Quadro do Nascimento de João Batista no Museu Hermitage em São Petesburgo
Essa é uma série cujo propósito é estudar, com
profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No
final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem
o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.
Lição 010 – A Revelação
de Deus e o Fim das Religiões — 7.
b. O Nascimento de João
Batista – ver Lucas 1:57—66.
Cumprido
o prazo estipulado pelo anjo Gabriel, Isabel deu à luz a um menino. Os parentes
de Isabel e Zacarias, tendo ouvido a nova e, sabendo da sua condição anterior,
como incapaz de ter filhos, muito se alegraram com ela, em função da grande
misericórdia que Deus demonstrou para com eles. Seus vizinhos também foram se
alegrar com ela. Como tanto Isabel como Zacarias eram pessoas de idade
avançada, o nascimento deste menino era considerado como um verdadeiro milagre
da parte de Deus.
Quando
o menino completou 8 dias de vida, todos vieram para participar da sua
circuncisão. A circuncisão consiste na remoção cirúrgica do prepúcio, que é a
pele que envolve a glande ou cabeça do órgão sexual masculino. A circuncisão
não foi inventada pelos judeus, outros povos já a praticavam antes de Deus
ordenar a Abraão que circuncidasse todos os machos de sua casa, como sinal da
aliança entre Deus e Abrão e seus descendentes – ver Gênesis 17:9—11.
Os
que tiverem interesse em um estudo mais completo sobre a “Circuncisão” poderão
fazê-lo seguindo esse link aqui:
A
grande novidade, referente à circuncisão ordenada a Abrão, diz respeito ao
exato tempo quando a mesma deve ser executada. Em outras culturas, a
circuncisão consiste em um “rito de passagem”. Estes rituais são praticados
como uma espécie de celebração, onde os meninos, através da circuncisão, são
recebidos a todos os privilégios tribais, como adultos. Nesses casos, a
circuncisão é praticada quando os meninos entram na puberdade[1]
o que acontece, normalmente, entre os 11 e os 12 anos de idade. A circuncisão
praticada pelos judeus, pelo contrário, era praticada, por orientação
específica de Deus – ver Gênesis 17:12 – exatamente no oitavo dia do nascimento.
Porque a circuncisão deveria ser praticada exatamente no oitavo dia? Porque não
no terceiro, sexto ou outro dia qualquer? A resposta a essa pergunta só
conseguimos obter em tempos bastante recentes: o dia certo para proceder a
circuncisão foi determinado pelo Criador da vitamina K e da protrombina.
Em
1946, em um estudo publicado na Revista da Associação Estadunidense de Medicina,
um médico recomendava, por questões de profilaxia[2],
a circuncisão de todos os meninos, visando à diminuição da incidência,
principalmente do câncer no colo do útero feminino, bem como do câncer de
pênis, nos homens. Alguns meses depois, outro estudo foi publicado reconhecendo
a excelente sugestão feita pelo colega no artigo anterior, mas criticando-o por
não haver definido, de maneira apropriada, o melhor momento para a prática da
circuncisão. Qual deveria ser o melhor dia para circuncidar um recém-nascido?
De
acordo com os doutores Emmett Holt e Rustin McIntosh, todos os recém-nascidos
possuem uma “suscetibilidade peculiar à perda de sangue entre o segundo e o
quinto dia de vida. Hemorragias nestes dias, embora geralmente inconsequentes,
são algumas vezes, bastantes extensas. Quando ocorrem, nestes dias e de maneira
extensa, estas hemorragias podem causar sérios danos nos órgãos internos,
especialmente no cérebro e podem causar até mesmo a morte do recém nascido, por
choque causado por insuficiência de sangue”. De acordo com o estudo destes
médicos, a tendência a hemorragias nestes primeiros dias de vida, deve-se ao
fato de que um importante elemento coagulador, chamado de vitamina K e que é
produzida pelo intestino humano, ainda não existir na quantidade necessária
entre o quinto e o sétimo dias de vida. Somente a partir do oitavo dia de vida
é que a vitamina K existe em quantidades que podem ser definidas como normais.
Um
segundo elemento, não menos importante, que é também necessário aos processos
normais de coagulação do sangue humano é a protrombina[3].
De acordo com o estudo do Dr. Emmett Holt, no terceiro dia de vida de um recém
nascido, a protrombina disponível corresponde apenas a algo por volta de 30% do
normal. Desta maneira, qualquer cirurgia realizada em um bebê neste período o
disporia a sérias hemorragias. Todavia, no oitavo dia de vida a protrombina
atinge níveis que correspondem a 110% do valor normal. Depois de atingir este
pico, somente no oitavo dia, a protrombina recua para o nível de 100%[4].
Desta maneira, como podemos ver, não existe dia melhor para se praticar a
circuncisão do que o oitavo dia do nascimento. Agora podemos entender melhor
porque Deus ordenou Abraão a que circuncidasse os recém nascidos ao oitavo dia,
bem como porque os parentes e vizinhos de Isabel e Zacarias vieram participar
da circuncisão do menino, exatamente no oitavo dia.
Como
era tradicional, naqueles dias e por aquelas paragens, apesar de não
encontrarmos esta prática no Antigo Testamento, os parentes e os vizinhos
queriam chamar o menino recém-nascido de “Zacarias”, que era o nome do seu Pai.
Certamente aquelas pessoas queriam honrar Zacarias que, dificilmente, viria
gerar outro filho.
Zacarias,
como sabemos, havia ficado completamente mudo desde a visão que teve no Templo,
quando o nascimento do menino João lhe foi anunciado – ver Lucas 1:20. Como ele
não podia falar, Isabel, a mãe do menino, reagiu com bastante firmeza, dizendo
que o menino deveria ser chamado “João”. O nome do menino havia sido fornecido
pelo próprio anjo a Zacarias, porque este nome era representativo daquilo que
Deus pretendia ser ou fazer com o Seu povo, Israel. O menino deveria ser
chamado Ἰωάννην – Ioánnin – traduzido por João e que significa: O Eterno é
um Doador Gracioso. O nome em grego é derivado do nome hebraico יוֹחָנָן - Iohanan – traduzido Joanã e que quer dizer: o Eterno
honrou. Assim, o anjo Gabriel havia profetizado, através do nome daquele filho
prometido, que Deus iria honrar aquele menino de tal maneira, que ele seria
aquele que viria anunciar como Deus é um doador gracioso, nos doando Seu
próprio Filho e derramando, de forma abundante, sua graça sobre todos nós.
A
reação dos parentes e dos vizinhos ao nome que os pais gostariam que o menino
tivesse, João, foi de profunda surpresa, pois além de não ser o nome do próprio
pai, também não tinha nenhuma relação com nenhum parente deles. Não satisfeitos
com a firmeza da posição de Isabel, eles insistiram com o pai, através de
sinais, para saber como o menino deveria chamar-se. Esta última tentativa
devia-se ao fato de que, naqueles dias, era competência dos pais –
exclusivamente sexo masculino – nominarem os filhos. Este era realmente um
ofício paterno por excelência. Dessa maneira, dando eles a entender acerca do
que se tratava a disputa e, sendo Zacarias, incapaz de falar e talvez, até
incapaz de ouvir, fizeram chegar à suas mãos, atendendo a um pedido feito por
ele mesmo, uma tabuinha onde ele, então, escreveu que o nome do menino era
mesmo João! Literalmente Zacarias escreveu: “João é o seu nome”. Tendo sofrido
de uma mudez imposta pelo anjo Gabriel, porque duvidara da palavra de Deus,
Zacarias não queria correr riscos adicionais, desobedecendo à ordem expressa do
anjo, acerca de como o menino deveria ser chamado! Quando leram o que ele havia
escrito na tabuinha, confirmando o que já havia sido dito por Isabel, que o
nome do menino era João, todos se admiraram. Esta admiração deveu-se
especialmente ao fato de que, aquelas pessoas, não tinham a mínima noção acerca
daquilo que havia se passado no Templo, em Jerusalém, entre Zacarias e o anjo
Gabriel, pois Zacarias havia ficado impossibilitado de falar desde então. As
pessoas se admiraram pelo fato de Zacarias escrever de maneira tão clara e
afirmativamente. Note que ele não disse que o nome do menino “poderia ser
João”, ou que “deveria ser João” e sim que: “João é o seu nome”! Imediatamente
depois de escrever na tabuinha, Zacarias recuperou a capacidade de falar e ele
falou.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA DE JESUS PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:
001 — Estudos Na Vida de Jesus — Porque Jesus Veio a Este Mundo
002 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 001
003 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 002.
004 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões —
005 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 2.
006 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 3.
007 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 4.
008 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 5.
009 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 6.
010 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 7.
011 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 8.
012 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 9.
013 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 10.
014 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 11.
015 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 12
016 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 13
017 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14A
017 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14B
017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C
017 D — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14D
018 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15A
018 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15B
019A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16A
019B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16B
020 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 17
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros
Meimaridis.
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] Puberdade - Conjunto das
transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual que traduzem a
passagem progressiva da infância à adolescência
[2] Profilaxia - Parte da medicina
que tem por objeto medidas preventivas contra doenças.
[3] Protrombina é uma proteína do
plasma relacionada com o processo de coagulação do sangue.
[4] Para uma discussão mais
abrangente desta questão ver o livro do médico S. I. McMillen – A Provisão Divina para Sua Saúde –
Editora Fiel, São Jose dos Campos, quarta edição, 1988.
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