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terça-feira, 31 de março de 2015

ISLÃ ACIMA DE CRÍTICAS: BLOGUEIRO CONDENADO A DEZ ANOS E 1.000 CHIBATADAS POR CRITICAR A FALSA RELIGIÃO


 BBC
Raif Badawi criou um fórum online para encorajar o debate sobre religião e política no país.

O material abaixo foi publicado pelo site da BBC

Condenação de blogueiro a chibatadas será reavaliada na Arábia Saudita

O caso do blogueiro condenado à prisão e açoitamento na Arábia Saudita será revisto pela Suprema Corte do país a pedido do rei, segundo informações obtidas pela BBC.

Raif Badawi, de 31 anos, foi condenado por "insultar o Islã por meios eletrônicos" e "desobediência", segundo o governo saudita.

Por criticar autoridades religiosas do governo, Badawi foi sentenciado a dez anos de prisão e a mil chibatadas, a serem aplicadas ao longo de 20 semanas.

Badawi foi açoitado pela primeira vez na sexta-feira passada, recebendo 50 chibatadas em praça pública. Nesta sexta-feira, o governo da Arábia Saudita adiou o novo açoitamento ao qual ele seria submetido hoje por motivos médicos.

O caso gerou uma comoção global. A Anistia Internacional lançou uma campanha por sua libertação e governos ocidentais pediram o cancelamento do castigo.

Mas qual foi exatamente o seu crime? E por que foi aplicada uma punição tão severa em seu caso?

Quem é Raif Badawi?

O blogueiro criou um fórum online Liberal Saudi Network (Rede Liberal Saudita, numa tradução livre) - hoje fora do ar - para encorajar o debate sobre religião e temas políticos na Arábia Saudita em 2008.

Ele foi preso em 2012 na cidade de Jeddah por causa das críticas feitas no site à polícia religiosa e clérigos sauditas.

Acabou condenado em 2013, mas recorreu da decisão, o que só fez com que sua pena fosse aumentada em instância superiores da Justiça do país.

Há uma semana, ele foi açoitado publicamente, recebendo 50 chibatadas em uma praça de Jeddah, algo que deveria se repetir ao longo de mais 19 semanas.

Qual foi o crime?

AFP
A Mulher de Badawi teme que ele não suporte a punição

Em seu blog, Badawi fazia críticas a autoridades religiosas do país, o que levou a uma tentativa de assassinato do blogueiro em 2012. Pouco depois, sua família pediu asilo ao Canadá.

Isso ocorreu depois que um notório clérigo saudita, Sheikh Abdulrahman al-Barrak, emitiu uma "fatwa", ou decisão baseada em princípio religiosos, declarando que Badawi era um "descrente" e um "apóstata".
Ele reclamou que o blogueiro havia dito que "muçulmanos, judeus, cristãos e ateístas são todos iguais".

Badawi foi formalmente acusado de "insultar o Islã por meios eletrônicos" e "desobediência".

Em 2008, ele também foi acusado de apostasia - renunciar ao Islã - o que pode ser punido com pena de morte, mas esta acusação não seguiu em frente.

A punição é severa demais?

Badawi foi originalmente condenado a sete anos de prisão e 600 chibatadas pelo Tribunal Criminal de Jeddah.

A pena foi aumentada depois que ele recorreu da decisão em instâncias superiores para dez anos e mil chibatadas.

A sentença deve ser aplicada publicamente, com 50 chibatadas por vez, aplicadas com um bastão de madeira flexível, ao longo de 20 semanas, a cada sexta-feira.

Madawi al-Rashee, uma especialista em Oriente Médio da London School of Economics, descreveu a punição como "excessiva".

Ela diz que a pena foi tão severa por causa do clima político pelo qual passa o reino.

A participação do país na luta contra o grupo extremista que se autodeclara "Estado Islâmico" gerou críticas de sauditas conservadores, e açoitamentos públicos com o propósito de defender o Islã podem apaziguar os ânimos.

Apenas nas duas primeiras semanas deste ano, também houve nove execuções públicas, segundo al-Rashee.

Zaid Belbagi, conselheiro de governos do Oriente Médio para assuntos de comunicações, diz que a punição está de acordo com a lei saudita e a Sharia, a lei do Islã.

Nas redes sociais, muitos sauditas apoiaram a decisão.

Qual foi a reação internacional?

Anistia Internacional
A Anistia Internacional lançou campanha pela libertação de blogueiro

Uma série de países ocidentais, entre eles Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Noruega, criticaram abertamente a sentença de Badawi.

Na última quarta-feira, o ministro de Relações Exteriores canadense, John Baird, pediu clemência para o blogueiro: "Essa punição viola a dignidade humana e a liberdade de expressão".

Mas a mulher de Badawi disse que os governos destes países podem fazer mais.

"Gostaria que eles pedissem sua soltura ao governo saudita e não apenas emitissem comunicados condenando a decisão", ela disse.

Segundo o programa Newsnight, da BBC, é difícil para os governos ocidentais criticar o governo saudita porque têm com ele contratos vultosos para a venda de armas.
A Arábia Saudita tem o quarto maior orçamento do mundo para Forças Armadas, de acordo com dados de 2013, e gastam boa parte dele com a compra de armas americanas e da Europa.

O que acontecerá agora?

O futuro da condenação é incerto. Chefe de Estado saudita, o rei Abdullah pediu que o caso seja revisto pela Suprema Corte do país.

Hoje mais cedo, o governo saudita anunciou o adiamento do novo açoitamento de Badawi por motivos médicos. O país não deu detalhes de seu estado de saúde.

Mas a Anistia Internacional disse em um comunicado que o médico que examinou o blogueiro avaliou que suas feridas ainda não haviam cicatrizado e que ele não aguentaria um novo açoitamento.

O médico pediu, então, o adiamento da nova sessão de chibatadas, segundo a Anistia.

A mulher de Badawi disse que, com a decisão, tem esperança de que as autoridades querem dar fim à punição, que ela considera criminosa.

Ela já havia expressado temor de que seu marido não suporte o que descreve como uma "tortura física e psicológica".

Ali al-Ahme, do Instituto de Assuntos do Golfo, é um estudioso da Arábia Saudita e especialista em política saudita.

Ele destaca as várias mortes de pessoas sob custódia do governo do país e sugere que tantas chibatadas ao longo de 20 semanas podem levar a uma infecção letal, dadas as condições sanitárias precárias às quais Badawi está submetido em uma prisão saudita.
Mas Zaid Belbagi, conselheiro de governos do Oriente Médio para comunicações, diz que o Ocidente é próximo do governo saudita e que uma "diplomacia de bastidores" já está em curso para ajudar Badawi.

NOSSO COMENTÁRIO:

Liberdade imediata para Raif Badawi.

Somente um país governado por idiotas entronizados pelo império britânico e sem nenhum direito é capaz de produzir algo tão estúpido como uma ”polícia religiosa”.

Esperamos dos seguidores do Islã no Brasil uma imediata e inequívoca condenação de tamanha estupidez, já que a mesma, se for justificada por questões religiosas então, a raça humana tem a obrigação de banir essa falsa religião da face da terra. E não me venham dizer que são uma religião de paz e blá, blá blá, porque não dá mais para acreditar em tantas mentiras diante desses fatos.

É obvio que países como os Estados Unidos, a Grã Bretanha e outros que sustentam e vendem armamentos para a Arábia Saudita também terão de responder por todos os monstruosos crimes mencionados no artigo, e praticados pelos imbecis no poder na Arábia Saudita.

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segunda-feira, 2 de março de 2015

ÁUSTRIA SEGUE NOS PASSOS DA DINAMARCA E IMPÕE SANÇÕES A MUÇULMANOS


 Várias pessoas participam de uma manifestação contra o projeto de lei que proíbe o financiamento estrangeiro de religiosos e mesquitas
Várias pessoas participam de uma manifestação contra o projeto de lei que proíbe o financiamento estrangeiro de religiosos e mesquitas(Herbert Neubauer/EFE)

O taxto abaixo foi publicado no site da revista VEJA

Áustria aprova lei sobre Islã que proíbe financiamento estrangeiro.

Texto também exige que clérigos falem alemão. Para ministro, legislação foi pensada para 'combater' crescente influência de radicais no país

O Parlamento da Áustria aprovou nesta quarta-feira mudanças na lei sobre organizações islâmicas. Entre as alterações está a proibição de financiamento estrangeiro de mesquitas e a exigência de que os imãs falem alemão. O ministro da Integração, Sebastian Kurz, considera que a nova lei vai promover um "Islã de caráter europeu". "Esta lei é um passo muito importante para que o Islã possa se desenvolver na Áustria sem influência externa", afirmou.

O texto atualiza a legislação anterior do país sobre o Islã, elaborada em 1912, depois da anexação da Bósnia-Herzegovina pelo império Áustro-Húngaro. Cerca de meio milhão de muçulmanos vivem hoje na Áustria, a maioria de origem bósnia e turca.

A nova legislação foi debatida antes dos recentes ataques de terroristas islâmicos na Europa, mas obviamente ganhou peso depois dos atentados e seus efeitos serão acompanhados com atenção por outros países da região. O ministro Kurz afirmou que as alterações foram pensadas "claramente para combater" a crescente influência de radicais islâmicos. Estimativas indicam que cerca de 200 pessoas da Áustria foram recentemente para a Síria e Iraque para se juntar a facções jihadistas.

Pelas novas determinações, as cerca de 450 organizações muçulmanas do país devem demonstrar uma "abordagem positiva da sociedade e do Estado" para que continuem recebendo licença, informou o jornal britânico Daily Telegraph. A obrigação para os imãs serem capazes de se expressar em alemão tem como objetivo tornar seus comentários mais acessíveis e transparentes, e ao mesmo tempo facilitar uma integração maior do Islã na sociedade.

"Queremos um futuro no qual um número maior de imãs tenha nascido na Áustria falando alemão e, desta forma, sejam exemplos positivos para os jovens muçulmanos", defendeu Kurz antes da votação.

A legislação também garante o direito a alimentos halal - preparados de acordo com as regras islâmicas - em hospitais, asilos, prisões, escolas públicas e no Exército. Os muçulmanos também poderão ser dispensados do trabalho em feriados islâmicos.

Críticas - A iniciativa contou com o apoio de deputados da coalizão formada por social-democratas e democratas-cristãos. Mas foi criticada pelo Partido Liberdade, que a considerou insuficiente para enfrentar uma ameaça crescente.

O principal grupo islâmico do país, a Autoridade Religiosa Islâmica da Áustria, aprovou o texto, mas outras organizações condenaram as mudanças por considerá-las discriminatórias. A Comunidade Religiosa Islâmica na Áustria já havia advertido que poderia levar o caso ao Tribunal Constitucional com o argumento de que a proibição para receber financiamento estrangeiro não se aplica aos demais credos.

A porta-voz Carla Amina Baghajati afirmou que o impedimento pode representar o fechamento de algumas mesquitas, além de prejudicar centenas de religiosos que recebem seus salários da Turquia, Arábia Saudita e outros países do Golfo Pérsico. Entre as mesquitas ameaçadas estaria a maior mesquita da Áustria, situada em Viena, e cujo funcionamento é bancado, principalmente, pela Arábia Saudita.
(Da redação de VEJA.com)

O artigo original poderá ser visto por meio desse link aqui:


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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PARA ENTENDER O PERIGO QUE A ARÁBIA SAUDITA REPRESENTA PARA O MUNDO


Abdullah

O final: Abdullah nada mudou de verdade em mais de nove anos de reinado e adulação da mídia ocidental — Hassan Ammar/AFP


O artigo abaixo foi publicado pelo site da Revista Carta Capital e é da autoria de Antonio Luiz M. C. Costa

Nem a morte os separa

Os EUA renovam uma aliança de 70 anos com o fundamentalismo mais reacionário do Oriente Médio

por Antonio Luiz M. C. Costa 

Não se poderia culpar o proverbial marciano se ele apontasse a Arábia Saudita como a superpotência dominante do nosso planeta. Barack Obama não julgou a manifestação contra o atentado ao Charlie Hebdo, da qual participaram todos os principais líderes europeus, importante o suficiente para enviar sequer um funcionário de segundo escalão. François Hollande teve de satisfazer-se com a solidariedade da embaixadora. Mas, ante a morte do rei Abdullah e a entronização de seu irmão Salman, encurtou uma supostamente histórica viagem à Índia para prestar homenagem ao novo soberano saudita, acompanhado por uma comitiva na qual se incluíam o secretário de Estado, o diretor da CIA, o chefe do Comando Central do Pentágono e algumas das principais lideranças democratas e republicanas do Congresso.

Ao mesmo tempo, a Casa Branca e os principais órgãos da mídia dos Estados Unidos não poupam esforços para apresentar o finado autocrata como um líder visionário, um grande reformista, um modernizador moderado e esclarecido e um pacifista. Piada de péssimo gosto. Em quase dez anos de reinado, quase nada mudou em suas instituições absolutistas e fundamentalistas.  Organizações civis são proibidas, salvo para fins de caridade. Eleições (salvo municipais), partidos, Parlamento e oposição continuam a ser tabus. Não há código de leis, pessoas são rotineiramente decapitadas, mutiladas e torturadas conforme os caprichos de juízes religiosos e um blogueiro acaba de ser condenado a mil chibatadas e dez anos de prisão por pedir liberdade de expressão. Mulheres não podem dirigir nem sair de casa ou fazer compras sem autorização de seu guardião (pai, irmão ou marido). O nepotismo não é abuso, é norma: os cargos são preferencialmente reservados aos 7 mil príncipes da família real.

Sobre o suposto pacifismo, bastaria lembrar a pressão saudita por um ataque estadunidense ao Irã, a repressão violenta aos protestos da minoria xiita, a intervenção em Bahrein e o apoio ao brutal golpe militar do Egito. Mas há muito mais: não só a ideologia da Al-Qaeda e do Estado Islâmico é o mesmo wahabismo ou neossalafismo que é a doutrina oficial do Estado saudita desde suas origens no século XVIII, como ambas as organizações terroristas foram apoiadas, financiadas e armadas pela Arábia Saudita para combaterem os regimes xiitas de Damasco e Bagdá, simpáticos ao Irã. Muito do dinheiro veio de doadores privados, mas a monarquia certamente conhece seus nomes e não quer ou não ousa intervir. Era assim antes dos atentados de 11 de setembro (cujos organizadores e executores, assim como Osama bin Laden, eram na maioria sauditas) e continuou a acontecer depois.

Segundo Laure Mandeville, do jornal francês Le Figaro, a inteligência dos EUA está cada vez mais preocupada com o papel da Arábia Saudita na propagação do jihadismo salafista e com a crescente adesão de seus militares às suas vertentes mais extremas. Em 2014, a monarquia saudita pôs o Estado Islâmico na lista de organizações terroristas, começou a participar das operações de bombardeio do Estado Islâmico lideradas pelo Pentágono e a construir uma cerca de 700 quilômetros em sua fronteira norte, para evitar a infiltração de militantes. Entretanto, isso não a protege do recrutamento de simpatizantes do califa em suas próprias fileiras: em 5 de janeiro, o general Oudah al-Belawi, enviado à fronteira norte para avaliar a lealdade de unidades duvidosas, foi assassinado por um ataque suicida do Estado Islâmico, certamente informado de sua presença por informantes dentro do próprio Exército.

A família real também convocou seus clérigos a deslegitimar o Estado Islâmico, mas essa é uma tarefa ingrata, pois não há diferença entre suas próprias doutrinas e as do autoproclamado califa Ibrahim Al-Baghdadi. Apenas este é mais intransigente ao aplicá-las sem “mas” ou “poréns”, sem fazer concessões às elites nem acordos com o Ocidente.

A Arábia Saudita é igualmente um foco de doutrinas fundamentalistas e terrorismo. Acontece ser também dona das maiores e mais lucrativas reservas de petróleo do mundo e do quarto maior orçamento militar, atrás apenas de EUA, China e Rússia e à frente de potências tradicionais como França e Reino Unido. É o maior importador de armas ocidentais e, além disso, segundo fontes da inteligência ouvidas pela BBC, tem um acordo secreto com o Paquistão para obter armas nucleares em troca de petróleo e financiamento.

A aliança com os EUA de fevereiro de 1945, quando Franklin Roosevelt recebeu o rei Abdulaziz ibn Saud (pai de todos os sucessores: Saud em 1953, Faisal em 1964, Khalid em 1975, Fahd em 1982, Abdullah em 2005 e Salman em 2015) a bordo de um cruzador no Canal de Suez e ofereceu-lhe proteção e assistência militar em troca de garantia de acesso às suas reservas de petróleo, uma base militar em Dhahran e a não oposição do reino à imigração judaica na Palestina e eventual fundação de Israel. Desde então, apesar das tensões causadas pelas guerras árabes-israelenses e dos choques do petróleo, os termos do acordo foram mantidos. A família Saud precisou cada vez mais desse pacto para resistir aos desafios internos e externos e os EUA para controlar o fornecimento de petróleo ao Ocidente e combater o avanço do socialismo e do nacionalismo no Oriente Médio.

Mesmo quando isso implicou colaborar com o Ocidente contra outros muçulmanos, os sauditas foram um aliado confiável contra os soviéticos, o nasserismo, o Irã, os movimentos democráticos árabes e a Irmandade Muçulmana, uma vertente rival e menos reacionária do fundamentalismo que na Primavera Árabe, com apoio do Catar e sua Al-Jazeera, ameaçou mudar o mapa político do Oriente Médio e aliar o Egito ao Irã e ao Hamas. Neste momento seus interesses voltam a convergir no Iêmen, onde um governo amigável para com os EUA e os sauditas acaba de ser derrubado por rebeldes xiitas simpáticos ao Irã. Mas essa Realpolitik, inconsistente com o wahabismo, sempre foi vista com desconfiança por parte dos súditos.

Desde 1945, clérigos ultraconservadores protestam contra a presença dos infiéis na base de Dhahran. A aliança explícita com Washington e a presença massiva de tropas do Pentágono em terras sauditas na Guerra do Golfo de 1990 levou essa insatisfação a outro patamar. Foi nessa ocasião que Bin Laden rompeu com a monarquia, elegeu os EUA como seu principal inimigo e recebeu apoio moral e financeiro de parte da elite saudita. Essa presença militar foi um dos motivos alegados pela Al-Qaeda para os atentados de 11 de setembro, que na época, segundo o serviço de inteligência saudita, tiveram o apoio de 95% dos sauditas de 25 a 41 anos.

A reação à Primavera Árabe gerou uma aliança informal com Israel, que foi certamente mal recebida pelos mesmos setores. Em 2011, a Alemanha consultou Israel sobre a venda de 200 tanques aos sauditas e Benjamin Netanyahu a aprovou sem restrições: esmagar as revoltas árabes é prioritário. Desde então, o Mossad e a inteligência saudita mantêm reuniões regulares e, apesar das críticas oficiais à política de Israel na Palestina, nos bastidores os sauditas felicitam Israel pelos bombardeios em Gaza contra o Hamas.

Em combinação com a imagem de desperdício, corrupção e nepotismo da família real e as restrições financeiras decorrentes da própria política saudita de derrubar os preços do petróleo para tomar mercado de concorrentes, a acusação de traição à causa muçulmana é explosiva, pois pode legitimar um levante. Pela segurança aparente proporcionada pela aliança com os EUA, a monarquia se dispensou de modernizar suas instituições arcaicas e Washington, satisfeita com sua fidelidade, jamais a pressionou com seriedade nessa direção. Como a população é mantida em passividade forçada e faltam meios de medir, expressar e negociar a insatisfação, esta pode explodir de forma radical quando menos se espere, talvez nos próprios meios militares. Assim como no Paquistão, onde os militares apoiam discretamente o Taleban afegão e Bin Laden abrigou-se por anos às portas da Academia Militar, parte das Forças Armadas pode estar comprometida com a Al-Qaeda ou o Estado Islâmico.

Enquanto isso, o rei Salman, sofre, aos 79 anos, das sequelas de um AVC e do mal de Alzheimer, e seu irmão e herdeiro, Muqrin, de 69 anos, é visto como um continuador de Abdullah. O sobrinho Mohammed bin Nayef, 55 anos, o seguinte na linha de sucessão, será o primeiro da geração de netos de Ibn Saud a subir ao trono. É tido como menos corrupto e mais competente que os irmãos, mas agressivo e implacável, responsável pela execução ou prisão de centenas de opositores não violentos. Educado nos EUA, sobreviveu a um atentado da Al-Qaeda em 2009 e sua nomeação como ministro do Interior, em 2012, foi lamentada por defensores de direitos humanos. Ele é responsável pela política saudita na Síria e no Iraque desde fevereiro de 2014 e logo depois reuniu-se no Marrocos com seus pares de outros países árabes para organizar um esforço conjunto para erradicar a Irmandade Muçulmana. Quer deter as mudanças do mundo à sua volta, não se adaptar a elas. Em outras palavras, a sucessão traz mais do mesmo e nenhum vislumbre de como desarmar a bomba-relógio na qual esse país se tornou.

O artigo original do site da Carta Capital poderá ser visto por meio desse link aqui:


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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

PARA ENTENDER O BOKO HARAM E O EXTREMISMO ISLÂMICO


O artigo abaixo foi publicado no site da Revista ÉPOCA e é de autoria de Bruno Calixto com mapas de Giovana Tarakdjian

Boko Haram e um massacre que pode ser visto por satélite

Grupo extremista sequestra meninas, controla vilarejos e promove atentados na Nigéria. Como surgiu e quais são as táticas do Boko Haram, que construiu um "Estado Islâmico" na África?

BRUNO CALIXTO (TEXTO), GIOVANA TARAKDJIAN (MAPA)

Imagem de satélite divulgada pela Anistia Internacional mostra estruturas queimadas após ataque do Boko Haram a uma base militar em Baga, Nigéria (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)
Imagem de satélite divulgada pela Anistia Internacional mostra estruturas queimadas após ataque do Boko Haram a uma base militar em Baga, Nigéria (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

Um massacre de proporções ainda não determinadas aconteceu no começo do ano, no dia 3 de janeiro, na Nigéria. O Boko Haram - o mesmo grupo que sequestrou centenas de meninas de uma escola nigeriana - atacou o vilarejo de Baga e pode ter matado de 150 a até 2 mil pessoas, além de atear fogo em toda a cidade. Imagens de satélite divulgadas nesta quinta (15) mostram um quadro de ampla destruição. Com o ataque, o Boko Haram passa a controlar ainda mais território, e mostra estar disposto a táticas cada vez mais brutais. Como surgiu esse grupo e o que ele quer?

Área de influência do Boko Haram na Nigéria (Foto: Giovana Tarakdjian/ÉPOCA)

Área de influência do Boko Haram na Nigéria (Foto: Giovana Tarakdjian/ÉPOCA)

O nascimento do Boko Haram

O Boko Haram surgiu em 2002 em Maiduguri, capital do Estado de Borno, na Nigéria. Borno, no nordeste do país, é uma das regiões mais empobrecidas da Nigéria. Além disso, conta com maioria da população muçulmana, enquanto que no restante do país a religião predominante é o cristianismo. O grupo foi criado pelo Mohammed Yusuf, clérigo islamista formado na Árabia Saudita, com o objetivo de transformar a Nigéria em um Estado islâmico que siga as leis da sharia. Inicialmente, o grupo se chamava Jama’a Ahl as-Sunna Li-da’wa wa-al Jihad, que significa "Pessoas comprometidas com a propagação dos ensinamentos do profeta e com a Jihad" em árabe. Com o tempo, ele ficou conhecido pelo apelido na língua local. "Boko" é a palavra usada para se referir às escolas e ao sistema educacional do Ocidente, e "Haram" significa proibido.

Yusuf era um clérigo do islamismo sunita, o maior ramo do Islã – mais de 80% dos muçulmanos no mundo são sunitas. Dentro desse ramo, ele pertencia à escola do salafismo. Os salafistas pregam o retorno das práticas do início do islamismo. A corrente defende posições extremamente conservadoras sobre o papel da mulher na sociedade, sobre a obrigatoriedade de seguir a religião, e proíbe fazer imagens de Maomé ou venerar monumentos de profetas. Muitos grupos terroristas, como a Al Qaeda ou o Taleban, nasceram dessas interpretações extremas.

Nos seus anos iniciais, o Boko Haram não participou de atos violentos nem usou de estratégias terroristas. Yusuf considerava o governo da Nigéria como ilegítimo, mas não se envolveu em ataques diretos até pelo menos 2009.

Uma revolta contra capacetes de motocicletas

Em julho de 2009, o governo da Nigéria aprovou uma lei obrigando todos os motoristas de motocicletas a usar capacetes. A lei não foi aceita pelos seguidores de Yusuf. A polícia agiu com brutalidade contra o grupo, o que resultou em uma revolta armada que se espalhou por quatro Estados do norte da Nigéria. O Exército nigeriano reprimiu o levante, que terminou com 800 mortos. Yusuf foi capturado e executado com transmissão ao vivo pela TV. Na época, grupos de direitos humanos acusaram o Exército de execuções extrajudiciais de clérigos do grupo.

A partir desse incidente, o Boko Haram começou a se radicalizar. Analistas acreditam que, entre 2009 e 2010, muitos de seus membros foram para a região do Sahel, a sul do deserto do Saara, onde foram treinados por grupos jihadistas. Foi provavelmente nessa época que eles fizeram os primeiros laços com a Al Qaeda no Magreb Islâmico, o braço da rede terrorista que atua na África. A primeira grande ação terrorista foi executada em setembro de 2010, quando eles orquestraram uma fuga massiva de uma prisão, libertando centenas de presos.

O líder que volta dos mortos

O líder do grupo terrorista Boko Haram, Abubakar Shekau, que atua na Nigéria (Foto: Reprodução/AP)
O líder do grupo terrorista Boko Haram, Abubakar Shekau, que atua na Nigéria (Foto: Reprodução/AP)

Com a morte Yusuf, a liderança foi assumida por Abubakar Shekau, um nigeriano que ora é classificado como um teólogo islâmico poliglota, ora como "comandante louco". A vida de Shekau é cercada de mistérios. Ninguém sabe quando ele nasceu, e ninguém sabe sequer se ele continua vivo. O Exército nigeriano já anunciou a morte do comandante em pelo menos três ocasiões, mas depois ele sempre volta a aparecer em vídeos, renovando as ameaças. Uma das aparições recentes foi quando ele assumiu a autoria do sequestro de centenas de estudantes em Chibok.

Sob seu comando, o Boko Haram se tornou mais cruel. O grupo fez seu primeiro atentado internacional, desenvolveu táticas de carros-bomba e passou a controlar grande número de vilarejos no nordeste da Nigéria.

Ainda assim, para algumas autoridades nigerianas, Shekau simplesmente não existe. Eles acreditam que o nome se tornou uma "marca" ou "título", adotado por diferentes lideranças de grupos internos do Boko Haram, como uma forma de criar um mito em torno do líder. Segundo essa tese, o homem que aparece nos vídeos é um sósia.

O sequestro das alunas de Chibok

Reprodução de vídeo feito pelo grupo terrorista Boko Haram mostra mais de 100 meninas que, segundo o grupo, fazem parte das meninas sequestradas em Chibok, norte da Nigéria (Foto: Reprodução/AP)

Reprodução de vídeo feito pelo grupo terrorista Boko Haram mostra mais de 100 meninas que, segundo o grupo, fazem parte das meninas sequestradas em Chibok, norte da Nigéria (Foto: Reprodução/AP)

A partir de 2012, o grupo passou a se concentrar em ataques a escolas. Novamente, o nível de brutalidade foi crescendo com o passar do tempo. No começo, integrantes do Boko Haram focavam na destruição das propriedades de universidades e escolas. Os ataques ocorriam sempre à noite, quando não havia alunos ou professores. No ano seguinte, Shekau anunciou que as universidades participavam de um "complô contra o Islã" e ameaçou matar alunos e professores. A partir daí, os níveis de presença nas escolas do interior caíram de forma gigantesca.

Em abril de 2014, o sequestro de mais de 200 alunas que se preparavam para fazer uma prova em uma escola em Chibok foi uma das operações mais ousadas do grupo. O caso atraiu a atenção do mundo, com dezenas de manifestações e cobertura da imprensa. Ainda assim, o governo da Nigéria foi incapaz de libertar as meninas. A incompetência das autoridades nigerianas foi provavelmente um sinal verde para o Boko Haram se tornar ainda mais ousado.

Um massacre visto por satélite

Imagem divulgada pela Anistia Internacional mostra o antes e o depois do Boko Haram a Baga, Nigéria. Na imagem de baixo, é possível observar estruturas queimadas pelo grupo terrorista (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

Imagem divulgada pela Anistia Internacional mostra o antes e o depois do Boko Haram a Baga, Nigéria. Na imagem de baixo, é possível observar estruturas queimadas pelo grupo terrorista (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

A primeira imagem mostra a cidade no dia 2 de janeiro. Na de baixo, do dia 7 de janeiro, é possível observar estruturas queimadas pelo grupo terrorista. A foto foi tirada por um satélite que usa cor infravermelho. As figuras em vermelho indicam árvores e vegetação (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

Em agosto do ano passado, Shekau deu um passo decisivo em busca de controle territorial. Ele anunciou o estabelecimento de um "Califado Islâmico" na região de Borno e no norte da Nigéria, similar ao que o Estado Islâmico fez na Síria e no Iraque. A partir de então, os ataques a vilarejos e confrontos com as forças armadas começaram a se tornar mais frequentes. Um dos poucos vilarejos que não caíram foi Baga, que abrigava uma base militar multinacional com tropas da Nigéria, Niger e Chad.

Isso mudou na manhã do dia 3 de janeiro. A BBC e o Guardian escutaram testemunhas do ataque. Os homens do Boko Haram chegaram em caminhões, vindo de todas as direções. Logo começaram a atirar. Os soldados da base em Baga reagiram. Foram cerca de nove horas de confronto, quando enfim os soldados, vendo que estavam perdendo a batalha, jogaram suas armas no chão e bateram em retirada. Nenhum reforço do Exército nigeriano chegou ao local.  "Quando você vê soldados fugindo da cidade, o que você pode fazer além de fugir também?", disse uma testemunha à BBC.

Quando o Boko Haram tomou o vilarejo, começou a barbárie. Os sobreviventes que fugiram da cidade disseram ver pilhas e mais pilhas de corpos nas ruas. Segundo os relatos, os terroristas atiraram em civis indiscriminadamente – incluindo mulheres e crianças, cristãos e muçulmanos. Depois, saquearam as casas e mercados e atearam fogo em todo o vilarejo. Segundo a Anistia Internacional, o número de mortos pode chegar a 2 mil pessoas. Já o governo nigeriano fala em "cerca de 150 de vítimas". O número não pode ser confirmado porque o Estado nigeriano simplesmente não tem condições de chegar ao local para contar os corpos.

Nesta quinta (15), a Anistia publicou fotos de satélites mostrando o que sobrou de Baga e de outro vilarejo atacado, Doron Baga. Segundo a organização, é possível identificar um total de 3.700 estruturas destruídas. "De todos os assaltos do Boko Haram que analisamos, esse foi o maior e o mais destrutivo. Representa um ataque deliberado a civis. Suas casas, clínicas e escolas agora estão em ruína", disse Daniel Eyre, da Anistia Internacional.

E agora?

O massacre demorou a chegar aos jornais, mas quando veio a público, causou incômodo. Mais de um milhão de pessoas se manifestaram contra a violência no caso dos atentados terroristas da França, que mataram 17 pessoas, e a morte de centenas de nigerianos não estava atraindo a atenção. Organizações como a ONU e até celebridades pediram mais atenção ao caso. Críticas pesadas caem sobre o governo do presidente Goodluck Jonathan. Ele é acusado de não agir de forma convincente contra o Boko Haram, já que os extremistas atuam em áreas em que os políticos de oposição ao seu governo são mais fortes. Autoridades nigerianas disseram que as Forças Armadas do país serão mobilizadas para enfrentar os insurgentes. Enquanto isso, Jonathan anuncia sua candidatura à reeleição. No anúncio, ele não falou uma palavra sobre o Boko Haram, o massacre de Baga ou sobre as meninas sequestradas no ano passado.
O artigo original da revista Época poderá ser visto por meio do link abaixo:


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Alexandros Meimaridis

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

NORUEGA PROÍBE A CONSTRUÇÃO DE MESQUITAS MUÇULMANAS


Mesquita de obediência Ahmadiyya em Oslo

Existe entre os países do nosso mundo, algo que se chama de “reciprocidade diplomática”. Por meio desse “recurso” países como o Brasil podem e exigem, que cidadãos estadunidenses sejam obrigados tirar um visto para vir ao Brasil do mesmo modo que os EUA exigem que brasileiros tirem vistos para visitar aquela nação.

Agora a Noruega, um país escandinavo, dentre os mais desenvolvidos do mundo, decidiu aplicar o recurso de “reciprocidade diplomática” contra as ações do governo e de milionários da Arábia Saudita de financiarem a construção de mesquitas em todo território dinamarquês. A reação surgiu da proibição que dura décadas na Arábia Saudita, que não permite a construção de igrejas cristãs ou de qualquer outra religião.

Os muçulmanos, não todos é claro, estão acostumados a fazerem o que bem quiserem em seus países, perseguindo, de modo especial, os cristãos, mas por causa do grande interesse que países como os Estados Unidos tem no petróleo produzido pelos mesmos, praticamente não existe nenhuma reação oficial contra esses desmandos e verdadeiras perseguições e assassinatos cometidos contra cristãos em vários países muçulmanos. Basta ver a forma titubeante do governo Obama diante do surgimento do ISIS.

Aqui no Blog o Grande Diálogo já tivemos a oportunidade de denunciar muitas vezes tais aberrações e cobramos das autoridades muçulmanas no Brasil um posicionamento claro contrários a tais atrocidades, mas tudo o que obtivemos foi um silêncio tão culpado quanto os perpetradores de tais atos.   

Norway
O ministro Jonas Gahr Stor

Voltando a questão norueguesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jonas Gahr Stor, decretou que não seriam aceitos os “donativos” milionários da Arábia Saudita, assim como de empresários muçulmanos para financiar a construção de mesquitas na Noruega. Outras ajudas financeiras para ajudar a colônia árabe continuarão sendo aceitas, mas estão terminantemente proibidas doações cujo único propósito seja financiar a construção de Mesquitas. Essa suspensão irá durar até que a Arábia Saudita relaxe sua política religiosa e permita a construção de igrejas cristãs em seu próprio território.

Ainda segundo o ministro da Noruega, não existe nenhuma liberdade religiosa na Arábia Saudita, o que constitui um verdadeiro contra-senso aceitar dinheiro para propósitos religiosos.
Prosseguindo em sua política de reciprocidade, o ministro Stor pretende levar este assunto ao Conselho da Europa”, onde defenderá esta decisão baseada na mais estrita reciprocidade com a Arábia Saudita.

Com informações de:



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