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domingo, 25 de setembro de 2016

SUICÍDIO É MESMO UMA SAÍDA?



No mês dedicado à conscientização acerca do suicídio queremos disponibilizar para nossos leitores a análise do professor Wilson Roberto Vieira Ferreira sobre o filme Bridgend. Esse filme relata o suicídio de 79 jovens numa região do País de Gales. A leitura é recomendada para leitores maduros e que desejam entender um pouco melhor como funcionam alguns dos mecanismos que podem levar uma pessoa a tirar a própria vida. A tristeza, a angústia, a dor, a falta de perspectivas são questões palpáveis.

Quando a morte é o único sentido para a vida em "Bridgend"


A cidade de Bridgend (no fundo de vales no sul do País de Gales) no passado sustentou o império britânico com o seu carvão, para depois ser esquecida pela História e pelo mundo. Até que, desde 2007, uma inexplicável onda de suicídios de jovens por enforcamento (79 mortes até hoje) tomou conta da região. Para a mídia, tornou-se a “cidade da morte” e seus jovens estigmatizados. O filme Bridgend (2015) do dinamarquês Jeppe RØnde baseia-se nesse caso misterioso: uma adolescente retorna para Bridgend junto com seu pai, um policial que investiga a causa da onda de suicídios. Um culto suicida na Internet? Efeito copycat motivado pelo sensacionalismo como a mídia trata o assunto? Efeito no sistema nervoso central das ondas UHF do sistema de rádio de emergência da polícia do Reino Unido? Ou um acerto de contas dos jovens contra a civilização? - quando a existência fica vazia, a morte pode se tornar o único sentido para a vida. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

“Suicídios estão se espelhando como um contagio”, disse Darren Matthews diretor da Fundação Samaritanos de uma cidadezinha ignorada pelo resto do mundo, até que uma série de suicídios em série começou a atingir jovens de 15 a 27 anos a partir de 2007. Bridgend situa-se no fundo de três vales, localizado ao sul do País de Gales, no Reino Unido.

Em Bridgend ocorreram até agora 25 suicídios. Somados com as outras cidades pertencentes ao mesmo condado, chega-se ao número de 79 jovens. Com exceção de apenas uma morte, todas foram por enforcamento. E inclusive mulheres, o que segundo especialistas é um elemento estranho: dificilmente mulheres escolhem o enforcamento como método de suicídio. Em geral preferem cortar os pulsos ou a morte por overdose por drogas ou medicamentos. O enforcamento é uma morte tipicamente masculina.

Em 2013 John Williams dirigiu o documentário Bridgend tentando expor as possíveis causas desse aparente contagio de suicídios: um culto suicida através da Internet – as mortes sugerem uma decisão coletiva; Efeito Copycat ou Síndrome Werther – efeitos de imitação motivado pelo sensacionalismo midiático; crise econômica e desemprego em uma região outrora rica devido à mineração do carvão;  influência de ondas UHF no cérebro e sistema nervoso central, principalmente através do sistema Tetra usado pelo sistema de rádio de emergência da polícia do Reino Unido.

Ou ainda a mais conspiratória das teorias: o sistema Tetra seria um subproduto do Projeto Pandora, conjunto de pesquisas sobre controle do comportamento humano à distância feitos pela CIA nos anos 1960-70.


O documentarista dinamarquês Jeppe RØnde também se interessou pelos bizarros acontecimentos de Bridgend. Porém, fazer mais um documentário estava fora de cogitação: já havia todo um sensacionalismo dos tabloides em torno da cidade – já rotulada no Reino Unido como “cidade da morte”. Para RØnde isso é perigoso por criar um efeito de imitação ao criar uma aura romântica em torno dos enforcamentos. Adolescentes são mais propensos a ser influenciados por memoriais na Internet e as coberturas de notícias da TV.

Por isso RØnde optou em fazer um filme de ficção entre o drama e o terror. E mais: juntos com atores, RØnde juntou ao elenco jovens moradores não-atores de Bridgend, tornando a narrativa minimalista e realista.

Parece contraditório: uma obra de ficção que fugiu do documentário, mas que busca o realismo dentro da ficção. Mas o diretor buscou no drama local de Bridgend um tema mais universal – a civilização que foi ultrapassada pela Natureza. Um lado sombrio do psiquismo humano no qual a morte seria a única forma de dar sentido a uma vida sem sentido. Renunciar a civilização e tentar retornar à Natureza como último refúgio de uma existência sem propósito.

O Filme

Uma adolescente chamada Sara (Hannah Murray) volta para Bridgend com o seu pai Dave (Steven Waddington), um policial viúvo, depois de passar anos em Bristol. Dave quer resolver o mistério dos suicídios em série, enquanto Sara vai aos poucos sendo absorvida pelo grupo local de adolescentes agressivos e transgressores – consumo excessivo de álcool em uma vida desocupada dividido entre mergulhos em um lago gelado no meio da floresta e noitadas em um clube de rugbi.

A posição de Sara (filha de um policial) a mantém ainda distante e apenas observadora de tudo. Ninguém no grupo fala sobre os motivos dos suicídios. Os mortos são apenas celebrados pelos jovens em estranhos rituais como gritar os seus nomes para a Lua, visitar os lugares onde foram encontrados enforcados e arriscar a vida se pendurando em cordas na saída de um túnel em uma linha de trem no momento em que a locomotiva passa em alta velocidade.


Aos poucos Sara se envolve com um jovem chamado Jamie (Josh O’Connor), coroinha e filho de um sacerdote anglicano que, sem qualquer efeito, tenta de alguma forma incutir ensinamentos religiosos ao grupo de jovens agressivamente niilistas.

O envolvimento amoroso faz Sara definitivamente entrar naquele grupo de jovens, intensificando os conflitos com seu pai que tenta a todo custo tirá-la da cidade e matricula-la em um colégio interno fora do condado.

Sara aos poucos adquire o mesmo traço comum existente nos outros adolescentes: a relação de estranhamento e conflito com os adultos – os professores, a polícia, a comunidade e, talvez, com a própria civilização.

A certa altura Dave arrasta Jamie para dentro do seu carro para intimá-lo a se afastar da sua filha. A pergunta de Jamie é emblemática e, talvez, sintetize a tensão que está por trás das tragédias em série em Bridgend: “Você está falando comigo como pai ou como policial?”.

Celebração da morte e torres de celulares

O leitor perceberá ao longo do filme que Jeppe RØnde, como um bom documentarista, vai transitando pelas várias teorias que tentam explicar o estranho fenômeno.

De início, percebemos que há um bizarro ritual de celebração dos suicídios entre os jovens. Há um memorial em um site na Internet onde os iniciados recebem um senha para depositar suas homenagens a cada suicídio – graficamente no site, cada morte é como fosse um tijolo com o nome do suicida colocado em um muro em construção. Há um juramento de que ninguém poderá deixar a cidade.

Em uma linha de diálogo, os policiais falam na teoria das “torres de celulares” – referencia às teorias das ondas UHF interferirem no comportamento humano. Pelas teorias conspiratórias sobre o Projeto Pandora, as ondas usadas pelas transmissões de rádio da policia “zumbificaria” os próprios policiais, tornando-os autômatos e obedientes.


No filme, é também mostrada a animosidade dos moradores contra fotógrafos e jornalistas – a certa altura, um jovem arranca uma máquina fotográfica de um repórter que cobria o velório de mais um suicida, para despedaçá-la no asfalto.

Para os moradores de Bridgend, a mídia é uma parte importante do problema. É o que os estudiosos chamam de Efeito Copycat ou Síndrome de Wether – “Wether” é um jovem protagonista do romance de Goethe Os Sofrimentos do Jovem Wether de 1774. Há mais de 200 anos, esse livro foi proibido em alguns países europeus por supostamente ter causado uma onda de suicídios entre jovens leitores. Muitos foram encontrados mortos vestindo a mesma roupa do personagem e ao lado do corpo com a página do livro que descreve o suicídio aberta.

Para Lauren Coleman, autor do conceito “Efeito Copycat”, já está documentado estatisticamente que coberturas midiáticas sensacionalistas e extensas sobre atentados ou suicídios, estimulam novos eventos trágicos. São mortes imitativas por contagio midiático – principalmente entre adolescentes que naturalmente passam por oscilações rápidas de humor. Podem impulsivamente se matar nesse breve período – veja mais sobre esse efeito por meio desse link aqui:


Acerto de contas com a civilização

 É recorrente em Bridgend o simbolismo do cachorro que vaga pela floresta e trilhos de ferrovias que não dão a lugar algum, abandonadas e tomadas pela vegetação. Esse simbolismo explorado por RØnde tem como pano de fundo a história de decadência sócio-econômica do condado de Bridgend.


A região foi mais uma vítima das medidas do neo-liberalismo econômico de Margareth Thatcher nos anos 1980 que trouxe a recessão econômica para a região com o fechamento das minas de carvão. Muitos trabalhadores morriam de câncer nas minas, mas pelo menos tinham um trabalho o algo do qual fazer parte. Além de manter a alta renda da região e um futuro profissional para os mais jovens.

Hoje, o que domina os vales do condado é o desemprego, subempregos nos setor de serviços e jovens vivendo de biscates.

Quando a civilização falha, a natureza começa a tomar conta. É o que parece dizer a todo momento Jeppe RØnde: a imagem recorrente de um cão que vaga pelos lugares onde jovens se mataram enforcados em árvores; os jovens que vagam sem destino por linhas de trens abandonadas tomadas pelo matagal. Linhas de trens de épocas com trabalho e perspectivas.

O pensador da chamada Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse, acreditava que a história da civilização transcorria em movimento pendular entre Eros e Thanatos, vida e morte, prazer e dor.  Marcuse sustentava que o sistema econômico atual fundamentado no consumismo e na precarização do trabalho (mascarando a exploração) era thanático: estimulava o niilismo e o hedonismo sob a aparência publicitária das imagens de sucesso de celebridades e a aparência de liberdade de escolha e consumo – leia MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização, LTC, 1999.

Em uma vida sem sentido e existencialmente vazia, o lado mais sombrio do nosso psiquismo ganha força: o acerto de contas final com a civilização, retornando à Natureza por meio da morte.

Paradoxalmente, quando a existência se esvazia, a morte torna-se o único sentido para a vida. Essa é o diagnóstico de Jeppe RØnde para o mistério do condado de Bridgend.

O artigo original poderá ser visto por meio do link abaixo:

http://cinegnose.blogspot.com.br/2016/09/quando-morte-e-o-unico-sentido-para.html

O trailer do filme em inglês poderá ser visto por meio desse link aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=PdZzt3OzRG0

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis 

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sexta-feira, 4 de março de 2016

ENCONTROS DE PODER — ESTUDO 038 - AS VÃS FILOSOFIAS



A EVIDÊNCIA DO NOVO TESTAMENTO — PARTE 22 — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 006 - AS VÃS FILOSOFIAS

Atenção esse artigo é parte de uma série onde pretendemos tratar dos alegados encontros de poder e de curas maravilhosas que nos são apresentadas todos os dias pelos pastores midiáticos. No final de cada estudo você encontrará links para outros estudos.

Continuação...

Conforme dissemos no estudo anterior: Paulo sentia-se inferiorizado diante dos mestres que possuíam treinamento formal em oratória, mas ele ainda não percebia que, por meio da ação do Espírito Santo em sua vida e modo de falar e escrever, eles estava criando uma forma “livre de frescuras”, e honesta de falar e escrever que iria alterar, de modo irreversível, a história das cartas escritas”.

Podemos encontrar exemplo do que acabamos de falar em passagens tais como:

1 Coríntios 1:17—25

17 Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.

18 Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.

19 Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos.

20 Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?

21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.

22 Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria;

23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;

24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

1 Coríntios 2:1—13

1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.

2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós.

4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,

5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.

6 Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada;

7 mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória;

8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;

9 mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

10 Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus.

11 Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.

12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.

13 Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.

1 Coríntios 3:18—20

18 Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto para se tornar sábio.

19 Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles.

20 E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos.

2 Coríntios 10:4—5

4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas

5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,

2 Coríntios 11:6

E, embora seja falto no falar, não o sou no conhecimento; mas, em tudo e por todos os modos, vos temos feito conhecer isto.
O argumento dos adversários de Paulo pode ser visto nas palavras do próprio apóstolo em —

1 Coríntios 10:10
As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra, desprezível.

Mas é tomar nota para o fato que esses acusadores ainda não haviam chegado a Corinto. A advertência de Paulo serve como um aviso antecipado para que os coríntios não deixem enganar por palavras arraigadas na esperteza humana, conforme lemos em —

Colossenses 2:4
Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes.

A Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios serve com uma verdadeira vacina contra a heresia e não como um antibiótico que visa combater uma bactéria já instalada no organismo. De modo semelhante, as palavras de Paulo em —

Colossenses 2:8

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.

que é um dos versículos onde aparece o termo que estamos estudando, que é: στοιχεῖαstoicheîa — nós vemos que a intenção de Paulo é apenas oferecer um,a advertência e não apresentar qualquer tipo de reprimenda. Note cuidadosamente como Paulo se expressa, contrastando τὰ στοιχεῖα τοῦ κόσμου tà stoichêia toû kósmou — os rudimentos do mundo com κατὰ Χριστόνkatà Christón — segundo Cristo.

Mas devemos perguntar o seguinte: a que tipo de filosofias Paulo está fazendo referência no verso acima? As opiniões dos especialistas divergem com alguns sugerindo que Paulo está fazendo uma referência à filosofia conhecida como neo- pitagorianismo, comum naqueles dias; outros dizem que a referência diz respeito às chamadas religiões de mistérios — inventadas pelos gregos e adotadas em toda a bacia do Mediterrâneo — enquanto um terceiro grupo alega que Paulo está falando do sincretismo entre misticismo e especulações diversas, que teve início no século I, mas tornou-se amplamente difundido, somente, a partir do século II. A nossa opinião acerca dessa questão específica é a seguinte: uma vez que Paulo não faz referência a nenhuma filosofia — de fato ele fala de φιλοσοφίας — filosofias — filosofias — no leva a concluir que Paulo está fazendo referência à filosofia em geral, algo que permitia ao apóstolo dos gentios ocupar-se com deuses físico ou os primeiros princípios da natureza. Dessa forma, podemos afirmar que o pano de fundo representado pelo sincretismo é muito provável, enquanto as práticas ascéticas dos judaizantes cristãos estão na categoria de certeza absoluta.

CONTINUA...
LISTAS DOS ESTUDOS DE ENCONTROS DE PODER

001 — Introdução =

002 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = Expressões Diversas

003 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀρχῆ — arché e ἄρχων — árchon.

004 – A linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἐξουσίαις – exousías – potestades, autoridades.

005 – A linguagem de “Poder” no Novo Testamento = δυνάμεις — dunámeis — poderes.

006 – A linguagem de “Poder” no Novo Testamento = Θρόνοι— thrónoi — tronos.

007 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = κυριοτῆς — kuriotês — domínio.

008 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ὀνόματι — onómati — nome.

009 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἄγγελοs — ággelos — anjo.

010 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = δαιμονίον — daimoníon — demônioπνεῦμα τὸ πονηρὸν — pneûma tò poniròn — espírito malignoἀγγέλους τε τοὺς μὴ τηρήσαντας τὴν ἑαυτῶν ἀρχὴν— angélous te toùs me terèsantas tèn eautôn archèn — anjos, os que não guardaram o seu estado original ou anjos caídos.

011 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀγγέλους  τῶν ἐθνῶν — angélous tôn ethnôn — anjos das nações.

012 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀγγέλους  τῶν ἐθνῶν — angélous tôn ethnôn — anjos das nações — Parte 2.

013 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀγγέλους  τῶν ἐθνῶν — angélous tôn ethnôn — anjos das nações — Parte 3 — Final.

014 — A Evidência do Novo Testamento – Parte 1 — Introdução

015 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 2 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 2:6—8 — Parte 1

016 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 3 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 2:6—8 — Parte 2

017 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 3 — As Passagens Disputadas — Romanos 13:1—3

018 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 4 — As Passagens Disputadas — Romanos 8:31—39

019 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 5 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 15:24—27a — PARTE 1

020 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 6 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 15:24—27a — PARTE 2

021 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 7 — As Passagens Disputadas — Colossenses 3:13—15 — PARTE 1

022 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 8 — As Passagens Disputadas — Colossenses 3:13—15 — PARTE 2

023 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 9 — As Passagens Disputadas — Efésios 1:20—23 — AS REGIÕES CELESTIAIS — PARTE 1

024 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 10 — As Passagens Disputadas — Efésios 1:20—23 — AS REGIÕES CELESTIAIS — PARTE 2

025 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 11 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 3

026 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 12 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 4

027 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 13 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 5

028 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 14 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 6

029 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 15 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 7 — A DESTRUIÇÃO DA MORTE E DE SEUS ALIADOS

030 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 16 — As Passagens Disputadas — COLOSSENSES 1:16 — A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS POR MEIO DE E PARA O PRÓPRIO CRISTO

031 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 16 — As Passagens Disputadas — COLOSSENSES 1:16 — TENTANDO DEFINIR OS PODERES

032 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 16 — As Passagens Disputadas — COLOSSENSES 1:16 — TENTANDO DEFINIR OS PODERES —PARTE 002

033 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 17 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 001

034 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 18 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 002

035 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 19 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 003

036 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 20 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 004

037 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 21 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 005

038 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 22 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 006

039 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 23 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 007

040 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 24 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 008

041 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 25 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 009

042 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 26 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 010

043 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 27 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 011 — O PRÍNCIPE DA POTESTADE DO AR
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/encontros-de-poder-043-evidencia-do.html



044 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 28 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 012 — AS FORÇAS ESPIRITUAIS DO MAL — PARTE 001

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 008 — A IMPORTANTE DISTINÇÃO ENTRE TEOLOGIA E RELIGIÃO



Esse é um estudo especial que irá abordar temas de grande interesse, tais como: 1. Deus 2. Os seres humanos e o mundo criado 3. Jesus e Sua missão como o CRISTO. 4. O Espírito Santo. 5. A vida cristã. 6. A Igreja. 7. O futuro e etc. Esperamos que a mesma possa ajudar todos os nossos leitores a conhecerem melhor o que o Novo Testamento ensina acerca de tudo o que nos é importante.

INTRODUÇÃO GERAL

CONTINUAÇÃO:

A IMPORTANTE DISTINÇÃO ENTRE TEOLOGIA E RELIGIÃO

Diversos teólogos adotam a postura de tentar tratar o Novo Testamento a partir de bases exclusivamente históricas. Essa atitude, além de ser comum entre teólogos também permite que historiadores e pseudoconhecedores também produzam massivos volumes, pretendendo que a história que conhecem os torna, num passe de mágica, também em grandes conhecedores da Escrituras Sagradas. Isso está longe da verdade. Não precisa nem ir muito longe na leitura dos seus livros para observar que suas obras são completamente especulativas e têm pouco a ver com a realidade dos fatos como apresentados no Novo Testamento. Já tivemos, aqui mesmo no Blog o Grande diálogo, a oportunidade de analisarmos diversas dessas obras.  

Todos esses autores produzem suas obras como uma espécie de reação consciente à mais antiga abordagem representada dogmática. Todos eles creem que quaisquer vínculos que existem entre dogmática e história precisam ser cortados e isso por um simples motivo: eles não acreditam nem no Deus das Escrituras e nem que o mesmo é capaz de se revelar. E tudo isso fica ainda mais confuso quando leem no Novo Testamento que Deus se revelou de modo especial por meio do Senhor Jesus Cristo. Alguns ainda condescendem com a ideia que os textos bíblicos refletem certa preocupação com a história da religião. O resultado disso tudo é que, para esses autores a teologia do Novo Testamento, propriamente dita, é deixada completamente de lado, já que os mesmos se perdem em meio a, muitas vezes, ridículas especulações históricas.

Os autores que estamos analisando, e que já foram mencionados em outras partes desse estudo, representam um desafio que vai muito além do termo “teologia” em si mesmo. Quando eles falam de religião, geralmente estão se referindo a certa descrição do cristianismo primitivo. Nessa abordagem qualquer aplicação da doutrina ou dos ensinamentos do Novo Testamento, tornam-se inaplicáveis. Por isso, eles rejeitam, de forma absoluta, toda e qualquer ideia de dogmática, incluído-se aí, a aceitação do conteúdo do Novo testamento como possuidor de qualquer autoridade que seja, já que o mesmo não passa apenas de uma produção histórica sem nenhum valor atrelado à revelação. Chegam a ser completamente patéticos ao adotarem essa posição, porque são desonestos intelectualmente e sabem que estão sendo desonestos.

Uma vez rejeitado o texto sagrado e inspirado e feita a substituição da religião por uma teologia qualquer, esses autores não vêm nenhuma necessidade de restringirem seus ataques apenas ao cânon do Novo Testamento. A abordagem que costumam adotar é a mesma desenvolvida W. Wrede e já citada anteriormente, que inclui duas ideias principais: A maneira como o trabalho é desenvolvido —

1. Torna-se seletivo no que diz respeito aos livros do Novo Testamento.

2. A seguir o mesmo se move para muito além do texto do Novo Testamento para incluir os trabalhos dos chamados Pais Apostólicos.

Não precisamos ser gênios para entender os motivos porque agem dessa maneira: é que para eles não existe nenhuma distinção entre material inspirado por Deus e canônico e material não canônico e não inspirado por Deus. Eles não podem admitir nenhum material canônico e inspirado por Deus em nenhuma hipótese, até porque não creem que Deus, se existir, não pode se revelar. Quanta pretensão temos aqui da parte dessas pessoas em querer definir o que Deus pode ou não pode fazer.

Todavia, por outro lado, a distinção feita por Wrede entre teologia e religião teve um efeito benéfico: o Novo Testamento não pode ser considerado apenas como um depósito de material estéril do qual algum tipo de sistema de doutrina possa ser escavado. Se o pulso da vida da Igreja Primitiva não puder ser percebido na teologia, isso, fatalmente, nos conduzirá para uma teologia morta. Agora a pergunta que permanece e que iremos responder em nosso próximo estudo é: Será que os autores acerca dos quais falamos nesse artigo, costumam mesmo ir muito além do que devem ao insistir em analisar a religião em vez da teologia?  

CONTINUA...

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 001

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 002

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 003

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 004

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 005

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 6

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 007
TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 008

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 009

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 010

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 011

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 012


Que Deus abençoe a todos

Alexandros Meimaridis

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

JONATHAN EDWARDS: A AGONIA DE CRISTO — UM ESTUDO — PARTE 008


Concepção artística de Cristo orando no getsêmane

O material abaixo é parte de um livro escrito por Jonathan Edwards que foi publicado em forma de e-book por:

Fonte: CCEL.org │ Título Original: “Christ’s Agony”

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACRF (Almeida Corrigida Revisada Fiel).

Tradução por Camila Almeida │ Revisão William Teixeira

facebook.com/oEstandarteDeCristo
Issuu.com/oEstandarteDeCristo

A AGONIA DE CRISTO

Por Jonathan Edwards

“E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão.”

– Lucas 22:44 –


CONTINUAÇÃO...

II. Que a alma de Cristo em Sua agonia no jardim esteve em uma grande e séria luta e conflito em Sua oração a Deus. O labor e esforço da alma de Cristo em oração era uma parte de Sua agonia, e foi, sem dúvida, uma parte indicada no texto, quando se diz que Cristo estava em agonia; pois, como já vimos, a palavra é usada especialmente nas Escrituras em outros lugares como esforço ou luta com Deus em oração. A partir deste fato, e a partir do evangelista mencionar o Seu ser posto em agonia, e Seu orar fervorosamente na mesma frase, bem podemos entender isso como menção ao o Seu esforço em oração, como parte de Sua agonia. As palavras do texto parecem expor como Cristo estava em agonia na oração: “E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão”. Esta linguagem parece implicar, assim, quanto o trabalho e a seriedade da alma de Cristo foram tão grandes em Sua luta com Deus em oração, que Ele estava em uma pura agonia, e todo em um suor de sangue.

O que eu proponho agora, nesta segunda proposição, é com a ajuda de Deus, explicar esta parte da agonia de Cristo, que consistiu na agonia e luta de Sua alma em oração; o que é o mais digno duma investigação particular, sendo que, provavelmente, é apenas pouco compreendida; embora, como aparece na sequência, o correto entendimento disto é de grande utilidade e consequência na Divindade. Não é como eu concebo comumente bem compreendido o que se entende quando se diz no texto que Cristo orava mais intensamente; ou o que foi a coisa pelo que Ele lutou com Deus, ou qual foi o assunto desta fervorosa oração, ou qual foi a razão dEle ter tão sério em oração neste momento. E, portanto, para definir toda esta questão de uma forma clara, eu particularmente investigo:

1. De que natureza era essa oração.

2. Qual foi o assunto desta fervorosa oração de Cristo ao Pai.

3. Em que capacidade Cristo ofereceu esta oração a Deus.

4. Por que Ele foi tão sério em Sua oração.

5. Qual foi o sucesso dessa Sua luta sincera com Deus em oração; e depois fazer algum avanço.

I. De que natureza foi esta oração de Cristo.

Orações que são feitas para Deus podem ser de vários tipos. Alguns são confissões por parte do indivíduo, ou expressões de seu senso de sua própria indignidade diante de Deus, e são, portanto, os pronunciamentos de penitência a Deus. Outros são doxologias ou orações destinadas a expressar o sentimento que a pessoa tem da grandeza e glória de Deus. Tais são muitos dos salmos de Davi. Outros são discursos de agradecimento ou expressões de gratidão e louvor pelas misericórdias recebidas. Outros são pronunciamentos submissos, ou expressões de submissão e resignação à vontade de Deus, no qual aquele que aborda a Majestade do Céu exprime a conformidade de sua vontade com a vontade soberana de Deus; dizendo: “Seja feita, Senhor, a Tua vontade” como Davi, em 2 Samuel 15:26: “Se, porém, disser assim: Não tenho prazer em ti; eis-me aqui, faça de mim como parecer bem aos Seus olhos”. Outras são petições ou súplicas; através da qual a pessoa que ora pede a Deus e clama a Ele por algum favor desejado por ele.

Disso resulta a pergunta é: de qual desses tipos foi a oração de Cristo, que lemos no texto.

Resposta. Foi principalmente de súplica. Não foi penitencial ou confessional; pois Cristo não tinha pecado ou indignidade para confessar. Nem era uma doxologia ou uma ação de graças ou simplesmente uma expressão de submissão; pois nenhum deles concorda com o que é dito no texto, ou seja, que orava mais intensamente. Quando alguém diz orar fervorosamente, implica um sincero pedido de algum benefício, ou favor desejado; e não apenas uma confissão, ou submissão, ou ação de graças. Então, o que diz o apóstolo desta oração, em Hebreus 5:7: “O qual, nos dias da Sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia”, mostra que era petição ou uma súplica sincera por algum benefício desejado. Não são confissões, ou doxologias, ou ações de graças ou resignações, que são chamadas de “súplicas” e “grande clamor”, mas petições por algum benefício desejado ardentemente. E, tendo, assim, resolvido a primeira questão, e mostrado que esta fervorosa oração de Cristo foi da natureza de uma súplica por algum benefício ou favor que Cristo ardentemente desejava, eu passo a investigar,

II. Qual foi o assunto desta súplica; ou que favor e benefício foi que Cristo tão ardentemente suplicou nesta oração da qual temos um relato no texto. Agora, as palavras do texto são expressam este assunto. Diz-se que Cristo, “posto em agonia, orava mais intensamente”, mas ainda assim, não é dito pelo que Ele orou tão fervorosamente. E aqui está a maior dificuldade em entender deste relato: o que foi aquilo pelo que Cristo tão ardentemente desejou, pelo que Ele tanto lutou com Deus naquele momento. E embora não seja expressamente dito no texto, as Escrituras não nos deixaram sem luz suficiente nesta questão. E quanto mais eficazmente para evitar erros, eu responderia,

1. Negativamente, aquilo pelo que Cristo orou tão fervorosamente, neste momento, não foi para que aquele cálice amargo que Ele tinha que beber passasse dEle. Cristo, antes, havia orado por isso, como no versículo seguinte, apenas um antes do texto, dizendo: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”. É depois disso que nós temos um relato que Cristo, posto em agonia, orava mais intensamente; mas não devemos entender que, orava mais intensamente do que Ele tinha feito antes, que o cálice passasse dEle. Que esta não foi a única coisa que Ele tanto orou fervorosamente nesta segunda oração, as seguintes coisas parecem comprovar:

[1] Esta segunda oração foi depois que o anjo havia aparecido para Ele do céu, fortalecendo-O, para mais alegremente tomar o cálice e beber. Os evangelistas nos informam que quando Cristo veio ao jardim, começou a entristecer-se, e muito sobrecarregado, e que Ele disse que Sua alma estava cheia de tristeza até a morte, e que, em seguida, Ele foi e orou a Deus, que, se fosse possível o cálice passasse dEle. Lucas diz nos versículos 41 e 42: “E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”. E então, depois disso, é dito no versículo seguinte, que apareceu um anjo do céu que o fortalecia. Agora isso pode ser entendido não o contrário do que o anjo lhe apareceu, fortalecendo-O e incentivando-O a passar por Sua grande e difícil obra, tomar o cálice e bebê-lo. Assim devemos supor, que agora Cristo foi mais fortalecido e encorajado a continuar com Seus sofrimentos: e, portanto, não podemos supor que, depois disso, Ele oraria mais intensamente do que antes de ser liberto de Seus sofrimentos; e, claro, que era sobre outra coisa que Cristo mais intensamente orava, depois do fortalecimento do anjo, e não que o cálice passasse dEle. Ainda que Cristo pareça ter uma maior visão dos Seus sofrimentos dada a Ele após este fortalecimento do anjo do que antes, que causou a tal agonia, ainda assim, Ele foi mais fortalecido e capacitado a uma maior visão deles, Ele teve mais força e coragem para lidar com estas apreensões horríveis, do que antes. Sua força para suportar sofrimentos é aumentada com o senso dos Seus sofrimentos.

[2.] Cristo, antes de Sua segunda oração, teve uma intimação da parte do Pai, que não era a Sua vontade de que o cálice passasse dele. A vinda do anjo do céu para fortalecê-lo deve ser assim entendida. Cristo em primeiro lugar, ora para que, se fosse a vontade do Pai, o cálice pudesse passar; mas isso não foi a Sua vontade; e então Deus, imediatamente após isto, envia um anjo para fortalecê-lo e encorajá-Lo a tomar o cálice, o que era uma indicação clara para Cristo que era a vontade do Pai que Ele deveria tomá-lo, e que Ele não passasse dele. E assim Cristo o recebeu; como é evidenciado a partir do relato que Mateus oferece sobre esta segunda oração. Mateus 26:42: “E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade”. Ele fala como quem agora tinha uma indicação, uma vez que Ele orou antes, que esta não era a vontade de Deus. E Lucas nos diz como, a saber, por ter Deus enviado um anjo. Mateus nos informa, como Lucas o faz, que em Sua primeira oração, Ele orou para que, se fosse possível o cálice passasse dEle; mas então Deus envia um anjo para significar que não era a Sua vontade, e para encorajá-Lo a tomá-lo. E então, Cristo tendo recebido esta indicação clara que não era a vontade de Deus que o cálice passasse dEle, rende-se à mensagem que recebeu, e diz: ó, Meu Pai, se é assim como Tu agora indicas, seja feita a Tua vontade. Portanto, podemos seguramente concluir que pelo que Cristo orava mais intensamente depois disso, não era para que o cálice passasse dEle, mas por outra coisa; pois Ele não iria orar mais fervorosamente, do que Ele fez antes, para que o cálice passasse dEle, depois de Deus ter sinalizado que não era Sua vontade que isso passasse dEle; supor isto seria uma blasfêmia. E então,

[3] A linguagem da segunda oração, tal como é referida por Mateus: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade”, mostra que Cristo não ora, então, para que o cálice passasse dEle. Isto certamente não é orar mais fervorosamente para que o cálice passasse, é sim uma entrega a esta questão, e uma interrupção de instá-la mais, e submissão a isso como algo determinado pela vontade de Deus, feita conhecida pelo anjo. E,

[4] A partir do relato do apóstolo sobre esta oração, no capítulo 5 de Hebreus, as palavras do apóstolo foram estas: “O qual, nos dias da Sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia”. O grande clamor e lágrimas de que o apóstolo fala, são, sem dúvida, o mesmo que Lucas fala no texto, quando Ele diz, “ele posto em agonia, orava mais intensamente”, pois esta foi a imagem mais nítida e séria do clamor de Cristo, o qual não temos qualquer relato em algum lugar. Mas, de acordo com o relato do apóstolo, aquilo que Cristo temia e pelo que clamou tão fortemente a Deus nesta oração, era algo que Ele foi ouvido, algo que Deus concedeu o Seu pedido, e, portanto, não era que o cálice passasse dEle. Tendo assim mostrado o que não foi pelo que Cristo orou nesta séria oração, eu prossigo para mostrar,


CONTINUA...




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