Há alguns dias um leitor do blog
me escreveu pedindo para eu iniciar com ele uma discussão sadia e respeitável
acerca do que ele chamou “da possibilidade de um dilúvio global e da construção de uma
arca (de acordo com as dimensões descritas na bíblia e que tenho certeza você
sabe quais são) em pares toda a espécie animal existente na terra”.
Como é minha convicção que esse
assunto é do interesse geral, e parece que todas as perguntas do leitor serão
desse modo mesmo, eu penso que o melhor é responder por meio de artigos que
possam ser do proveito de todos os leitores do Blog o Grande Diálogo.
Bem, o leitor pediu para a gente
comentar sobre a arca de Noé, os animais dentro da arca e o dilúvio global.
Então vamos responder por parte, evitando generalizações, o quanto possível e
até acrescentando informações que não foram solicitadas pelo nosso amigo
inquiridor.
I.
Deus Manda Noé Construir a Arca e Promete Fazer uma Aliança com ele – Gênesis –
6:14—22.Antes de qualquer coisa, eu preciso começar dizendo que, em muitos assuntos a narrativa bíblica é sucinta e discreta, bem distinta de outras narrativas que alguns pretendem fazer competir com a aquela que encontramos nas Escrituras. Por esse motivo, não iremos especular de forma absurda, mas, quando necessário, faremos sim algum tipo de especulação que seja razoável. Por outro lado também queremos deixar claro que existem muitas afirmações dogmáticas, feitas por pessoas que não conhecem e pior, que não entendem a narrativa bíblica. Entre essas afirmações as mais comuns são: 1) A arca é apenas uma lenda; 2) Os animais não caberiam dentro da arca. Bem, nós pretendemos mostrar que, na maioria desses casos, quem faz tal tipo de afirmação não conhece o suficiente nem da Bíblia nem de zoologia. Mas nosso propósito é ajudar a todos e esperamos que esse material possa contribuir para um debate, sempre mais amplo, especialmente também entre os próprios evangélicos que, muitas vezes, demonstram desconhecer, de forma absoluta, toda essa questão.
1. A Arca de Noé – Detalhes Técnicos contidos na Bíblia Gênesis 6:14—22
14 Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora.
15 Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento; de cinqüenta, a largura; e a altura, de trinta.
16 Farás ao seu redor uma abertura de um côvado de altura; a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimentos na arca: um em baixo, um segundo e um terceiro.
17 Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda carne em que há fôlego de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá.
18 Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos.
19 De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo.
20 Das aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida.
21 Leva contigo de tudo o que se come, ajunta-o contigo; ser-te-á para alimento, a ti e a eles.
22 Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara.
A arca foi uma embarcação construída sob a orientação de Deus, e que foi destinada a salvar Noé e sua família da destruição que iria se abater sobre a raça humana, por meio das águas do dilúvio. As mesmas águas que iriam dar um fim à toda aquela situação, de absoluta corrupção em que se encontravam os seres humanos naqueles dias, seriam o meio pelo qual, mediante a arca, Noé e os seus seriam salvos — ver 1 Pedro 3:20. O que representava a perdição de uns, representava a salvação para outros. A arca nos revela tanto a misericórdia — bondade — quanto o julgamento — a severidade — de Deus — ver Romanos 11:22. O julgamento de Deus pode ser visto na destruição dos perversos, ao passo que Sua misericórdia pode ser vista na preservação de Noé e, por meio dele, na preservação da raça humana e dos animais criados. O mesmo é verdadeiro com respeito à palavra acerca da cruz do Senhor Jesus que é, para nós, prova do poder de Deus, mas para os que se perdem não passa de loucura — ver 1 Coríntios 1:18—29. Também podemos notar, no texto de Gênesis, que Noé não era nem um dos נְּפִלִים — nefiliym — gigantes, nem pertencia à classe dos גִּבֹּרִים — guibboriym — valentes. Mas foi exatamente esse homem, Noé, que Deus escolheu para humilhar os grandes e os poderosos. Juntamente com Noé e toda sua família, Deus também salvou os animais por meio das águas do dilúvio.
A arca, segundo as instruções fornecidas por Deus a Noé, media 150 metros de cumprimento por 25 metros de largura e 15 metros de altura aproximadamente, se utilizarmos um côvado[1] médio de 50 cm — ver Gênesis 6:15. Em termos modernos, calcula-se que a arca possuía uma capacidade de deslocamento da ordem de 43.500 toneladas. Assim construída, a arca era um barco extremamente estável e perfeitamente habilitado para flutuar. Não havia necessidade de transportá-la para colocá-la na água, porque as águas viriam até onde ela estava. A madeira que Deus ordenou Noé utilizar para construir a arca é chamada, no original, de גֹפֶר — gofer — e é traduzida por “cipreste”. Todavia devemos deixar bem claro que esta a palavra גֹפֶר — gofer, no hebraico, representa um tipo de madeira desconhecida, porque o sentido desta expressão é desconhecido. O material usado para calafetar a arca foi o betume, que foi aplicado tanto por dentro quanto por fora – ver Gênesis 6:14. A iluminação e a ventilação interna estavam garantidas pela construção — aparentemente no alto — de uma estrutura vazada que circundava todo o perímetro da arca — ver Gênesis 6:16. Esta estrutura vazada tinha a largura de 1 Côvado ou 50 cm aproximadamente. A arca possuía apenas uma porta lateral e tinha três andares — Gênesis 6:16. Certamente para construí-la era necessária enorme habilidade de carpintaria. Mas, como acontece com todos os mandamentos de Deus, juntamente com os mandamentos, o Senhor sempre supre a capacidade para que possamos obedecê-los.
A maioria das pessoas não sabe o que é um navio capaz de deslocar 43.500 toneladas. Assim, para ajudar todos a entender a Arca que Noé construiu e como ela era bem diferente de outras narrativas antigas, que descrevem uma arca e também o próprio dilúvio oferecemos algumas fotos de uma reconstrução moderna da Arca e uma imagem de uma arca “concorrente” citada no Épico de Gilgamesh da Babilônia:
A. A arca de Noé numa réplica moderna
seguindo os parâmetros fornecidos pela Bíblia:
Réplica da Arca de Noé Inaugurado em Schagen, Países Baixos e seu idealizadoB. Modelo da Arca do
Var mais fotos dessa arca moderna por meio desse link aqui:
http://www.tlarkins.net/stuff/faith/ark.html
A arca do Épico de Gilgamesh era um Cubo de 72 metros cúbicos e tinha 10 andares; Era totalmente imprópria para a nevagação. Seria mais como um dado jogado de um lado para o outro.
2. Poderiam Todos os Animais Caber na Arca?
A primeira coisa que precisamos deixar bem claro é que Noé não levou “todos os animais que existiam para dentro da Arca”!
Essa questão tem a ver com dois aspectos importantes: 1) O tamanho da Arca de Noé — questão discutida acima; 2) O número de animais que foi colocado dentro da arca.
Como já dissemos acima, nem toda espécie de criatura viva foi levada para dentro da arca. De acordo com Gênesis 7:15 — De toda carne, em que havia fôlego de vida, entraram de dois em dois para Noé na arca. O texto hebraico é claro o suficiente ao dizer בָּשָׂר אֲשֶׁר־בּוֹ רוּחַ חַיִּים — basar asher bo ruwach chayiym — carne em que havia fôlego de vida. Outro verso importante aqui é Gênesis 7:21 — Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo homem. Daqui queremos apenas destacar que se tratava de בָּשָׂר הָרֹמֵשׂ עַל־הָאָרֶץ — basar haromes `al haa`ertz — carne que se movia sobre a terra.
Com essas informações, podemos com bastante certeza afirmar que nenhum peixe foi levado para dentro da arca, pois eles não respiram o ar por narizes. Baleias e golfinhos apesar de respirarem num processo semelhante aos outros seres, também não entraram na arca, porque não se moviam sobre a terra. Peixes, baleias e golfinhos sobreviveram ao dilúvio, em quantidades suficientes, mas temos que reconhecer que o registro fóssil indica que uma grande quantidade desses animais pereceu quando sedimentos e outros detritos, provavelmente, contaminaram a água. Há registro de muitos fósseis marinhos que pereceram durante o dilúvio.
É bem possível que os insetos não foram levados para dentro da arca, eles não possuem narinas para respirar, mas repiram por meo de tubos atrelados às suas carcaças — ver Gênesis 7:22 — Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu. Note bem a expressão בֶּחָרָבָה — becharabah — terra seca! Desse modo os insetos podem sobreviver se abrigando sobre detritos flutuantes, inclusive aglomerados de galhos e folhas que funcionavam com verdadeiros “tapetes” flutuantes. Mas como insetos são animais, praticamente incontroláveis, é provável que alguns deles tenham também embarcado na arca, como clandestinos é claro – risos.
O caso dos cachorros pode ser bem ilustrativo. Noé não precisou levar um par de cada cachorro existente naqueles dias, até porque a grande maioria dos cachorros que temos hoje nem existiam nos dias da Antiguidade. Eu creio, e tenho liberdade para pensar assim, que Noé precisou levar apenas um par de cachorros, de alguma espécie da família aparentada com os lobos, que tivesse um material genético bastante variado dentro de si. Outros podem não acreditar nessa possibilidade, mas ela não é absurda. Cães mestiços levam dentro de si uma enorme variedade de material genético. Consulte seu veterinário! Nós sabemos que diferentes tipos de cães foram gerados a partir de casais de espécies de lobos aparentados com cachorros durante alguns milênios. É lógico que não estamos falando de evolução e sim de variações dentro de um mesmo tipo ou espécie conforme podemos ler com certa frequência — 10 vezes — no primeiro capítulo de Gênesis. O mesmo aconteceu, por exemplo com os cavalos.
Dessa forma, nos sabemos que temos, nos dias de hoje, muitos animais diferentes dos que os que existiam nos dias de Noé. Desde o dilúvio, alguns milhares de anos se passaram o que permitiu o desenvolvimento de uma quantidade bastante diversificada de animais. O número exato — que ninguém sabe, nem pode assumir — depende, por completo do significado da palavra hebraica מִין — miyn — traduzida, geralmente por espécie e que tem a seguinte e longa definição no dicionário de Hebraico : Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, publicado em português por Edições Vida Nova.
2. Poderiam Todos os Animais Caber na Arca?
A primeira coisa que precisamos deixar bem claro é que Noé não levou “todos os animais que existiam para dentro da Arca”!
Essa questão tem a ver com dois aspectos importantes: 1) O tamanho da Arca de Noé — questão discutida acima; 2) O número de animais que foi colocado dentro da arca.
Como já dissemos acima, nem toda espécie de criatura viva foi levada para dentro da arca. De acordo com Gênesis 7:15 — De toda carne, em que havia fôlego de vida, entraram de dois em dois para Noé na arca. O texto hebraico é claro o suficiente ao dizer בָּשָׂר אֲשֶׁר־בּוֹ רוּחַ חַיִּים — basar asher bo ruwach chayiym — carne em que havia fôlego de vida. Outro verso importante aqui é Gênesis 7:21 — Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo homem. Daqui queremos apenas destacar que se tratava de בָּשָׂר הָרֹמֵשׂ עַל־הָאָרֶץ — basar haromes `al haa`ertz — carne que se movia sobre a terra.
Com essas informações, podemos com bastante certeza afirmar que nenhum peixe foi levado para dentro da arca, pois eles não respiram o ar por narizes. Baleias e golfinhos apesar de respirarem num processo semelhante aos outros seres, também não entraram na arca, porque não se moviam sobre a terra. Peixes, baleias e golfinhos sobreviveram ao dilúvio, em quantidades suficientes, mas temos que reconhecer que o registro fóssil indica que uma grande quantidade desses animais pereceu quando sedimentos e outros detritos, provavelmente, contaminaram a água. Há registro de muitos fósseis marinhos que pereceram durante o dilúvio.
É bem possível que os insetos não foram levados para dentro da arca, eles não possuem narinas para respirar, mas repiram por meo de tubos atrelados às suas carcaças — ver Gênesis 7:22 — Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu. Note bem a expressão בֶּחָרָבָה — becharabah — terra seca! Desse modo os insetos podem sobreviver se abrigando sobre detritos flutuantes, inclusive aglomerados de galhos e folhas que funcionavam com verdadeiros “tapetes” flutuantes. Mas como insetos são animais, praticamente incontroláveis, é provável que alguns deles tenham também embarcado na arca, como clandestinos é claro – risos.
O caso dos cachorros pode ser bem ilustrativo. Noé não precisou levar um par de cada cachorro existente naqueles dias, até porque a grande maioria dos cachorros que temos hoje nem existiam nos dias da Antiguidade. Eu creio, e tenho liberdade para pensar assim, que Noé precisou levar apenas um par de cachorros, de alguma espécie da família aparentada com os lobos, que tivesse um material genético bastante variado dentro de si. Outros podem não acreditar nessa possibilidade, mas ela não é absurda. Cães mestiços levam dentro de si uma enorme variedade de material genético. Consulte seu veterinário! Nós sabemos que diferentes tipos de cães foram gerados a partir de casais de espécies de lobos aparentados com cachorros durante alguns milênios. É lógico que não estamos falando de evolução e sim de variações dentro de um mesmo tipo ou espécie conforme podemos ler com certa frequência — 10 vezes — no primeiro capítulo de Gênesis. O mesmo aconteceu, por exemplo com os cavalos.
Dessa forma, nos sabemos que temos, nos dias de hoje, muitos animais diferentes dos que os que existiam nos dias de Noé. Desde o dilúvio, alguns milhares de anos se passaram o que permitiu o desenvolvimento de uma quantidade bastante diversificada de animais. O número exato — que ninguém sabe, nem pode assumir — depende, por completo do significado da palavra hebraica מִין — miyn — traduzida, geralmente por espécie e que tem a seguinte e longa definição no dicionário de Hebraico : Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, publicado em português por Edições Vida Nova.
מין miyn
procedente de uma raiz não utilizada significando
repartir
1) gênero, algumas vezes uma espécie (geralmente
de animais). Grupos de organismos vivos pertencentes à mesma “espécie” criada
se descendem do mesmo grupo de genes. Isso não impede a formação de novas
espécies porque isto representa uma divisão do grupo de genes original. A
informação é perdida ou conservada mas não adicionada. Uma nova espécie pode
surgir quando uma população se acha isolada, ocorrendo, então, a procriação por
consangüínidade. Segundo esta definição, uma nova espécie não é uma nova
“espécie” mas uma divisão posterior de uma “espécie” já existente.
Capa do livro mencionado abaixo
John Woodmorappe em seu livro Noah´s Ark: A Feasibility Study — ou A Arca de Noé: Um estudo da Viabilidade da Mesma — estimou que o número total de animais levados por Deus para dentro da arca foi de 16.000, assumindo que a expressão bíblica מִין — miyn — é relativamente equivalente ao grupo de animais que nós identificamos pela expressão moderna “gênero”. Todavia, se optarmos por definir a expressão hebraica acima pelo termo moderno “família”, então a quantidade desaba para 2.000 animais apenas. Talvez, podemos contemporizar e aceitar que algo entre 2.000 e 16.000 animais entraram na arca conduzidos por Deus.
A. De que maneira os animais foram “guardados” dentro da arca?
Modelo da parte interna da Arca que pode ser visto por meio desse link aqui:
http://www.icr.org/article/icrs-modern-day-noah/
Agora vamos voltar ao tamanho da Arca. A arca, como vimos acima, era realmente gigantesca. Sua capacidade de carga era equivalente a 522 vagões de trem como esses que passam próximo de onde moro, várias vezes ao dia, contornando o rio Jaguari indo em direção à mina de bauxita e depois voltando em direção à fábricas de alumínio. O maior trem do mundo tem 330 vagões e se estende por três mil e quinhentos metros e é capaz de deslocar 40.000 mil toneladas de carga[1].
Cada vagão pode acomodar até 240 ovelhas. A arca tinha espaço para transportar 125.000 ovelhas, não coelhos, OVELHAS. Portanto, havia espaço se sobra na arca para os animais, para o alimento, a água (?) e para Noé e sua família — 8 pessoas.
Se Noé acomodou os animais em pequenas celas com um tamanho médio de 50X50X30 cm, então até mesmo o número de 16.000 animais ocuparia apenas o equivalente 14,4 vagões de trem ou 1200 m3. Se quisermos colocar os insetos dentro da arca, algo que como já vimos poderia ser resolvido de outra maneira, todas as espécies conhecidas hoje ocuparia cerca de 1000 m3 ou mais 12 vagões!
Isso deixaria um amplo espaço disponível dentro da arca. Depois de acomodar todos os animais pelo maior número possível, sobraria ainda espaço equivalente 495 vagões que poderia ser usado tanto como espaço adicional de acomodação, bem como para estocar alimentos e água, se necessário.
III. Teria Noé
necessidade de levar qualquer espécie de planta com ele.
Pela narrativa do Gênesis que temos acima, Noé não teve que levar nenhuma espécie de planta com ele. Muitas espécies, certamente, sobreviveram em forma de sementes e também agrupadas em verdadeiros “tapetes” de material vegetal.
IV. Quanto animais “Limpos” e Aves Noé levou para dentro da Arca.
Existe muita divisão entre os estudiosos da Bíblia acerca de quantos animais “limpos” e Aves, realmente, Noé levou para dentro da arca. Alguns acham que foram sete animais limpos de cada. Mas nossa convicção é que Noé levou 7 pares de cada animal limpo, conforme lemos em:
Gênesis 7:2
De todo animal limpo levarás contigo sete pares: o macho e sua fêmea; mas dos animais imundos, um par: o macho e sua fêmea.
Além disso, o verso seguinte nos informa que Deus também trouxe para Noé sete pares de todos os pássaros. Aqui precisamos ser lembrados que a capacidade de estocagem da arca equivalia a quinhentos vagões de carga modernos e também que esses pássaros estão incluídos na contagem que já apresentamos acima:
Gênesis 7:3
Também das aves dos céus, sete pares: macho e fêmea; para se conservar a semente sobre a face da terra.
Todavia quanto às aves, também existiam aves impuras — ver lista em Levítico 11 e Deuteronômio 14 — e temos motivos de sobra para aceitar que dessas aves impuras, Deus trouxe apenas um par de cada espécie.
6. E Quanto aos Alimentos?
É bastante provável que Noé e seus filhos tenham estocado tanto alimentos prensados, quanto alimentos secos e também concentrados. Os animais podem ter sido alimentos com grãos e com feno para suprir as fibras necessárias. De acordo com o livro de John Woodmorappe todo o alimento teria ocupado apenas 15% do espaço da arca, e a água, se foi estocada, algo próximo de 9%.
V. E Quanto aos Alimentos
É bastante provável que Noé e seus filhos tenham estocado tanto alimentos prensados, quanto alimentos secos e também concentrados. Os animais podem ter sido alimentos com grãos e com feno para suprir as fibras necessárias. De acordo com o livro de John Woodmorappe todo o alimento teria ocupadoapenas 15% do espaço da arca, e a água, se foi estocada, algo próximo de 9%.
VI. Dinossauros na Arca?
Tema controvertido porque grupos de paleontoligistas defendem que tenham existido 87 tipos diferentes de saurópodas, mas até hoje, apenas 12 estão firmemente estabelecidos e outros cinco, razoavelmente estabelecidos.[1]
Uma questão sempre levantada pelos críticos é: Como colocar todos os “gigantescos” dinossauros dentro da arca. Bem, vamos trabalhar com os números especulados pela paleontologia que supõe — não existem provas concretas — que existiam 668 gêneros de dinossauros. Desses todos, apenas 106 pesavam mais do que 10 toneladas quando adultos. Mas como já dissemos essa quantidade de gêneros de dinossauros é muito exagerada. Como aconteceu com os outros animais, a maioria dos dinossauros também devem ter sido filhotes, pelas mesmas razões apresentadas acima.
VII. E OS GERMES QUE CAUSAM DOENÇAS, COMO SOBREVIVERAM?
Esse é outro problema levantado muitas vezes por ateus e também por evolucionistas teístas (??): de que maneira os germes que causam doenças sobreviveram ao dilúvio? A primeira coisa que temos que entender é se os germes de então são os mesmos dos nossos dias. E a resposta mais clara é: NÃO! Outra questão é: os germes de então eram tão frágeis como os germes modernos que precisam sempre de diferentes hospedeiros, não conseguindo sobreviver, na maioria dos casos, independente de algum hospedeiro? Independentemente desse fato, nós sabemos que em nossos dias muitos germes podem sobreviver como vetores em insetos, alojados em alguma carcaça de animal morto e até mesmo em estado congelado ou seco. Germes também podem ser carregados por hospedeiros sem, necessariamente, causar nenhum dano ao mesmo. A fraqueza humana diante da contaminação por germes é algo que a ciência comprova como uma situação que tem sido progressivo com a passagem do tempo. Cada nova geração de seres humanos é mais suscetível a doenças do que a geração anterior. Certamente nossos hábitos alimentares e o consumo de centenas de produtos químicos e hormônios, através dos alimentos, são os maiores responsável pelo aumento da nossa própria fragilidade. Mas nos dias de Noé tanto seres humanos quanto animais deveriam ser bem mais resistentes aos germes causadores de enfermidades.
Conclusão.
1. Para os crentes: não é necessário temer nenhuma das acusações levantadas contra algo afirmado pela Bíblia. A Palavra de Deus, apesar de sido escrita para nos ensinar acerca da História da Redenção, e não para fazer ciência, já passou por milhares de acusações e em todas, sem exceção, não se conseguiu provar que a mesma estivesse errada. Nosso problema é que muitas vezes “acreditamos” mais na mentira de pessoas incrédulas e em suas afirmações, muitas vezes sem provas, do que naquilo que a Bíblia afirma, apenas porque desconhecemos os fatos e, temos que admitir, somos preguiçosos demais para nos envolver numa discussão que demande tempo de estudo e pesquisa. Como diz o apóstolo Pedro:
1 Pedro 3:15
14 Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados;
15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.
2. Para os incrédulos. Saibam que muitas das afirmações que são feitas não passam de verdadeira s tolices, porque vocês querem ler as Escrituras Sagradas como se as mesmas tivessem sido escritas ontem, ou antes de ontem e querem entender as palavras no português pelo valor que as mesmas possuem nos dias de hoje. Mas não é assim que as coisas funcionam. É necessário conhecer as ciências, CIÊNCIAS SIM, da interpretação — exegese, hermenêutica e matérias associadas — além das línguas originais em que esse material foi escrito, para poder ter um entendimento rudimentar de algo que foi escrito há cerca de 3500 anos. Peço, portanto, que antes de saírem atirando, tenham um pouco de modéstia e reconheçam que, na grande maioria das vezes, lhes falta o mínimo de conhecimento necessário para interpretar os Textos Sagrados.
Como
esse artigo ficou longo demais, em breve estaremos publicando um outro para
trata da questão se o o dilúvio foi “Global” ou apenas algo localizado? Até lá.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] Côvado era uma medida da
Antigüidade que estava baseada na distância que vai do cotovelo até a ponta do
dedo médio de uma pessoa e que variava entre 45cm a 55cm por côvado.
[2] Ver detalhes em http://www.autoracing.com.br/forum/index.php?showtopic=48444
em 10/04/2014 às 13:47 horas.
[3] McIntosh. J. S., Sauropoda,
em Wieshampel, D.B. etc., The Dinosauria. University of California Press, Berkeley,
1992.
Maravilhoso texto! Parabéns!
ResponderExcluirUma dúvida que ainda tenho é se caberia todas as pessoas que viviam na época de Noé
Caro Moizes,
ExcluirObrigado por tomar do teu tempo para ler algo que escrevemos e por tuas generosas palavras.
Quanto à tua pergunta a resposta tem dois aspectos:
Primeiro a arca não foi construída para salvar a humanidade, mas para salvar Noé, sua família e preservar os animais.
2. Por mais conservadoras que sejam as estimativas da população total naqueles dias de Noé, ainda assim estaremos olhando para cerca de 235 milhões de pessoas, as quais, evidentemente, não caberiam na arca.
Mas como disse no ponto um o propósito da arca não era esse. Deus já havia decidido dar cabo de todos os seres humanos e dos animais também, por causa da brutal corrupção que havia se instalado na face da terra - leia o início do capítulo 6 de Gênesis para entender melhor o propósito de Deus tanto para a raça humana, como para Noé, sua família e os animais que ele transportou na arca.
Espero ter podido ajudar.
Abraço fraterno,
irmão Alex.
Ri muito do seu texto, um verdadeiro absurdo hipócrita, tinha que vir de um crente alienado.
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