Esse artigo é parte da série "O Senhor é Meu Pastor do Salmo 23" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nesse Salmo, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará uma lista de todos os artigos dessa série.
Texto: Salmo 23:6a
Introdução.
• O último verso do Salmo 23 se parece mais com o verso 1 e menos com os outros versículos que analisamos até agora.
• De modo diferente dos outros versos, de 2 ao 5, o verso 6 não afirma algo que o Bom Pastor faz, diretamente, pela ovelha.
• Como no verso primeiro o Salmista afirmou, cheio de certeza que, porque o SENHOR é o meu pastor, então... NADA ME FALTARÁ.
• Assim também nesse último verso, o Salmista reconhece que, porque...
O Bom Pastor me faz repousar em pastos verdejantes.
O Bom Pastor leva-me para junto das águas de descanso.
O Bom Pastor Refrigera-me a alma.
O Bom Pastor guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque o teu bordão e o teu cajado me consolam.
O Bom Pastor prepara-me uma mesa na presença dos meus adversários.
O Bom Pastor unge-me a cabeça com óleo.
O Bom Pastor faz meu cálice transbordar em toda plenitude.
• Coisas essas que expressam o cuidado do pastor atencioso, e seu diligente esforço e dedicação para o bem estar das ovelhas então, o salmista tem certeza que...
BONDADE E MISERICÓRDIA CERTAMENTE ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA
• Essa é a verdadeira situação da ovelha descrita no Salmo 23:
É uma situação privilegiada.
É uma situação onde ela pode estar sempre, perfeitamente em paz, porque a bondade e segurança estarão sempre presentes.
É uma situação onde NADA MAIS É NECESSÁRIO.
I. A Insatisfação dos Evangélicos Contemporâneos
• No sermão anterior nós tivemos a oportunidade de falar em como os cristãos estão sendo, gradativamente, transformados:
De um povo que deve manifestar “contentamento” em todas as coisas, conforme nos ensina a Bíblia em
1 Timóteo 6:6—8.
6 De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento.
7 Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.
8 Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.
Em um povo que deve manifestar descontentamento e até mesmo revolta diante das situações complicadas dessa vida.
• Um exemplo típico disso que estamos dizendo são os folhetos produzidos e distribuídos pelas igrejas chamadas evangélicas em São João da Boa Vista. Outro dia colocaram um desses folhetos na minha caixa de correio. Ele dizia o seguinte:
O DIA DA SUA VITÓRIA CHEGOU
Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Não se conforme mais com a depressão, amargura, vida amarrada e com o fracasso constante.
Pare de Sofrer! (não era folheto da Igreja Universal).
ACREDITE: Deus tem uma vida vitoriosa para você.
Assim diz o Senhor:
“Eu vim para tenha vida, e vida em abundância” (João 10:10).
• Pergunto: Esse folheto e convite têm alguma coisa a ver com o chamado de Jesus que encontramos em
Marcos 8:34—37
34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
35 Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á.
36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
37 Que daria um homem em troca de sua alma?
• Como falamos também na mensagem passada, as pessoas que atendem à esses tipos de convites e frequentam essas reuniões, nunca chegam a conhecer o Senhor Jesus de verdade. Dizemos isso porque, uma vez que a pessoa encontra Jesus, ela encontra aquilo que a alma deseja: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. A satisfação verdadeira não está atrelada a ausência de problemas e dificuldades, e sim, à presença do fruto do Espírito Santo em nossas vidas.
• Mas esse tipo de seguidor de Jesus – não é discípulo de verdade – que busca seus próprios interesses e não o Senhor, é algo que já existia nos dias em que Jesus viveu entre nós.
• Em João 6:22—40, nós temos uma descrição perfeita dos evangélicos modernos, de pessoas que estão interessadas apenas em resolverem seus problemas imediatos. Pessoas que não estão interessadas em um relacionamento dia a dia com Jesus, mas querem apenas, “encher suas barrigas”, vez após vez, enganados que estão por achar que a vida se resume a comida – ver Mateus 6:31—34.
• Para entender melhor o que estou dizendo, vamos destacar algumas verdades desses versículos:
Antecedente ao texto: Jesus multiplica pães e peixes e alimenta uma grande multidão – ver João 6:5—13.
Aqueles judeus, que participam daquela refeição acharam que Jesus era o profeta prometido por Moisés – ver Deuteronômio 18:15—19 – e se levantaram e vieram arrebatá-Lo para fazê-Lo rei, mas Jesus fugiu deles – ver João 6:14—15.
Naquela noite, Jesus veio andando por sobre as águas ao encontro dos discípulos que estavam no meio do Mar da Galiléia e os ajudou a chegar ao destino pretendido – ver João 6:16—21.
Os que haviam se alimentado, ainda não tinham desistido dos seus planos. E partiram em busca de Jesus indo encontrá-lo em Cafarnaum – ver João 6:22—24.
Quando o encontraram quiseram ser simpáticos perguntando: Mestre, quando chegastes aqui? – João 6.25
Jesus não tinha nenhuma propensão nem para papo furado, nem para conversa mole e, logo os confrontou com as seguintes palavras: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes – João 6.26. Ou seja, vocês não estão aqui a minha procura – de mim como pessoa – e sim porque vocês querem algo de mim.
Querem que lhes faça algo, como lhes fiz ontem, quando vocês encheram suas barrigas.
Jesus então chama a atenção daquelas pessoas para que valorizem o que realmente tem valor: Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo – João 6.27.
Os judeus fingem concordar e reagem com outra pergunta: Dirigiam-se, pois, a ele perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus? – João 6:28.
A resposta de Jesus os perturba, porque não é bem o que eles queriam ouvir: Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado – João 6.29.
Os Judeus então, como sempre, ávidos por um sinal. Eles perguntaram a Jesus que sinal ele tinha para mostrar a fim de dar credibilidade ao que ele estava dizendo: Então lhes disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos? – João 6.30. Depois eles emendam o seguinte comentário: Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes pão do véu – João 6:31
Existem nessa firmação, dois elementos que não estão formalmente declarados: O primeiro é a crença Deles de que Jesus era o profeta prometido e substituto de Moisés conforme Deuteronômio 18. A segunda é que eles se lembravam que Moisés alimentou seus antepassados por longos 40 anos.
Mas Jesus corrige a compreensão equivocada deles, acerca de Moisés, afirmando o seguinte: Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é o meu pai quem vos dá – João 6:32. E mais: Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo – João 6:33.
Os judeus, é claro, estavam muito interessados nesse pão que além de “encher a barriga”, ainda poderia dar vida. Eles são o protótipo perfeito dos evangélicos de hoje que sabem apenas pedir, pedir e pedir mais ainda. Os judeus então pedem: Então, lhes disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão – João 6:34.
A resposta surpreendente de Jesus foi: Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede – João 6:35. Jesus estava falando de verdadeira satisfação. Da satisfação que decorre do relacionamento com Deus e não em função do que Deus pode fazer a nosso favor, como desejam tanto os evangélicos desse dias.
A seguir Jesus procede dizendo, com todas as letras, que eles não estavam realmente interessados em um relacionamento com aquele que veio do céu e que, infelizmente, para eles, ele não tinha nada mais para oferecer a não ser: a salvação, a reconciliação e a paz com Deus – ver João 6:36—40.
II. A Satisfação dos Verdadeiros Discípulos de Jesus.
• Como discípulos de Jesus nós temos a certeza dos muitos cuidados que o Senhor tem por nós – ver
Efésios 1:7—8.
7 no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,
8 que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,
• Jesus deu sua própria vida para que nós tivéssemos vida verdadeira. Que mais podemos querer?
• Mas os cuidados dos nosso Bom Pastor não se resumem ao que ele faz para garantir nosso bem estar espiritual hoje.
• Ele nos assegura que sua bondade e suas misericórdias, certamente, nos seguirão. Note: elas nos seguirão, nós não precisamos ir atrás delas. São elas que virão atrás de nós.
• Sobre a bondade de Deus:
Salmos 31:19 – como é grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, da qual usas, perante os filhos dos homens, para com os que em ti se refugiam!
Salmos 106:4 – Lembra-te de mim, SENHOR, segundo a tua bondade para com o teu povo; visita-me com a tua salvação.
Salmos 107:8 – Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!
Salmos 119:76 – Venha, pois, a tua bondade consolar-me segundo a palavra que deste ao teu servo.
• Sobre a misericórdia de Deus:
Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca – Lamentações 3:21—25.
Conclusão:
1. Que tipo de vida queremos viver?
• De discípulos verdadeiros, em um relacionamento de comunhão com Deus?
• Ou de seguidores interessados apenas em “encher nossas barrigas”?
2. Nós podemos ter certeza, porque a palavra de Deus assim nos diz, que a bondade e a misericórdia de Deus estarão sempre presentes em nossas vidas nos acompanhando, mesmo quando:
• Nosso organismo sofrer um colapso.
• Perdemos nosso emprego ou vemos nosso negócio falir.
• Nossos filhos reprovam o ano, não passam nos exames de admissão ou vestibulares.
• Qualquer um dos nossos amados começa a andar com más companhias.
• Descobrimos que, sem razões válidas, os amigos provam que eram falsos e voltam-se contra nós
3. Quando aprendemos que a bondade e a misericórdia de Deus nos seguem, de repente nos damos conta de como todas as dificuldades concorrem, de alguma maneira, para nosso bem estar e benefício espiritual - ver Romanos 8:28.
4. Não devemos ser como essa multidão de verdadeiros tolos que chegam mesmo a acreditar que recebendo o que estão buscando – seja lá o que for que estejam buscando – poderão ser felizes. Satisfação verdadeira não está em coisas ou circunstâncias. Satisfação verdadeira está em um relacionamento correto com Deus e com o seu enviado, Jesus Cristo, na força que o Espírito Santo supre.
5. Esse relacionamento com Deus e com Jesus é dinâmico e corresponde a desfrutar da própria vida eterna aqui e agora! Que mais você pode querer? Está tudo no RELACIONAMENTO! Ver João 17:3. Note o tempo do verbo: A VIDA ETERNA É ESTA: QUE TE CONHEÇAM A TI, O ÚNICO DEUS VERDADEIRO, E A JESUS CRISTO, A QUEM ENVIASTE. Veja bem: não tem nada a ver com coisas, condições ou situações. Tudo depende de conhecimento que se desenvolve através do relacionamento.
6. Que a bondade e a misericórdia do Senhor, se renovem a cada manhã e nos sigam conforme o Senhor nos tem prometido.
7. Que possamos nos relacionar com Jesus e com o Pai, na força que o Espírito Santo nos concede e sejamos sempre contentes e agradecidos, sabendo do extremado cuidado que nosso Bom Pastor tem por nós.
8. Que possamos deixar fluir e fazer fluir a bondade e a misericórdia através de nós para que alcancem a todos os outros com os quais nos relacionamos, sejam ele incrédulos ou crentes, mas, especialmente, aos que são crentes – Ver Gálatas 6:10.
Amém!
OUTROS ESTUDOS DESSA SÉRIE PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:
001 – O SENHOR É O MEU PASTOR =
002 – NADA ME FALTARÁ =
003 – ELE ME FAZ REPOUSAR =
004 — AGUAS DE DESCANSO =
005 – REFRIGERA-ME A ALMA
006 – GUIA-ME PELAS VEREDAS DA JUSTIÇA
007 – AINDA QUE EU ANDE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE
008 — O TEU BORDÃO E O TEU CAJADO ME CONSOLAM
009 — PREPARAS-ME UMA MESA NA PRESENÇA DOS MEUS ADVERSÁRIOS
010 — UNGES-ME A CABEÇA COM ÓLEO
011 — O MEU CÁLICE TRANSBORDA
012 — BONDADE E MISERICÓRDIA CERTAMENTE ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DA MIMHA VIDA
013 — E HBITAREI NA CASA DO SENHOR PARA TODO O SEMPRE
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2013/06/salmos-236b-e-habitarei-na-casa-do.htmlAlexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
Fico pensando em como muitos arrogam para si a verdadeira revelação das Palavras de Deus e tentam colocá-lo numa lata de sardinha com tempero ao seu sabor, sem sal e sem açucar. A criatura querendo tomar o lugar do Criador. Seu artigo tem bons trechos, entretanto carece de verdadeiro entendimento da Palavra de Deus, tanto é que chama de "tolos" os que estão buscando aliviar a sobrecarga de suas vidas. Por favor, leia Mt 5:23 e 11:25, 28-30. Não sou da igreja a quem o senhor se referiu, porém, vejo que a bondade e a misericórdia de Deus quer se estender a essas pessoas que o senhor chama de tolos, porém não tem a oportunidade de ir a eles porque não há quem acredite que Deus é Deus e não precisa de ninguém que o ensine. Que Deus te ilumine!
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