quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

ARTHUR W. PINK: A DOUTRINA DA ELEIÇÃO — UM ESTUDO — PARTE 003


Quadro de René Magritte

O material abaixo é parte de um livro escrito por Arthur W. Pink que foi publicado em forma de e-book por:

Fonte: ChapelLibrary.org Título Original: “The Doctrine of Election”

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACRF (Almeida Corrigida Revisada Fiel)

Tradução: OEstandarteDeCristo.com

Tradução William Teixeira

Revisão por Camila Rebeca Almeida

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO

Arthur Walkington Pink

4. Os Corolários[1]1 de Eleição

A Doutrina da Eleição engrandece o caráter de Deus. Ela exemplifica Sua Graça. A Eleição torna conhecido o fato de que a Salvação é dom gratuito de Deus, gratuitamente concedido a quem Ele quer. Isso deve ser assim, para aqueles que a recebem, não sejam eles próprios, diferentes e nem melhores do que aqueles que não recebem. A Eleição permite alguém ir para o inferno para mostrar que todos mereciam morrer. Mas a Graça vem como um arrastão e atrai da humanidade arruinada uma grande multidão, que nenhum homem pode contar, para ser, por toda a eternidade, os monumentos da Misericórdia Soberana de Deus.

Ela exibe sua onipotência. A Eleição torna conhecido o fato de que Deus é Todo-Poderoso, governando e reinando sobre a terra; e declara que ninguém pode resistir com êxito à Sua vontade ou frustrar Seus propósitos secretos. A Eleição revela Deus quebrando a oposição do coração humano, subjugando a inimizade da mente carnal, e com o poder irresistível atraindo Seus escolhidos para Cristo. A Eleição confessa – Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro — 1João 4:19 — e nós acreditamos, porque Ele nos fez dispostos no dia do Seu poder (Salmo 110:3).

Ela atribui toda a glória a Deus, e não permite qualquer crédito para a criatura. Ela nega que os não regenerados são capazes de derivar um pensamento reto, gerar uma afeição correta, ou originar uma volição correta. Ela insiste em que Deus deve operar em nós tanto o querer como o efetuar. Ela declara que o arrependimento e a fé são, eles próprios, dons de Deus, e não algo que o pecador contribui para o preço da sua salvação. Sua linguagem é: Não a nós, Senhor, não a nós — Salmo 115:1 — mas, Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados —Apocalipse 1:5.

“O Senhor faz distinções entre os homens culpados de acordo com a soberania de Sua graça. Porque eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei — Oséias 1:6. Não tinha Judá pecado também? Não poderia o Senhor ter desistido de Judá também!? Na verdade, ele poderia justamente tê-lo feito, mas Ele se deleita na benignidade. Muitos pecaram, e justamente trouxeram sobre si mesmos o castigo devido ao pecado: eles não creem em Cristo, e morrem em seus pecados. Mas Deus tem misericórdia, de acordo com a grandeza do Seu coração, sobre multidões que não poderiam ser salvas com base em qualquer outro fundamento senão o da misericórdia imerecida. Vindicando Seu direito real, Ele diz: Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia — Romanos 9:15. A prerrogativa de Misericórdia é exercida pela Soberania de Deus: Ele exerce esta prerrogativa. Ele dá a quem Ele quiser, e Ele tem o direito de fazê-lo, já que ninguém tem qualquer direito Sobre ele”. (C.H. Spurgeon, Salvação, A Propriedade do Senhor – Oséias 1:7).

Finalmente, a doutrina da eleição garante a preservação eterna de todos os santos de Deus.
Nas Sagradas Escrituras, a questão da nossa salvação é traçada antes — no propósito de Deus — e não no momento em que cremos — isto é, quando ela se torna nossa experimentalmente, mas a um ponto anterior ao começo do tempo. Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu em Cristo (Efésios 1:4). Com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí — Jeremias 31:3. Isso levanta a questão de nossa salvação do tempo para a eternidade. Se fosse apenas uma coisa do tempo, ela pereceria. Mas, porque é uma coisa da eternidade, deve durar para sempre. É impossível imaginar uma vara com apenas uma extremidade nela? O que é eterno deve ser assim em ambas as extremidades. Assim, a Palavra de Deus afirma que aos que predestinou, a estes também chamou: e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou — Romanos 8:30.

5. A Certeza da Eleição

Antes de abordar o que é o lado mais experimental do nosso assunto, vamos rever o fundamento que já foi abordado. Vimos que a Doutrina da Eleição é uma das coisas mais profundas de Deus e deve ser recebida com fé simples, inquestionável; que, como o assunto da Santíssima Trindade, é um mistério profundo que transcende a compreensão da mente finita. Então temos procurado mostrar por uma livre citação das Escrituras que a verdade da Eleição é claramente ensinada na Palavra de Deus; mais ainda, que é uma das verdades mais importantes da Revelação Divina. Além disso, vimos que o princípio da Eleição atravessa todas as relações de Deus com o Seu povo; que, tanto na época do Antigo como do Novo Testamento, Deus passa por alguns e chama outros. Em seguida, consideramos brevemente a justiça da Eleição, e descobriu que em abençoar alguns, Deus não mostrou nenhuma injustiça para com os outros, porque ninguém tem qualquer direito sobre Ele. E que, como a salvação é o Seu dom gratuito, ele dispensa Seus favores de acordo com Sua própria boa vontade. Finalmente, observamos os corolários desta Doutrina e mostramos como ela atribui toda a glória a Deus, e garante da forma mais enfática a segurança eterna de todos os que foram escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo.

E agora, com uma humilde vontade de buscar remover algumas das dificuldades que naturalmente surgem a partir de uma reflexão sobre este assunto, vamos observar algumas das perguntas que normalmente ocorrem a todas as mentes que refletem quando esta Doutrina é trazida perante eles, pela primeira vez.

CONTINUA...

OUTRAS PARTES DESSA MENSAGEM PODERÃO SER VISTAS POR MEIO DOS LINKS ABAIXO

ARTHUR PINK – A DOUTRINA DA ELEIÇÃO – PARTE 001

ARTHUR PINK – A DOUTRINA DA ELEIÇÃO – PARTE 002

ARTHUR PINK – A DOUTRINA DA ELEIÇÃO – PARTE 003
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2014/12/arthur-w-pink-doutrina-da-eleicao-um_24.html

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.


[1] Corolário: Lógica. Proposição deduzida a partir de outra anteriormente demonstrada, fazendo com que um conhecimento seja acrescentado a mesma. (Dicio.com.br)

3 comentários:

  1. Irmão Alex,

    Embora este seja um tema evitado por muitos cristãos, em especial os pentecostais e congêneres, fazendo uma retrospectiva de minha própria existência, não tenho como ignorar que estou outra vez junto a Cristo por causa da infinita misericórdia de Deus que me alcançou de forma inexplicável, como o próprio texto sagrado aludido pelo senhor: "Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia" — Romanos 9:15.

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  2. De outra banda, não obstante o tema ser a Eleição, gostaria de compartilhar uma grande tristeza por que passei em razão dos mercenários da fé no Brasil.

    No dia 13 do corrente mês, estava junto com minha esposa, meus 02 filhos de 15 e 19 anos e outros irmãos de nossa congregação, em uma tarde de sábado em minha cidade(Águas Claras - DF) distribuindo a Bíblia Sagrada para o povo.

    Estava feliz por esse ato de presentear o povo, quando não demorou muito para que eu percebesse que a maioria insistia em perguntar o valor do exemplar distribuído, em especial os que estavam parados no semáforo em seus veículos.
    Mesmo que nós disséssemos que era um presente, ainda assim praticamente todos agradeciam quando sabiam que era de graça.

    Já lhe disse uma vez nesse blog, que fiquei afastado do Caminho por mais de 12 anos.
    Desde os meus 17 anos de idade, agora já com 43, essa é a primeira vez em 26 anos que volto a fazer o que gostava de fazer na adolescência: evangelismo puro e simples com distribuição da Bíblia Sagrada.

    Esse retorno serviu para que eu tivesse plena consciência do quanto os mercenários da fé no Brasil fizeram um grande dano à imagem do Evangelho.

    Em um momento desse evento naquele sábado, cheguei a ficar atordoado com algumas caras e bocas de rejeição que percebi, por algumas pessoas verem em mim mais um mercador da Fé.

    A alegria inicial de realizar esse maravilho trabalho, terminou para mim com uma grande tristeza, por ver o Evangelho de Cristo tão vituperado, vilipendiado e desmoralizado por esses operários da iniquidade que mercadejam a Fé.
    Conheço muito bem essa imagem ruim que temos, mas ver de perto e sentir a reação "in loco" é muito mais estarrecedor.

    Falei com o coordenador do evento que ia parar um pouco para absorver aquelas reações.
    Depois, chorei por dentro no meu peito, no coração ali mesmo na rua, em completa desolação pelo mal causado à imagem da Igreja de Cristo por essa gente inescrupulosa. A minha desolação, definitiva não foi por causa das ofensas tácitas, que relatei, pois as pessoas em minha cidade em sua maioria têm um bom nível de instrução e talvez por isso não fizeram ofensas verbais.
    Chorei com lágrimas quando relatei esse fato para meu irmão que é pastor, quando este veio me visitar agora nessa semana de Natal.

    Por isso, Irmão Alex, desejo que continues desmascarando esses operários da iniquidade.

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    1. Meu caro Joel,

      Concordo com você quanto ao gigantesco dano que esse falso evangelho anunciado por homens verdadeiramente sob o domínio de Satanás tem causado muito mal à verdadeira pregação.

      Outro leitor do Blog acha que o dano é irreversível, apesar de eu achar que para Deus não há impossíveis, mas creio que devemos nos conformar acerca da realidade que o rebanho é pequenino, que são poucos os que acertam com a porta apertada, mas que também o Senhor sempre preserva um remanescente.

      Então prossigamos em fazer o bem, sem desanimar, porque quando fazemos no Senhor, nunca é trabalho vão.

      Que Deus acalme teu coração, te abençoe a perseverar e te dê muita paz.

      Abraços,

      Irmão Alex

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