segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ESTUDO DA VIDA DE JESUS – PARTE 1 – ESTUDO 010



Quadro do Nascimento de João Batista no Museu Hermitage em São Petesburgo 

Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.

Lição 010 – A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — 7.

b. O Nascimento de João Batista – ver Lucas 1:57—66.

Cumprido o prazo estipulado pelo anjo Gabriel, Isabel deu à luz a um menino. Os parentes de Isabel e Zacarias, tendo ouvido a nova e, sabendo da sua condição anterior, como incapaz de ter filhos, muito se alegraram com ela, em função da grande misericórdia que Deus demonstrou para com eles. Seus vizinhos também foram se alegrar com ela. Como tanto Isabel como Zacarias eram pessoas de idade avançada, o nascimento deste menino era considerado como um verdadeiro milagre da parte de Deus.

Quando o menino completou 8 dias de vida, todos vieram para participar da sua circuncisão. A circuncisão consiste na remoção cirúrgica do prepúcio, que é a pele que envolve a glande ou cabeça do órgão sexual masculino. A circuncisão não foi inventada pelos judeus, outros povos já a praticavam antes de Deus ordenar a Abraão que circuncidasse todos os machos de sua casa, como sinal da aliança entre Deus e Abrão e seus descendentes – ver Gênesis 17:9—11.

Os que tiverem interesse em um estudo mais completo sobre a “Circuncisão” poderão fazê-lo seguindo esse link aqui:


A grande novidade, referente à circuncisão ordenada a Abrão, diz respeito ao exato tempo quando a mesma deve ser executada. Em outras culturas, a circuncisão consiste em um “rito de passagem”. Estes rituais são praticados como uma espécie de celebração, onde os meninos, através da circuncisão, são recebidos a todos os privilégios tribais, como adultos. Nesses casos, a circuncisão é praticada quando os meninos entram na puberdade[1] o que acontece, normalmente, entre os 11 e os 12 anos de idade. A circuncisão praticada pelos judeus, pelo contrário, era praticada, por orientação específica de Deus – ver Gênesis 17:12 – exatamente no oitavo dia do nascimento. Porque a circuncisão deveria ser praticada exatamente no oitavo dia? Porque não no terceiro, sexto ou outro dia qualquer? A resposta a essa pergunta só conseguimos obter em tempos bastante recentes: o dia certo para proceder a circuncisão foi determinado pelo Criador da vitamina K e da protrombina.

Em 1946, em um estudo publicado na Revista da Associação Estadunidense de Medicina, um médico recomendava, por questões de profilaxia[2], a circuncisão de todos os meninos, visando à diminuição da incidência, principalmente do câncer no colo do útero feminino, bem como do câncer de pênis, nos homens. Alguns meses depois, outro estudo foi publicado reconhecendo a excelente sugestão feita pelo colega no artigo anterior, mas criticando-o por não haver definido, de maneira apropriada, o melhor momento para a prática da circuncisão. Qual deveria ser o melhor dia para circuncidar um recém-nascido?

De acordo com os doutores Emmett Holt e Rustin McIntosh, todos os recém-nascidos possuem uma “suscetibilidade peculiar à perda de sangue entre o segundo e o quinto dia de vida. Hemorragias nestes dias, embora geralmente inconsequentes, são algumas vezes, bastantes extensas. Quando ocorrem, nestes dias e de maneira extensa, estas hemorragias podem causar sérios danos nos órgãos internos, especialmente no cérebro e podem causar até mesmo a morte do recém nascido, por choque causado por insuficiência de sangue”. De acordo com o estudo destes médicos, a tendência a hemorragias nestes primeiros dias de vida, deve-se ao fato de que um importante elemento coagulador, chamado de vitamina K e que é produzida pelo intestino humano, ainda não existir na quantidade necessária entre o quinto e o sétimo dias de vida. Somente a partir do oitavo dia de vida é que a vitamina K existe em quantidades que podem ser definidas como normais.

Um segundo elemento, não menos importante, que é também necessário aos processos normais de coagulação do sangue humano é a protrombina[3]. De acordo com o estudo do Dr. Emmett Holt, no terceiro dia de vida de um recém nascido, a protrombina disponível corresponde apenas a algo por volta de 30% do normal. Desta maneira, qualquer cirurgia realizada em um bebê neste período o disporia a sérias hemorragias. Todavia, no oitavo dia de vida a protrombina atinge níveis que correspondem a 110% do valor normal. Depois de atingir este pico, somente no oitavo dia, a protrombina recua para o nível de 100%[4]. Desta maneira, como podemos ver, não existe dia melhor para se praticar a circuncisão do que o oitavo dia do nascimento. Agora podemos entender melhor porque Deus ordenou Abraão a que circuncidasse os recém nascidos ao oitavo dia, bem como porque os parentes e vizinhos de Isabel e Zacarias vieram participar da circuncisão do menino, exatamente no oitavo dia.

Como era tradicional, naqueles dias e por aquelas paragens, apesar de não encontrarmos esta prática no Antigo Testamento, os parentes e os vizinhos queriam chamar o menino recém-nascido de “Zacarias”, que era o nome do seu Pai. Certamente aquelas pessoas queriam honrar Zacarias que, dificilmente, viria gerar outro filho.

Zacarias, como sabemos, havia ficado completamente mudo desde a visão que teve no Templo, quando o nascimento do menino João lhe foi anunciado – ver Lucas 1:20. Como ele não podia falar, Isabel, a mãe do menino, reagiu com bastante firmeza, dizendo que o menino deveria ser chamado “João”. O nome do menino havia sido fornecido pelo próprio anjo a Zacarias, porque este nome era representativo daquilo que Deus pretendia ser ou fazer com o Seu povo, Israel. O menino deveria ser chamado Ἰωάννην Ioánnin – traduzido por João e que significa: O Eterno é um Doador Gracioso. O nome em grego é derivado do nome hebraico יוֹחָנָן - Iohanan – traduzido Joanã e que quer dizer: o Eterno honrou. Assim, o anjo Gabriel havia profetizado, através do nome daquele filho prometido, que Deus iria honrar aquele menino de tal maneira, que ele seria aquele que viria anunciar como Deus é um doador gracioso, nos doando Seu próprio Filho e derramando, de forma abundante, sua graça sobre todos nós.

A reação dos parentes e dos vizinhos ao nome que os pais gostariam que o menino tivesse, João, foi de profunda surpresa, pois além de não ser o nome do próprio pai, também não tinha nenhuma relação com nenhum parente deles. Não satisfeitos com a firmeza da posição de Isabel, eles insistiram com o pai, através de sinais, para saber como o menino deveria chamar-se. Esta última tentativa devia-se ao fato de que, naqueles dias, era competência dos pais – exclusivamente sexo masculino – nominarem os filhos. Este era realmente um ofício paterno por excelência. Dessa maneira, dando eles a entender acerca do que se tratava a disputa e, sendo Zacarias, incapaz de falar e talvez, até incapaz de ouvir, fizeram chegar à suas mãos, atendendo a um pedido feito por ele mesmo, uma tabuinha onde ele, então, escreveu que o nome do menino era mesmo João! Literalmente Zacarias escreveu: “João é o seu nome”. Tendo sofrido de uma mudez imposta pelo anjo Gabriel, porque duvidara da palavra de Deus, Zacarias não queria correr riscos adicionais, desobedecendo à ordem expressa do anjo, acerca de como o menino deveria ser chamado! Quando leram o que ele havia escrito na tabuinha, confirmando o que já havia sido dito por Isabel, que o nome do menino era João, todos se admiraram. Esta admiração deveu-se especialmente ao fato de que, aquelas pessoas, não tinham a mínima noção acerca daquilo que havia se passado no Templo, em Jerusalém, entre Zacarias e o anjo Gabriel, pois Zacarias havia ficado impossibilitado de falar desde então. As pessoas se admiraram pelo fato de Zacarias escrever de maneira tão clara e afirmativamente. Note que ele não disse que o nome do menino “poderia ser João”, ou que “deveria ser João” e sim que: “João é o seu nome”! Imediatamente depois de escrever na tabuinha, Zacarias recuperou a capacidade de falar e ele falou.



OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA DE JESUS PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:

001 — Estudos Na Vida de Jesus — Porque Jesus Veio a Este Mundo

002 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 001

003 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 002.

004 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões —

005 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 2.

006 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 3.

007 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 4.

008 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 5.

009 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 6.

010 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 7.

011 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 8.

012 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 9.

013 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 10.

014 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 11.

015 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 12

016 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 13

017 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14A

017 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14B

017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C

017 D — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14D

018 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15A

018 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15B

019A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16A

019B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16B

020 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 17

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis.

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Desde já agradecemos a todos.


[1] Puberdade - Conjunto das transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual que traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência
[2] Profilaxia - Parte da medicina que tem por objeto medidas preventivas contra doenças.
[3] Protrombina é uma proteína do plasma relacionada com o processo de coagulação do sangue.
[4] Para uma discussão mais abrangente desta questão ver o livro do médico S. I. McMillen – A Provisão Divina para Sua Saúde – Editora Fiel, São Jose dos Campos, quarta edição, 1988.

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