Em uma semana o Brasil estará
celebrando a chamada “páscoa”. Muitos cristãos também estarão celebrando a
páscoa, alguns à moda brasileira — apenas como uma festa popular — mas o ramo
judaizante da cristandade brasileira irá celebrar a páscoa judaica como se
fossem judeus. Por motivos que a eles parecem óbvio não irão celebrar a “Ressurreição
de Cristo” considerada por muitos uma festa “pagâ.
Por esses dias o Jornal “Brasil
Presbiteriano” publicou um artigo muito interessante da autoria do irmão
Augustus Nicodemus Lopes que reproduzimos abaixo, porque consideramos que o
mesmo aborda, de forma concisa, essa questão:
Verdades e Mitos sobre a Páscoa
Por
Augustus Nicodemus Lopes
Nesta
época do ano celebra-se a Páscoa em toda a cristandade, ocasião que só perde em
popularidade para o Natal. Apesar disto, há muitas concepções errôneas e
equivocadas sobre a data.
A Páscoa
é uma festa judaica. Seu nome, “páscoa”, vem da palavra hebraica pessach que
significa “passar por cima”, uma referência ao episódio da Décima Praga narrado
no Antigo Testamento quando o anjo da morte “passou por cima” das casas dos
judeus no Egito e não entrou em nenhuma delas para matar os primogênitos. A
razão foi que os israelitas haviam sacrificado um cordeiro, por ordem de
Moisés, e espargido o sangue dele nos umbrais e soleiras das portas. Ao ver o
sangue, o anjo da morte “passou” aquela casa. Naquela mesma noite os judeus
saíram livres do Egito, após mais de 400 anos de escravidão. Moisés então
instituiu a festa da “páscoa” como memorial do evento. Nesta festa, que
tornou-se a mais importante festa anual dos judeus, sacrificava-se um cordeiro
que era comido com ervas amargas e pães sem fermento.
Jesus
Cristo foi traído, preso e morto durante a celebração de uma delas em
Jerusalém. Sua ressurreição ocorreu no domingo de manhã cedo, após o sábado
pascoal. Como sua morte quase que certamente aconteceu na sexta-feira (há quem
defenda a quarta-feira), a “sexta da paixão” entrou no calendário litúrgico
cristão durante a idade média como dia santo.
Na
quinta-feira à noite, antes de ser traído, enquanto Jesus, como todos os demais
judeus, comia o cordeiro pascoal com seus discípulos em Jerusalém, determinou
que os discípulos passassem a comer, não mais a páscoa, mas a comer pão e tomar
vinho em memória dele. Estes elementos simbolizavam seu corpo e seu sangue que
seriam dados pelos pecados de muitos – uma referência antecipada à sua morte na
cruz.
Portanto,
cristãos não celebram a páscoa, que é uma festa judaica. Para nós, era
simbólica do sacrifício de Jesus, o cordeiro de Deus, cujo sangue impede que o
anjo da morte nos destrua eternamente. Os cristãos comem pão e bebem vinho em
memória de Cristo, e isto não somente nesta época do ano, mas durante o ano
todo.
A Páscoa,
também, não é dia santo para nós. Para os cristãos há apenas um dia que poderia
ser chamado de santo – o domingo, pois foi num domingo que Jesus ressuscitou de
entre os mortos. O foco dos eventos acontecidos com Jesus durante a semana da
Páscoa em Jerusalém é sua ressurreição no domingo de manhã. Se ele não tivesse
ressuscitado sua morte teria sido em vão. Seu resgate de entre os mortos
comprova que Ele era o Filho de Deus e que sua morte tem poder para perdoar os
pecados dos que nele creem.
Por fim,
coelhos, ovos e outros apetrechos populares foram acrescentados ao evento da
Páscoa pela crendice e superstição populares. Nada têm a ver com o significado
da Páscoa judaica e nem da ceia do Senhor celebrada pelos cristãos.
Em termos
práticos, os cristãos podem tomar as seguintes atitudes para com as celebrações
da Páscoa tão populares em nosso país: (1) rejeitá-las completamente, por causa
dos erros, equívocos, superstições e mercantilismo que contaminaram a ocasião;
(2) aceitá-las normalmente como parte da cultura brasileira; (3) usar a ocasião
para redimir o verdadeiro sentido da Páscoa.
Eu opto
por esta última.
O artigo original do irmão Augustus
foi primeiramente publicado em seu blog e pode ser visto por meio desse link
aqui:
http://tempora-mores.blogspot.com.br/2012/04/verdades-e-mitos-sobre-pascoa.html
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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