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sexta-feira, 26 de maio de 2017

ATAQUES CONTRA CRISTÃOS CONTINUAM NO EGITO


KHALED DESOUKI

Um dos grupos cristãos mais antigos — os coptas do Egito — continuam sofrendo violentos ataques e perseguição sob o olhar permissivo das autoridades egípcias e o silêncio criminoso das nações que se dizem cristãs.

Em novo atentando cometido no dia de hoje — 26 de Maio de 2017 — pelo menos 24 cristãos foram assassinados e outros 27 ficaram feridos. Isso depois dos atentados que deixaram 44 mortos e centenas de feridos no mês passado. Até quando?

Ver notícia anterior por meio desse link aqui:


As informações abaixo foram publicadas pelo site Brasil247.

AO MENOS 24 MORREM EM ATAQUE CONTRA ÔNIBUS DE CRISTÃOS NO EGITO
KHALED DESOUKI

Ao menos 24 pessoas morreram nesta sexta-feira (26) no Egito em um ataque de homens armados contra um ônibus que transportava cristãos, informou o ministério da Saúde; porta-voz, Khaled Megahed, também citou 27 feridos; ataque na província de Minya, ao sul do Cairo, acontece um mês e meio depois dos atentados contra duas igrejas coptas que deixaram 45 mortos e foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico

Rádio França Internacional — Ao menos 24 pessoas morreram nesta sexta-feira (26) no Egito em um ataque de homens armados contra um ônibus que transportava cristãos, informou o ministério da Saúde. O porta-voz, Khaled Megahed, também citou 27 feridos.

O ataque na província de Minya, ao sul do Cairo, acontece um mês e meio depois dos atentados contra duas igrejas coptas que deixaram 45 mortos e foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O grupo extremista, que também reivindicou um atentado contra uma igreja copta do Cairo que deixou 29 mortos em dezembro, intensificou nos últimos meses os ataques contra a minoria copta no Egito, que representa 10% dos 90 milhões de habitantes do país.

Os coptas são uma das comunidades cristãs mais importantes do Oriente Médio, e uma das mais antigas. No Egito os muçulmanos sunitas são amplamente majoritários.

Um braço do grupo extremista está ativo ao norte da península do Sinai, onde ataca com frequência as forças de segurança. Ataques seletivos contra os cristãos obrigaram dezenas de famílias a fugir da região.

A notícia original poderá ser vista por meio do link abaixo:


OUTROS ARTIGOS ACERCA DA IGREJA PERSEGUIDA

















Que Deus tenha compaixão de todos nós.

Alexandros Meimaridis

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sábado, 15 de abril de 2017

CRISTÃOS COPTAS SOFREM ATAQUES COM 44 MORTOS E CENTENAS DE FERIDOS


Cristãos no Egito

Cristãos no Egito: Em Borg El-Arab, cidade vizinha a Alexandria, cristãos fazem procissão em homenagem às vítimas do terror

Os coptas são um grupo de cristãos egípcios que surgiu ainda durante o século I. O material abaixo foi publicado pelo site da Revista CartaCapital e é da autoria de José Antônio Lima.

Não há luz no fim do túnel para os cristãos coptas no Egito
Por mais brutais que sejam, os ataques do Estado Islâmico em Alexandria e Tanta são apenas uma amostra da situação dramática dos coptas
José Antonio Lima

Durante a chamada Primavera Árabe, cenas de cristãos e muçulmanos protestando juntos no Cairo, a capital do Egito, e se protegendo mutuamente das forças de segurança, causaram comoção no mundo. A esperança daqueles dias de 2011 há muito se tornou uma lembrança saudosa para quase todos os egípcios, mas as minorias, entre as quais os cristãos coptas são a mais numerosa, sofrem de maneira desproporcional. Seis anos depois do levante contra Hosni Mubarak, a comunidade copta é vítima de níveis de violência sem precedentes em sua história.

No Domingo de Ramos (9 de abril), uma das datas preparatórias para a Páscoa cristã, os coptas sofreram um ataque de grande repercussão. A igreja de São Jorge, em Tanta (100 km ao norte do Cairo), e a catedral de São Marcos, em Alexandria, foram alvo de ataques simultâneos, que deixaram 44 mortos e centenas de feridos.

O atentado terrorista foi reivindicado pelo Estado Islâmico. Ativo na Península do Sinai, o ISIS, como também é conhecido o grupo, age no Egito da mesma forma que faz na Síria e no Iraque. Ataca o governo, mas também as minorias religiosas.

O atentado provocou condenações internacionais, em especial no Ocidente. Há pouco, entretanto, que europeus e norte-americanos podem fazer pelos cristãos egípcios enquanto sua política externa apoiar o autoritarismo no Oriente Médio.

A igreja copta, uma denominação da ortodoxia oriental que teria sido fundada pelo apóstolo Marcos, existe desde o século I. Essa comunidade cristã, que hoje compõe cerca de 10% da população egípcia, sobreviveu ao Império Bizantino, à conquista muçulmana do que hoje é o Egito e experimentou seu momento mais próspero durante a dinastia de Muhammad Ali (1805-1952), na qual o Egito moderno foi fundado.

No século XIX e na primeira metade do século XX, os coptas exerceram papéis de destaque na política e na sociedade egípcias. Era um período no qual o cristianismo e o islã conviviam de forma harmoniosa. No levante nacionalista contra o Império Britânico, em 1919, por exemplo, imãs oraram em igrejas e padres realizaram celebrações em mesquitas, em uma prova de solidariedade local contra os invasores. Os ventos mudaram quando a monarquia foi derrubada no golpe que levou Gamal Abdel Nasser ao poder. A partir de 1952, os coptas foram marginalizados pelo Estado, uma situação que se agravou em 1970, quando o pan-arabista Nasser foi substituído por Anwar al-Sadat.

Em Borg El-Arab, mulheres choram durante funeral de vítimas da catedral de São Marco (Foto: Mohamed El-Shahed / AFP)

Em Borg El-Arab, mulheres choram durante funeral de vítimas da catedral de São Marco (Foto: Mohamed El-Shahed / AFP)

A ascensão de Sadat coincidiu com o empoderamento dos islamistas, os adeptos do islã político, uma ideologia segundo a qual o islã pode e deve resolver todos os problemas da sociedade. A intenção de Sadat era fortalecer os religiosos para contrapor o peso dos socialistas apoiadores de Nasser. Esta política, associada ao ganho de poder político e econômico por parte da Arábia Saudita naquele período, e ao intercâmbio entre islamistas sauditas e egípcios, foi uma das molas propulsoras da radicalização do islã no Oriente Médio.

O Egito foi um dos países que mais sofreu com a radicalização e os coptas, em particular, se tornaram um alvo primordial. Com Hosni Mubarak (1981-2011), o Egito se transformou no principal exemplo do processo que Peter Demant chama de “acomodação de determinadas exigências das populações e dos islamistas por meio de uma democratização limitada”.

Pressionado por forças políticas e sociais radicalizadas, o governo cede a extremistas religiosos em assuntos que são caros a esses (como por exemplo, a forma de lidar com uma minoria religiosa) para manter o controle sobre a sociedade. Este é um processo comum em todo o Oriente Médio. Partidos políticos, sindicatos, entidades estudantis e outras associações são fracas ou não existem. As mesquitas, entretanto, estão sempre disponíveis e muitas vezes lideradas por radicais.

Este ciclo de autoritarismo e radicalização religiosa provoca o crescimento e a legitimação de uma tendência fundamentalista, que gera uma “islamização rastejante da sociedade, cuja tendência política é antidemocrática ou pelo menos antiliberal”, como também afirma Demant. É o caldo político, social e cultural no qual viceja o jihadismo. É de onde o Estado Islâmico retira suas forças, ao se postar como único e legítimo defensor dos muçulmanos contra os regimes autoritários e "infiéis" de Sissi.

Em um contexto no qual a força dominante é o Estado autoritário e em que a principal contestação vem do islã político (islamismo), a única escolha dos coptas é buscar alguma proteção no Estado, ainda que este seja o promotor de uma discriminação sistemática que gere em muitos cristãos a sensação de serem cidadãos de segunda classe. Esta complexa realidade ficou evidente após a Primavera Árabe.

A abertura política pós-Mubarak catapultou a Irmandade Muçulmana e os salafistas (ambos islamistas, de diferentes vertentes) para um papel de proeminência na política egípcia. Em 2013, após um ano de presidência da Irmandade Muçulmana, veio o golpe liderado por Abdel Fattah al-Sissi. Muitos coptas apoiaram a nova ditadura.

Quase quatro anos depois, o apoio minguou. Parte significativa da atuação de Sissi é perseguir o islã político em todas as suas formas, onde for possível. Em um único dia de agosto de 2013, seu regime assassinou cerca de mil irmãos muçulmanos a luz do dia, no Cairo, em uma carnificina comparável ao Massacre da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989. Ações como essa exacerbaram a violência sectária no Egito, ampliando a vulnerabilidade da comunidade copta, uma vez que o Estado, preocupado em garantir a existência do regime, é incapaz de proteger seus cidadãos.

Coptas

Coptas
Coptas fazem celebração em igreja incendiada em Minya, em julho de 2016 (Foto: Twitter / @copticulture)

Desde 2013, inúmeras igrejas foram vandalizadas, mas as comunidades cristãs não receberam autorização para repará-los. O Estado prometeu se responsabilizar por isso, mas jamais levou a promessa a cabo. Muitos templos seguem em ruínas e os coptas também não conseguem erguer novas igrejas.

O processo de autorização é burocrático a ponto de, na prática, inviabilizar o surgimento de novos templos cristãos. Uma nova lei aprovada no governo Sissi deveria corrigir isso, mas acabou dando ainda mais poder para o Estado gerir a comunidade copta.

A violência estatal contra a religião se junta aos ataques aos fiéis. Em 2016, alguns episódios aterradores atingiram a comunidade copta. Em maio, uma mulher cristã de 70 anos cujo filho era "acusado" de ter uma relacionamento com uma muçulmana foi despida e arrastada pela rua de Minya.

No mês seguinte, famílias cristãs foram atacadas, um jardim da infância foi incendiado e um padre foi assassinado. Em julho, uma freira e um farmacêutico coptas foram assassinados. Em novembro, uma vila cristã foi atacada por uma gangue de 2 mil pessoas após a notícia de que uma residência funcionaria improvisadamente como templo religioso.

Todos esses episódios acirraram os ânimos da comunidade copta, que tem realizado inúmeros protestos contra o regime. Ocorre que o Egito tem hoje uma das ditaduras mais draconianas do mundo, que reprime a liberdade de expressão e reunião de maneira contumaz. O governo teme sua própria população e, dessa forma, os coptas, como o restante dos egípcios, têm poucas formas de manifestar sua indignação.

Há ainda dois agravantes importantes. O primeiro é que a cúpula da igreja copta é cada vez mais vista com suspeição pela própria comunidade. O papa Tawadros II é um ferrenho apoiador de Sissi, mas suas ações e declarações não escondem a clivagem existente entre o establishment religioso e a massa.

Sissi e Trump

Sissi e Trump
Sissi e Trump na Casa Branca em 3 de abril. Ao manter apoio a ditadores, o Ocidente patrocina o terror

O segundo complicador é a própria postura de Sissi. O ditador vende a si mesmo como um campeão do nacionalismo egípcio, protetor de muçulmanos e cristãos. Seus atos são, no entanto, meramente simbólicos. Sissi condena a violência contra os cristãos e, em janeiro de 2015, se tornou o primeiro presidente do Egito desde 1952 a participar da celebração do Natal copta, festejado em 7 de janeiro.

Na prática, seu regime continua incapaz de proteger os coptas, mantém a marginalização da comunidade e impede manifestações por mudanças. Sua "solução" para o ataque do Domingo de Ramos foi restabelecer o Estado de Emergência, que no Egito é sinônimo de ainda mais repressão contra toda a população.

De Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recebeu Sissi na Casa Branca na semana passada, condenou o ataque. E disse ter "grande confiança de que o presidente Sissi vai lidar com a situação corretamente". Não vai. Sissi continuará sendo um bastião do autoritarismo que, em combinação com invasões estrangeiras e com o radicalismo religioso, transforma o Oriente Médio em um caldeirão prestes a explodir, como comprova a existência do Estado Islâmico. É uma situação que penaliza a todos, especialmente os coptas.

O artigo original poderá ser visto por meio do link abaixo:


Que Deus tenha misericórdia de todos.

Alexandros Meimaridis

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terça-feira, 22 de março de 2016

O ESTADO ISLÂMICO E USO DE CRIANÇAS PARA FAZER A GUERRA SANTA

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Imagens de soldados infantis povoam os vídeos do EI

O artigo abaixo foi escrito por Mark Townsend do jornal britânico The Observer e foi traduzido e publicado em português pelo site da revista Carta Capital.

A doutrina da carnificina do Estado Islâmico
Como o ISIS recruta e treina crianças para a sua jihad
Por Mark Townsend do The Observer

Uma nova geração de recrutas está em treinamento no “califado” do Estado Islâmico, doutrinados com conceitos religiosos desde o nascimento e vistos pelos combatentes como melhores e mais puros do que eles próprios. Eis a conclusão do primeiro estudo sobre a exploração e o abuso de crianças pelo EI.

Pesquisadores do Quilliam, centro de pensadores contra o extremismo em Londres, investigaram o modo como o EI recruta crianças e as treina para a jihad. O relatório, intitulado Crianças do Estado Islâmico, foi endossado pela ONU e compilado em um estudo da propaganda do grupo que mostra menores e ligado a fontes confiáveis no califado. Percebe-se um movimento terrorista ávido para atrair jovens e assim se perpetuar. Muitos são treinados como espiões, pregadores, soldados, “executores” e bombas humanas.

Segundo os autores, “a organização dedica grande parte de seus esforços a doutrinar crianças por meio de um currículo educacional baseado no extremismo e a criá-las para ser futuros terroristas. A geração atual de combatentes as vê como guerreiros melhores e mais letais que eles próprios, pois, em vez de convertidos a ideologias radicais, elas foram doutrinadas nesses valores desde o nascimento ou de uma idade muito precoce”.

Sem terem sido corrompidos pela vida nos padrões seculares, os menores são considerados mais puros do que os combatentes adultos. “Essas crianças são salvas da corrupção”, declara o estudo, tornando-as mais fortes que os atuais mujaheddin pelo fato de terem uma compreensão superior do Islã desde a juventude e pelo currículo escolar, e são lutadores melhores e mais brutais, treinados na violência desde a tenra idade.

Os recrutas estrangeiros representam um reforço potencialmente importante para o grupo de cerca de 80 mil militantes (50 mil na Síria e 30 mil no Iraque). Estima-se que 6 milhões de homens, mulheres e crianças vivam atualmente no autoproclamado Califado. “O objetivo é preparar uma nova geração, mais forte, de mujaheddin, condicionados e ensinados a ser um futuro recurso para o grupo”, acrescenta o relatório.

O enfoque nos jovens tem semelhanças, segundo o estudo, com o recrutamento forçado de crianças-soldados na Libéria nos anos 1990, quando Charles Taylor tomou o poder, em 1997, secundado por um exército rebelde repleto de crianças.

Os autores concluem que o EI também parece ter estudado o regime nazista, que criou a Juventude Hitlerista. A ONU recebeu relatos verossímeis, mas não verificados, sobre uma ala jovem do EI chamada Fityan al-Islam (Meninos do Islã).  Os autores lembram ainda o precedente do regime baathista de Saddam Hussein no Iraque, que no fim dos anos 1970 fundou o movimento Futuwah (Vanguarda Jovem) com as principais unidades de crianças-soldados iraquianas conhecidas como Ashbal Saddam, ou Filhotes de Leão de Saddam, formadas por meninos de 10 a 15 anos.
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Os menores são estimulados a jogar futebol com cabeças decapitadas (Foto: Reprodução)

Os pesquisadores do Quilliam descobriram que menores são usados amplamente na propaganda do EI para dar a impressão de “construção de um Estado”. Entre 1º de agosto de 2015 e 9 de fevereiro passado, eles identificaram ao todo 254 eventos ou declarações que apresentam imagens de crianças.

O EI utiliza os jovens para tentar banalizar a brutalidade. O grupo os incentiva a segurar cabeças decapitadas ou jogar futebol com elas. Nos últimos seis meses, a propaganda do Estado Islâmico mostrou 12 crianças assassinas. Um vídeo macabro recente exibe um menino britânico de 4 anos que aparentemente detona um carro-bomba e mata quatro supostos espiões presos no veículo.

O recrutamento de crianças com frequência envolve coerção, segundo o relatório. O rapto seria o método preferido. A missão de assistência da ONU para o Iraque estima que o EI sequestrou entre 800 e 900 crianças de 9 a 15 anos. De agosto de 2014 a junho de 2015, centenas de meninos, incluídos yazidis e turcomenos, foram arrancados à força de suas famílias em Nínive e mandados para centros de treinamento, onde garotos de apenas 8 anos aprendem o Alcorão, o uso de armas de fogo e táticas de combate.

A organização também recorre ao medo para recrutar. Canais de mídia do Califado emitem declarações que advertem as crianças de que, caso se recusem a obedecer às ordens do EI, serão açoitadas, torturadas ou estupradas.

O grupo extremista rapidamente tomou o controle do sistema educacional na Síria e no Iraque, e a doutrinação começa nas escolas e se intensifica nos campos de treinamento. Nestes, crianças entre 10 e 15 anos são instruídas na sharia, a lei islâmica, expostas à violência e treinadas em técnicas específicas para servir ao Estado e assumir a jihad.

Os meninos aprendem um rígido currículo do EI, do qual foram removidos desenho, filosofia e estudos sociais, descritos como “metodologia do ateísmo”. As crianças decoram versículos do Alcorão e frequentam treinamentos para a jihad, que inclui tiro, manuseio de armas e artes marciais. As meninas, chamadas de “pérolas do califado”, usam véus, são escondidas e confinadas em casa e aprendem a cuidar dos homens.

Os autores do relatório recomendam a criação de uma comissão para proteger as futuras gerações da violência radical e monitorar e reintegrar as crianças que correm risco na União Europeia. Segundo Roméo Dallaire, porta-voz da Iniciativa de Soldados-Crianças que coescreveu o relatório, a vida sob o Estado Islâmico é uma das mais graves situações para menores no planeta. “Espera-se que esse relatório ofereça uma perspectiva crítica sobre a sina desses jovens”, afirma. “Talvez suscite reflexões essenciais para os políticos, órgãos de proteção à infância, governos, organizações multilaterais e os envolvidos em encerrar o conflito no Iraque e na Síria.”

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

*Publicado originalmente na edição 892 de Carta Capital, com o título "A doutrina da carnificina"

O artigo original poder ser visto por meio desse link aqui:


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quinta-feira, 28 de maio de 2015

EQUÍVOCOS DOS CRISTÃOS SOBRE OS MUÇULMANOS



O arquivo abaixo é de autoria de J. Grear e foi publicado no site Voltemos ao Evangelho.

Três equívocos dos cristãos sobre os muçulmanos

Em outro post, discuti três equívocos comuns que muçulmanos têm sobre cristãos. Hoje explorarei três equívocos que cristãos muitas vezes têm a respeito dos muçulmanos.

O post anterior poderá ser visto por meio desse link aqui:

http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/05/equivocos-dos-muculmanos-sobre-os.html

Quando o ocidental em geral ouve “muçulmano”, várias imagens vêm à mente — a maior parte negativa. Mas a maioria dos muçulmanos ficariam tão horrorizados quanto nós com o que presumimos a respeito deles. Eis alguns dos equívocos mais comuns que ocidentais têm a respeito de muçulmanos:

Equívoco 1: A maioria dos muçulmanos apoia o terrorismo

Cristãos normalmente não saem dizendo que pensam que todos os muçulmanos são terroristas. Mas muitos presumem que a maioria dos muçulmanos apoia o terrorismo, embora em silêncio. Muito tem sido escrito sobre como o islã foi fundado “pela espada”, ou como muçulmanos que se comprometem com atividades terroristas estão simplesmente obedecendo o que o Corão manda. Certamente é fácil encontrar muçulmanos usando o Corão para justificar a violência. Mesmo quando você dá ao Corão uma leitura indulgente, perguntar “O que Maomé faria?” levará a um lugar muito diferente do que “O que Jesus faria?”

Dito isso, a maioria dos muçulmanos que você encontra — quer seja em países ocidentais ou islâmicos — não são pessoas violentas. São pessoas gentis e pacíficas que, muitas vezes, se envergonham das ações dos muçulmanos ao redor do mundo. Embora haja uma boa chance de elas verem políticas internacionais de forma muito diferente do ocidental em geral, é mais provável que você as ache calorosas, hospitaleiras e gentis.
Sim, muçulmanos sinceros creem que o Islã um dia dominará o mundo, e podemos certamente nos queixar dos muçulmanos não falarem mais contra o terrorismo. Mas não iremos estender muito o diálogo quando presumimos coisas a respeito deles que não são verdades. Assim como nós odiamos ser caluniados, eles também odeiam.

Equívoco 2: Todas as mulheres muçulmanas se sentem oprimidas

Ocidentais muitas vezes pensam na mulher islâmica como gravemente oprimida. Eles têm um retrato mental de uma mulher curvada, caminhando dois metros atrás de seu marido, olhando obedientemente para baixo. Ela mal sabe ler, não sabe escrever e anseia por liberdade do domínio opressor do islã e de seu marido ditador.

Muitas vezes isso está muito longe da verdade. Eis três coisas para se ter em mente com relação às mulheres do islã:

A. Muitos homens e mulheres muçulmanos têm casamentos felizes.

Os casais que conheci quando vivi em um país muçulmano certamente não eram “românticos” como ocidentais estão acostumados. Mas as mulheres também não eram as escravas sexuais humilhadas que muitos ocidentais muitas vezes presumem.

Havia, é claro, algumas exceções. Tive amigos cujas esposas raramente eram permitidas sair dos fundos da casa, menos ainda fora de casa, e há certas culturas (no Afeganistão, por exemplo) nas quais a opressão parece mais a norma do que a exceção. Mas é um exagero dizer que todas as mulheres muçulmanas se veem como oprimidas.

B. Mulheres, muitas vezes, são as mais ardentes defensoras do islã.

É irônico, mas é verdade: apesar do histórico do islã de opressão, mulheres são, muitas vezes, as mais ardentes adeptas. Muitas mulheres islâmicas, especialmente no mundo ocidental, clamam por reforma em como as mulheres são tratadas na cultura islâmica, mas raramente por um fim do próprio islã.

C. Não há como negar, contudo, que o Corão e o Hádice falam de maneira depreciativa sobre as mulheres.

O Hádice diz que 80% das pessoas no inferno são mulheres. Ao explicar o motivo de o testemunho de uma mulher valer apenas metade do testemunho de um homem num tribunal, ele diz: “Por causa da deficiência em seus cérebros”. O Corão diz que as esposas muçulmanas “são como um campo a ser lavrado”, o que é muitas vezes usado para legitimar o patriarcado e o domínio masculino, e nada disso leva em conta práticas que, muitas vezes, excedem o Corão em brutalidade.

Alguns estudiosos islâmicos dirão que estou lendo esses textos de maneira errada, mas o fato permanece: muitos dos piores casos de opressão acontecem em países muçulmanos. O islã carece do ensino robusto judaico-cristão que assevera a igualdade de homens e mulheres como ambos sendo feitos à imagem de Deus. Pode não ser universal, mas muitas mulheres islâmicas se sentem sim aprisionadas. Em contraste, mostrar às mulheres muçulmanas a sua dignidade em Cristo tem, em muitos lugares, provado ser uma estratégia de evangelismo imensamente eficaz.

Equívoco 3: Muçulmanos buscam conhecer um deus diferente do Deus cristão

Isso é controverso, mas deixe-me explicar. Muçulmanos afirmam adorar o Deus de Adão, de Abraão e de Moisés. Assim, muitos missionários acham útil começar a trabalhar os muçulmanos usando o termo árabe para Deus, “Alá” (que significa, literalmente, “a Deidade”) e, a partir daí, explicar que o Deus que os muçulmanos buscam adorar, o Deus dos Profetas, era o Deus presente em forma corpórea em Jesus Cristo, revelado mais plenamente por ele; e Aquele que é adorado pelos cristãos pelos últimos dois milênios. Isso não é o mesmo que dizer que se tornar um muçulmano é como um “primeiro passo para se tornar um cristão”, e certamente não significa que o islã é um caminho alternativo para chegar ao céu. Simplesmente significa que ambos estamos nos referindo a uma única Deidade quando dizemos “Deus”.

Podemos perguntar: “Mas o deus islâmico não é tão diferente do Deus cristão que eles não podem ser, apropriadamente, chamados pelo mesmo nome?” Talvez. A pergunta de se Alá se refere ao deus errado (ou a ideias erradas de Deus) é uma pergunta com muitas nuances, e não existe resposta fácil. Não há dúvidas de que os muçulmanos creem em coisas blasfemas a respeito de Deus, e suas crenças sobre Alá nasceram a partir de uma visão distorcida do cristianismo. O mesmo pode ser dito, embora em grau menor, da visão do deus dos saduceus do primeiro século, assim como o deus da mulher samaritana e, em um grau ainda menor, o deus dos hereges pelagianos do século 5 — sem mencionar vários dos estudiosos medievais.

A pergunta é se a presença dessas crenças heréticas (e qual grau de heresia nelas) exige que digamos:“Você está adorando um deus diferente”. Claramente, os apóstolos não disseram isso a respeito dos judeus do primeiro século que rejeitaram a Trindade (muito embora Jesus tenha dito que o pai deles era o diabo!). E Jesus também não disse à mulher samaritana em sua visão étnica, de justiça pelas obras e distorcida de Deus que ela estava adorando um deus diferente. Ao invés disso, ele insistiu que ela o estava adorando incorretamente e buscando salvação erroneamente. Nunca ouvi ninguém dizer que os hereges Pelagianos adoravam um deus diferente, ainda que eles tenham sido considerados (corretamente) como hereges.

Ao mesmo tempo, Paulo nunca disse: “O nome verdadeiro de Zeus é Jeová”, como se o gregos estivessem adorando o Deus verdadeiro erroneamente. Assim, a pergunta é: a visão muçulmana de Alá é mais como Zeus ou como a concepção herege da mulher samaritana de Deus? Essa é uma pergunta difícil, e uma pergunta que precisamos deixar o contexto determinar. Por exemplo, muitos cristãos acham que o uso de “Alá” gera mais confusão do que ajuda. Para eles, “Alá” cai na categoria de “Zeus”.

Por outro lado, contudo, estão muitos cristãos fiéis trabalhando entre muçulmanos que abordam a questão de Alá muito semelhante a como Jesus corrigiu a mulher samaritana. “Vocês buscam adorar o único Deus, mas têm uma visão errônea dele e de como buscam salvação dele. A salvação vem dos judeus”. No meu tempo com os muçulmanos ao longo dos anos, descobri ser esse um ponto inicial mais útil. Isso não vem de um desejo de ser mais politicamente correto, mas de um desejo de começar onde os muçulmanos estão e trazê-los à fé naquele que é o único Filho de Deus, Jesus.

Quando conversamos com muçulmanos sobre o evangelho, precisamos eliminar quaisquer distrações desnecessárias. As necessárias, afinal de contas, serão difíceis o suficiente. Devemos ver os muçulmanos com amor, nos recusando a estereotipá-los. Nós vivemos em um mundo de estereótipos, mas o amor pode conquistar o que o politicamente correto não pode. Ouvir alguém sem preconceito é o primeiro passo para amá-los. Em outras palavras: “Faça ao próximo” se aplica aqui também: vejamos o próximo como ele gostaria de ser visto.

O artigo original poderá ser visto por meio do link abaixo:


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terça-feira, 31 de março de 2015

ISLÃ ACIMA DE CRÍTICAS: BLOGUEIRO CONDENADO A DEZ ANOS E 1.000 CHIBATADAS POR CRITICAR A FALSA RELIGIÃO


 BBC
Raif Badawi criou um fórum online para encorajar o debate sobre religião e política no país.

O material abaixo foi publicado pelo site da BBC

Condenação de blogueiro a chibatadas será reavaliada na Arábia Saudita

O caso do blogueiro condenado à prisão e açoitamento na Arábia Saudita será revisto pela Suprema Corte do país a pedido do rei, segundo informações obtidas pela BBC.

Raif Badawi, de 31 anos, foi condenado por "insultar o Islã por meios eletrônicos" e "desobediência", segundo o governo saudita.

Por criticar autoridades religiosas do governo, Badawi foi sentenciado a dez anos de prisão e a mil chibatadas, a serem aplicadas ao longo de 20 semanas.

Badawi foi açoitado pela primeira vez na sexta-feira passada, recebendo 50 chibatadas em praça pública. Nesta sexta-feira, o governo da Arábia Saudita adiou o novo açoitamento ao qual ele seria submetido hoje por motivos médicos.

O caso gerou uma comoção global. A Anistia Internacional lançou uma campanha por sua libertação e governos ocidentais pediram o cancelamento do castigo.

Mas qual foi exatamente o seu crime? E por que foi aplicada uma punição tão severa em seu caso?

Quem é Raif Badawi?

O blogueiro criou um fórum online Liberal Saudi Network (Rede Liberal Saudita, numa tradução livre) - hoje fora do ar - para encorajar o debate sobre religião e temas políticos na Arábia Saudita em 2008.

Ele foi preso em 2012 na cidade de Jeddah por causa das críticas feitas no site à polícia religiosa e clérigos sauditas.

Acabou condenado em 2013, mas recorreu da decisão, o que só fez com que sua pena fosse aumentada em instância superiores da Justiça do país.

Há uma semana, ele foi açoitado publicamente, recebendo 50 chibatadas em uma praça de Jeddah, algo que deveria se repetir ao longo de mais 19 semanas.

Qual foi o crime?

AFP
A Mulher de Badawi teme que ele não suporte a punição

Em seu blog, Badawi fazia críticas a autoridades religiosas do país, o que levou a uma tentativa de assassinato do blogueiro em 2012. Pouco depois, sua família pediu asilo ao Canadá.

Isso ocorreu depois que um notório clérigo saudita, Sheikh Abdulrahman al-Barrak, emitiu uma "fatwa", ou decisão baseada em princípio religiosos, declarando que Badawi era um "descrente" e um "apóstata".
Ele reclamou que o blogueiro havia dito que "muçulmanos, judeus, cristãos e ateístas são todos iguais".

Badawi foi formalmente acusado de "insultar o Islã por meios eletrônicos" e "desobediência".

Em 2008, ele também foi acusado de apostasia - renunciar ao Islã - o que pode ser punido com pena de morte, mas esta acusação não seguiu em frente.

A punição é severa demais?

Badawi foi originalmente condenado a sete anos de prisão e 600 chibatadas pelo Tribunal Criminal de Jeddah.

A pena foi aumentada depois que ele recorreu da decisão em instâncias superiores para dez anos e mil chibatadas.

A sentença deve ser aplicada publicamente, com 50 chibatadas por vez, aplicadas com um bastão de madeira flexível, ao longo de 20 semanas, a cada sexta-feira.

Madawi al-Rashee, uma especialista em Oriente Médio da London School of Economics, descreveu a punição como "excessiva".

Ela diz que a pena foi tão severa por causa do clima político pelo qual passa o reino.

A participação do país na luta contra o grupo extremista que se autodeclara "Estado Islâmico" gerou críticas de sauditas conservadores, e açoitamentos públicos com o propósito de defender o Islã podem apaziguar os ânimos.

Apenas nas duas primeiras semanas deste ano, também houve nove execuções públicas, segundo al-Rashee.

Zaid Belbagi, conselheiro de governos do Oriente Médio para assuntos de comunicações, diz que a punição está de acordo com a lei saudita e a Sharia, a lei do Islã.

Nas redes sociais, muitos sauditas apoiaram a decisão.

Qual foi a reação internacional?

Anistia Internacional
A Anistia Internacional lançou campanha pela libertação de blogueiro

Uma série de países ocidentais, entre eles Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Noruega, criticaram abertamente a sentença de Badawi.

Na última quarta-feira, o ministro de Relações Exteriores canadense, John Baird, pediu clemência para o blogueiro: "Essa punição viola a dignidade humana e a liberdade de expressão".

Mas a mulher de Badawi disse que os governos destes países podem fazer mais.

"Gostaria que eles pedissem sua soltura ao governo saudita e não apenas emitissem comunicados condenando a decisão", ela disse.

Segundo o programa Newsnight, da BBC, é difícil para os governos ocidentais criticar o governo saudita porque têm com ele contratos vultosos para a venda de armas.
A Arábia Saudita tem o quarto maior orçamento do mundo para Forças Armadas, de acordo com dados de 2013, e gastam boa parte dele com a compra de armas americanas e da Europa.

O que acontecerá agora?

O futuro da condenação é incerto. Chefe de Estado saudita, o rei Abdullah pediu que o caso seja revisto pela Suprema Corte do país.

Hoje mais cedo, o governo saudita anunciou o adiamento do novo açoitamento de Badawi por motivos médicos. O país não deu detalhes de seu estado de saúde.

Mas a Anistia Internacional disse em um comunicado que o médico que examinou o blogueiro avaliou que suas feridas ainda não haviam cicatrizado e que ele não aguentaria um novo açoitamento.

O médico pediu, então, o adiamento da nova sessão de chibatadas, segundo a Anistia.

A mulher de Badawi disse que, com a decisão, tem esperança de que as autoridades querem dar fim à punição, que ela considera criminosa.

Ela já havia expressado temor de que seu marido não suporte o que descreve como uma "tortura física e psicológica".

Ali al-Ahme, do Instituto de Assuntos do Golfo, é um estudioso da Arábia Saudita e especialista em política saudita.

Ele destaca as várias mortes de pessoas sob custódia do governo do país e sugere que tantas chibatadas ao longo de 20 semanas podem levar a uma infecção letal, dadas as condições sanitárias precárias às quais Badawi está submetido em uma prisão saudita.
Mas Zaid Belbagi, conselheiro de governos do Oriente Médio para comunicações, diz que o Ocidente é próximo do governo saudita e que uma "diplomacia de bastidores" já está em curso para ajudar Badawi.

NOSSO COMENTÁRIO:

Liberdade imediata para Raif Badawi.

Somente um país governado por idiotas entronizados pelo império britânico e sem nenhum direito é capaz de produzir algo tão estúpido como uma ”polícia religiosa”.

Esperamos dos seguidores do Islã no Brasil uma imediata e inequívoca condenação de tamanha estupidez, já que a mesma, se for justificada por questões religiosas então, a raça humana tem a obrigação de banir essa falsa religião da face da terra. E não me venham dizer que são uma religião de paz e blá, blá blá, porque não dá mais para acreditar em tantas mentiras diante desses fatos.

É obvio que países como os Estados Unidos, a Grã Bretanha e outros que sustentam e vendem armamentos para a Arábia Saudita também terão de responder por todos os monstruosos crimes mencionados no artigo, e praticados pelos imbecis no poder na Arábia Saudita.

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segunda-feira, 2 de março de 2015

ÁUSTRIA SEGUE NOS PASSOS DA DINAMARCA E IMPÕE SANÇÕES A MUÇULMANOS


 Várias pessoas participam de uma manifestação contra o projeto de lei que proíbe o financiamento estrangeiro de religiosos e mesquitas
Várias pessoas participam de uma manifestação contra o projeto de lei que proíbe o financiamento estrangeiro de religiosos e mesquitas(Herbert Neubauer/EFE)

O taxto abaixo foi publicado no site da revista VEJA

Áustria aprova lei sobre Islã que proíbe financiamento estrangeiro.

Texto também exige que clérigos falem alemão. Para ministro, legislação foi pensada para 'combater' crescente influência de radicais no país

O Parlamento da Áustria aprovou nesta quarta-feira mudanças na lei sobre organizações islâmicas. Entre as alterações está a proibição de financiamento estrangeiro de mesquitas e a exigência de que os imãs falem alemão. O ministro da Integração, Sebastian Kurz, considera que a nova lei vai promover um "Islã de caráter europeu". "Esta lei é um passo muito importante para que o Islã possa se desenvolver na Áustria sem influência externa", afirmou.

O texto atualiza a legislação anterior do país sobre o Islã, elaborada em 1912, depois da anexação da Bósnia-Herzegovina pelo império Áustro-Húngaro. Cerca de meio milhão de muçulmanos vivem hoje na Áustria, a maioria de origem bósnia e turca.

A nova legislação foi debatida antes dos recentes ataques de terroristas islâmicos na Europa, mas obviamente ganhou peso depois dos atentados e seus efeitos serão acompanhados com atenção por outros países da região. O ministro Kurz afirmou que as alterações foram pensadas "claramente para combater" a crescente influência de radicais islâmicos. Estimativas indicam que cerca de 200 pessoas da Áustria foram recentemente para a Síria e Iraque para se juntar a facções jihadistas.

Pelas novas determinações, as cerca de 450 organizações muçulmanas do país devem demonstrar uma "abordagem positiva da sociedade e do Estado" para que continuem recebendo licença, informou o jornal britânico Daily Telegraph. A obrigação para os imãs serem capazes de se expressar em alemão tem como objetivo tornar seus comentários mais acessíveis e transparentes, e ao mesmo tempo facilitar uma integração maior do Islã na sociedade.

"Queremos um futuro no qual um número maior de imãs tenha nascido na Áustria falando alemão e, desta forma, sejam exemplos positivos para os jovens muçulmanos", defendeu Kurz antes da votação.

A legislação também garante o direito a alimentos halal - preparados de acordo com as regras islâmicas - em hospitais, asilos, prisões, escolas públicas e no Exército. Os muçulmanos também poderão ser dispensados do trabalho em feriados islâmicos.

Críticas - A iniciativa contou com o apoio de deputados da coalizão formada por social-democratas e democratas-cristãos. Mas foi criticada pelo Partido Liberdade, que a considerou insuficiente para enfrentar uma ameaça crescente.

O principal grupo islâmico do país, a Autoridade Religiosa Islâmica da Áustria, aprovou o texto, mas outras organizações condenaram as mudanças por considerá-las discriminatórias. A Comunidade Religiosa Islâmica na Áustria já havia advertido que poderia levar o caso ao Tribunal Constitucional com o argumento de que a proibição para receber financiamento estrangeiro não se aplica aos demais credos.

A porta-voz Carla Amina Baghajati afirmou que o impedimento pode representar o fechamento de algumas mesquitas, além de prejudicar centenas de religiosos que recebem seus salários da Turquia, Arábia Saudita e outros países do Golfo Pérsico. Entre as mesquitas ameaçadas estaria a maior mesquita da Áustria, situada em Viena, e cujo funcionamento é bancado, principalmente, pela Arábia Saudita.
(Da redação de VEJA.com)

O artigo original poderá ser visto por meio desse link aqui:


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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

PARA ENTENDER O BOKO HARAM E O EXTREMISMO ISLÂMICO


O artigo abaixo foi publicado no site da Revista ÉPOCA e é de autoria de Bruno Calixto com mapas de Giovana Tarakdjian

Boko Haram e um massacre que pode ser visto por satélite

Grupo extremista sequestra meninas, controla vilarejos e promove atentados na Nigéria. Como surgiu e quais são as táticas do Boko Haram, que construiu um "Estado Islâmico" na África?

BRUNO CALIXTO (TEXTO), GIOVANA TARAKDJIAN (MAPA)

Imagem de satélite divulgada pela Anistia Internacional mostra estruturas queimadas após ataque do Boko Haram a uma base militar em Baga, Nigéria (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)
Imagem de satélite divulgada pela Anistia Internacional mostra estruturas queimadas após ataque do Boko Haram a uma base militar em Baga, Nigéria (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

Um massacre de proporções ainda não determinadas aconteceu no começo do ano, no dia 3 de janeiro, na Nigéria. O Boko Haram - o mesmo grupo que sequestrou centenas de meninas de uma escola nigeriana - atacou o vilarejo de Baga e pode ter matado de 150 a até 2 mil pessoas, além de atear fogo em toda a cidade. Imagens de satélite divulgadas nesta quinta (15) mostram um quadro de ampla destruição. Com o ataque, o Boko Haram passa a controlar ainda mais território, e mostra estar disposto a táticas cada vez mais brutais. Como surgiu esse grupo e o que ele quer?

Área de influência do Boko Haram na Nigéria (Foto: Giovana Tarakdjian/ÉPOCA)

Área de influência do Boko Haram na Nigéria (Foto: Giovana Tarakdjian/ÉPOCA)

O nascimento do Boko Haram

O Boko Haram surgiu em 2002 em Maiduguri, capital do Estado de Borno, na Nigéria. Borno, no nordeste do país, é uma das regiões mais empobrecidas da Nigéria. Além disso, conta com maioria da população muçulmana, enquanto que no restante do país a religião predominante é o cristianismo. O grupo foi criado pelo Mohammed Yusuf, clérigo islamista formado na Árabia Saudita, com o objetivo de transformar a Nigéria em um Estado islâmico que siga as leis da sharia. Inicialmente, o grupo se chamava Jama’a Ahl as-Sunna Li-da’wa wa-al Jihad, que significa "Pessoas comprometidas com a propagação dos ensinamentos do profeta e com a Jihad" em árabe. Com o tempo, ele ficou conhecido pelo apelido na língua local. "Boko" é a palavra usada para se referir às escolas e ao sistema educacional do Ocidente, e "Haram" significa proibido.

Yusuf era um clérigo do islamismo sunita, o maior ramo do Islã – mais de 80% dos muçulmanos no mundo são sunitas. Dentro desse ramo, ele pertencia à escola do salafismo. Os salafistas pregam o retorno das práticas do início do islamismo. A corrente defende posições extremamente conservadoras sobre o papel da mulher na sociedade, sobre a obrigatoriedade de seguir a religião, e proíbe fazer imagens de Maomé ou venerar monumentos de profetas. Muitos grupos terroristas, como a Al Qaeda ou o Taleban, nasceram dessas interpretações extremas.

Nos seus anos iniciais, o Boko Haram não participou de atos violentos nem usou de estratégias terroristas. Yusuf considerava o governo da Nigéria como ilegítimo, mas não se envolveu em ataques diretos até pelo menos 2009.

Uma revolta contra capacetes de motocicletas

Em julho de 2009, o governo da Nigéria aprovou uma lei obrigando todos os motoristas de motocicletas a usar capacetes. A lei não foi aceita pelos seguidores de Yusuf. A polícia agiu com brutalidade contra o grupo, o que resultou em uma revolta armada que se espalhou por quatro Estados do norte da Nigéria. O Exército nigeriano reprimiu o levante, que terminou com 800 mortos. Yusuf foi capturado e executado com transmissão ao vivo pela TV. Na época, grupos de direitos humanos acusaram o Exército de execuções extrajudiciais de clérigos do grupo.

A partir desse incidente, o Boko Haram começou a se radicalizar. Analistas acreditam que, entre 2009 e 2010, muitos de seus membros foram para a região do Sahel, a sul do deserto do Saara, onde foram treinados por grupos jihadistas. Foi provavelmente nessa época que eles fizeram os primeiros laços com a Al Qaeda no Magreb Islâmico, o braço da rede terrorista que atua na África. A primeira grande ação terrorista foi executada em setembro de 2010, quando eles orquestraram uma fuga massiva de uma prisão, libertando centenas de presos.

O líder que volta dos mortos

O líder do grupo terrorista Boko Haram, Abubakar Shekau, que atua na Nigéria (Foto: Reprodução/AP)
O líder do grupo terrorista Boko Haram, Abubakar Shekau, que atua na Nigéria (Foto: Reprodução/AP)

Com a morte Yusuf, a liderança foi assumida por Abubakar Shekau, um nigeriano que ora é classificado como um teólogo islâmico poliglota, ora como "comandante louco". A vida de Shekau é cercada de mistérios. Ninguém sabe quando ele nasceu, e ninguém sabe sequer se ele continua vivo. O Exército nigeriano já anunciou a morte do comandante em pelo menos três ocasiões, mas depois ele sempre volta a aparecer em vídeos, renovando as ameaças. Uma das aparições recentes foi quando ele assumiu a autoria do sequestro de centenas de estudantes em Chibok.

Sob seu comando, o Boko Haram se tornou mais cruel. O grupo fez seu primeiro atentado internacional, desenvolveu táticas de carros-bomba e passou a controlar grande número de vilarejos no nordeste da Nigéria.

Ainda assim, para algumas autoridades nigerianas, Shekau simplesmente não existe. Eles acreditam que o nome se tornou uma "marca" ou "título", adotado por diferentes lideranças de grupos internos do Boko Haram, como uma forma de criar um mito em torno do líder. Segundo essa tese, o homem que aparece nos vídeos é um sósia.

O sequestro das alunas de Chibok

Reprodução de vídeo feito pelo grupo terrorista Boko Haram mostra mais de 100 meninas que, segundo o grupo, fazem parte das meninas sequestradas em Chibok, norte da Nigéria (Foto: Reprodução/AP)

Reprodução de vídeo feito pelo grupo terrorista Boko Haram mostra mais de 100 meninas que, segundo o grupo, fazem parte das meninas sequestradas em Chibok, norte da Nigéria (Foto: Reprodução/AP)

A partir de 2012, o grupo passou a se concentrar em ataques a escolas. Novamente, o nível de brutalidade foi crescendo com o passar do tempo. No começo, integrantes do Boko Haram focavam na destruição das propriedades de universidades e escolas. Os ataques ocorriam sempre à noite, quando não havia alunos ou professores. No ano seguinte, Shekau anunciou que as universidades participavam de um "complô contra o Islã" e ameaçou matar alunos e professores. A partir daí, os níveis de presença nas escolas do interior caíram de forma gigantesca.

Em abril de 2014, o sequestro de mais de 200 alunas que se preparavam para fazer uma prova em uma escola em Chibok foi uma das operações mais ousadas do grupo. O caso atraiu a atenção do mundo, com dezenas de manifestações e cobertura da imprensa. Ainda assim, o governo da Nigéria foi incapaz de libertar as meninas. A incompetência das autoridades nigerianas foi provavelmente um sinal verde para o Boko Haram se tornar ainda mais ousado.

Um massacre visto por satélite

Imagem divulgada pela Anistia Internacional mostra o antes e o depois do Boko Haram a Baga, Nigéria. Na imagem de baixo, é possível observar estruturas queimadas pelo grupo terrorista (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

Imagem divulgada pela Anistia Internacional mostra o antes e o depois do Boko Haram a Baga, Nigéria. Na imagem de baixo, é possível observar estruturas queimadas pelo grupo terrorista (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

A primeira imagem mostra a cidade no dia 2 de janeiro. Na de baixo, do dia 7 de janeiro, é possível observar estruturas queimadas pelo grupo terrorista. A foto foi tirada por um satélite que usa cor infravermelho. As figuras em vermelho indicam árvores e vegetação (Foto: DigitalGlobe/Anistia Internacional)

Em agosto do ano passado, Shekau deu um passo decisivo em busca de controle territorial. Ele anunciou o estabelecimento de um "Califado Islâmico" na região de Borno e no norte da Nigéria, similar ao que o Estado Islâmico fez na Síria e no Iraque. A partir de então, os ataques a vilarejos e confrontos com as forças armadas começaram a se tornar mais frequentes. Um dos poucos vilarejos que não caíram foi Baga, que abrigava uma base militar multinacional com tropas da Nigéria, Niger e Chad.

Isso mudou na manhã do dia 3 de janeiro. A BBC e o Guardian escutaram testemunhas do ataque. Os homens do Boko Haram chegaram em caminhões, vindo de todas as direções. Logo começaram a atirar. Os soldados da base em Baga reagiram. Foram cerca de nove horas de confronto, quando enfim os soldados, vendo que estavam perdendo a batalha, jogaram suas armas no chão e bateram em retirada. Nenhum reforço do Exército nigeriano chegou ao local.  "Quando você vê soldados fugindo da cidade, o que você pode fazer além de fugir também?", disse uma testemunha à BBC.

Quando o Boko Haram tomou o vilarejo, começou a barbárie. Os sobreviventes que fugiram da cidade disseram ver pilhas e mais pilhas de corpos nas ruas. Segundo os relatos, os terroristas atiraram em civis indiscriminadamente – incluindo mulheres e crianças, cristãos e muçulmanos. Depois, saquearam as casas e mercados e atearam fogo em todo o vilarejo. Segundo a Anistia Internacional, o número de mortos pode chegar a 2 mil pessoas. Já o governo nigeriano fala em "cerca de 150 de vítimas". O número não pode ser confirmado porque o Estado nigeriano simplesmente não tem condições de chegar ao local para contar os corpos.

Nesta quinta (15), a Anistia publicou fotos de satélites mostrando o que sobrou de Baga e de outro vilarejo atacado, Doron Baga. Segundo a organização, é possível identificar um total de 3.700 estruturas destruídas. "De todos os assaltos do Boko Haram que analisamos, esse foi o maior e o mais destrutivo. Representa um ataque deliberado a civis. Suas casas, clínicas e escolas agora estão em ruína", disse Daniel Eyre, da Anistia Internacional.

E agora?

O massacre demorou a chegar aos jornais, mas quando veio a público, causou incômodo. Mais de um milhão de pessoas se manifestaram contra a violência no caso dos atentados terroristas da França, que mataram 17 pessoas, e a morte de centenas de nigerianos não estava atraindo a atenção. Organizações como a ONU e até celebridades pediram mais atenção ao caso. Críticas pesadas caem sobre o governo do presidente Goodluck Jonathan. Ele é acusado de não agir de forma convincente contra o Boko Haram, já que os extremistas atuam em áreas em que os políticos de oposição ao seu governo são mais fortes. Autoridades nigerianas disseram que as Forças Armadas do país serão mobilizadas para enfrentar os insurgentes. Enquanto isso, Jonathan anuncia sua candidatura à reeleição. No anúncio, ele não falou uma palavra sobre o Boko Haram, o massacre de Baga ou sobre as meninas sequestradas no ano passado.
O artigo original da revista Época poderá ser visto por meio do link abaixo:


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