Karen King examina o fragmento: análise não prova que Cristo era casado
Quantas são as mentiras assacadas
contra o Senhor Jesus Cristo. Creio que devem passar dos milhares. Normalmente
são anunciadas em letras grandes, apenas para depois serem desmentidas em
letras bem pequenininhas que ninguém conseguirá encontrar mesmo. Então a
lembrança da mentira é a que fica.
Um caso não muito velho foi a
sensacional “descoberta” da urna mortuária da família de Jesus, com direito a
um documentário do National Geographic dirigido por James Cameron — Titanic, a
série O Exterminador do Futuro — que não demorou muito para ser denunciada como
uma fraude e frustrou a expectativa de todos de faturarem com um filme de longa
metragem abordando o tema.
O mesmo acontece agora com uma
notícia divulgada pela agência France Press e publicada pelo Correio
Braziliense acerca de uma fantasiosa referência feita por Jesus com relação a
uma suposta esposa que o Senhor tinha. Quanta bobagem e quanto tempo perdido.
Mas, assim mesmo, segue a notícia conforme publicada no jornal de Brasília.
Análises apontam que papiro que fala da esposa de Jesus não é falso.
Acredita-se
que o fragmento seja proveniente do Egito e contém escritos que afirmam:
"Jesus disse-lhes: 'Minha esposa...'"
Washington
- Um pedaço de papiro antigo que contém uma menção à esposa de Jesus não é uma
falsificação, de acordo com uma análise científica do controverso texto,
declararam nesta quinta-feira (10/4) pesquisadores americanos.
Acredita-se
que o fragmento seja proveniente do Egito e contém escritos na língua copta,
que afirmam: "Jesus disse-lhes: 'Minha esposa...'". Outra parte diz
ainda: "Ela poderá ser minha discípula".
A
descoberta do papiro, em 2012, provocou um rebuliço. Pelo fato de a tradição
cristã afirmar que Jesus não era casado, o documento atiçou os debates sobre o
celibato e o papel das mulheres na Igreja. O jornal do Vaticano declarou que o
papiro era uma farsa, juntamente com outros estudiosos, que duvidaram de sua
autenticidade baseados em sua gramática pobre, texto borrado e origem incerta.
Nunca antes um evangelho se referiu a Jesus como casado, ou tendo mulheres como discípulos. Mas uma nova análise científica do papiro e da tinta, bem como da escrita e da gramática, mostrou que o documento é antigo. "Nenhuma evidência de fabricação moderna ('falsificação') foi encontrada", declarou a Harvard Divinity School em um comunicado.
Nunca antes um evangelho se referiu a Jesus como casado, ou tendo mulheres como discípulos. Mas uma nova análise científica do papiro e da tinta, bem como da escrita e da gramática, mostrou que o documento é antigo. "Nenhuma evidência de fabricação moderna ('falsificação') foi encontrada", declarou a Harvard Divinity School em um comunicado.
O
fragmento provavelmente remonta a uma data entre os séculos VI e IX, mas
poderia ter sido escrito até mesmo no segundo século da Era Comum, segundo os
resultados do estudo publicados na Harvard Theological Review.
A datação por radiocarbono do papiro e uma análise da tinta utilizando espectroscopia Micro-Raman foram realizadas por especialistas da Universidade de Columbia, da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
A datação por radiocarbono do papiro e uma análise da tinta utilizando espectroscopia Micro-Raman foram realizadas por especialistas da Universidade de Columbia, da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
"A
equipe concluiu que a composição química do papiro e os padrões de oxidação são
consistentes com papiros antigos, ao comparar o fragmento do Evangelho da
Esposa de Jesus (Gospel of Jesus' Wife - GJW, em inglês) com um fragmento do
Evangelho de João", declarou o estudo.
"O
teste atual suporta, assim, a conclusão de que o papiro e a tinta do GJW são
antigos", esclareceu.
Origem desconhecida
A origem
do papiro é desconhecida. Karen King, historiadora da Harvard Divinity School,
o recebeu de um colecionador - que pediu para permanecer anônimo - em 2012.
King, uma historiadora do cristianismo primitivo, declarou que a ciência mostrar que o papiro é antigo não prova que Jesus era casado.
King, uma historiadora do cristianismo primitivo, declarou que a ciência mostrar que o papiro é antigo não prova que Jesus era casado.
"A questão
principal do fragmento é afirmar que as mulheres que são mães e esposas podem
ser discípulas de Jesus — um tema que foi muito debatido no início do
cristianismo, num momento em que a virgindade celibatária se tornou cada vez
mais valorizada", explicou King em um comunicado.
"Este
fragmento do evangelho fornece uma razão para reconsiderar o que pensávamos que
sabíamos, ao se perguntar o papel que as declarações sobre o estado civil de
Jesus desempenharam historicamente nas controvérsias cristãs sobre casamento,
celibato e família".
O
fragmento mede quatro por oito centímetros.
Pedaço de papiro traz a inscrição: “Jesus disse a eles, minha esposa” (Foto: Karen L. King/Harvard/Divulgação)
Pedaço de papiro traz a inscrição: “Jesus disse a eles, minha esposa” (Foto: Karen L. King/Harvard/Divulgação)
King
declarou que a data do documento — escrito séculos depois da morte de Jesus —
significa que o autor não conhecia Jesus pessoalmente. Sua aparência bruta e os
erros gramaticais sugerem que o escritor tinha apenas uma educação elementar,
acrescentou.
Leo
Depuydt, professor de Egiptologia da Universidade Brown, escreveu um artigo,
também publicado na Harvard Theological Review, descrevendo por que acredita
que o documento é falso. "O fragmento do papiro parece perfeito para um
esquete do Monty Python" (famoso grupo de comediantes britânicos),
declarou. Ele apontou erros gramaticais e o fato de as palavras "minha
esposa" parecerem ter sido enfatizadas em negrito, o que não é utilizado
em outros textos coptas antigos.
"Como um estudante de copta convencido de que o fragmento é uma criação moderna, sou incapaz de fugir à impressão de que existe algo quase engraçado no uso das letras em negrito", escreveu.
"Como um estudante de copta convencido de que o fragmento é uma criação moderna, sou incapaz de fugir à impressão de que existe algo quase engraçado no uso das letras em negrito", escreveu.
King
publicou uma refutação às críticas de Depuydt, dizendo que o fato de a tinta
estar borrada era comum e que as letras abaixo de "minha esposa" eram
ainda mais escuras.
O artigo original publicado pelo
Correio Braziliense poderá ser visto por meio desse link aqui:
NOSSO COMENTÁRIO.
Para nós são suficientes as
palavras da própria Dra. King da Universidade de Harvard, que: apesar do
documento ser antigo, não quer dizer que a afirmação seja verdadeira. E não é
mesmo. Trata-se de mais uma invencionice, provavelmente gnóstica de gente que
escrevia porque queria aparecer, como é o caso do mais do que falso “Testamento
de Judas”, um livro escrito 400 anos depois dos acontecimentos que pretende
narrar como testemunha ocular.
O papiro agora revelado foi escrito
entre os séculos VI e IX a.D., mas pode ser mais antigo. Esse “pode” não passa
de pura especulação de quem quer, provavelmente, faturar com o mesmo.
Bem, temos certeza que do mesmo
jeito que a notícia surgiu em forma de estardalhaço, a mesma de seu “sepultamento”
colocado em alguma nota bem próxima do rodapé de uma página par do jornal, com
a seguinte afirmação: “Documento que fala da esposa de Jesus provado falso”.
E vai ficar tudo por isso mesmo.
Grande abraço e que Deus abençoe
a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a
todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook
através do seguinte link:
http://www.facebook.com/pages/O-Grande-Diálogo/193483684110775
Desde já
agradecemos a todos.
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