Concepção artística de Estevão diante do Sinédrio em Jerusalém
A Defesa de Estevão
Introdução.
· Quem
era Estevão? Ver Atos 6:1—7.
Ø Um
irmão da Igreja em Jerusalém.
Ø Homem
cheio de fé e do Espírito Santo.
Ø Foi
eleito diácono pela comunidade.
· O Ministério de Estevão – ver Atos 6:8—10.
Ø Ele
fazia prodígios e grandes sinais.
Ø Ele
também sabia argumentar em defesa da fé cristã com muita propriedade.
· Já
dissemos muitas vezes, mas vale à pena sempre repetir que fazer sinais e
milagres não convencem ninguém da necessidade que a pessoa tem da salvação em
Jesus Cristo. No caso de Estevão, suas qualidades como homem de poder em atos e
palavras, resultaram na sua prisão.
Ø Estevão foi preso, levado diante do Sinédrio
e acusado formalmente – ver Atos 6:11—15.
Ø Em seguida ele ouviu a chamada “voz da
imprecação” proferida pelo sumo sacerdote – ver Atos 7:1.
· Mas Estevão era um homem muito adiante do seu
tempo:
Ø Estevão
entendeu as implicações da vinda de Jesus como poucos.
Ø Para
Estevão, a vinda de Jesus era um evento tão importante para os judeus quanto o
próprio êxodo.
ESTEVÃO
DIANTE DO SINÉDRIO FAZ SUA DEFESA
I. Estevão Usa a História do Povo
de Israel Como Ilustração
·
Estevão se aproxima do texto do Antigo
Testamento como a narrativa oficial da História Nacional do Povo e da Nação de
Israel. Seu material, todavia, é muito diferente dos grandes poemas épicos,
como:
Ø A
Ilíada e a Odisséia obras escritas pelo historiador grego Homero.
Ø A
Ilíada narra a guerra entre os gregos e os troianos.
Ø A
Odisséia narra o retorno do rei Odisseu à sua terra após o termino da guerra
entre gregos e troianos.
Ø A
Eneida, escrita por Virgílio, poeta clássico romano, conta a história de Enéias
que, tendo partido depois que Tróia foi incendiada, aportou nas costas da
Itália e tornou-se antepassado do povo romano. A Eneida tornou-se a epopéia
nacional dos romanos.
· Estevão,
porém não se utiliza de nenhum poema ficcional e sim da história do povo judeu
como registrada no Antigo Testamento. Ele inicia pelo Pentateuco ou os Cinco
Livros de Moisés.
· O
Pentateuco como História:
Ø Estevão
reconta a narrativa da páscoa como uma forma de reviver o fato acontecido no
Egito 1400 anos antes.
Ø A
forma como Estevão reconta a história nacional de Israel é o que nos interessa:
o que ele destaca nessa história? Quais são as coisas que ele omite?
Ø Moisés
já havia deixado instruções precisas acerca da importância de se recontar a
história nacional de Israel. Devemos notar, especialmente, as passagens que nos
falam da soberania de Deus:
v Deuteronômio 6:20—24 - Quando teu
filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos, e
estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? Então, dirás a teu
filho: Éramos servos de Faraó, no Egito; porém o SENHOR de lá nos tirou com
poderosa mão. Aos nossos olhos fez o SENHOR sinais e maravilhas, grandes e
terríveis, contra o Egito e contra Faraó e toda a sua casa; e dali nos tirou,
para nos levar e nos dar a terra que sob juramento prometeu a nossos pais. O
SENHOR nos ordenou cumpríssemos todos estes estatutos e temêssemos o SENHOR,
nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como tem feito
até hoje.
v Deuteronômio 26:5—9 - Então,
testificarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás: Arameu prestes a perecer foi
meu pai, e desceu para o Egito, e ali viveu como estrangeiro com pouca gente; e
ali veio a ser nação grande, forte e numerosa. Mas os egípcios nos maltrataram,
e afligiram, e nos impuseram dura servidão. Clamamos ao SENHOR, Deus de nossos
pais; e o SENHOR ouviu a nossa voz e atentou para a nossa angústia, para o
nosso trabalho e para a nossa opressão; e o SENHOR nos tirou do Egito com
poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com
milagres; e nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite
e mel.
· Outras passagens com o mesmo tema são:
Ø Neemias
9:6—31.
Ø Salmos
105.
Ø Salmos
106.
II. Primeira Verdade Estabelecida
por Estevão: Os Verdadeiros Servos de Deus São Sempre Perseguidos e Rejeitados.
· José
– ver Atos 7:9.
· Moisés
– ver Atos 7:23—29; 35, 39.
· Os
Profetas e o Justo – Jesus – ver Atos 7:52.
· Toda
essa perseguição está em linha com: Atos 2:23; 3:13—15; 4:10; 5:30.
· Todo
verdadeiro servo do Senhor sofre perseguição – 2 Timóteo 3:12 – “Ora, todos
quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”.
· Mas
Deus é soberano e manifesta Suas ações – ver Atos 7:9 e comparar com Atos 2:9.
· Existia
entre os judeus a esperança que um profeta como Moisés deveria aparecer de
acordo com a promessa contida em Deuteronômio 18:15—19. Comparar com Atos 7:37
e Atos 3:22—23.
· Até
esse ponto, Estevão se limita a repetir as afirmações feitas por Pedro e João
anteriormente.
III. Segunda Verdade Estabelecida
por Estevão: Onde Deus Deve ser Adorado.
· O
τόπος – topos
– lugar de Deus é SUA PRESENÇA. Estevão prova isso da seguinte maneira:
A. Deus estava com Abraão em:
· Ele
cita Abraão, o próprio pai da nação judaica e mostra como Deus estava com
Abraão em:
Ø Na Mesopotâmia – em Ur dos Caldeus e e em
Harã – ver Atos 2:3—4.
Ø Deus também estava com Abraão em Canaã,
apesar de não ter lhe dado, na prática, nenhuma herança ali – ver Atos 7:5.
B. Deus estava com José no Egito
– ver Atos 7:9.
C. Deus estava com Jacó no Egito
– ver Atos 7:15.
D. Deus estava com Moisés em:
· No
Egito – ver Atos 7:20.
· Na
Terra de Midiã – ver Atos 7:29.
· No
Monte Sinai — ver Atos 7:30—33.
· Novamente
no Egito — ver atos 7:36.
· Junto
ao Mar Vermelho — ver atos 7:36.
· No
deserto durante 40 anos — ver Atos 7:36.
E. Deus estava com Josué e os
pais das tribos no deserto e até as conquistas de Davi – ver Atos 7:45.
F. Deus estava com Davi em Hebrom
e em Jerusalém – ver Atos 7:46.
G. Deus estava com Salomão em
Jerusalém – ver Atos 7:47 e comparar com 1 Reis 8:27.
· Aqui
devemos notar os seguintes fatos:
Ø Em
Atos 7:2—45 a ação narrada se passa fora de Jerusalém.
Ø Deus
não está atrelado a nenhum local específico, especialmente a alguma terra
prometida! As expressões “Terra Prometida” e “Terra da Promissão” não são
bíblicas. A única expressão bíblica é “terra da promessa” e ela aparece apenas
uma vez, no Novo Testamento, em Hebreus 11:9, com o objetivo de negar todas as
afirmações estapafúrdias que se fazem contra Deus e suas promessas com relação
à Terra de Israel. Os judeus nunca foram além de meros estrangeiros e
peregrinos na Terra da Palestina – ver Levítico 25:23 – “Também a terra não se
venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois
vós sois para mim estrangeiros e peregrinos”.
Ø Santuários
serviram para cumprir propósitos temporários, mas eles são uma afronta a Deus
Vivo, uma vez que ele nunca habitou nem vai habitar em nenhuma construção
humana, mesmo as que ele mandou construir – ver Atos 7:48—50; 17:24.
Ø Qualquer
pessoa, em qualquer lugar pode, apenas pela fé, entrar na presença de Deus e
adorá-Lo – ver João 4:21.
IV. A Rejeição Definitiva do
Templo Construído em Jerusalém.
· A
maior parte do discurso de Estevão ocupa o período da história que vem antes da
construção do templo em Jerusalém – ver Atos 7:2—45.
· A
ênfase de Estevão estava concentrada no fato de que Deus estava com seu povo,
mesmo fora da Terra da Palestina.
· Estevão
traça um paralelo entre a adoração ao bezerro no Sinai e a idolatria
generalizada responsável pelo desterro para a Babilônia. Ver Atos 7:41—43.
Esses dois fatos representam os dois pontos mais baixos da história do povo de
Israel.
Mesmo
a construção do templo não garantia uma adoração correta de Deus! Apesar da existência do Templo a adoração a Deus sempre foi muito falha em Israel – Ver Isaías 1 e
Malaquias 1.
Essa
última realidade é explicada por Estevão no penúltimo parágrafo do seu longo
discurso – ver Atos 7:44—50.
Ø A presença de Deus no Sinai foi confirmada
pela construção do tabernáculo no deserto – ver Atos 7:44.
Ø O foco concentrado na presença de Deus no
meio de Seu povo seguiu pelo período da conquista da terra de Canaã até o
aparecimento do rei Davi – ver Atos 7:45—46.
Ø A construção do Templo por Salomão – ver Atos
7:47 – produziu uma falsa percepção daquilo que Deus realmente é – comparar com
Atos 7:45—46.
Ø Note o paralelo entre Atos 7:41 e 7:48.
Ø A relação dos judeus com o templo era de
franca idolatria – ver Atos 7:49—50.
Ø A atitude idólatra com relação ao templo
associada à falha de reconhecer Jesus por quem ele realmente era – alguém maior
que o próprio templo de acordo com as palavras do próprio Senhor em Mateus 12:6
– correspondiam tanto a não guardar a Lei de Moisés quanto a resistir ao
Espírito Santo – ver Atos 7:51.
· Como o templo virou um objeto de idolatria que
impedia o progresso do Evangelho da graça o mesmo foi destruído por Deus mesmo
– ver Marcos 13:1—2 – através dos romanos no ano 70 d.C.
V. Terceira Verdade Estabelecida
por Estevão: O povo de Deus é um povo Peregrino.
A. Existem Três Palavras em Atos 7
que Demonstram o Caráter do Povo de Deus.
· A
primeira é κατοικέῳ - katoikéo
– traduzida pelo verbo “habitar” em Atos 7:2, 4, 48.
· A
segunda é μετῳικίζῳ - metoikízo
– traduzida pela expressão “trouxe” em Atos 7:4 e por “desterrarei” em Atos
7:43.
· A
terceira é πάροικος – pároikos
– traduzida por peregrina em Atos 7:6 e por peregrino em Atos 7:29.
B. Implicações Teológicas do fato
do povo de Deus ser um povo Peregrino.
1.
A ideia do povo de Deus como um Povo Peregrino rejeita todos os conceitos de
que o povo de Deus precisa estar em algum específico para adorar a Deus.
2.
O templo e todas as suas estruturas de apóio e a própria cidade de Jerusalém
precisam ser deixados para trás.
3. A partir da vinda de Jesus a adoração seria
apenas em Espírito e Verdade. O local da adoração é indiferente – ver João 4:21
e comparar com Mateus 18:20.
C. Nós como um Povo Peregrino.
1. Todos nós estamos sujeitos à
mudanças. Todavia:
· Deus
está em pleno controle de todas as coisas o tempo todo.
· Não
existem Surpresas para Deus.
2. Nós vamos enfrentar situações
que não têm solução:
· Uma
árvore partida por um raio.
· Um
carrinho de criança esmagado por um motorista embriagado.
· Um
casamento destroçado por palavras.
3. Alternativas
para as situações que não têm solução:
· Pode
não ter solução, mas pode ser nascido de novo – ver Jó 14:7—9.
· Pode
não ter concerto, mas pode ser feito de novo – Jeremias 18:2—6.
4. A promessa de Deus é: Isaías
43:18—21 —
18 Não vos lembreis das coisas
passadas, nem considereis as antigas.
19 Eis que faço coisa nova, que
está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no
deserto e rios, no ermo.
20 Os animais do campo me
glorificarão, os chacais e os filhotes de avestruzes; porque porei águas no
deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido,
21 ao povo que formei para mim,
para celebrar o meu louvor.
CONCLUSÃO:
Cria em mim, ó Deus, um coração
puro e renova dentro de mim um espírito inabalável – Salmos 51:10.
Para
entender melhor esse estudo, sugerimos a leitura dos dois anteriores que podem
ser encontrados nos links abaixo:
Que Deus
abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
página no facebook através do seguinte link:
http://www.facebook.com/pages/O-Grande-Diálogo/193483684110775
Desde já agradecemos a todos.
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