O Salmo 130 é bem conhecido pelas
suas primeiras palavras em latim: De Profundis ou Das profundezas. O salmo é um
clamor profundo que brota do coração de um ser humano tomado pela mais intensa
perturbação por causa da inquietude causada pelo pecado pessoal. Em meio à sua
dor, o Salmista manifesta sua plena confiança em ser perdoado pelo Deus ETERNO.
“DE
PROFUNDIS”
Uma
Exposição Bíblica e Teológica do Salmo 130
Introdução
A. O Salmo 130 é um
dos 15 Salmos — do Salmo 120 até 134 — que são conhecidos como “Cânticos de
Romagem”.
B. Esses salmos eram cantados
pelo povo de Israel durante a viagem que tinham que fazer, três vezes por ano,
até o local apontado por Deus para celebrar as festas nacionais:
1. Páscoa.
2. Primeiros Frutos
ou Pentecostes
3.Tabernáculos
B. Conforme vimos na
mensagem anterior o Salmista encontra-se “nas profundezas”. Tais profundezas
são bem descritas nas seguintes passagens do Salmo 69
Salmos
69:1—2
1
Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até à alma.
2
Estou atolado em profundo lamaçal, que não dá pé; estou nas profundezas das
águas, e a corrente me submerge.
Salmos
69:14—15
14
Livra-me do tremedal, para que não me afunde; seja eu salvo dos que me odeiam e
das profundezas das águas.
15
Não me arraste a corrente das águas, nem me trague a voragem, nem se feche
sobre mim a boca do poço.
C. As “profundezas” a
que o Salmista se refere e onde se encontra dizem respeito, como irá ficar cada
vez claro à medida que avançamos em nossa exposição, à sua condição
desesperadora como pecador diante de Deus. Ele sabia o que era: PECADOR. Ele
também sabia o que Deus era: UM DEUS ABSOLUTAMENTE SANTO. Esse dois fatores
incomodavam o Salmista profundamente
D. Quando as pessoas
se encontram em condições como estas, a pior coisa que podemos fazer por elas é
oferecer um evangelho de “Auto Ajuda” ou promessas vazias de uma vida vitoriosa
que irá alcançá-las de forma mágica.
E. Quando alguém se
encontra nessa situação ela precisa ouvir a verdade do Evangelho, que além de libertação,
inclui também humilhação, arrependimento diante de Deus, sofrimento e sacrifício
pessoal.
F. Autopiedade funciona
apenas em lugares rasos. Nas profundezas precisamos da ajuda do Deus Todo-Poderoso.
G. Esse é motivo
porque o Salmista em Salmos 130:2 dirige suas תַּחֲנוּנָי –
tachanunay
— súplicas a Deus. Súplicas são orações intensas por uma necessidade
específica. Nesse caso o Salmista precisava do perdão e de reconciliação com o
Deus Todo-Poderoso. Ele procede assim por que:
OS OUVIDOS DE DEUS ESTÃO ATENTOS
Á NOSSAS SÚPLICAS
I.
O Clamor Vindo das Profundezas.
A. A frase do
Salmista: “Escuta Senhor a minha voz” é tudo o que mais ansiamos na vida. Que
Deus se digne a ouvir nossas orações.
B. Se Deus ouvir
nossa voz, nós já estaremos contentes em deixar que o próprio Senhor, em sua
amorosa sabedoria, decida como irá responder.
C. Para nós é mais
importante termos nossas orações ouvidas do que respondidas. É nisso que o
Salmista está centrado: “Escuta Senhor a minha voz”. Note que ele não diz:
RESPONDE, e sim ESCUTA!
D. Se Deus nos desse
a absoluta certeza de que responderia a todas as nossas orações conforme
pedimos, isso seria uma verdadeira maldição sobre nossas vidas, pois Deus
estaria jogando a responsabilidade final das nossas vidas sobre nós mesmos e
isso provocaria uma ansiedade insuportável.
E. Estamos dizendo
isso porque devemos considerar o que a Bíblia nos diz a esse respeito:
Romanos
8:26
Também
o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos
orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com
gemidos inexprimíveis.
Tiago
4:3
Pedis
e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.
F. Devemos estar
contentes em saber que Deus ouve nossas orações e que Suas respostas são sempre
de acordo com duas verdades:
1. Deus responde
nossas orações de acordo com aquilo que ele sabe ser o melhor para nós.
2. Deus responde
nossas orações de acordo com aquilo que irá produzir a maior glorificação do
seu nome.
II.
Os Ouvidos de Deus Estão Atentos à Nossas Súplicas.
A. Quando nos
aproximamos de Deus devemos estar conscientes de nossa condição. Somos
pecadores, não merecemos nada senão a condenação eterna, mas Deus é compassivo
e misericordioso e está sempre pronto a ouvir:
Salmos
30:10
Ouve,
SENHOR, e tem compaixão de mim; sê tu, SENHOR, o meu auxílio.
B. Não devemos temer
importunar a Deus, quando nossa atitude for apropriada. Nós oramos, porque Deus
é um Deus gracioso e ouve os humildes e quebrantados de coração:
Isaías
57:15
Porque
assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de
Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido
de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos
contritos.
C. Essa era a
condição do Salmista: ele estava profundamente enredado em seus próprios
pecados. Estava confuso, humilhado. Precisava do socorro que só o SENHOR podia lhe
dar. Nós só entendemos a grandeza do que Deus pode fazer a nosso favor quando
entendemos a verdadeira dimensão da nossa condição desesperadora.
D. Depois de orarmos
uma vez acerca da nossa condição nós devemos continuar orando sobre nossas
orações anteriores. Quando não temos mais palavras, podemos insistir com o
Senhor com aquelas que usamos antes.
E. Mesmo sabendo que
se encontrava em um grande abismo, acima de tudo o Salmista insistia com Deus
porque, no fundo — desculpem o trocadilho — ele sabia que as promessas de Deus
dependem exclusivamente do próprio Deus para serem cumpridas, e não dependem
nada de nós suas criaturas pecaminosas. Oh! DEUS SEJA LOUVADO!
Conclusão
A. Hoje em dia as
pessoas não valorizam a obra de Jesus. Sabem por que isso acontece? É porque
elas não entendem a verdadeira condição desesperada em que se encontram. Mas
quando entendemos que sem Cristo, nós estamos completamente perdidos e
condenados ao fogo eterno do inferno, então rapidinho, as palavras do Salmista
fazem sentido para nós: “Escuta,
Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas.”
B. Falando acerca
dessa condição desesperada em que nos encontramos o profeta Ezequiel, inspirado
pelo Espírito Santo disse:
Ezequiel
36:31
Então,
vos lembrareis dos vossos maus caminhos e dos vossos feitos que não foram bons;
tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniquidades e das vossas
abominações.
C. Jó quando entendeu
sua real condição diante de Deus fez a seguinte afirmação:
Jó
42:5—6
Eu
te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino
e me arrependo no pó e na cinza.
D. Na mensagem
anterior — ver link abaixo — nós mencionamos a parábola que Jesus contou — a
parábola do Juiz Iníquo — acerca do dever de orar sempre e nunca esmorecer.
Então, quando obedecemos a esse preceito, o de orar sempre sem esmorecer, nós
podemos ter certeza que o Senhor vira ao nosso socorro para fazer cumprir Suas
próprias promessa:
Jeremias
29:13
Buscar-me-eis
e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.
Jesus
nos fez uma promessa semelhante:
Mateus
7:7—8
Pedi,
e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que
pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.
E. Como o Salmista
devemos ter nossos corações sempre quebrantados diante de Deus e dizer como ele
faz em:
Salmos
28:2
Ouve-me
as vozes súplices, quando a ti clamar por socorro, quando erguer as mãos para o
teu santuário.
F. Os que entendem
essas verdades e as praticam estão a caminho de tornarem-se as pessoas mais
felizes que podem existir sobre a face da Terra.
G. Na próxima
mensagem vamos começar a falar das Misericórdias de Deus.
OUTRAS MENSAGENS DA SÉRIE DO SALMO 130
SERMÃO 001 — O CLAMOR DO SALMISTA
SERMÃO 002 — OS OUVIDOS DE DEUS ESTÃO ATENTOS AO NOSSO CLAMOR
SERMÃO 003 — NOSSA DESESPERADA CONDIÇÃO
SERMÃO 004 — O MARAVILHOSO PERDÃO DE DEUS
Que Deus abençoe a
todos.
Alexandros
Meimaridis
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Desde já agradecemos a
todos.
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