Mostrando postagens com marcador Exegese. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Exegese. Mostrar todas as postagens

sábado, 12 de setembro de 2015

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 006— CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005


Saint Paul in Prison, Rembrandt c. 1627
"Paulo na Prisão" de Rembrandt c. 1667.

ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.

CONTINUAÇÃO

Até aqui, nossa discussão tem tentado defender e desenvolver a abordagem desenvolvida por Geehardus Vos acerca da Teologia de Paulo. Para isso, nós demonstramos:

1. Que todos os que desejam interpretar Paulo, corretamente, devem lidar com o material produzido por ele como se estivessem no mesmo nível que o apóstolo, em termos do contexto da História da Redenção, para que, desse modo, possam compartilhar um interesse interpretativo comum com ele.

2. Que, nessa luz façam justiça ao interesse doutrinário de Paulo e sua exclusividade como intérprete. Essa ênfase na continuidade pode ser melhor expressada quando olhamos para o apóstolo Paulo, como um verdadeiro teólogo. Esse ponto fundamental de partida faz surgir várias conclusões essenciais para um entendimento compreensivo de seus ensinamentos.

a. Abordar o apóstolo Paulo como um teólogo significa que nenhuma estrutura enciclopédica ou conjunto de distinções poderá ser admitida, para justificar a situação na qual ele desenvolveu os ensinamentos contidos em suas epístolas, como algo incomensurável, em princípio, com os vários contextos posteriores nos quais a igreja forjou suas próprias doutrinas. Em termos da História da Redenção, por exemplo, a estrutura dos ensinamentos soteriológicos de Paulo, podem ser contrastados diretamente com a estrutura da soteriologia da Reforma Protestante do século XVI.    

Em outras palavras, para afirmar as amplas implicações metodológicas envolvidas, a teologia bíblica e a teologia sistemática não podem ser artificialmente separadas. O interesse específico da primeira é entender a revelação como processo histórico. Dessa maneira ela, de modo inevitável, olha para as características distintivas e peculiaridades que encontramos em cada um dos autores do Novo Testamento e naquilo que eles escreveram. O ganho importante disso tudo, não é como muitos poderiam supor, que é o lado “humano” da Bíblia que está sendo enfatizado. Esse fator não possui qualquer valor em si mesmo. Pelo contrário, quando damos atenção ao fato que a instrumentalidade humana foi utilizada para transmitir a revelação divina, a atividade de Deus torna-se ainda mais importante e destacada e assim, a estrutura da revelação, como um produto final torna-se o objeto próprio do interesse da dogmática, ajudando a focalizar de modo mais preciso sua função.

Diante dessas considerações uma incursão da teologia bíblica nos domínios da teologia sistemática é tanto inevitável como necessária. A Reforma costuma separar essas duas matérias com base no método utilizado por cada uma delas. A teologia bíblica lida com a informação contida na revelação especial do ponto de vista da história. Já a teologia sistemática lida com essa mesma informação em sua totalidade. Como um “produto” pronto e acabado. A teologia bíblica lida com a revelação como uma atividade divina e não como o produto final dessa atividade.

O interesse mútuo tanto da teologia bíblica quanto da teologia sistemática torna-se especialmente marcante quando estudamos os escritos do apóstolo Paulo. Se como um teólogo, suas epístolas e pregações revelam alguma estrutura de pensamento, segue-se que a forma que uma teologia baseada na exegese de seus textos, deverá refletir essa mesma estrutura, tanto quanto possível. Isso deverá ser demonstrado, especialmente na área da soteriologia onde o material produzido por Paulo se mostra tão proeminente. Se na atividade comum de fazer teologia, Paulo, como apóstolo e instrumento da revelação for considerado distintamente singular pelos seus intérpretes por meio da provisão, em parte, de material inspirado e indispensável fundamentos para a atividade teológica subsequente, segue-se que seus intérpretes devem se preocupar, não apenas com esse material, os conceitos particulares encontrados em Paulo, mas também com a forma como o próprio Paulo manipulas as informações e estrutura seus variados conceitos.   

Enquanto um indivíduo se manter apegado ao ensinamento de Kyper que insiste que a Bíblia Sagrada apenas supre o material do qual a própria igreja constrói seus “dogmas” e desenvolve sua “dogmática” será muito difícil enxergar como o método de “inventários” poderá de fato ser ultrapassado e vencido, de forma efetiva, apesar de todas as afirmações ao contrário. Enquanto um indivíduo trabalhar com suas distinções enciclopédicas, o princípio sintetizador de Paulo será, na melhor das hipótese, notado apenas de forma obscura, e assim, será inevitável que o mesmo seja substituído seja explícita ou implicitamente por outro, totalmente estranho ao apóstolo. São as próprias Escrituras Sagradas que precisam determinar não apenas o conteúdo, mas também o método de se fazer teologia.

CONTINUA   ca, de modo mais apropriado, apenas    

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/a-ressurreicao-de-cristo-dentre-os.html

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA SOTERIOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 015 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 003

Que Deus Abençoe a Todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos. 

segunda-feira, 29 de junho de 2015

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 004 — CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003


Concepção artística do apóstolo Paulo

ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.

CONTINUAÇÃO...

No caso de Paulo, sem dúvida, o aspecto de como as Escrituras são interpretadas é sua mais forte característica. A preocupação, praticamente exclusiva que consumia as forças de Paulo, tanto de sua pregação como de seus escritos, tem a ver com a exposição ou a exegese da História da Redenção e a forma como a mesma atinge seu clímax na morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Da perspectiva do apóstolo Paulo, o lugar ocupado por Cristo na história da revelação está condicionado e ampliado pelo contexto específico da História da Redenção. Essa é uma perspectiva ímpar se queremos entender o que Paulo diz. É apenas quando apreciamos tal perspectiva, com todas suas implicações, que o verdadeiro sentido das funções da revelação tornam-se claras.

Uma dessas implicações é objeto de nosso maior interesse nesse momento. Da perspectiva da História da Redenção os crentes de hoje, em pleno século XXI, estão na mesma situação que o apóstolo estava no século I d.C. Juntamente com Paulo, todos nós olhamos para os eventos culminantes que envolvem a morte, a ressurreição e ascensão do Senhor Jesus, enquanto que, ao mesmo tempo, aguardamos “dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura — 1 Tessalonicenses 1:10. Esse é o único evento que continua pendente. E tal pendência mantém a tensão entre o “agora” e o “não ainda” que caracterizou a vida de Paulo e continua caracterizando a nossa, 20 séculos depois.

Desse modo, a continuidade entre Paulo e seus intérpretes está garantida. De uma forma específica todos nós estamos relacionados por causa dessa pendência na História da Redenção. Além disso, tendo em vista a correlação entre o ato redentor e a palavra de revelação que explica esse mesmo ato, a natureza teológica que vindica essa continuidade fica completamente aparente. Isso dá andamento à ideia que a própria teologia precisa estar completamente baseada no texto da Sagrada Escritura e que, como uma disciplina histórica a exegese bíblica é teologicamente normativa. Desse modo, se o interesse de Paulo é interpretar a história da redenção, então sua interpretação tem, necessariamente, o mesmo interesse apresentado pelo contexto comum a toda História da Redenção. A teologia, independentemente de qual seja seu escopo ou forma final, não pode ter nenhum interesse mais básico, do que seguir nos passos do apóstolo Paulo, interpretando e explicando a tensão existente na História da Redenção e que caracteriza a existência do crente, expondo e elucidando “a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações, ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!” — Romanos 16:25—27.

Resumindo: o conceito da teologia está condicionado pela narrativa da História da Salvação. Desse modo, é impossível dissociar a continuidade histórica que existe entre o apóstolo Paulo e todos os seus intérpretes.

CONTINUA...

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/a-ressurreicao-de-cristo-dentre-os.html

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA SOTERIOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002



A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 015 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 003

Que Deus Abençoe a Todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

VIDA, MORTE, ESTADO INTERMEDIÁRIO E ESTADO ETERNO - ESTUDO 001 - UMA INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA DO TEMA




Essa é uma série cujo propósito é estudar os conceitos bíblicos de vida, morte, estado intermediário e eternidade. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade.

I. Introdução à Hermenêutica: Do Tema

Todas as vezes que nos aproximamos da Bíblia para estudarmos um tema é necessário revisarmos nossos princípios hermenêuticos.

A. O que é hermenêutica?

Hermenêutica consiste na descoberta, compreensão e uso de princípios literários ou regras de interpretação que precisamos seguir. Em uma palavra, hermenêutica é o mesmo que interpretação.

B. O que é exegese?

Exegese é a aplicação dos princípios hermenêuticos visando descobrir a intenção do autor.

C. Quem pode explicar algo que foi dito ou escrito com 100% de certeza?

Somente o próprio autor.

D. Por que devemos nos importar com a hermenêutica?

1. Porque a Bíblia é literatura. A Bíblia é composta de prosa e de poesia. Dentro desses contextos nós podemos encontrar narrativas históricas, literatura apocalíptica, cartas, diálogos, tratados teológicos, biografias e etc.

2. As Escrituras nos advertem acerca do fato que existem formas corretas e erradas de interpretar a Bíblia:

2 Timóteo 2:15

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.

2 Pedro 3:14—18

14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis,

15 e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada,

16 ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.

17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza;

18 antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.

E. Formas erradas de Interpretação da Escrituras:

1. Citação parcial de um texto.

2. Ignorar quem falou ou escreveu.

3. Juntar textos não relacionados.

4. Tirar um versículo do seu contexto.

5. Abordar a Bíblia com atitude mística.

Todas as seitas e movimentos pseudocrístãos se fundamentam em interpretações pessoais dos líderes que ignoram os princípios hermenêuticos.
II. Alguns Princípios Hermenêuticos

A. Princípio 1 - A clareza das Escrituras

A Bíblia foi escrita em linguagem comum. As pessoas que escreveram ou ouviram o que foi dito entendiam o que estava sendo apresentado.

Atos 26:26

Porque tudo isto é do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que nenhuma destas coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou em algum lugar escondido.

1 Pedro 1:10—11

10 Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada,

11 investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam.


Cuidado com quem tenta a todo custo dizer que o autor bíblico não quis dizer o que disse! 

B. Princípio 2 - Revelação Progressiva

A Revelação de Deus é como um binóculo que vai sendo ajustado gradativamente até mostrar uma imagem cristalina.

Hebreus 1:1—2

1  Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,

2  nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.

1. Nós não podemos basear nosso entendimento acerca da morte e da eternidade somente em passagens do Antigo Testamento como fazem os Adventistas do Sétimo Dia ou as Testemunhas de Jeová e qualquer outro grupo pseudocristão.

2. O significado das palavras vai mudando, tornando-se cada vez mais profundo, à medida que Deus vai ampliando a revelação dada ao Seu povo.
                  
CONTINUA...
OUTROS ARTIGOS ACERCA DE VIDA, MORTE, ESTADO INTERMEDIÁRIO E ETERNIDADE
Estudo 001 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Introdução à Hermenêutica ou Interpretação das Escrituras Sagradas
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/04/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 002 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Introdução à Hermenêutica ou Interpretação das Escrituras Sagradas — Parte 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/05/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 003 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Introdução à Hermenêutica ou Interpretação das Escrituras Sagradas — Parte 003
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/06/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 004 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — O Ser Humano Como Criatura de Deus — Parte 001
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/07/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 005 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — O Ser Humano Como Criatura de Deus — Parte 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/08/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 006 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — O Ser Humano Como Criatura de Deus — Parte 003
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/09/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 007 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Unidade e Diversidade nos Seres Humanos 
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/11/essa-e-uma-serie-cujoproposito-e.html
Estudo 008 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Antigo Testamento — Parte 001
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/12/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 009 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Antigo Testamento — Parte 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/02/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 010 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Antigo Testamento — Parte 003
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/04/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 011 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Novo Testamento — Parte 001 — ψυχή  Psiché
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/06/essa-e-uma-serie-cujoproposito-e.html
Estudo 012 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Novo Testamento — Parte 002 — πνεῦμα — pneûma — espírito, καρδίᾳ — Kardía — Coração, διανοίᾳ — dianoíaφρόνημα — frónemaνοήμα — noémaνοῦς  nous — Mente.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/08/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 013 — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Termos Usados no Novo Testamento — Parte 003 — ἔσω ἄνθρωπον — éso ánthropon = homem interior; νεφρόι — Nefroi = rins
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/11/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Estudo 014 A — Vida, Morte, Estado Intermediário e Eternidade — Conclusão: A Crença na Imortalidade como algo Universal.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/vida-morte-estado-intermediario-e.html
Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.

sábado, 3 de janeiro de 2015

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA DE PAULO - PARTE 001



Reprodução de Paulo em uma de suas pregações

ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.

ATENÇÃO: O material contido nesses estudos foi, em grande parte, adaptado da notas de aula e da apostila fornecida pelo professor Dr. Richard B. Gaffin em sua aula de teologia que explorou a importância da ressurreição de Jesus para a Teologia Paulina. Todas as vezes que o material mostrou-se insuficiente devido os anos que já se passaram, os lapsos foram preenchidos pelo editor do Grande Diálogo. O Dr. Gaffin, além de professor tornou-se um amigo a quem tivemos a oportunidade de receber em nossa casa, acompanhado de sua esposa, quando morávamos na cidade da Filadélfia nos EUA.

INTRODUÇÃO

Ao contrário do que muitos imaginam e praticam, especialmente no meio chamado evangélico, e até mesmo no meio de muitas igreja históricas e inclusive reformadas, com pastores formados em instituições periféricas e em cursos de 1 ano ou 1 ano e meio de duração, com aulas somente aos sábados, ou aulas exclusivamente à distância, a interpretação das Sagradas Escrituras nunca acontece em uma espécie de vácuo. Existe de fato um conjunto de variáveis de todas as ordens que fazem sentir seu peso apropriado, todas as vezes que nos dedicamos com respeito ao trabalho da hermenêutica e exegese.

De tudo o que podemos mencionar, existem dois fatores fundamentais e muito importantes nesse processo todo.

1. A teologia Reformada sempre foi encarada como sendo distintivamente paulina em sua essência. Como isso, queremos dizer que, no que diz respeito à teologia Reformada e sua relação com os ensinamentos paulinos a mesma é sempre mais sensível ao que o apóstolo Paulo produziu do que outras tradições. Isso é espacialmente verdadeiro quando falamos da profundidade dos motivos e das tendências dos ensinamentos de Paulo bem como de uma maior consistência da expressão desses mesmos ensinamentos.

Um dos aspectos mais profundos do que estamos falando tem a ver com a teologia da ressurreição, cujas principais obras, até o dia de hoje foram e continuam sendo produzidas por indivíduos de fé solidamente reformada. Entre esses nomes podemos citar:  Herman Bavink, Rudolf Bultmann, Kurt Deissner,  N. Q.Hamilton, Johann Wilhelm Hermann, Charles Hodge, Werner Kramer, Abraham Kuyper, John Murray, Herman Ridderbos, Enrich Schäder, Albert Schweitzer, Geerhardus Vos e Benjamin  Warfield.

Talvez alguém se pergunte, por que no meio de tantos teólogos, de tantas denominações, tão pouco está escrito acerca da “Ressurreição de Cristo”? Um dos principais motivos é que a ressurreição de Cristo, quase sempre foi entendida como parte do todo do processo soteriológico — processo de salvação. Ou seja, como parte daquilo se aplica ao indivíduo para sua salvação pessoal. Aspectos forenses, especialmente a doutrina da justificação pela fé, têm sido considerados como centrais em todo o processo envolvendo a ressurreição de Jesus.

Por outro lado, o foco da Cristologia — o ensino acerca da vida e obra da pessoa do Senhor Jesus Cristo — foi sendo entendido, quase que exclusivamente, como fazendo apenas referências ao seu sofrimento e morte como expiação pelos nossos pecados. O interesse acerca da ressurreição de Jesus, em sua maior parte, só pode ser encontrado atrelado a idéias apologéticas — ensinamentos relativos à defesa da fé — e como um estímulo para a fé. Uma vez tendo recebido tão pouco interesse em si mesma, não foi difícil para a ressurreição de Jesus ser vista apenas como um selo que permite aplicar, com maior facilidade, a redenção produzida pela morte de Cristo.

O segundo aspecto tem a ver com o fato que nas últimas décadas a abordagem bíblico-teológica no meio dos círculos Reformados foi marcada por uma negação da validade da inspiração e da unidade das Escrituras. Isso também aconteceu com a teologia pentecostal, de modo geral, e assim criou-se o vácuo que mencionamos no início do artigo, mas que não passa apenas de uma grande ilusão. Um engano mortal e destruidor que aos poucos vai se revelando devastador tanto para a teologia pentecostal quanto para a teologia reformada.

São bem poucos os estudiosos ortodoxos que têm reconhecido que a revelação bíblica tem chagado até nós por meio de um processo de desenvolvimento orgânico, como verdadeira história em seus fatos e acompanhada da palavra de revelação de Deus que explica os fatos históricos. O êxodo dos judeus deixando o Egito, talvez seja um dos momentos mais emblemáticos do que estamos afirmando. Temos o evento histórico – o êxodo — e temos a revelação divina que explica o mesmo! Isso nos obriga a tratar tanto os autores bíblicos como o material escrito na Bíblia com a mais profunda reverência, totalmente isenta de afirmações absurdas — geralmente vindas do meio reformado — bem como do besteirol sem fim produzido pelo meio pentecostal e evangélico.

No meio Reformado nós só podemos encontrar dois livros que tratam a obra de Paulo de forma compreensiva. Por favor, não confunda a tradição Reformada com outras tradições que também produziram obras nessa mesma linha. Mas da perspectiva Reformada nós só podemos citar as seguintes obras:

1. The Pauline Eschatology – Twin Brooks Series. Geerhardus Vos, Baker Book House, Grand Rapids, 1979.

2. Paulus: Ontwerp van zinj theologie. Norman Ridderbos, J. H. Kok, Kampen, 1966.

Outras obras produzidas por outras tradições incluem:

1. The Theology of Paul. James d. Dunn, William B. Eerdmans Publishing Company. Grand Rapids, 1998.

2. Life and the Epistles of St. Paul. W. J. Conybeare e J. S. Howson,William B. Eerdmans Publishing Company. Grand Rapids, 1953.

3. Paul: Apostle of the Herat Set Free. F. F. Bruce, William B. Eerdmans Publishing Company. Grand Rapids, 1977.

4. Paulo: Vida e Pensamento. Udo Schnelle, PAULUS e Editora Academia Cristã, São Paulo e Santo André, 2010.

Voltando a Vos e Ridderbos, é importante notarmos que, de forma independente, os dois chegaram a uma mesma conclusão. É óbvio que Ridderbos tinha conhecimento da obra de Vos cuja primeira edição foi publicada em 1930, mas sua dependência do material produzido décadas antes é mínima. A conclusão que eles alcançaram marcou profundamente o entendimento Reformado desde então no que diz respeito ao todo da Teologia Paulina. De acordo com Vos e Ridderbos o centro da mensagem paulina não pode ser encontrado na doutrina da justificação pela fé, nem em qualquer outro aspecto soteriológico que envolva o ser humano. Pelo contrário: o interesse primário de Paulo revolve ao redor da realização escatológica da vida de Cristo, especialmente no que diz respeito à sua morte e, principalmente, à sua ressurreição.

Com Vos essa mudança não é tão evidente, apesar de sua obra chamar-se: Escatologia Paulina. Esse título pode enganar facilmente o leitor, especialmente no Brasil, que está muito acostumado a relacionar o termo “escatologia” com as inúmeras interpretações alucinadas acerca do fim dos tempos. Isso é uma prova de quão estreita é nossa visão acerca da dogmática, de modo geral. Nossa visão da escatologia se resume à segunda vinda de Cristo e todos os eventos que tal acontecimento irá desencadear. Mas para Vos, só podemos entender a “escatologia” de Paulo de entendermos o todo de seu pensamento teológico.

Ridderbos também mantém que é a história da redenção ou a orientação escatológica que dirige Paulo em seus pensamentos. Essa ideia é repetida inúmeras vezes em seu livro. De fato Ridderbos nos dá a impressão que está apresentando uma nova ênfase com respeito à tradição — Reformada — à qual pertence. Ele usa, de forma deliberada, a expressão heilshistorisch em uma variedade de contextos para sublinhar que o interesse do apóstolo Paulo está no processo de redenção histórica e não na salvação do indivíduo.

Dessa forma, tanto Vos quanto Ridderbos nos oferecem uma apresentação aprofundada da Ressurreição de Cristo como o objeto central da teologia Paulina. Para Ridderbos a ressurreição de Cristo não é apenas o evento central na teologia paulina, mas é o evento central de toda a história da redenção. Sem a ressurreição de Cristo nada que ficou para trás teria qualquer valor, assim como não teríamos nenhuma esperança para o futuro. Esse é o motivo porque Paulo transforma a ressurreição de Cristo no elemento central de sua pregação — ver como ilustração típica sua pregação em Atenas em Atos 17. Para Vos, o todo da teologia de Paulo está sublinhado pela idéia da ressurreição do Senhor.

Diante desses fatos nós só iremos falar de coisas importantes, tais como: a natureza da ressurreição do corpo, o túmulo vazio e do debate acerca do alegado desenvolvimento de seus — Paulo — ensinamentos acerca da ressurreição, apenas na medida em que essas questões tiverem alguma importância para o nosso tema central.

Como afirmamos desde o início nosso interesse estará focado na interpretação Reformada da ressurreição, mas atenção também será dada a outras tradições à medida do possível. Mas como já mencionamos a literatura acerca desse assunto continua escassa. Uma única exceção, que gostaríamos de destacar é o longo estudo escrito pelo estudioso católico romano D. M. Stanley e publicado na revista “Anacleta Bíblica # 13” em Roma pelo Instituto Bíblico Pontifício.
Em nosso próximo estudo daremos início à discussão de como devemos abordar esse assunto que é tão importante para nós.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/a-ressurreicao-de-cristo-dentre-os.html

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA SOTERIOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002



A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 015 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 003

Que Deus Abençoe a Todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.