segunda-feira, 10 de outubro de 2016

IGREJA NOS LARES: ENTENDA ESSE IMPORTANTE MOVIMENTO — PARTE 002


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No mês em que a Reforma Protestante do século XVI completa 499 anos, queremos compartilhar com todos os nossos leitores, uma série de artigos que tratam da grande e necessária Nova Reforma, como temos defendido em vários dos nossos artigos.

O artigo abaixo é de autoria de Wolfgang Simson e parte de seu livro Casas que Transformam o Mundo — Igreja nos Lares, publicado pela Editora Evangélica Esperança

15 Teses Acerca da Reforma Necessária à Igreja
Wolfgang Simson
CONTINUAÇÃO...

9. Das formas organizadas para as formas orgânicas de cristianismo

O “corpo de Cristo” é linguagem figurada para um ente profundamente orgânico e não para um mecanismo organizado. Localmente a igreja consiste de uma pluralidade de famílias espirituais extensas, que estão organicamente interligados em uma rede. A maneira como cada igreja está ligada à outra constitui uma parte integrante da mensagem do todo. De um máximo da organização com um mínimo de organismo é preciso passar novamente para um mínimo de organização com um máximo de organismo. Até aqui o excesso de organização muitas vezes sufocou o organismo “corpo de Cristo” como uma camisa-de-força – por medo de que algo pudesse dar errado. Contudo, medo é o oposto da fé, não representando exatamente uma virtude cristã sobre qual Deus desejasse edificar sua igreja. O medo visa controlar – a fé sabe confiar. Por isso, controlar pode ser bom, mas confiar é melhor.

O corpo de Cristo foi confiado por Deus às mãos fiéis de pessoas que possuem um dom carismático especial: são capazes de crer que Deus ainda mantém o controle da situação quando elas próprias já o perderam há tempo. Sem dúvida o ecumenismo político e as hierarquias denominacionais tiveram sua chance de mostrar resultados no passado, mas não obtiveram êxito. Hoje é necessário criar redes regionais e nacionais que se baseiam sobre a confiança, para que formas orgânicas de cristianismo possam ser novamente desenvolvidas.

10. Cristãos adoram a Deus, não a seus cultos

Visto de fora, o cristianismo se apresenta do seguinte modo para muitas pessoas: pessoas santas dirigem-se, numa hora santa, num dia santo, a um prédio sagrado, a fim de participar de um ritual sagrado, celebrado por um homem santo em vestimentas sagradas, em troca de uma oferta sagrada.

Uma vez que essas promoções regulares, orientadas pelo desempenho e chamadas de “culto divino”, requerem muito talento organizativo e consideráveis recursos administrativos, os rituais formalistas e modelos de comportamento institucionalizados rapidamente se solidificaram em tradições religiosas.

Em termos eclesiásticos, o tradicional culto dominical de uma a duas horas de duração, com cifras do porte de 20 a 300 visitantes, é extremamente voraz em termos de recursos. Apesar disso, produz bem poucos frutos na forma de pessoas que estejam dispostas a mudar de vida como discípulos de Jesus.

Em termos econômicos, o culto tradicional é uma estrutura que exige muitíssimo investido, mas produz poucos resultados.

Na história, o desejo dos humanos de adorar “corretamente” a Deus levou aos constrangedores denominacionalismo, confessionalismo e nominalismo.

É um enfoque que desconsidera que os cristãos são chamados a adorar “em espírito e em verdade” – e não a repetir, em pequenas e grandes catedrais, hinos costumeiros.

Essa mentalidade de programação, que se compraz em reiterar o proverbial “Amém” na igreja, ignora que toda vida é pulsante, muda constantemente e é absolutamente informal.

Sendo o cristianismo “o caminho da vida”, ele é por natureza informal e espontânea, e tão somente o violentamos por meio dos rituais religiosos repetitivos. O cristianismo precisa afastar-se das impressionantes celebrações teatrais em recintos eclesiásticos e recomeçar a viver de modo impressionante a vida cotidiana. É isso que verdadeiramente serve a Deus.

11. Não mais levar o povo à igreja, mas a igreja ao povo

A igreja está se transformando de volta, saindo de uma estrutura do “vinde” para uma estrutura do “ide”. Uma das consequências é que não se tenta mais levar as pessoas à igreja, mas a igreja até as pessoas. A missão da igreja jamais alcançará seu alvo se meramente adicionar acréscimos à estrutura existente. Ela unicamente acontecerá em termos multiplicativos por meio da expansão das igrejas na forma de fermento, inclusive entre grupos da população que ainda não conhecem a Jesus Cristo.

12. A santa ceia é redescoberta como uma verdadeira refeição

A tradição eclesiástica conseguiu a façanha de “celebrar” a santa ceia em doses homeopáticas, com algumas gotas de vinho, uma bolacha insípida e um semblante triste. No entanto, segundo a fé cristã, a “ceia do Senhor” é uma refeição substancial com significado simbólico, não uma refeição simbólica com um significado substancial. Deus está novamente afastando os cristãos das missas, de volta às mesas, de volta á refeição.

13. Das denominações para igreja da cidade

Jesus deu a vida a um movimento – mas o que apareceu foram empresas religiosas com redes globais, que comercializavam suas respectivas marcas do cristianismo, fazendo concorrência uma à outra. Por causa dessa subdivisão em nomes e marcas a maior parte do protestantismo perdeu sua voz no mundo e tornou-se politicamente irrelevante. Muitas igrejas estão mais preocupadas com especialidades tradicionais e discórdias religiosas dentro de seus muros do que com um testemunho perante o mundo em conjunto com outros cristãos.

Jesus jamais pediu aos seres humanos que se organizassem em denominações. Nos primeiros dias da igreja os cristãos tinham uma dupla identidade: eram seguidores de Jesus Cristo, convertidos verticalmente a Deus. Em segundo lugar, congregavam com base na geografia, quando também se convertiam localmente uns aos outros, formando movimentos eclesiais. Não somente se ligavam em igrejas de vizinhanças ou nos lares, nas quais partilhavam sua vida cotidiana, mas também expressavam sua nova identidade em Cristo – na medida em que as respectivas circunstâncias políticas o permitissem. Encontravam-se para cultos festivos de abrangências locais ou regionais. Neles celebrava sua unidade como movimento eclesial da região ou cidade e demonstravam um testemunho conjunto perante o mundo.

Deus está chamando o cristianismo de volta a essas dimensões. O retorno ao modelo bíblico da “igreja da cidade” – ou seja, uma nova credibilidade das igrejas nos lares dos bairros, aliada a cultos festivos de abrangências local ou regional, em que todos os cristãos de uma região se congregam regularmente – não apenas fomenta a identidade coletiva e credibilidade espiritual dos cristãos, mas também confere à igreja um peso político, e chamará a atenção que a mensagem cristã merece.

14. Uma mentalidade à prova de perseguição

Jesus, o cabeça de todos os cristãos, foi crucificado. Hoje seus seguidores estão tão ocupados com suas posições e seu papel respeitável na economia, política e sociedade, ou pior ainda, estão adaptados e quietos de forma tão pouco cristã, que quase não são mais notados.

Jesus diz: ”Abençoados sois quando por minha causa as pessoas vos injuriarem e perseguirem” (Mt 5.11).

O cristianismo bíblico é uma ameaça para o ateísmo e pecado gentílicos, para um mundo que foi dominado pela ganância, pelo materialismo, pela inveja e pela tendência de crer em absolutamente tudo, a menos que esteja na Bíblia. Isso levou aceitação social de comportamentos na esfera da moral, do sexo, do dinheiro e do poder que somente podem ser explicados na dimensão demoníaca. Até o momento o cristianismo atualmente conhecido não constitui um contraste para isso, mas em muitos países ele é simplesmente inócuo e gentil demais para que fosse digno de perseguição.

Quando, porém os cristãos começarem a redescobrir os valores do Novo Testamento, a viver a vida resultante e perder a vergonha de dar nome ao pecado, o mundo em seu redor será atingido no cerne de sua consciência e reagirá como de costume, com conversão ou com perseguição. Ao invés de construir para si ninhos em zonas confortáveis de presumida liberdade religiosa, os cristãos precisam preparar-se novamente para serem descobertos como réus principais e ovelhas negras.

Nada mais farão que seja um estorvo para o humanismo universal, para a moderna escravidão do entretenimento e para a descarada adoração do Eu, o falso centro do universo. É por essa razão que cristãos despertos rapidamente sentirão as consequências do liberalismo fundamentalista e da “tolerância repressiva” de um mundo que perdeu suas normas absolutas porque negou a reconhecer se Deus Criador com seus padrões absolutos.

Em conexão com a crescente ideologização, privatização e espiritualização da política e economia, os cristãos obterão mais cedo do que esperavam uma nova chance para ocupar, ao lado de Jesus, o banco dos réus da sociedade do bem-estar. É bom que hoje mesmo já se preparem para o futuro, desenvolvendo uma mentalidade à prova das perseguições e, em consequência, construam uma estrutura à prova de perseguições.

15. A igreja volta para casa

Qual é o lugar mais simples para uma pessoa ser santa? Ela se esconde atrás de um grande púlpito e, trajado com túnicas sagradas, prega palavras santas e uma massa sem rosto, desaparecendo depois em seu gabinete. E qual é o lugar mais difícil e, por isso mais significativo, para uma pessoa ser santa? Em casa, na presença de sua família, onde tudo o que ela diz e faz é submetido a um teste espiritual automático e conferido com a realidade. Ali todo farisaísmo devoto está irremediavelmente condenado à morte.
As parcelas mais significativas do cristianismo fugiram do enraizamento na família como lugar flagrante do fracasso pessoal para salões sagrados, onde se celebram missas/cultos artificiais bem afastados do cotidiano. No entanto, Deus está em vias de reconquistar novamente às próprias raízes, ao lugar de onde ela procede a um movimento de igrejas nos lares. Assim, a igreja volta literalmente para casa. Na última fase da história da humanidade, pouco antes do retorno de Jesus Cristo, fecha-se o círculo da história da igreja.

Quando cristãos de todos os segmentos sociais e culturais, de todas as situações de vida e denominações sentirem em seu espírito um eco nítido daquilo que o Espírito de Deus diz à Igreja, eles começarão a funcionar claramente como um corpo, a ouvir globalmente e agir localmente. Deixarão de pedir que Deus abençoe o que fazem e começarão a fazer o que Deus abençoa. Na própria vizinhança se congregarão em igrejas nos lares e se encontrarão para cultos festivos que abrangem a cidade ou região toda.

Você também está convidado a aderir a esse mover aberto, e dar a sua própria contribuição. Dessa maneira provavelmente também a sua casa há de ser uma casa que transforma o mundo.

FIM

(Texto publicado em português no livro “Casas que transforma o mundo — Igreja nos lares”, de Wolfgang Simson — Editora Evangélica Esperança)

O artigo original em Inglês acesse:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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