Culto: a secretária Fátima Pelaes (primeira à esquerda), durante roda de oração em seu gabinete.
Vivemos dias singulares no Brasil
do século XXI. De uma hora para a outra, toda uma população que passou a ser
chamada de “evangélicos” foi reconhecida como uma força considerável em todos
os horizontes. Facilmente manipuláveis pelas mais variadas razões, os
evangélicos são levados a acreditar que podem tudo porque, afinal, Deus está do
nosso lado. É essa abordagem levada a todas as esferas do dia a dia que faz
surgir verdadeiras aberrações como o que está relatada abaixo pelo site da
revista Carta Capital
Secretária das Mulheres
de Temer faz culto evangélico em gabinete
por Débora Melo e Renan Truffi
Rodas de oração na sede do órgão, com a participação de Fátima Pelaes, têm constrangido funcionários.
A secretária Especial de
Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, tem realizado cultos evangélicos na
sede do órgão em Brasília, o que tem constrangido profissionais da pasta.
Uma foto enviada à reportagem de
CartaCapital mostra a secretária e funcionárias de sua equipe em um momento de
oração dentro do gabinete, acompanhadas de um homem ao violão.
De acordo com uma fonte que não
quis se identificar, subordinadas diretas de Pelaes têm aproveitado eventos de
confraternização para fazer rodas de oração com os funcionários. “A equipe que
assumiu chegou, digamos, com essa mania. Isso tem causado mal-estar”, disse a
fonte. “Quem já estava na secretaria se surpreendeu, porque isso nunca fez
parte da lógica dali.”
O Estado brasileiro é laico, e a
Igreja não pode interferir no Estado. Além disso, o artigo 5º da Constituição
Federal define que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença”.
A secretária tomou posse em junho
de 2016, ainda no governo interino de Michel Temer. O nome de Pelaes, que é
presidenta do PMDB Mulher, foi indicado a Temer por deputadas do Partido
Republicano Brasileiro (PRB), sigla ligada a Edir Macedo e à Igreja Universal
do Reino de Deus.
A escolha do governo para a pasta
das Mulheres foi fortemente criticada por movimentos feministas. Socióloga,
Pelaes foi deputada federal pelo PMDB do Amapá e chegou a defender a
legalização do aborto durante sua trajetória no Congresso, mas mudou
radicalmente de opinião a partir de 2002, quando sobreviveu a um naufrágio no
Rio Amazonas.
Após uma “busca por Deus”, Pelaes
decidiu se converter à religião evangélica. Ela foi presidente da Frente
Parlamentar Evangélica e passou a militar pelo direito à vida “desde a
concepção”.
Em 2010, a então deputada fez um
discurso em defesa da aprovação do Estatuto do Nascituro, projeto de lei que dá
direitos ao feto e dificulta ainda mais o acesso ao aborto legal, mesmo em
casos de estupro. Na ocasião, Pelaes revelou que nasceu de um estupro que sua
mãe sofreu na prisão.
“Eu já estive também em alguns
momentos, nesta comissão, defendendo [o aborto], dizendo que toda mulher tem
direito, que a vida não começa na concepção. Mas eu precisava ser curada,
porque eu estava com trauma. Eu não conseguia falar disso”, disse em uma
comissão.
O episódio foi resgatado com a
nomeação de Pelaes para a pasta das Mulheres e, após repercussão negativa, a
secretária emitiu uma nota na qual recuava de suas posições. “A mulher vítima
de estupro que optar pela interrupção da gravidez deve ter total apoio do
Estado, direito hoje já garantido por lei”, dizia o texto.
A gafe mais recente da secretária
ocorreu neste Dia Internacional da Mulher. Ao defender Temer de suas
declarações machistas, Pelaes foi mais uma vez alvo de críticas de movimentos
que lutam pelos direitos das mulheres.
Em um discurso infeliz, o
peemedebista afirmou que “seguramente” cabe à mulher cuidar da casa e da formação
dos filhos, palavras que ganharam as redes e correram o mundo.
Naquele mesmo dia, em entrevista
no Palácio do Planalto, Pelaes minimizou as declarações e disse que se trata de
uma realidade. “Acho que estamos falando do que a mulher ainda vive hoje”,
afirmou.
CartaCapital tentou contato com a
Secretaria de Políticas para as Mulheres, mas não localizou os responsáveis
pela comunicação do órgão. O canal segue aberto, caso a pasta queira comentar a
reportagem.
O artigo original poderás ser
acessado por meio do seguinte link:
Que os leitores não se percam
pela publicação desse artigo em nosso blog. O mesmo tem o objetivo de divulgar
as informações e fomentar o debate. Quanto à questão fundamental apresentada no
texto e que diz respeito aos casos em que o aborto é admissível pela legislação
brasileira, a posição do Blog que já foi apresentada em outros artigos
permanece a mesma: não aceitamos o assassinato de uma criança não nascida sob
qualquer desculpa que seja.
Que Deus tenha misericórdia de
nós e nos abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os
nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do
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Desde já agradecemos a
todos.
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responsabilidade é do autor da mensagem, sujeito à legislação brasileira.
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