERMÃO 023 — A GLÓRIA DEVIDA A DEUS
EFÉSIOS 4:1—3 — SERMÃO 024 — A UNIDADE DA IGREJA
EFÉSIOS 4:4—6 — SERMÃO 025 — A IGREJA É UNA PORQUE DEUS É UM
EFÉSIOS 4:7—10 — SERMÃO 026 — UNIDADE EM MEIO A DIVERSIDADE
EFÉSIOS 4:11 — SERMÃO 027 — OS DONS DE EDIFICAÇÃO DA IGREJA
EFÉSIOS 4:11 — SERMÃO 028 — OS DOM DE PASTORES E MESTRES
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/efesios-sermao-028-o-dom-de-pastores-e_6.html
EFÉSIOS 4:12—16
— SERMÃO 029 — O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/07/efesios-sermao-029-o-proposito-dos-dons.html
Que Deus Abençoe a Todos
Alexandros Meimaridis
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