Esse artigo é parte da série "Em Cristo" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará um link para o estudo posterior
2 Coríntios 5:19 — A saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
A saber, que Deus estava em Cristo — É
através desta verdade que Deus traz e implementa a reconciliação entre Sua
pessoa e nós, os pecadores: Deus estava em Cristo:
A. A palavra Cristo é
transliterada da palavra grega
Χριστὸς — Christòs — que
por sua vez traduz a palavra hebraica מָּשִׁיחַ — Mashiyah que
significa “ungido”. Como o Ungido de Deus — o Messias — Jesus, O Cristo, era o
Profeta, o Sacerdote e o Rei prometido aos judeus desde a mais remota
antiguidade — ver Gênesis 3:14—15 — esta passagem é chamada de proto-evangelho;
e Deuteronômio 18:15—18. Mas nessa capacidade de Messias Ungido como Profeta,
Sacerdote e Rei, Jesus não viria somente para os Judeus e sim para todas as
pessoas, indistintamente. Tanto Judeus como Gentios seriam beneficiados pela
vinda do Messias de Deus. Na história de Israel encontramos alguns personagens
que foram profetas, outros que foram sacerdotes e outros que foram reis. Alguns
houve até que foram profetas e sacerdotes — como Samuel — outros foram profetas
e reis — como Davi — mas nunca houve ninguém na história de Israel que
reivindicasse o triplo ministério de profeta, sacerdote e rei, senão o Senhor
Jesus, que foi cognominado de Cristo — Messias — Ungido de Deus. E é exatamente
esse triplo ministério de Jesus que o qualifica para ministrar ao mundo
inteiro. As funções de todos os outros estavam restritas ao povo de Deus da
antiga dispensação. O Messias de Deus pode administrar a obra de Deus ao mundo
inteiro.
B. Para que esse
Messias pudesse realizar, de maneira adequada, esse trabalho de reconciliar
toda a raça humana mediante um sacrifício vicário — no lugar de, em
substituição a — pelos pecados da raça humana, Ele tinha que ser o próprio
Deus. A exigência de Deus com relação ao que era necessário para
reconciliar a raça humana era tão grande que só poderia ser satisfeita por uma
pessoa: pelo próprio Deus! Este é o motivo porque lemos no Novo Testamento as
seguintes palavras:
Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs
sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e
não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da
Divindade — Colossenses 2:8—9.
Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele,
que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas
as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos
pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão
superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles — Hebreus
1:1—4.
Cristo, com sua oferta sobre a cruz, fez a
propiciação — satisfez a exigência de Deus — que nós precisávamos fazer por
causa dos nossos pecados. E não somente pelos nossos, mas pelos de toda raça
humana também. Assim temos que uma das verdades mais importantes da doutrina da
reconciliação é aquela que Deus nunca mais irá atribuir a qualquer um de nós,
que cremos em Jesus, nenhum dos nossos pecados visando obter qualquer tipo de
satisfação, porque Jesus já morreu pelos nossos pecados — ver Hebreus 9:11—12;
24—28!
Note especialmente as expressões: entrou
no Santo dos Santos uma vez por todas, se manifestou uma vez por todas, tendo
se oferecido uma vez para sempre. O que poderia, diante destes versículos,
justificar o ato blasfemo da missa católica romana que pretende perpetuar,
mediante inúmeras repetições, um sacrifício feito de uma vez por todas? Ver
também
Hebreus 10:12—14
12 Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um
único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus,
13 aguardando, daí em diante, até que os seus
inimigos sejam postos por estrado dos seus pés.
14 Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para
sempre quantos estão sendo santificados.
C. A doutrina Bíblica
da reconciliação tem inúmeras ramificações. Vamos alistar algumas delas:
1. Precisamos crer que
existe um Deus.
2. Precisamos saber que
este Deus é nosso criador.
3. Precisamos entender
que este Deus requer que o amemos e o sirvamos.
4. Para nos mostrar
como nós podemos amá-lo e servi-lo Deus se revelou a nós mesmos, primeiro
mediantes Sua palavra escrita.
5. Em vez de obedecermos
à Sua palavra nos transgredimos essa mesma palavra e incorremos na pena
relativa à transgressão, que é a morte.
6. Em vez de sermos
capazes de desfazer nossos pecados ou oferecer a Deus uma satisfação apropriada
por termos ofendido Sua glória e majestade, nossos corações, através do engano
e da influência deletéria do pecado, ficam completamente cegos, endurecidos e
cheios de inimizade e ódio contra nosso criador e juiz.
7. Para nos redimir — salvar
— desta situação e estado maldito, Deus, por causa do seu amor com que nos
amou, deu Seu filho unigênito — Jesus — o qual assumiu nossa natureza
pecaminosa e recebeu o castigo que nossos pecados merecem, que é a morte – ver
2 Coríntios 5:21
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado
por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
8. Por ter feito o que
fez Deus ordena que todas as pessoas, em todos os lugares se arrependam e que a
remissão — ou perdão — dos pecados seja anunciada por toda a terra.
9. Todo aquele que se
arrepender e crer que Jesus se ofereceu para morrer como uma oferta pelos
pecados cometidos receberá o perdão de todos os pecados — ver
Colossenses 2:13—14
13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas
transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com
ele, perdoando todos os nossos delitos;
14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era
contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o
inteiramente, encravando-o na cruz.
10. E se permanecerem
em Jesus obterão a herança eterna entre aqueles que estão sendo santificados.
Assim temos que a reconciliação é:
1. Um privilégio
inquestionável — ver
2 Coríntios 5:18—19.
18 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou
consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou
a palavra da reconciliação.
A reconciliação
pressupõe uma briga[1],
ou um rompimento entre amigos. E são os nossos pecados que causam este
rompimento entre nós e Deus, que produzem a quebra da amizade entre Deus e os
seres humanos — ver
Isaías 59:2
Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós
e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos
não ouça.
Por causa do pecado o
coração humano está cheio de ódio e inimizade contra Deus e Deus, por Seu lado,
está profundamente ofendido com o pecador. Mas apesar de tudo isso, ainda é
possível haver reconciliação; a majestade celestial ofendida está disposta a se
reconciliar. Para tornar possível tal reconciliação Deus tem indicado um
Mediador ou intermediário entre Ele e os seres humanos. Deus é o único a ter
mérito neste processo, pois toda e obra do Mediador é fruto da ação de Deus.
Tudo aquilo que a obra de reconciliação efetuada por Jesus alcançou pertence a
Deus, o Qual mediante a obra de Jesus reconciliou o mundo consigo mesmo. Por
meio da obra de Jesus, Deus, o Pai, se coloca em uma posição onde Ele pode ser
reconciliado com os pecadores sem que tenha de abrir mão da sua justiça — satisfeita
plenamente na cruz do Calvário — nem de sua santidade — já que os pecadores são
revestidos com a justiça do próprio Senhor Jesus Cristo. Assim, por causa da
obra de Cristo, Deus não imputa — atribui — nossos pecados sobre nossas
próprias cabeças, mas é capaz de nos perdoar todos os nossos pecados
graciosamente — sem que tenhamos que fazer absolutamente nada para merecer tal
perdão. Este momento do processo de reconciliação é chamado na Bíblia de
“justificação” e tem a ver com o fato de que, por causa da obra de Cristo, nós
somos declarados justos por Deus.
2. Uma responsabilidade
inadiável — ver
2 Coríntios 5:20
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo,
como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos
que vos reconcilieis com Deus.
Da mesma maneira que
Deus está disposto a se reconciliar conosco, nós devemos estar prontos a nos
reconciliar com Deus. Esse é o coração das boas novas do evangelho: que a
palavra que nós ordena que nos reconciliemos com Deus prevaleça sobre todas as
pessoas e que elas abandonem suas posições de inimizade contra Deus. Através de
nós, Deus fala com os pecadores para que deixem de lado o antagonismo e aceitem
os termos do que Ele está propondo, que se reconciliem com a pessoa de Deus,
com Seus atributos e com todas as suas providências — suprema sabedoria com que
Deus conduz todas as coisas; que creiam no Mediador, que aceitem o sacrifício
vicário do Mediador e se submetam, de coração, aos mandamentos contidos no
evangelho da graça. Em 2 Coríntios 5:21 o apóstolo Paulo nos oferece os motivos
porque devemos nos reconciliar com Deus além, é claro, do mandamento direto.
Paulo fala:
D. Da pureza do
Mediador — Não conheceu pecado — ver 1 Pedro 2:21—25.
E. Do sacrifício que o
Mediador ofereceu — Ele foi feito pecado por nós. Note que Jesus foi feito
pecado e não pecador. O que Paulo está dizendo é que Jesus foi feito um
sacrifício pelos pecados — ver João 1:29.
F. Que o objetivo final
da obra sacrificial de Jesus é que nós pudéssemos ser feitos justiça de Deus,
ou seja, para que nós pudéssemos ser justificados gratuitamente por meio da
graça de Deus através da redenção que está em Jesus.
a. Da mesma maneira que Cristo, que não conheceu
pecado cometido por Ele mesmo, nós que não possuímos justiça própria, somos
justificados — declarados justos — por Deus porque estamos “em Cristo”.
b. Nossa reconciliação com Deus só pode ser
alcançada mediante e exclusivamente através de Jesus, pois somente ele possui
méritos suficientes para transferir a nós. Com isso, nós estamos dizendo que
temos que abrir mão de todo e qualquer mérito pessoal ou de terceiros — ver
Atos 4:12
E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe
nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.
1 Timóteo 2:5
Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, homem.
LISTA DE OUTROS ESTUDOS DA SÉRIE “EM CRISTO”:
O estudo introdutório dessa série, número 000, pode ser encontrado aqui:
O estudo número 001 dessa série — Justificação Gratuita — pode ser encontrado aqui:
O estudo 002 dessa série — Nossa Identidade com Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 003 dessa séria — Mortos para o Pecado, Mas Vivos para Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 004 dessa série — O Salário do Pecado X o Dom Gratuito de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 005 dessa série — Nenhuma Condenação em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 006 dessa série — Nada Pode nos Separar do Amor de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 007 — Somos Membros uns dos Outros em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 008 — Santificados em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 009 — A Graça de Deus em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 010 — Somos de Deus em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 011 — Somos Espirituais em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 012 — Somos Loucos, Fracos e Desprezíveis Porque Estamos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 013 — Somos Gerados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 014 — Nossa Esperança em Cristo Não se Limita a Essa Vida Apenas — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 015 — Todos Serão Vivificados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 016 — Todos São Amados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 17 — Somos Todos Ungidos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 18 — Não Mercadejamos a Palavra de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 19 — O Véu é Removido em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 20 — Somos Novas Criaturas em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 21 — Deus Estava em Cristo Reconciliando Consigo o Mundo — poderá ser encontrado aqui:
Os estudos 22 e 23 — Sendo Conhecido em Cristo — poderão ser encontrados aqui:
O estudo 24 — Nossa Liberdade em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 25 — Justificação Pela fé em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 26 — Filhos de Deus em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 27 — Revestidos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 28A — Nossa Unidade em Cristo — PARTE 001 poderá ser encontrado aqui:
O estudo 28B — Nossa Unidade em Cristo — PARTE 002 poderá ser encontrado aqui:
O estudo 029 — Somente a Fé Que Atua Pelo Amor Tem Valor em Cristo
O estudo 030A — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 001
O estudo 030B — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 002
O estudo 030C — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 003 — E a Chamada Visão de Hermes
O estudo 030D — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 004 — O Ensinamento Bíblico Acerca do Céu
O estudo 031 — Desvendando-nos o Mistério da Sua Vontade Em Cristo
O estudo 032 — Para o Louvor da Glória de Deus em Cristo
O estudo 033 — Ressuscitados em Cristo e Assentados nos Lugares Celestiais
O estudo 034 — Mostra a Suprema Riqueza da Sua Graça em Bondade para conosco em Cristo.
O estudo 035 — Mostra como somos salvos em Cristo para a prática de boas obras manifestadas por meio de uma vida de santidade.
O Estudo 036 — Nos Fala de Como Somos Aproximados de Deus Porque Estamos em Cristo.
O Estudo 037 — Nos Fala de Como Somos Co-herdeiros, Co-participantes e Membros dum mesmo Corpo
O Estudo 038A — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 001 — Cristo o Mistério Revelado de Deus
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que
puderem que “curtam” nossa página no fcebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] A
Coca-Cola publicou um outdoor em 2005 que dizia: “O melhor da briga é a
reconciliação!”.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaro Carlindo,
Excluir1. Em atenção ao teu pedido de publicação dos teus comentários temos a te informar o seguinte:
A. Resolvemos não publicar teus comentários, pelos seguintes motivos:
1. No primeiro comentário existe a indicação de um site que promove a venda de uma tradução dos textos sagrados, algo que não é aceitável pelo blog que não promove nenhum produto nem aceita doações a qualquer título.
2. Ao ler teus comentários nós percebemos que os mesmos não guardam nenhuma relação com o nosso artigo. Seus escritos apenas apresentam suas próprias interpretações acerca do que você escreve. Seus escritos são genéricos e não apresentam provas, apenas opiniões.. São apenas alegações, alguma risíveis, e outras demonstram um completo desconhecimento do assunto tratado.
3. Depois de 2000 anos de história cristã e mais dois mil anos de história judaica, agora ficou um pouco tarde para vir com todas essas invencionices e até mesmo tolices.
4. Por fim nos recusamos a publicar qualquer comentário cujo propósito é, em nossa opinião, difundir falsos ensinamentos sem amparo nas Escrituras Sagradas, sem conhecimento lexicográfico, histórico e teológico adequado.
Todavia, gostaríamos de sugerir a você, se é que ainda não tem, que crie um blog para divulgar livremente suas ideias.
Queremos deixar bem claro que existem artigos no blog que normatizam o material que poderá ou não ser publicado pelo mesmo. Não existe de nossa parte nenhuma obrigação de publicar absolutamente nada, venha de onde vier, se assim entendermos.
Abraço,
irmão Alex
Alex,
ExcluirPerdão por invadir a sua página e fazer o meu comentário!
Perdoe-me profundamente! já excluí o meu comentário.
Caro Carlindo,
ExcluirNão temos nada para perdoar. Fica em paz.
Abraço fraterno,
irmão Alex