sábado, 14 de julho de 2012

ATOS 7: ESTEVÃO UM HOMEM ADIANTE DO SEU TEMPO




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Concepção artística de Estevão diante do Sinédrio em Jerusalém
A Defesa de Estevão

Introdução.

·        Quem era Estevão? Ver Atos 6:1—7.

Ø  Um irmão da Igreja em Jerusalém.

Ø  Homem cheio de fé e do Espírito Santo.

Ø  Foi eleito diácono pela comunidade.

·       O Ministério de Estevão – ver Atos 6:8—10.

Ø  Ele fazia prodígios e grandes sinais.

Ø  Ele também sabia argumentar em defesa da fé cristã com muita propriedade.

·       Já dissemos muitas vezes, mas vale à pena sempre repetir que fazer sinais e milagres não convencem ninguém da necessidade que a pessoa tem da salvação em Jesus Cristo. No caso de Estevão, suas qualidades como homem de poder em atos e palavras, resultaram na sua prisão.
  
Ø    Estevão foi preso, levado diante do Sinédrio e acusado formalmente – ver Atos 6:11—15.

Ø    Em seguida ele ouviu a chamada “voz da imprecação” proferida pelo sumo sacerdote – ver Atos 7:1.

·         Mas Estevão era um homem muito adiante do seu tempo:

Ø  Estevão entendeu as implicações da vinda de Jesus como poucos.

Ø  Para Estevão, a vinda de Jesus era um evento tão importante para os judeus quanto o próprio êxodo.

ESTEVÃO DIANTE DO SINÉDRIO FAZ SUA DEFESA

I. Estevão Usa a História do Povo de Israel Como Ilustração

·       Estevão se aproxima do texto do Antigo Testamento como a narrativa oficial da História Nacional do Povo e da Nação de Israel. Seu material, todavia, é muito diferente dos grandes poemas épicos, como:

Ø  A Ilíada e a Odisséia obras escritas pelo historiador grego Homero.

Ø  A Ilíada narra a guerra entre os gregos e os troianos.

Ø  A Odisséia narra o retorno do rei Odisseu à sua terra após o termino da guerra entre gregos e troianos.

Ø  A Eneida, escrita por Virgílio, poeta clássico romano, conta a história de Enéias que, tendo partido depois que Tróia foi incendiada, aportou nas costas da Itália e tornou-se antepassado do povo romano. A Eneida tornou-se a epopéia nacional dos romanos.

·       Estevão, porém não se utiliza de nenhum poema ficcional e sim da história do povo judeu como registrada no Antigo Testamento. Ele inicia pelo Pentateuco ou os Cinco Livros de Moisés.

·       O Pentateuco como História:

Ø  Estevão reconta a narrativa da páscoa como uma forma de reviver o fato acontecido no Egito 1400 anos antes.

Ø  A forma como Estevão reconta a história nacional de Israel é o que nos interessa: o que ele destaca nessa história? Quais são as coisas que ele omite?

Ø  Moisés já havia deixado instruções precisas acerca da importância de se recontar a história nacional de Israel. Devemos notar, especialmente, as passagens que nos falam da soberania de Deus:

v Deuteronômio 6:20—24 - Quando teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? Então, dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó, no Egito; porém o SENHOR de lá nos tirou com poderosa mão. Aos nossos olhos fez o SENHOR sinais e maravilhas, grandes e terríveis, contra o Egito e contra Faraó e toda a sua casa; e dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que sob juramento prometeu a nossos pais. O SENHOR nos ordenou cumpríssemos todos estes estatutos e temêssemos o SENHOR, nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como tem feito até hoje.

v Deuteronômio 26:5—9 - Então, testificarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás: Arameu prestes a perecer foi meu pai, e desceu para o Egito, e ali viveu como estrangeiro com pouca gente; e ali veio a ser nação grande, forte e numerosa. Mas os egípcios nos maltrataram, e afligiram, e nos impuseram dura servidão. Clamamos ao SENHOR, Deus de nossos pais; e o SENHOR ouviu a nossa voz e atentou para a nossa angústia, para o nosso trabalho e para a nossa opressão; e o SENHOR nos tirou do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres; e nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel.

·         Outras passagens com o mesmo tema são:

Ø  Neemias 9:6—31.

Ø  Salmos 105.

Ø  Salmos 106.

II. Primeira Verdade Estabelecida por Estevão: Os Verdadeiros Servos de Deus São Sempre Perseguidos e Rejeitados.

·       José – ver Atos 7:9.

·       Moisés – ver Atos 7:23—29; 35, 39.

·       Os Profetas e o Justo – Jesus – ver Atos 7:52.

·       Toda essa perseguição está em linha com: Atos 2:23; 3:13—15; 4:10; 5:30.

·       Todo verdadeiro servo do Senhor sofre perseguição – 2 Timóteo 3:12 – “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”.

·       Mas Deus é soberano e manifesta Suas ações – ver Atos 7:9 e comparar com Atos 2:9.

·       Existia entre os judeus a esperança que um profeta como Moisés deveria aparecer de acordo com a promessa contida em Deuteronômio 18:15—19. Comparar com Atos 7:37 e Atos 3:22—23.

·       Até esse ponto, Estevão se limita a repetir as afirmações feitas por Pedro e João anteriormente.

III. Segunda Verdade Estabelecida por Estevão: Onde Deus Deve ser Adorado.

·       O τόπος topos – lugar de Deus é SUA PRESENÇA. Estevão prova isso da seguinte maneira:

A. Deus estava com Abraão em:

·       Ele cita Abraão, o próprio pai da nação judaica e mostra como Deus estava com Abraão em:

Ø    Na Mesopotâmia – em Ur dos Caldeus e e em Harã – ver Atos 2:3—4.

Ø    Deus também estava com Abraão em Canaã, apesar de não ter lhe dado, na prática, nenhuma herança ali – ver Atos 7:5.

B. Deus estava com José no Egito – ver Atos 7:9.

C. Deus estava com Jacó no Egito – ver Atos 7:15.

D. Deus estava com Moisés em:

·       No Egito – ver Atos 7:20.

·       Na Terra de Midiã – ver Atos 7:29.

·       No Monte Sinai — ver Atos 7:30—33.

·       Novamente no Egito — ver atos 7:36.

·       Junto ao Mar Vermelho — ver atos 7:36.

·       No deserto durante 40 anos — ver Atos 7:36.

E. Deus estava com Josué e os pais das tribos no deserto e até as conquistas de Davi – ver Atos 7:45.

F. Deus estava com Davi em Hebrom e em Jerusalém – ver Atos 7:46.

G. Deus estava com Salomão em Jerusalém – ver Atos 7:47 e comparar com 1 Reis 8:27.

·       Aqui devemos notar os seguintes fatos:

Ø  Em Atos 7:2—45 a ação narrada se passa fora de Jerusalém.

Ø  Deus não está atrelado a nenhum local específico, especialmente a alguma terra prometida! As expressões “Terra Prometida” e “Terra da Promissão” não são bíblicas. A única expressão bíblica é “terra da promessa” e ela aparece apenas uma vez, no Novo Testamento, em Hebreus 11:9, com o objetivo de negar todas as afirmações estapafúrdias que se fazem contra Deus e suas promessas com relação à Terra de Israel. Os judeus nunca foram além de meros estrangeiros e peregrinos na Terra da Palestina – ver Levítico 25:23 – “Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois para mim estrangeiros e peregrinos”.


Ø  Santuários serviram para cumprir propósitos temporários, mas eles são uma afronta a Deus Vivo, uma vez que ele nunca habitou nem vai habitar em nenhuma construção humana, mesmo as que ele mandou construir – ver Atos 7:48—50; 17:24.

Ø  Qualquer pessoa, em qualquer lugar pode, apenas pela fé, entrar na presença de Deus e adorá-Lo – ver João 4:21.

IV. A Rejeição Definitiva do Templo Construído em Jerusalém.

·       A maior parte do discurso de Estevão ocupa o período da história que vem antes da construção do templo em Jerusalém – ver Atos 7:2—45.

·       A ênfase de Estevão estava concentrada no fato de que Deus estava com seu povo, mesmo fora da Terra da Palestina.

·       Estevão traça um paralelo entre a adoração ao bezerro no Sinai e a idolatria generalizada responsável pelo desterro para a Babilônia. Ver Atos 7:41—43. Esses dois fatos representam os dois pontos mais baixos da história do povo de Israel.

Mesmo a construção do templo não garantia uma adoração correta de Deus! Apesar da existência do Templo a adoração a Deus sempre foi muito falha em Israel – Ver Isaías 1 e Malaquias 1.

Essa última realidade é explicada por Estevão no penúltimo parágrafo do seu longo discurso – ver Atos 7:44—50.
  
Ø    A presença de Deus no Sinai foi confirmada pela construção do tabernáculo no deserto – ver Atos 7:44.

Ø    O foco concentrado na presença de Deus no meio de Seu povo seguiu pelo período da conquista da terra de Canaã até o aparecimento do rei Davi – ver Atos 7:45—46.

Ø    A construção do Templo por Salomão – ver Atos 7:47 – produziu uma falsa percepção daquilo que Deus realmente é – comparar com Atos 7:45—46.

Ø    Note o paralelo entre Atos 7:41 e 7:48.

Ø    A relação dos judeus com o templo era de franca idolatria – ver Atos 7:49—50.

Ø    A atitude idólatra com relação ao templo associada à falha de reconhecer Jesus por quem ele realmente era – alguém maior que o próprio templo de acordo com as palavras do próprio Senhor em Mateus 12:6 – correspondiam tanto a não guardar a Lei de Moisés quanto a resistir ao Espírito Santo – ver Atos 7:51.

·         Como o templo virou um objeto de idolatria que impedia o progresso do Evangelho da graça o mesmo foi destruído por Deus mesmo – ver Marcos 13:1—2 – através dos romanos no ano 70 d.C.

V. Terceira Verdade Estabelecida por Estevão: O povo de Deus é um povo Peregrino.

A. Existem Três Palavras em Atos 7 que Demonstram o Caráter do Povo de Deus.

·       A primeira é  κατοικέ - katoikéo – traduzida pelo verbo “habitar” em Atos 7:2, 4, 48.

·       A segunda é μετικίζ - metoikízo – traduzida pela expressão “trouxe” em Atos 7:4 e por “desterrarei” em Atos 7:43.

·       A terceira é πάροικος pároikos – traduzida por peregrina em Atos 7:6 e por peregrino em Atos 7:29.

B. Implicações Teológicas do fato do povo de Deus ser um povo Peregrino.

1. A ideia do povo de Deus como um Povo Peregrino rejeita todos os conceitos de que o povo de Deus precisa estar em algum específico para adorar a Deus.
 2. O templo e todas as suas estruturas de apóio e a própria cidade de Jerusalém precisam ser deixados para trás.
 3.  A partir da vinda de Jesus a adoração seria apenas em Espírito e Verdade. O local da adoração é indiferente – ver João 4:21 e comparar com Mateus 18:20.
  C. Nós como um Povo Peregrino.

1. Todos nós estamos sujeitos à mudanças. Todavia:

·       Deus está em pleno controle de todas as coisas o tempo todo.

·       Não existem Surpresas para Deus.

2. Nós vamos enfrentar situações que não têm solução:

·       Uma árvore partida por um raio.

·       Um carrinho de criança esmagado por um motorista embriagado.

·       Um casamento destroçado por palavras.

 3. Alternativas para as situações que não têm solução:

·       Pode não ter solução, mas pode ser nascido de novo – ver Jó 14:7—9.

·       Pode não ter concerto, mas pode ser feito de novo – Jeremias 18:2—6.

4. A promessa de Deus é: Isaías 43:18—21 —

18 Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.

19 Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo.

20 Os animais do campo me glorificarão, os chacais e os filhotes de avestruzes; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido,

21 ao povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor.

CONCLUSÃO:

Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável – Salmos 51:10.

Para entender melhor esse estudo, sugerimos a leitura dos dois anteriores que podem ser encontrados nos links abaixo:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:

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Desde já agradecemos a todos.


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