sábado, 19 de setembro de 2015

A ORAÇÃO DO PAI NOSSO - SERMÃO 002 — O Pai Nosso — Mateus 6:9




Essa série tem por objetivo expor de maneira ampla, bíblica, literária, histórica e teologicamente, a oração que chamamos de “Oração do Pai Nosso”. Nosso desejo é enriquecer a vida de todos por meio desses esboços de mensagens que também estão disponíveis em áudio. Na parte final desse artigo o leitor encontrará os links para os outros esboços e para os áudios à medida que forem sendo publicados 

Uma Exposição Bíblica, Literária e Teológica de Mateus 6:9—13

Introdução:

A. No sermão passado nos introduzimos o tema geral da oração como uma forma de abordagem inicial à essa oração — a Oração do Pai Nosso ou Oração Dominical, que nos foi ensinada pelo próprio Senhor Jesus. 

B. Naquela mensagem nós falamos que devemos orar somente ao Pai, conforme Jesus nos ensinou em Mateus 6:6 e 9. 


C. Mas não queremos dar nenhuma falsa impressão aos irmãos. Quando fizemos aquela afirmação destacamos que não devemos orar para santos, ou santas, nem mesmo para Maria, nem para anjos da guarda, orixás etc., mas somente para o Pai que é Deus. 

D. Então para que não restem dúvidas devemos afirmar que: 

1. Também nos é lícito orar diretamente ao Senhor Jesus, pois ele é Deus. 

2. Também nos é lícito orar diretamente ao Espírito Santo, pois ele também é Deus. 

E. Mas devemos manter muito bem esse limite de dirigir nossas orações exclusivamente a Deus e a nenhum outro ser. Quem ensina outra coisa está ensinando uma mentira e devemos estar atentos para evitarmos cair nos inúmeros laços que o Diabo tem espalhado por todos os lugares durante os séculos através de seus fiéis servidores.

F. Como falamos também na mensagem anterior, Jesus modificou completamente o modelo ou paradigma de oração dos judeus, ao nos ensinar a orar, diretamente a Deus, como...  

PAI NOSSO


I. A Frase Inicial da Oração do “Pai Nosso” – VERSO 9. 

Mateus 6:9

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.

A. A primeira afirmação de Jesus feita na chamada “Oração do Pai Nosso”, se parece com um fulgurante e magnífico relâmpago cortando os céus no meio da noite. 

B. Como vimos antes, as “tefillah” ou orações dos judeus eram e são feitas em Hebraico. A oração do “Pai Nosso”, todavia, foi provavelmente, proferida na língua aramaica, que era o idioma comum falado por todos os judeus em geral. Apenas a elite e, especialmente, a elite sacerdotal que habitava em Jerusalém fazia questão absoluta de falar o hebraico, já que acreditavam que essa era a língua falada pelo próprio Deus! Quanta cegueira! 

C. Assim, temos que Jesus ensinou seus discípulos a orarem em aramaico, que era a língua comum entre eles em vez de usar as orações prontas e clássicas existentes em textos escritos em hebraico. 

D. Como mencionamos, os judeus do primeiro século, estavam acostumados a recitar orações em hebraico e não em aramaico. De modo semelhante os mulçumanos modernos recitam suas orações no arábico clássico falado na Arábia durante o século VII d.C. 

E. Tanto judeus quanto mulçumanos acreditam que são detentores de um idioma sagrado. A fé cristã não acredita em tolices dessa espécie e isso é muito importante. 

II. As Implicações de Jesus Ensinar Seus Discípulos a Orar em Aramaico 

A. Quando Jesus ensina seus discípulos a orarem em aramaico, ele estava causando uma profunda ruptura na religião como praticada em Israel naqueles dias. Jesus nos ensina que não existe nenhuma língua sagrada: Deus não usa nenhum idioma em particular! 

B. Nos dias de Cristo toda leitura pública das Escrituras era feita em hebraico e era nessa língua que as orações precisavam ser proferidas. Nas sinagogas havia sempre tradutores a disposição para verter as Escrituras ou os ensinamentos do hebraico para o aramaico ou grego. 

C. Ao romper o modelo que se utilizava exclusivamente do hebraico para ensinar seus discípulos a orar em aramaico, Jesus também abriu as portas para que o Novo Testamento pudesse ser escrito em grego, a língua mais popular daqueles dias. Ato contínuo, o gesto de Jesus também permitiu que o Novo Testamento e o Antigo Testamento fossem vertidos em outras línguas, tais como: o siríaco antigo ou aramaico, o copta — a língua falada no Egito naqueles dias — o armênio, o georgiano, o etíope, o arábico, o persa, o latim, o gótico, o eslavo, o anglo-saxão etc. 

D. Se não existe uma língua sagrada, também não existe uma cultura sagrada. Quando discutimos com judeus religiosos é comum eles alegarem que nós não podemos entender os escritos judaicos porque não somos judeus. Mas quanta estupidez! Não existem nem língua, nem cultura e muito menos formas que possam ser consideradas sagradas sagradas etc. Sagradas ou santas são as pessoas, somo nós:

1 Coríntios 6:19

Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? 

E. Por todos esses motivos, crentes em todos os lugares podem comparecer, imediatamente diante da presença de Deus usando a linguagem dos seus corações.  

III. O Uso de Abba — Pai: Seu Significado e Significância – Parte 1. 

A. As tefillah — as 18 orações tradicionais proferidas nas sinagogas judaicas começam de maneiras variadas: 

1. Umas com começam com: Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó. 

2. Outras começam com: Deus de Nossos Pais. 

3. Outras ainda começam com: Bendito, Santo, Construtor de Jerusalém, Poderoso, Redentor de Israel, Nosso pai e Deus gracioso.

B. Dessas listas Jesus escolheu “Nosso Pai”, que aparece duas vezes nas 18 tefillah como Abinu. 

C. Ao fazer essa escolha Jesus nos conduz para além dos limites raciais representados por Abraão, Isaque e Jacó, para um relacionamento familiar representado pela presença do Pai e dos filhos e filhas que são os irmãos e irmãs, i.e., nós. 

D. Sendo Deus o Pai de todos os seus filhos, pouco importa a cor de suas peles, a nacionalidade, o nível de instrução, a posição social, o sexo e etc., todos podem se dirigir a ele como Pai. O uso dessa expressão, sozinha, é suficiente para derrubar todas as paredes de separação. Não existe ninguém longe nem mesmo afastado. Todos estão próximos do Pai que nos ama. Daí a orientação de Jesus de como devemos começar nossas orações: 

E. A expressão Abba em aramaico aparece três vezes apenas no Novo Testamento: 

Marcos 14:36

E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres. 

Romanos 8:15

Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. 

Gálatas 4:6

E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! 

E. Note que em todos os três casos acima a expressão aramaica, Aba é, imediatamente, seguida pela expressão Pai, que traduz o grego πατήρ — patér. Isso é feito para ajudar os eventuais leitores que entendiam o grego, mas não o aramaico 

F. O contexto imediato dessas passagens tem a ver com oração. Oração fervente. 

IV. O Convite de Jesus 

A. Ao ensinar essa oração aos seus discípulos, Jesus também nos convida, de fato nos ordena e nos permite falar juntamente com Ele mesmo, com Deus Pai. 

B. Jesus nos permite fazer Sua própria oração. Isso é graça pura! 

C. Quando agimos assim, nos unimos a Jesus de uma forma tal, que adoramos, louvamos e oramos ao Pai em uma única voz: a nossa e de do próprio Senhor, como se fosse uma única voz! 

D. Na próxima mensagem nós vamos traçar um paralelo histórico entre Deus como Pai no Antigo Testamento e Deus como Nosso Pai no Novo Testamento.


Conclusão

A. Qual é a língua falada por Deus?

1. Os judeus acreditam que é o hebraico. 

2. Os cristãos armênios acreditam que é o armênio clássico. Por esse motivo eles nos dizem que Deus tem um bom e velho monge armênio, que conhece todas as línguas faladas no mundo, como seu secretário particular. Esse monge ao ouvir uma oração dirigida a Deus, rapidamente a traduz para o armênio clássico, para que o Todo Poderoso possa entendê-la. 

3. Mohamed ou Maomé dos Mulçumanos o qual era, alegadamente, analfabeto, diz que o Anjo Gabriel o levou até o céu onde lhe mostrou uma cópia do Alcorão escrito em arábico clássico. Mas se Maomé era analfabeto como poderia saber e ter certeza que o livro que lhe foi mostrado estava mesmo escrito em arábico clássico? Se o arábico clássico é o idioma oficial do céu de Alá, não perca seu tempo tentando falar com Alá em qualquer outro idioma que não seja o arábico clássico do século VII d.C., porque ele não vai entender nada. 

4. Quando eu era aluno no seminário nos EUA cansei de encontrar crentes sinceros, porém muito ignorantes, que acreditavam que a Bíblia usada pelo Apóstolo Paulo era a Bíblia do Rei Tiago I — The King James Bible — produzida em 1611. E muitos me olhavam de forma estranha, quando me ouviam afirmar que o apóstolo Paulo não pregava em inglês e sim grego.

5. Uma boa parte das religiões orientais — especialmente as originadas na índia — dizem que palavras não são importantes e, por esse motivo ensinam as pessoas a meditarem, cujo objetivo maior é “paralisar por completo a atividade do cérebro”, deixando o mesmo vazio e aberto para ser dominado por forças chamadas astrais. 

B. Todas essas coisas não passam de tolices e como temos falado, repetidas vezes, tolices que visam apenas nos escravizar. Jesus veio nos libertar de todas essas tolices e nos ensinou que Deus é Espírito – ver João 4:24 e as implicações dessa afirmação são as seguintes:

João 4:24

Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

Se Deus é Espírito isso quer dizer que Ele está presente em todo lugar o tempo todo! 

Mateus 18:20

Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.

Não importa o país onde estiverem reunidos e muito menos a língua que eles estiverem falando. Jesus, como Deus, entende todas elas e é o único capaz de ouvir e nos responder

C. Note como a verdade bíblica é muito diferente e muito mais satisfatória do que essas tolices inventadas pelos seres humanos, que não são poucas, diga-se de passagem.

D. Por que Deus teria escolhido a língua grega para produzir o Novo Testamento? Deus agiu assim porque o grego era a língua mais conhecida naqueles dias e a mais apropriada para se alcançar a maior quantidade de pessoas. Era uma questão prática apenas e não porque o grego fosse melhor ou superior às outras línguas como se costuma pensar do hebraico, do arábico clássico, do sânscrito — a língua sagrada dos hindus — do armênio clássico e etc. 

E. Todos os que creem em Cristo, independente da língua em que ouviram as Boas Novas são aproximados de Deus como Pai. E quando nos aproximamos de Deus estamos completamente sem nenhum poder — Ele sim, é o Deus Todo Poderoso, não temos nenhum mérito — a Ele sim, seja toda honra e toda glória — sem fé própria — pois, até mesmo a fé que temos é Dom de Deus —

Efésios 2:8

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. — e com as mãos vazias. Mas independente disso tudo, por causa de Cristo, somos Filhos de Deus. 

F. “A realidade da nossa filiação a Deus não seria maior nem estaria mais segura se pudéssemos ajuntar qualquer coisa vinda de nós mesmos. A realidade divina, ela sozinha, é a plenitude de toda a realidade” – Karl Barth

Que Deus abençoe a todos

OUTRAS MENSAGENS DA SÉRIE DO PAI NOSSO

001 — INTRODUÇÃO A MATEUS 6:9—15

002 — O PAI NOSSO — PARTE 001 — MATEUS 6:9

003 — O PAI NOSSO — PARTE 002 — MATEUS 6:9

004 — O PAI NOSSO — PARTE 003 — MATEUS 6:9

005 — O PAI NOSSO — PARTE 004 — MATEUS 6:9a — PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS

006 — O PAI NOSSO — PARTE 005 — INTRODUÇÃO À ESTRUTURA DO PAI NOSSO — Mateus 6:9—13

007 — O PAI NOSSO — PARTE 006 — SANTIFICADO SEJA TEU NOME — Mateus 6:9

008 — O PAI NOSSO — PARTE 007 — A RELAÇÃO DA SANTIDADE DE DEUS COM A JUSTIÇA E O AMOR — Mateus 6:9

009 — O PAI NOSSO — PARTE 008 — O REINO DE DEUS — PARTE 001 — Mateus 6:10

010 — O PAI NOSSO — PARTE 009 — O REINO DE DEUS — PARTE 002 — Mateus 6:10
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/a-oracao-do-pai-nosso-sermao-010-o.html
011 — O PAI NOSSO — PARTE 010 — A VONTADE DE DEUS




Alexandros Meimaridis

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