Papa Bento XVI
Pela terceira vez na longa
história da Igreja Católica Romana um papa em exercício renuncia
“voluntariamente” ao pontificado.
A primeira vez aconteceu 1294
quando o papa Celestino V renunciou apenas cinco meses depois de ter tomado
posse.
A segunda foi em 1415 quando o
papa Gregório XII abriu mão do trono de Pedro, apesar de Pedro nunca ter se
sentado em nenhum trono e muito menos em Roma.
A terceira e última vez foi agora
no dia 28 de fevereiro com a renuncia do papa Bento XVI o sr. conhecido
como Joseph Aloisius Ratzinger, próximo
de completar 86 anos e com apenas 7 anos e 10 meses como sumo pontífice ou “sumo
sacerdote ou cidadão” título inventado pelos imperadores romanos e depois
subtraído pela Igreja Católica Apostólica Romana a favor de seus líderes
supremos, entre tantos outros títulos, alguns verdadeiramente blasfemos: Papa,
Vigário de Cristo, Santidade, Sumo Pontífice, Sucessor de Pedro, Servo dos
Servos de Cristo, Príncipe dos Apóstolos, Patriarca do Ocidente, Senhor
Apostólico, Primaz da Itália e Arcebispo Metropolitano da Província Romana,
Soberano da Cidade do Estado do Vaticano, Santíssimo Senhor, Cabeça da Igreja,
Santo Padre e etc. Depois ainda têm coragem de dizer que o mesmo substitui de
modo perfeito o humilde carpinteiro. Quanta bobagem e arrogância. O substituto único e lícito do Senhor Jesus é o Espírito Santo
João 14:16—18
16 E eu rogarei ao Pai,
e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,
17 o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o
conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
18 Não vos deixarei
órfãos, voltarei para vós outros.
João 14:25—29
25 Isto vos tenho dito,
estando ainda convosco;
26 mas o Consolador, o
Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
27 Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração,
nem se atemorize.
28 Ouvistes que eu vos
disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que
eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.
29 Disse-vos agora,
antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais.
João 16:7—15
7 Mas eu vos digo a
verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá
para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.
8 Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:
9 do pecado, porque não
crêem em mim;
10 da justiça, porque
vou para o Pai, e não me vereis mais;
11 do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está julgado.
12 Tenho ainda muito
que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora;
13 quando vier, porém,
o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por
si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de
vir.
14 Ele me glorificará,
porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
15 Tudo quanto o Pai
tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há
de anunciar.
A grande questão que todos fazem, mas que bem poucos
apenas sabem a resposta é: Por que o papa Bento XVI renunciou?
Como não existe um anúncio oficial confiável da parte
da Igreja Romana, então todos podem arriscar uma opinião com base naquilo que é
conhecimento geral.
A opinião desse blog é que Bento XVI renunciou sim
vencido para saúde muito debilitada, pela idade avançada, mas, especialmente,
pelas estruturas internas do Vaticano que percebendo a fragilidade de Ratzinger
entenderam que era hora de dar uma rasteira no ancião, provocando uma mudança
que garanta que tudo continuará exatamente igual com os tarados intocados e
livres para continuarem seu “reinado” de perversas imoralidades.
Cardeal Angelo Sodano
Como é do conhecimento geral o reinado de Bento de XVI
longe de ser a maravilha mencionada pelo cardeal Angelo Sodano — deão do
colégio dos cardeais — foi, na realidade, bastante marcado, por lutas, avanços
e retrocessos para tentar livrar a igreja de Roma dos escândalos de pedofilia,
homossexualidade e de banqueiros corruptos que sempre administraram o Banco do
Vaticano. O vazamento de documentos secretos envolvendo o mordomo particular do
papa e mais de uma dúzia de outros indivíduos é um claro exemplo do que estamos
afirmando. Tudo isso facilita bastante entendermos o adeus de Ratzinger.
Banco do Vaticano
O agora ex-papa escondeu seu segredo até o último dia
possível, provavelmente, temendo que o mesmo fosse tornado público como os
milhares de documentos surrupiados de seus aposentos particulares. Na mesma
época em que o sumiço dos documentos tornou-se público o papa aproveitou uma
entrevista concedida ao jornalista Peter Seewald quando do lançamento do livro
pontifício “Luz do Mundo”, para abrir seu coração e dizer: “Quando um papa
chega ao entendimento que não está mais em condições físicas, mentais e
espirituais de conduzir suas responsabilidades, então o mesmo tem não apenas o
direito, sob certas circunstâncias, mas o dever de renunciar”. A longa
entrevista concedida a Seewald foi transformada em um livro intitulado Benedict
XVI: An Intimate Portrait — Bento XVI: um retrato intimista.
Livro do jornalista Peter Seewald acerca de Bento XVI
Paolo Gabriele: o mordomo de Bento XVI
O verão de 2012 foi particularmente amargo para
Ratzinger. Primeiro foi a prisão de seu mordomo pessoal, Paolo Gabriele,
acusado de roubar documentos particulares e a correspondência de Bento XVI.
Logo em seguida, no mesmo dia foi anunciada a demissão incontinenti de Ettore
Gotti Tedeschi que era presidente do Instituto para Obras Religiosas do
Vaticano. Esse foi o indivíduo que o próprio Ratzinger havia indicado para
sanear o Banco do Vaticano, da mesma maneira que havia escolhido Paolo Gabriele
como seu mordomo pessoal. Ettore foi demitido sem ter sequer a chance de se
defender como membro do alto clero da cúria romana.
Ettore Gotti Tedeschi que presidia o Banco do Vaticano
O próprio jornal oficial do Vaticano L'OSSERVATORE
ROMANO, publicou a seguinte manchete naqueles dias: O PAPA É UM PASTOR CERCADO
POR LOBOS.
Fr. Frederico Lombardi, porta-voz
do Vaticano
O porta-voz do Vaticano, o
Jesuíta Fr. Frederico Lombardi, na coletiva com a imprensa admitiu que “todos”
haviam sido surpreendidos pela decisão de Ratzinger. De acordo ainda com o
porta-voz as palavras de Bento XVI foram inequívocas quando disse: “Depois de
examinar minha consciência repetidas vezes diante de Deus, eu tenho plena
certeza que não tenho mais as capacidades necessárias para desempenhar meu
ministério de forma adequada”.
Que a saúde do papa é precária é
notório e sabido. Ele sofreu um derrame em 1991, sofre de hipertensão e tem uma
artrite considerável em um dos joelhos. Mas nada disso justifica sua renúncia.
A mesma está intimamente ligada a décadas de proteção a conhecidos pedófilos e as
imorais tentativas da cúria romana e de João Paulo II de colocar a culpa nas
vítimas dos tarados estupradores. Naqueles anos, Ratzinger ser viu forçado a
aceitar a direção de João Paulo II, o papa adorado que protegia e mandava
proteger os criminosos acusados de grossas imoralidades.
João Paulo II
Durante o reinado de João Paulo
II, o cardeal Ratzinger era o chefe da Congregação para Doutrina e Fé a nova
versão do velho Santo Ofício que perseguiu e continua perseguindo aqueles que
realmente desejam reformar a Igreja Romana. Naqueles dias, seguro pela coleira
firme de João Paulo, o rottwailer Ratzinger tinha que se conforma com os
desejos do seu superior. Mas uma vez que João Paulo II estava morto e que o
próprio Ratzinger foi guindado ao trono papal, as coisas deram uma guinada e o
novo papa desejava dar um basta na vergonhosa e clamorosa roubalheira, na
pedofilia e nas práticas homossexuais entres os sacerdotes sob sua supervisão.
Marcelo Maciel fundador dos
Legionários de Cristo, abusava até dos próprios filhos
O primeiro a sentir o peso das
ações de Ratzinger foi o mexicano Marciano Maciel, fundador dos Legionários de
Cristo, um homem verdadeiramente monstruoso que roubou o quanto quis e chegou a
abusar sexualmente até de seus próprios filhos. Em 2012 Ratzinger ordenou a
organização de 110 conferências episcopais ao redor do mundo onde as vítimas de
abusos sexuais pudessem confrontar cara a cara seus abusadores. Algumas apenas
foram organizadas com esse fim. A vasta maioria simplesmente ignorou a ordem
papal e continuam protegendo os criminosos e pagando vultosas quantias em
indenizações.
Esses são certamente motivos mais
precisos para explicar a súbita renúncia. Mas nunca devemos nos esquecer que
Ratzinger serviu fielmente a Igreja Romana toda sua vida e certamente não
desconhecia seus crimes através dos séculos e as imoralidades nojentas das
últimas décadas. Podemos dizer qualquer coisa acerca de Ratzinger, menos que
ele era ou é inocente. Seu afastamento, provavelmente por não suportar mais as
pressões, na realidade, abre as portas para que a Igreja Católica Apostólica
Romana se reorganize para seguir trilhando o caminho da autodestruição tão ao
gosto de boa parte do seu mais elevado clero, e especialmente, da cúria romana.
Não são poucos os vaticanistas que acreditam que o vazamento dos documentos foi
orquestrado para conduzir Ratzinger a renunciar e tentar estabelecer um cardeal
italiano no trono papal. O tempo irá dizer se esses analistas estão ou não
certos. Para muitos membros da cúria romana o fato da cadeira papal estar sendo
ocupada por “estrangeiros” desde 1978 é algo inaceitável. Afinal de contas a
Igreja é romana! Os cardeais italianos são 30 contra 11 estadunidenses e 6
alemães. Os outros países todos têm números sempre menores que esses.
Como diz a frase cunhada pelos
próprios católicos “Roma Semper Eadem” ou Roma Sempre a Mesma. Portanto, não
devemos esperar grandes mudanças seja quem for o “eleito”. Roma continuará
sempre a mesma. Enganando o povo, se aproveitando dos mais pobres e humildes e
acobertando os pedófilos e os homossexuais. Também continuará a privilegiar a
cúria romana com uma vida nababesca, bem como os cardeais arcebispos ao redor
do mundo. Tudo isso está muito longe do carpinteiro de Nazaré e de sua pequena
congregação de homens simples aos quais foi ordenado que deviam servir o povo
de Deus e não explorá-lo.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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