Este estudo é parte de uma breve introdução ao
Antigo Testamento. Nosso interesse é ajudar todos os leitores a apreciarem a
rica herança que temos nas páginas da Antiga Aliança. No final de cada estudo o
leitor encontrará direções para outras partes desse estudo
Capítulo 4 – Introdução ao Pentateuco – Parte 6
O Nascimento do Povo de Deus
שְׁמַע יִשְׂרָאֵל יְהוָה אֱלֹהֵינוּ יְהוָה אֶחָד
Ehad Adonai Eloheinu Adonai Israel Shemá
Um é O SENHOR Nosso Deus O SENHOR Israel Ouve
Deuteronômio 6:4
V. Resposta às Teorias
Críticas Modernas.
Ernst Wilhelm Hengstenberg
As
Teorias Críticas Modernas não ficaram sem receber respostas à altura por parte
de estudiosos que não se distanciaram do sobrenatural e que acreditavam na
inspiração divina da Bíblia. Entre estes podemos citar o alemão Ernst Wilhelm
Hengstenberg que liderou a ala conservadora dos estudiosos da Bíblia na
Alemanha. Ele foi um hábil defensor da autoria Mosaica de todos os cinco livros
do Pentateuco e refutou, de maneira brilhante, todos os argumentos que alegavam
a existência de diversos documentos que teriam dado origem ao Pentateuco. Sua
obra mais importante foi traduzida para o inglês em 1847 sob o título The Genuineness of The Pentateuch – A
Genuinidade do Pentateuco. Hengstenberg exerceu profunda influência sobre
Friedrich Keil que se tornou o mais importante estudioso conservador da área do
Antigo Testamento de toda a Alemanha na segunda metade do século XIX. Conforme
mencionamos anteriormente Friedrich Keil juntamente com Franz Delitzsch produziu um dos
mais excelentes, robustos e permanentes comentários de todo o Antigo Testamento
que continua a ser publicado até os dias de hoje.
Friedrich Keil
Do outro lado do Oceano
Atlântico, nos Estados Unidos da América do Norte, os professores Joseph
Addison Alexander e William Henry Green, do Seminário Presbiteriano de
Princeton no estado de Nova Jersey, sustentaram as mesmas posições de
Hengstenberg e submeteram toda a escola documentária a uma análise – crítica –
devastadora que continua sem uma resposta apropriada por parte dos proponentes
e defensores da Hipótese Documentária.
Joseph
Addison Alexander
William
Henry Green
A. O Racionalismo, o Empirismo
e o Iluminismo e o Distanciamento do Sobrenatural.
Após
a Renascença e a Reforma protestante, o segundo grande período na história do
pensamento moderno é representado pelo Racionalismo e pelo Empirismo: essas
duas tendências paralelas que abrangem os séculos XVII e XVIII culminaram no
Iluminismo. Tanto o Racionalismo como o Empirismo se caracterizaram pelo
fenomenismo e pelo subjetivismo que seriam mais tarde sintetizados na filosofia
do alemão Immanuel Kant. Destes dois movimentos especulativos, o Racionalismo
representado por René Descartes, Baruque Spinosa, Nicolau Malebranche,
Guilherme Leibniz e Cristiano Wolf é originalmente francês e segue a lógica e a
clareza do espírito francês. Por sua vez o Empirismo de Francis Bacon, Tomás
Hobbes, João Locke, George Berkeley e David Hume é propriamente inglês, pois
corresponde à índole positiva e prática da mentalidade anglo-saxônica.
Todos
os críticos que mencionamos anteriormente eram completamente racionalistas —
não acreditavam nem aceitavam o sobrenatural — e haviam descartado por completo
a fé em Deus e em Jesus Cristo, a quem Deus enviou a este mundo. Seguindo os
pressupostos racionalistas adotaram o método crítico e a atitude demolidora da
tradição. A tudo isso, se junte a contribuição do Iluminismo que tinha como
propósito central reconstruir toda a realidade. Pronto! Todo o cenário está
preparado para o advento dos teóricos que querem explicar todas as coisas
racionalmente e empiricamente reconstruindo a realidade instaurando a luz, a
evidência, a clareza e a distinção da razão. Para estes senhores a Bíblia não
passava de um produto rigorosamente humano. A Bíblia era apenas um estágio na
evolução literária de um povo religioso. Para eles a Bíblia era o resultado da
combinação fortuita de mitos Orientais associados a lendas antigas descritas
com o uso de uma linguagem pomposa e muito eloquente. Certamente, para eles. A
Bíblia não havia sido dada por inspiração de Deus e não consistia na Palavra do
Deus Vivo e Verdadeiro. Mas a Bíblia fala de si mesma em outros termos:
2 Pedro 1:21 — Porque nunca jamais qualquer
profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da
parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Hebreus 1:1—2 — Havendo Deus, outrora, falado,
muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos
dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo
qual também fez o universo.
Mas
uma vez que estes homens se recusaram a aceitar a Bíblia como revelação direta
de Deus, sentiram-se livres para elaborar suas hipótese ad libitum – à seu bel prazer. Como estavam cada vez mais distantes
da crença no sobrenatural, precisavam então desenvolver suas hipóteses visando
construir uma teoria que liquidasse, de uma vez, com a possibilidade de
qualquer ação sobrenatural na composição dos livros da Bíblia. A falta de fé
foi, portanto, o antecedente e não a consequência de suas ações.
Com
tudo isso, o que esses críticos realmente conseguiram foi:
1. Um Pentateuco
totalmente desacreditado.
De
acordo com os críticos os documentos usados para formar a colcha de retalhos em
que se constitui o “Pentateuco” deles estão repletos de inconsistências e
encontram-se, indubitavelmente, incompletos. Mas, quão incompletos? São
incapazes de nos dizer. Quanto dos alegados “documentos originais” está
faltando? E quando, onde, como e por quem este material foi removido? Teria
sido obra de algum ladrão o sumiço das partes? Ou foi algum copista que bagunçou
os documentos? Ou teria sido algum editor o responsável pela falsificação. Nada
nos é informado. Todavia os críticos afirmam categoricamente que podem
identificar no corpo do Pentateuco os seguintes tipos de materiais:
·
Material provavelmente original e verdadeiro.
·
Material certamente duvidoso.
·
Material positivamente espúrio.
Assim
a conclusão a que chegam é que as narrativas do Pentateuco são, geralmente,
confiáveis, apesar de estarem eivadas de elementos míticos e lendários. Os
milagres descritos no Pentateuco não passam de exageros feitos posteriormente.
Quando o assunto trata, de forma específica dos primeiros 11 capítulos do livro
do Gênesis, a posição é a seguinte: todo o material contido nos primeiros 11
capítulos do livro do Gênesis não passa de uma composição de material original
misturado com mitos e lendas antigas e estão completamente desprovidos de
qualquer valor histórico. Gênesis 1—11
será objeto de uma outra série a ser publicada por nós.
2. Um Antigo Testamento
totalmente desacreditado.
O
resto do Antigo Testamento não ficou impune nas mãos dos críticos. Para eles os
Salmos não foram compostos por Davi e seus contemporâneos e sim por alguns
judeus anônimos durante o período dos Macabeus, após o retorno do exílio na
Babilônia. O livro do Eclesiastes foi escrito por não se sabe quem, nem quando,
nem como. O Cântico dos Cânticos não passa de um poema humano e carnal e não há
nada de inspirado nele. O livro de Isaías foi escrito até o capítulo 39 por
alguém que pretendia se passar pelo próprio profeta, mas não era ele na
realidade. Os capítulos 40 a 66 de Isaías são atribuídos a outro autor ou
autores. Alguns alegam que o livro de Isaías é realmente a soma de três obras
diversas produzidas por vários autores. O livro de Ester não acrescenta
absolutamente nada e não é sequer histórico. O livro de Daniel não passa de
material positivamente pseudoepigáfico produzido no segundo século a.C., i.e.,
distante cerca de 400 anos de quando os fatos teriam realmente acontecido.
Outros livros do Antigo Testamento tais como os dos profetas Jonas e Zacarias
são classificados como sendo quase fraudulentos. O livro de Provérbios é
composto de material que reflete a sabedoria da época e certamente não foi
escrito e nem sequer compilado por Salomão. Diante de todas estas abusivas
afirmações temos que destacar que todas elas foram feitas por homens que
declaravam acreditar na inspiração divina da Bíblia. Durma-se com um barulho
destes!
3. Uma Bíblia
totalmente desacreditada.
Quando
lemos o Novo Testamento não temos a menor dúvida que Jesus e os Apóstolos
aceitaram todo o Antigo Testamento, como o conheciam e que é exatamente o
Antigo Testamento adotado pelos protestantes a partir da Reforma, como sendo
divinamente inspirado em cada uma de suas porções e em todas as suas partes do
primeiro versículo do Gênesis até o último versículo do profeta Malaquias.
Assim temos que para Jesus e os Apóstolos o Antigo Testamento consistia a
própria palavra do Deus ETERNO. Seguindo este exemplo a Igreja Cristã de todos
os tempos tem declarado que a Bíblia é a Palavra de Deus. Que a Bíblia é
completamente inspirada. Isto quer dizer a Bíblia não contém a Palavra de Deus,
ela é a Palavra de Deus. Nem tudo está revelado, mas tudo o que está revelado é
inspirado. Existem várias teorias acerca da inspiração — ver o capítulo 1 desta
série para maiores detalhes. Mas independente das hipóteses levantadas pelas
teorias acerca da inspiração uma verdade permanece constante em todas elas: as Escrituras Sagradas contidas na Bíblia chegaram
até nós por inspiração direta do Espírito Santo de Deus e por este motivo são
completas em autoridade, veracidade e dignas de toda confiança.
Mas
para os críticos, a Bíblia não pode mais ser vista pela ótica acima. E isso,
por um simples motivo: a Bíblia não é a palavra de Deus como entendida
historicamente pela igreja. Não é a Palavra de Deus no sentido que toda ela nos
chegou por inspiração divina. A Bíblia, para os críticos, contém a palavra de
Deus. Em muitas partes a Bíblia não passa de um livro tão comum quanto qualquer
outro pedaço de literatura produzida pela humanidade. Até mesmo onde a Bíblia
pretende contar a história, em muitas partes ela não é confiável. Muitas partes
da Bíblia não passam de refinadas invencionices que nada possuem de históricas.
Assim o que resta é apenas a conclusão subjetiva do crítico para nos ajudar a
determinar o que é verdadeiro daquilo que é falso.
4. Nenhuma Autoridade
Final ou Definitiva Permanece.
Outra
e muito séria consequência da chamada Alta Crítica é a ameaça que a mesma
representa a todo sistema doutrinário da Igreja Cristã e que está centrado na
Teologia Sistemática. Pois é consenso até os dias de hoje que qualquer parte da
Bíblia pode ser aceita como texto de prova para o estabelecimento de qualquer verdade
cristã ou ensino e que a afirmação bíblica normalmente significa o fim de
qualquer controvérsia. Os sistemas
doutrinários sejam Batistas, Anglicanos, Metodistas ou Presbiterianos estão
completamente baseados no fato de que a Bíblia é a Palavra de Deus e contém
somente a verdade, toda a verdade e nada além da verdade. Estes sistemas
aceitam que tanto o Antigo como o Novo Testamento foram outorgados por Deus e
possuem o selo de garantia do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Todas as
doutrinas da Igreja Cristã, das mais importantes até as menos importantes estão
baseadas nestes fatos e nestas verdades. Nenhum texto foi questionado. Nenhum
livro foi colocado em dúvida. A Bíblia como um todo foi sempre recebida por
todos os que ajudaram a construir o edifício da Teologia Sistemática como sendo
inspirada por Deus na totalidade dos seus textos no que imitaram o próprio
Senhor Jesus e Seus Apóstolos.
B. A Fé da Igreja com
Respeito ao Pentateuco
A
Igreja Cristã declara crer que o Pentateuco é uma composição consistente,
coerente, autêntica e genuína, inspirado por Deus e que de acordo com o
testemunho dos judeus, das afirmativas contidas nos próprios livros do
Pentateuco, das reiteradas afirmativas encontradas nos outros livros do Antigo
Testamento e das afirmações explícitas do Senhor Jesus — ver Lucas 24:22 e João
5:46—47 — foi escrito por Moisés no período aproximado de 1400 anos a.C. O
Pentateuco é uma das partes mais importantes da Bíblia porque se constitui na
secção introdutória da revelação divina trazendo a “marca” da autoridade de
Deus através da inspiração do Seu servo Moisés. Esta tem sido a posição
histórica da Igreja Cristã concernente aos Livros de Moisés ou Pentateuco.
C. O Que Podemos Dizer
Acerca da Autoridade de Cristo com Respeito à Autoria do Pentateuco?
A
atitude de Jesus Cristo com respeito ao Antigo Testamento deve nortear nossas
próprias atitudes. Jesus é Deus. Jesus é a verdade. Jesus é o supremo juiz!
Jesus é a última autoridade. Não existe nenhuma possibilidade de apelação que
vá além do Senhor Jesus. Quando o assunto é o Antigo Testamento o veredicto do
Senhor Jesus é: “A seguir, Jesus lhes
disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava
se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e
nos Salmos – Lucas 24:44”. Temos que reafirmar mais uma vez que o cânon ou
conjunto de livros que compõe o Antigo testamento nos dias de hoje é
rigorosamente o mesmo que compunha o Antigo Testamento nos dias de Cristo. O
Senhor Jesus acreditava e reafirmou de forma enfática sua crença que Moisés era
o autor do Pentateuco – ver:
Mateus 5:17—18.
17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
18 Porque em verdade vos digo: até que o céu e a
terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.
Marcos 12:26—36.
26 Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes
lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.
Laborais em grande erro.
28 Chegando um dos escribas, tendo ouvido a
discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem,
perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos?
29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel,
o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!
30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.
31 O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Não há outro man amento maior do que estes.
32 Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com
verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele,
33 e que amar a Deus de todo o coração e de todo o
entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a
todos os holocaustos e sacrifícios.
34 Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente,
declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava
interrogá-lo.
35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como
dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse
o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos debaixo dos teus pés.
Lucas 16:31.
Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés
e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém
dentre os mortos.
João 5:46—47 — Sábias palavras que permanecem
verdadeiras e atuais!
46 Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também
creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito.
47 Se, porém, não credes nos seus escritos, como
crereis nas minhas palavras?
D. As Evidências
Positiva Contidas no Próprio Pentateuco.
Antes
de analisarmos as evidências positivas que apontam para Moisés como o autor do
Pentateuco um esclarecimento faz-se necessário. Quando dizemos que Moisés é o
autor do Pentateuco nós não estamos querendo dizer que Moisés escreveu todo o
conteúdo do Pentateuco com suas próprias mãos. Por outro lado, não estamos
negando a existência de acréscimos feitos ao Pentateuco por editores
posteriores à morte de Moisés. Este é o caso do capítulo 34 de Deuteronômio que
descreve a morte de Moisés. Mas como já mencionamos não existe nenhuma
afirmativa no Pentateuco que Moisés fosse o autor do texto que descreve sua
própria morte. Também não temos nenhuma dificuldade de aceitar que boa parte do
livro do Gênesis foi composta de documentos pré-existentes dos quais a história
contada em Gênesis 14 é um exemplo. Mas, nenhum destes fatos afetam a
proposição geral de que Moisés foi mesmo o autor do Pentateuco. As seguintes
evidências positivas atestam e sustentam de maneira poderosa a autoria Mosaica
do Pentateuco:
Tell-el-Amarna
·
A Era em que Moisés viveu foi uma época que teve
sua literatura marcada por códigos legais como o que encontramos no Pentateuco.
Seria muito estranho se o líder de uma nação daqueles dias não tivesse produzido
um código de leis para regular as relações entre seus cidadãos. A biblioteca
encontrada em Tell-el-Amarna no Egito e que continha parte dos arquivos reais
dos Faraós Aménofis III e Aménofis IV da Décima — Oitava dinastia c. 1480 a
1460 a.C., e o Código de Hamurabi, já discutido anteriormente são exemplos
destas práticas literárias. Era de se esperar que Moisés que fora educado em
toda cultura egípcia estivesse familiarizado com estas práticas.
·
O Pentateuco descreve de maneira perfeita as
condições existentes no Egito no período designado, algo que torna praticamente
impossível aceitarmos o argumento de que tivesse sido produzido 400, 800 ou
1200 anos depois dos dias de Moisés, como querem os críticos.
·
Ao item anterior precisamos somar o fato de que o
Pentateuco descreve a vida no deserto de maneira tão perfeita que muitas das
leis transmitidas por Moisés naqueles dias estão completamente adaptadas ao
àquele tipo de vida. Seria realmente inacreditável que pessoas vivendo mil anos
depois tivessem a capacidade de imaginar como era a vida peregrinando no
deserto.
·
As próprias leis contidas no Pentateuco trazem
marcas indeléveis do fato de que foram adaptadas para aquele estágio da vida da
nação de Israel.
William
Warburton
·
O bispo William Warburton[1]
da Igreja Anglicana foi o primeiro a notar, já no século XVIII que o Pentateuco
não elabora acerca da vida futura i.e., da vida após a morte. Os egípcios
possuíam uma extensa e bem elaborada teologia acerca da vida após a morte.
Entre estes materiais, o mais importante, é o chamado “Livro dos Mortos do
Egito Antigo”. Neste livro encontramos uma série de encantamentos ou fórmulas
mágicas que deveriam ser colocadas nos túmulos, pois acreditava-se que as
mesmas poderiam ser úteis aos falecidos em suas vidas após a morte. As diversas
cópias que existem nos dias de hoje, deste material, nos mostram um total de
aproximadamente 200 capítulos. O nome original deste tratado era “Os Capítulos
Acerca do Dia Vindouro”. O título moderno de “Livro dos Mortos do Egito Antigo”
foi dado pelo egiptólogo alemão Karl Richard Lepsius em 1842. Deus havia dado
ordens bem claras ao povo de Israel que não era para eles imitarem nem as
práticas nem os costumes do Egito, de onde eles estavam saindo, nem as práticas
e os costumes dos povos que habitavam a terra que eles iriam ocupar. Ora,
conhecendo os corações humanos e sabendo da nossa natural inclinação para
especular acerca da vida depois da morte, é realmente impressionante que o
Pentateuco não faça nenhuma referência às práticas tão comuns que existiam no
Egito Antigo com respeito a este assunto. A única explicação plausível para
este fato é que Moisés obedeceu à ordem de Deus e deixou de fora toda e
qualquer idéia que pudesse lembrar as práticas abomináveis do Egito.
Livro dos Mortos
·
Quando analisamos a lista de animais puros e
impuros, encontramos entre as aves uma ausência que é realmente notória – ver
Levítico 11:13—19 e Deuteronômio 14:11—18. Esta ausência é representada pelos
galináceos. É isto mesmo! Nos dias de Moisés, do êxodo do Egito e da
peregrinação no deserto as galinhas domesticadas ainda não haviam sido
introduzidas no Oriente Próximo ou Médio. Elas só iriam aparecer, originárias
da Índia, por volta do ano 1000 a.C., i.e. cerca de 400 anos depois da saída do
povo de Israel do Egito.
·
Outros estudiosos notaram que não existe no
Pentateuco nenhuma citação a três elementos extremamente significativos. Eles
são:
Ø Não
há no Pentateuco nenhuma menção à cidade de Jerusalém!
Ø Não
há no Pentateuco nenhuma menção à música associada à liturgia do Tabernáculo!!
Ø Não
há no Pentateuco nenhuma passagem onde Deus é chamado de o SENHOR dos
Exércitos!!!
Estes
três elementos são importantes porque todos eles são temas importantes na
Bíblia, mas nunca são mencionados no Pentateuco. A cidade de Jerusalém é
mencionada a primeira vez no livro de Josué — ver Josué 10:1. Somente bem mais
tarde, com a ascensão de Davi ao trono da nação de Israel, é que Jerusalém veio
a ser escolhida como a capital do reino!
A música, seja tocada seja cantada, como sabemos, foi introduzida no
culto a Deus pelo rei Davi. E a expressão SENHOR dos Exércitos foi usada pela
primeira vez pelo Sacerdote e Profeta Samuel — ver 1 Samuel 1:3. Estes três
fatos que acabamos de mencionar são da maior importância para esta nossa
discussão pelo seguinte: se o Pentateuco tivesse mesmo sido escrito durante os
dias do rei Davi seria realmente inevitável a citação da cidade de Jerusalém, a
indicação da existência de música na liturgia do Tabernáculo e certamente Deus
teria sido chamado de SENHOR dos Exércitos!
·
Outro fato que deve ser destacado tem a ver com a
subordinação dos milagres descritos no Pentateuco às graves situações históricas
vividas pelo povo de Israel. Esta subordinação, onde milagres não acontecem por
acaso e sim por uma necessidade histórica deixam claro a genuinidade da
narrativa. Milagres no Pentateuco aparecem exclusivamente em junções históricas
bem definidas.
Diante
das evidências apresentadas — pontos 1 a 8 acima — nós que defendemos a autoria
Mosaica do Pentateuco não precisamos aceitar nenhum tipo de intimidação feita
pelos críticos da Bíblia que querem desacreditar a Palavra de Deus. Nós podemos
desafiar suas pressuposições, negar suas conclusões e ressentirmos sua
arrogância. Todos aqueles que continuam ensinando estas invencionices, seja nas
salas de aula dos seminários, seja através de livros ou de revistas de escola
dominical, precisam responder às inquirições de suas próprias consciências da
melhor forma possível. Mesmo assim precisam ser gravemente advertidos que estão
assumindo grandes e graves responsabilidades ao se colocarem como líderes dos
cegos, quando eles mesmos são incapazes de enxergar.
VI. As Falsas
Conclusões dos Críticos à Luz da Própria Bíblia.
Vamos
ouvir e prestar muita atenção ao que a própria Bíblia tem a dizer acerca da sua
própria inspiração e acerca de falsos mestres:
·
2
Pedro 1:21 — Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo.
·
2
Timóteo 3:16—17 — Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
·
Gálatas
1:11—12 — Faço -vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado
não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum,
mas mediante revelação de Jesus Cristo.
·
Romanos
1:16—6 — Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.
·
Atos
20:30 — E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas
pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.
·
2
Pedro 2:1 — Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também
haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente,
heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
·
1
Coríntios 1:20—21 — Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor
deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto
como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria,
aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
·
Colossenses
2:4—8 — Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes. Pois,
embora ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco,
alegrando-me e verificando a vossa boa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo.
Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados,
e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em
ações de graças. Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e
vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo
e não segundo Cristo.
·
1 Coríntios
3:19 — Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está
escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles – citação de Jó 5:13
contendo palavras de Elifaz, amigo de Jó.
·
1
Coríntios 2:5 — A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem
persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a
vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.
·
1
Coríntios 2:12—13 — Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o
Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado
gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria
humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com
espirituais.
·
Colossenses
1:21 — E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no
entendimento pelas vossas obras malignas.
·
2
Coríntios 10:4—5 — Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim
poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda
altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo.
·
Gálatas
1:9 — Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho
que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
·
2
João 7—11 — Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não
confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo.
Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas
para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de
Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem
tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina,
não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe
dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.
·
Lucas
11:52 — Ai de vós, intérpretes da Lei! Porque tomastes a chave da ciência;
contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os que estavam entrando.
VII. Conclusão
F.
Bettex
No
início do século XX o professor F. Bettex da Universidade de Stuttgart na
Alemanha escreveu as seguintes palavras:
“Devemos repudiar e condenar, de maneira veemente,
todas as teorias dos críticos modernos. Por quê? Porque não tem absolutamente
nada para nos oferecer. Porque nos tiram absolutamente tudo que foi sempre
sustentado como fiel e verdadeiro pela Igreja em todas as eras. Existe algo no
trabalho dos críticos que possamos aproveitar? Não, pois em suas obras não
encontramos nem ajuda para esta vida nem conforto para a morte. E mais, não
seremos julgados na vida futura por estes críticos. Para manter nossa fé na
Bíblia não precisamos da aprovação de homem nenhum. Nós não iremos tentar
aprimorar as Escrituras Sagradas para conformá-las ao nosso gosto. Vamos sim,
crer nelas sem vacilar. Não iremos criticá-las, mas pelo contrário deixaremos
nos guiar pelas mesmas. Não pretenderemos exercer autoridade sobre a Palavra de
Deus, mas iremos nos submeter a ela. Nós iremos confiar naquele que é o
caminho, a verdade e a vida. Suas palavras, conforme nos prometeu, irão nos
libertar!”
Façamos
nossas as palavras do apóstolo Pedro: Respondeu-lhe
Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e
nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus – João 6:68—69.
Ouçamos as palavras do Senhor: Venho
sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa – Apocalipse
3:11.
APÊNDICE A
Descrição dos Quatro Documentos da Hipótese
Documentária
Documento
J — Este
documento teria sido produzido por volta do ano 850 a.C. por um autor anônimo
no Reino de Judá. Este editor demonstra um grande interesse em biografias
pessoais caracterizadas por descrições vívidas do caráter dos envolvidos. Ele
se refere a Deus, normalmente, em termos antropomórficos i.e., como se Deus
possuísse um corpo humano e como alguém que reflete as paixões típicas de um
ser humano além de manter uma comunhão muito próxima com Suas criaturas. Este
escriba também possuía um interesse em reflexões ético-teológicas como as que
vemos manifestadas em profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias e Amós.
Este redator, todavia, não demonstra nenhum interesse nos sacrifícios rituais.
Neste alegado documento “J” podemos encontrar as narrativas tratando dos
eventos que aconteceram entre a criação e a entrada do povo de Israel na terra
de Canaã. O tipo de material produzido é considerado de proporções épicas
compatíveis com as que encontramos no compositor grego Homero. Este documento é
também intensamente nacionalista e procura engrandecer as atividades dos
patriarcas da nação de Israel.
Documento
E — Este
documento teria sido escrito por volta de 750 a.C. por um escriba desconhecido
no reino do norte chamado de reino de Israel. Este escriba era mais objetivo do
que o autor do Documento J e seu estilo narrativo não manifesta a mesma ênfase
quanto o assunto é reflexão ético-teológica. Para este escriba o que era
realmente importante eram a origem dos nomes e os costumes culturais dos
Israelitas. No livro de Gênesis, o autor de “E” demonstra certo interesse em
rituais e adoração e apresenta Deus se comunicando através de sonhos e visões
no lugar das diretas manifestações antropomórficas apresentadas pelo Documento
J. Nos livros do Êxodo, Levítico e Números o autor de “E” procura exaltar a
Moisés como um personagem singular que realiza grandes milagres e como alguém
com quem Deus mantém comunicação direita.
Por volta de 650 a.C. outro
redator ou escriba desconhecido combinou os Documentos J e E formando um único
documento chamado de “J-E”.
Documento
D — Este
documento teria sido composto, provavelmente, sob a direção do sumo sacerdote
Hílquias como parte oficial do programa de reforma religiosa patrocinada pelo
rei Josias durante o reavivamento do ano 621 a.C. O propósito deste documento
era convencer todos os cidadãos de Judá a abandonarem seus santuários locais ou
“lugares altos”, e trazer todos os sacrifícios e contribuições religiosas ao
templo em Jerusalém. Este documento teria sido, de forma geral, grandemente
influenciado pelo movimento profético dos séculos VII e VI a.C. e, de forma
especial, pelo profeta Jeremias. Membros desta mesma escola chamada de
Deuteronomista, teriam mais tarde, reescrito todo o conteúdo dos livros de
Josué, Juízes, Samuel e Reis.
Documento
P — Este
documento teria sido composto em vários estágios. Teria começado com o profeta
Ezequiel a quem é atribuído o assim chamado de “Código de Santidade” que compõe
os capítulos 17 a 26 do livro de Levítico e que teria sido produzido por volta
de 570 a.C., e foi chamado de Documento H. A este material teria sido
acrescentado a produção literária do escriba Esdras. Sob a liderança de Esdras
as últimas porções teriam sido acrescentadas ao Documento P e à Torá como um
todo. O Documento P está particularmente interessado em descrever os detalhes
acerca da origem e das instituições da teocracia em Israel. Manifesta também
grande interesse nas origens, em listas genealógicas e detalhes acerca dos
sacrifícios rituais.
APENDICE B
Lista de Pássaro Impuros e Impróprios para o
Consumo de Acordo com Levítico 11 e Deuteronômio 14.
Existem 21 — vinte-e-uma
variedades de pássaros cujo consumo é proibido ao povo de Deus, incluindo-se o
morcego. Não existe, todavia, nenhuma marca comum entre estas variedades. A
grande maioria, entretanto, é constituída de aves que se alimentam de outros
animais ou de carniça de outros animais. Todos os animais mencionados no texto
bíblico em hebraico são nativos do oeste da Ásia.
1. Águia — Qualquer das aves de
rapina falconiformes, acipitrídeas, do gênero Aquila, notáveis pelo tamanho,
vigor, acuidade de visão, e capacidade de vôo; não ocorrem na América do Sul.
2. Quebrantosso — Águia barbada
— Gypaetos barbatus.
3. Águia Marinha — Haliaeetus pelagicus
4. Milhano — Também chamado de
milhafre é uma ave de rapina européia, falconídea — Milvus milvus.
5. Falcão — Qualquer das aves
de rapina diurnas, falconídeas, como, por ex., o falcão-peregrino. Qualquer das aves de rapina falconídeas
conhecidas, no Brasil, como gavião.
6. Corvo — O gênero-tipo da
família dos corvídeos, que reúne cerca de 40 espécies de aves passeriformes de
porte relativamente grande, que emitem voz que é um grasnido áspero,
desagradável, são muito ativas, têm coloração geralmente preta, e são
onívoras. Qualquer espécie desse gênero,
como, por exemplo, a Corvus brachyrhynchos, o corvo comum da América do Norte.
No Brasil: Urubu.
7. Avestruz — Ave
estrutioniforme, cursora, gênero Struthio, com seis espécies conhecidas. Tem as
asas rudimentares e apenas dois dedos em cada pé, e é onívora; vive em zonas
semidesérticas, na Arábia e na África. Atualmente é a maior das aves, sendo a
espécie S. camelus a mais comum, da África do Norte até a Arábia.
8. Coruja — Designação comum às
aves estrigiformes, especialmente as de maior porte, titonídeas e estrigídeas.
São noturnas, de plumagem mole, e em geral preferem como alimento os pequenos
mamíferos, sobretudo roedores, dos quais vomitam, depois, os pêlos e parte dos
ossos.
9. Gaivota — Designação comum
às aves caradriiformes larídeas, especialmente dos gêneros Larus, Phaetusa e
Thalasseus. A gaivota comum, Larus maculipennis, ocorre na costa atlântica da
América meridional, e dela há quatro espécies no Brasil; tem coloração
branco-acinzentada, mais escura no dorso, algumas penas negras nas asas, bico e
pés avermelhados, alimenta-se de pequenos peixes e toda sorte de detritos do
mar, e o macho, no período da procriação, ostenta a cabeça preta.
10. Gavião — Qualquer das aves
de rapina diurnas, falconiformes, acipitrídeas, falconídeas; em sua maioria,
alimentam-se de presas vivas, inclusive aves, répteis, pequenos mamíferos, e
até invertebrados, tais como insetos e moluscos.
11. Mocho — Designação vulgar
das corujas ou caburés sem penacho ou tufo de penas na cabeça. Atualmente se
aplica este nome, de maneira geral, às espécies de bubonídeos, especialmente as
dos gêneros Pulsatrix, Ciccaba e Glaucidium.
12. Corvo—marinho — Ave
passeriforme, falacrocoracídea — Phalacrocorax olivaceus — que ocorre nos
grandes rios e costas marítimas da América central e meridional, de coloração
preta, dorso alto e parte das rêmiges do braço cinzento—escuros, penas
marginadas de preto. Na época da incubação tem dois penachos na cabeça e
algumas penas brancas na sobrancelha e na nuca. Ave passeriforme,
falacrocoracídea —Phalacrocorax b. brasilianus — de coloração marrom ou preta.
Chega a 1m de comprimento. Tem o pescoço longo e, sob o bico, mancha amarela
que se alonga até os olhos.
13. Íbis — Gênero de aves
pernaltas, ciconiiformes, com várias espécies espalhadas pelas regiões quentes
da Europa e Norte da África.
14. Gralha — Designação comum a
várias espécies de aves passeriformes, corvídeas, especialmente dos gêneros
Cyanocorax e Uroleuca, com várias espécies no Brasil. Em geral, têm belas
cores, destacando-se o azul de vários matizes, com branco, creme ou preto, e
voz estridente; são praticamente onívoras, e vivem aos bandos.
15. Pelicano — Gênero de aves
aquáticas pelicanídeas. Qualquer espécie desse gênero, como, por exemplo, a
Pelecanus occidentalis, de dorso marrom tirante ao pardo, tectrizes cinzentas,
parte da cabeça branca, e que habita a costa atlântica da América desde a
Carolina do Sul — nos E.U.A. — até o Norte do Brasil, alimentando-se de peixes,
sendo vulgarmente conhecida como pelicano-pequeno.
16. Abutre — Designação comum
às aves falconiformes vulturídeas, do Velho Mundo, na maioria sarcófagas. Designação
dada aos urubus brasileiros.
17. Cegonha — Ave da ordem dos
ciconiiformes, ciconiídea, gênero Ciconia, da Europa. A espécie mais comum é C.
ciconia, ave migradora, que faz ninhos na primavera no Norte da África e Centro
da Europa, e passa o inverno no Sul da África e na Índia. Constrói ninhos nas
chaminés e habitações humanas, e a eles retorna anos a fio. Há muitas lendas
populares em torno da cegonha, segundo uma das quais os recém-nascidos são
trazidos por elas. Existem 16 espécies conhecidas, no gênero.
18. Garça — Designação comum às
aves ciconiiformes, ardeídeas. Vivem aos bandos, frequentam rios, lagoas,
charcos, praias marítimas ou manguezais de pouca salinidade, e se alimentam
quase só de peixes.
19. Poupa — Também chamada de
“Pega” Ave européia, corvídea —Pica Pica — de coloração preta, tendendo ao
verde no dorso, flancos, abdome e baixo dorso brancos, asas azuis, e
coberteiras primárias verdes.
20. Morcego — Designação geral
para os mamíferos quirópteros cujos membros anteriores são transformados em
asas pela presença do patágio. A grande maioria do grupo é insetívora ou
frugívora, havendo espécies hematófagas ou ictiófagas. Sinônimos brasileiros:
andirá, guandira, orelhudo.
21. Açor — Designação comum às
aves de rapina do gênero Accipiter, acipitrídeas, que têm hábitos diurnos e se
assemelham ao falcão.
Outros artigos acerca da Introdução ao Antigo
Testamento
001
– O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
002
– A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
003
– A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 1 = Os Escribas e O Texto Massorético
— TM
004
– A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 2 = O Texto Protomassorético e o
Pentateuco Samaritano
005
– A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 3 = Os Manuscritos do Mar Morto e os
Fragmentos da Guenizá do Cairo
006
- A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 4 = A Septuaginta ou LXX
007
- A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 5 = Os Targuns e Como Interpretar a
Bíblia
B. A Geografia do Antigo Testamento
001
– INTRODUÇÃO E MESOPOTÂMIA
002
– O EGITO
003
– A SÍRIA—PALESTINA
C. A História do Antigo Testamento
001
— OS PATRIARCAS DA NAÇÃO DE ISRAEL
002
— NASCE A NAÇÃO DE ISRAEL
003
— A NAÇÃO DE ISRAEL: O REINO UNIDO
004
— O REINO DIVIDIDO E O CATIVEIRO BABILÔNICO
D. A Introdução ao Pentateuco
001 — O PENTATEUCO — PARTE 1 — O QUE É E DO QUE
TRATA O PENTATEUCO
002 — O PENTATEUCO — PARTE 2 — OS TEMAS PRINCIPAIS
DO PENTATEUCO — PARTE 1
003 — O PENTATEUCO — PARTE 2 — OS TEMAS PRINCIPAIS
DO PENTATEUCO — PARTE 2
004 — O PENTATEUCO — PARTE 2 — QUEM ESCREVEU O
PENTATEUCO — PARTE 1
005 — O PENTATEUCO — PARTE 3 — QUEM ESCREVEU O
PENTATEUCO — PARTE 2
006
— O PENTATEUCO — PARTE 3 — QUEM ESCREVEU O PENTATEUCO — PARTE 3
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/12/introducao-ao-pentateuco-parte-6-final.html
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/12/introducao-ao-pentateuco-parte-6-final.html
Que
Deus abençoe a todos.
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
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Desde já agradecemos a todos.
O
material contido neste estudo foi, em parte, adaptado e editado das seguintes
obras, que o autor recomenda para todos os interessados em aprofundar os
conhecimentos acerca do Antigo Testamento:
Bibliografia
Arnold,
Bill T. e Beyer, Bryan E. Descobrindo o
Antigo Testamento. Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2001.
Archer,
Gleason L. Jr. A Survey of the Old
Testament. The Zondervan Corporation, Grand Rapids, 1980.
Bohmbach,
Karla G., Gravett, Sandra L., Greifenhagen, F. V., Polaski, Donald C. Na Introduction to the Hebrew Bible – A
Thematic Approach. Westminster John Knox Press, Louisville, 2008.
Champlin,
Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia,
Teologia, e Filosofia. Editora Hagnos, São Paulo, 6ª Edição, 2002.
De
Vaux, Roland. Ancient Israel Social and
Religious Institutuions in Two Volumes. McGraw Hill Paperbacks, New York,
1965.
Francisco,
Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica
– Introdução ao Texto Massorético. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova,
São Paulo, 1ª Edição, 2003.
Gottwald,
Norman K. Introdução Sicioliterária à
Bíblia Hebraica. Edições Paulus, São Paulo, 1988.
Harrison,
Roland Kenneth. Introduction to the Old
Testament. William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, 1979.
The Fundamentals. Edição Eletrônica
disponível na Internet, 2006.
Walton,
John H. Chronological Charts of The Old
Testament. The Zondervan Corporation, Grand Rapids, 1978.
Wolff,
Hans Walter. Anthropology of the Old
Testament. Fortress Press, Philadelphia, 1973.
Würthwein,
Ernst. The Text of the Old Testament.
William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Reprinted, 1992.
Enciclopédias e Softwares
__________Biblioteca Digital da Bíblia. Sociedade
Bíblica do Brasil, Barueri, 2006.
__________The Lion Handbook to the Bible. Lion
Publishing, Herts, 1978.
__________The New Encyclopaedia Brtannica.
Encyclopaedia Britannica Inc., Chicago, 15th Edition, 1995.
[1] William Warburton nasceu na
Inglaterra em 24 de Dezembro de 1698 na cidade de Newark no condado de
Nottinghamshire e foi sagrado bispo da cidade de Glouscester no condado de
Glouscestershire. Faleceu na cidade em que era bispo no ano de 1779. Bispo Warburton
se notabilizou por suas habilidades críttico-literárias e participou de
inúmeras controvérsias existentes entre a fé cristã e os detratores da mesma.
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