quarta-feira, 13 de março de 2013

OS MOTIVOS DA RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVI


Papa Bento XVI

Pela terceira vez na longa história da Igreja Católica Romana um papa em exercício renuncia “voluntariamente” ao pontificado.

A primeira vez aconteceu 1294 quando o papa Celestino V renunciou apenas cinco meses depois de ter tomado posse.

A segunda foi em 1415 quando o papa Gregório XII abriu mão do trono de Pedro, apesar de Pedro nunca ter se sentado em nenhum trono e muito menos em Roma.

A terceira e última vez foi agora no dia 28 de fevereiro com a renuncia do papa Bento XVI o sr. conhecido como  Joseph Aloisius Ratzinger, próximo de completar 86 anos e com apenas 7 anos e 10 meses como sumo pontífice ou “sumo sacerdote ou cidadão” título inventado pelos imperadores romanos e depois subtraído pela Igreja Católica Apostólica Romana a favor de seus líderes supremos, entre tantos outros títulos, alguns verdadeiramente blasfemos: Papa, Vigário de Cristo, Santidade, Sumo Pontífice, Sucessor de Pedro, Servo dos Servos de Cristo, Príncipe dos Apóstolos, Patriarca do Ocidente, Senhor Apostólico, Primaz da Itália e Arcebispo Metropolitano da Província Romana, Soberano da Cidade do Estado do Vaticano, Santíssimo Senhor, Cabeça da Igreja, Santo Padre e etc. Depois ainda têm coragem de dizer que o mesmo substitui de modo perfeito o humilde carpinteiro. Quanta bobagem e arrogância. O substituto único e lícito do Senhor Jesus é o Espírito Santo

João 14:16—18

16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,

17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.

18 Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.

João 14:25—29

25 Isto vos tenho dito, estando ainda convosco;

26 mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.

27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

28 Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.

29 Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais.

João 16:7—15

7 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.

8 Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:

9 do pecado, porque não crêem em mim;

10 da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais;

11 do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.

12 Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora;

13 quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.

14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

A grande questão que todos fazem, mas que bem poucos apenas sabem a resposta é: Por que o papa Bento XVI renunciou?

Como não existe um anúncio oficial confiável da parte da Igreja Romana, então todos podem arriscar uma opinião com base naquilo que é conhecimento geral.

A opinião desse blog é que Bento XVI renunciou sim vencido para saúde muito debilitada, pela idade avançada, mas, especialmente, pelas estruturas internas do Vaticano que percebendo a fragilidade de Ratzinger entenderam que era hora de dar uma rasteira no ancião, provocando uma mudança que garanta que tudo continuará exatamente igual com os tarados intocados e livres para continuarem seu “reinado” de perversas imoralidades.

Cardeal Angelo Sodano

Como é do conhecimento geral o reinado de Bento de XVI longe de ser a maravilha mencionada pelo cardeal Angelo Sodano — deão do colégio dos cardeais — foi, na realidade, bastante marcado, por lutas, avanços e retrocessos para tentar livrar a igreja de Roma dos escândalos de pedofilia, homossexualidade e de banqueiros corruptos que sempre administraram o Banco do Vaticano. O vazamento de documentos secretos envolvendo o mordomo particular do papa e mais de uma dúzia de outros indivíduos é um claro exemplo do que estamos afirmando. Tudo isso facilita bastante entendermos o adeus de Ratzinger.

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Banco do Vaticano

O agora ex-papa escondeu seu segredo até o último dia possível, provavelmente, temendo que o mesmo fosse tornado público como os milhares de documentos surrupiados de seus aposentos particulares. Na mesma época em que o sumiço dos documentos tornou-se público o papa aproveitou uma entrevista concedida ao jornalista Peter Seewald quando do lançamento do livro pontifício “Luz do Mundo”, para abrir seu coração e dizer: “Quando um papa chega ao entendimento que não está mais em condições físicas, mentais e espirituais de conduzir suas responsabilidades, então o mesmo tem não apenas o direito, sob certas circunstâncias, mas o dever de renunciar”. A longa entrevista concedida a Seewald foi transformada em um livro intitulado Benedict XVI: An Intimate Portrait — Bento XVI: um retrato intimista.
Livro do jornalista Peter Seewald acerca de Bento XVI

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Paolo Gabriele: o mordomo de Bento XVI

O verão de 2012 foi particularmente amargo para Ratzinger. Primeiro foi a prisão de seu mordomo pessoal, Paolo Gabriele, acusado de roubar documentos particulares e a correspondência de Bento XVI. Logo em seguida, no mesmo dia foi anunciada a demissão incontinenti de Ettore Gotti Tedeschi que era presidente do Instituto para Obras Religiosas do Vaticano. Esse foi o indivíduo que o próprio Ratzinger havia indicado para sanear o Banco do Vaticano, da mesma maneira que havia escolhido Paolo Gabriele como seu mordomo pessoal. Ettore foi demitido sem ter sequer a chance de se defender como membro do alto clero da cúria romana.

Ettore Gotti Tedeschi que presidia o Banco do Vaticano

O próprio jornal oficial do Vaticano L'OSSERVATORE ROMANO, publicou a seguinte manchete naqueles dias: O PAPA É UM PASTOR CERCADO POR LOBOS.    

Fr. Frederico Lombardi, porta-voz do Vaticano

O porta-voz do Vaticano, o Jesuíta Fr. Frederico Lombardi, na coletiva com a imprensa admitiu que “todos” haviam sido surpreendidos pela decisão de Ratzinger. De acordo ainda com o porta-voz as palavras de Bento XVI foram inequívocas quando disse: “Depois de examinar minha consciência repetidas vezes diante de Deus, eu tenho plena certeza que não tenho mais as capacidades necessárias para desempenhar meu ministério de forma adequada”.

Que a saúde do papa é precária é notório e sabido. Ele sofreu um derrame em 1991, sofre de hipertensão e tem uma artrite considerável em um dos joelhos. Mas nada disso justifica sua renúncia. A mesma está intimamente ligada a décadas de proteção a conhecidos pedófilos e as imorais tentativas da cúria romana e de João Paulo II de colocar a culpa nas vítimas dos tarados estupradores. Naqueles anos, Ratzinger ser viu forçado a aceitar a direção de João Paulo II, o papa adorado que protegia e mandava proteger os criminosos acusados de grossas imoralidades.

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João Paulo II

Durante o reinado de João Paulo II, o cardeal Ratzinger era o chefe da Congregação para Doutrina e Fé a nova versão do velho Santo Ofício que perseguiu e continua perseguindo aqueles que realmente desejam reformar a Igreja Romana. Naqueles dias, seguro pela coleira firme de João Paulo, o rottwailer Ratzinger tinha que se conforma com os desejos do seu superior. Mas uma vez que João Paulo II estava morto e que o próprio Ratzinger foi guindado ao trono papal, as coisas deram uma guinada e o novo papa desejava dar um basta na vergonhosa e clamorosa roubalheira, na pedofilia e nas práticas homossexuais entres os sacerdotes sob sua supervisão.

Marcelo Maciel fundador dos Legionários de Cristo, abusava até dos próprios filhos

O primeiro a sentir o peso das ações de Ratzinger foi o mexicano Marciano Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, um homem verdadeiramente monstruoso que roubou o quanto quis e chegou a abusar sexualmente até de seus próprios filhos. Em 2012 Ratzinger ordenou a organização de 110 conferências episcopais ao redor do mundo onde as vítimas de abusos sexuais pudessem confrontar cara a cara seus abusadores. Algumas apenas foram organizadas com esse fim. A vasta maioria simplesmente ignorou a ordem papal e continuam protegendo os criminosos e pagando vultosas quantias em indenizações.

Esses são certamente motivos mais precisos para explicar a súbita renúncia. Mas nunca devemos nos esquecer que Ratzinger serviu fielmente a Igreja Romana toda sua vida e certamente não desconhecia seus crimes através dos séculos e as imoralidades nojentas das últimas décadas. Podemos dizer qualquer coisa acerca de Ratzinger, menos que ele era ou é inocente. Seu afastamento, provavelmente por não suportar mais as pressões, na realidade, abre as portas para que a Igreja Católica Apostólica Romana se reorganize para seguir trilhando o caminho da autodestruição tão ao gosto de boa parte do seu mais elevado clero, e especialmente, da cúria romana. Não são poucos os vaticanistas que acreditam que o vazamento dos documentos foi orquestrado para conduzir Ratzinger a renunciar e tentar estabelecer um cardeal italiano no trono papal. O tempo irá dizer se esses analistas estão ou não certos. Para muitos membros da cúria romana o fato da cadeira papal estar sendo ocupada por “estrangeiros” desde 1978 é algo inaceitável. Afinal de contas a Igreja é romana! Os cardeais italianos são 30 contra 11 estadunidenses e 6 alemães. Os outros países todos têm números sempre menores que esses.

Como diz a frase cunhada pelos próprios católicos “Roma Semper Eadem” ou Roma Sempre a Mesma. Portanto, não devemos esperar grandes mudanças seja quem for o “eleito”. Roma continuará sempre a mesma. Enganando o povo, se aproveitando dos mais pobres e humildes e acobertando os pedófilos e os homossexuais. Também continuará a privilegiar a cúria romana com uma vida nababesca, bem como os cardeais arcebispos ao redor do mundo. Tudo isso está muito longe do carpinteiro de Nazaré e de sua pequena congregação de homens simples aos quais foi ordenado que deviam servir o povo de Deus e não explorá-lo.

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

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