Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.
Lição 017C — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C
d. O Louvor de Zacarias – Lucas 1:67—79 — Continuação.
x. Graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas – verso 78 — Continuação.
B. Em segundo lugar o profeta, na sua profunda dor e aflição, ainda pode experimentar a ternura da compaixão divina e a verdade da promessa de Deus. É verdade que em outros momentos ele se queixou do fato de Deus não ter demonstrado piedade — Lamentações 2:17 e 21. Mas agora ele se corrige e reconhece:
1. Que as misericórdias do Senhor não falham por causa da fidelidade de Deus. Mesmo em tempos difíceis quando parece que Deus bloqueou Suas misericórdias elas continuam, de fato, fluindo. Os rios das misericórdias de Deus correm cheios e transbordantes e nunca estão secos. Caso o suprimento do dia anterior alcance um nível baixo, o profeta tem certeza que as misericórdias do Senhor serão completamente renovadas pela manhã: a cada manhã um novo, completo e suficiente suprimento estará disponível. No meio das suas aflições Jó disse que Deus visita os filhos dos homens a cada manhã:
Jó 7:17—18
17 Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado,
18 e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova?
O profeta Sofonias reconhece que Deus traz à luz Seu juízo manhã após manhã:
Sofonias 3:5
O SENHOR é justo, no meio dela; ele não comete iniquidade; manhã após manhã, traz ele o seu juízo à luz; não falha; mas o iníquo não conhece a vergonha.
Quando as coisas nas quais confiamos nos são tiradas o Senhor permanece constante, manhã após manhã.
2. Que a fidelidade do Senhor é grande. Mesmo quando parece que o Senhor quebrou Sua aliança conosco ela está em plena força. Mesmo que Jerusalém esteja em ruínas, a verdade do Senhor dura para sempre. Não importa que tipo de dores e problemas nós tenhamos que enfrentar, nós não podemos nestes momentos entreter, nem por um segundo, pensamentos errados acerca de Deus e sim manter firme nossa posição de que Ele é compassivo e fiel.
C. Em terceiro lugar o profeta se lembra que Deus é e sempre será a alegria todo—suficiente do Seu povo. Que o povo de Deus O tem escolhido e depende — espera — que Deus seja exatamente isto:
Lamentações 3:24
A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
Quando nossa alma diz: “A minha porção é o SENHOR”, nós estamos afirmando:
1. Que “quando eu tiver perdido todas as coisas que tenho neste mundo, inclusive minha liberdade, meu sustento e quase a própria vida, ainda assim eu não perdi meu interesse em Deus”. Porções na terra são todas perecíveis, mas o Senhor é porção por toda a eternidade.
2. Que enquanto eu tenho interesse em Deus eu tenho tudo o que eu preciso. Quando Deus é minha porção eu tenho aquilo que é suficiente para contrabalançar todas as minhas aflições e compensação por todas as minhas perdas. Deus, como nossa porção, não pode jamais ser tirado de nós.
3. Que isso é em que eu dependo e descanso satisfeito. Portanto “esperarei nele”. Vou me lançar sobre Ele completamente, e vou me encorajar em Deus quando todos os outros apoios que me sustentavam desabarem. Note bem: é nossa obrigação fazer do Senhor a porção das nossas almas e recebê-lo como Consolador no meio das nossas lamentações.
D. Em quarto lugar o profeta nos lembra que todos aqueles que se relacionam com Deus descobrirão que a confiança depositada nEle não é em vão. Isso se evidencia por:
1. Deus é bom para os que confiam n’Ele
Lamentações 3:25
Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
Deus é bom para todos. Suas tenras misericórdias estão derramadas sobre toda Sua criação; todas Suas criaturas podem experimentar da Sua bondade. Mas Deus é bondoso de uma maneira toda especial para aqueles que esperam n’Ele, para a alma que o busca. Todas as vezes que as dificuldades se prolongarem ou que o livramento parecer demorado devemos esperar pacientemente pelo Senhor e Suas misericórdias —
Salmo 40:1
Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro.
Enquanto aguardamos pelo Senhor em fé, nós precisamos buscá-lo em oração. Nossas almas precisam buscar o Senhor com intensidade. Nossa busca irá nos ajudar na nossa espera. E Deus tem prometido ser todo gracioso para aqueles que O buscam e O aguardam desta maneira. É a esses que Deus irá revelar sua maravilhosa bondade.
2. Todos aqueles que esperam no Senhor descobrirão que isto é algo bom:
Lamentações 3:26
Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.
Aguardar a salvação do Senhor é bom — de fato essa é nossa responsabilidade e será nosso conforto e satisfação indescritíveis. Aguardar a salvação do Senhor em silêncio quer dizer que devemos aguardar pelo Senhor mesmo quando pareça que ele está demorando e que as dificuldades parecem insuperáveis. Enquanto esperamos em tais situações não devemos murmurar nem nos sentir transtornados e sim, nos submeter em silêncio aos desígnios divinos. Se nos lembrarmos das palavras do Senhor Jesus quando disse: “seja feita a Tua vontade”, nós podemos ter esperança de que tudo irá terminar exatamente como Deus deseja e, esse final, é sempre o melhor para nós.
E. Em quinto lugar, Jeremias nos lembra que as aflições são realmente boas para nós e que se as suportarmos da maneira correta elas irão produzir algo de bom para nós. Nós devemos saber que é bom não somente aguardar e esperar pela salvação do Senhor, mas que também é bom estarmos atribulados neste meio tempo:
Lamentações 3:27
Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
1. É bom para o homem suportar jugo na sua mocidade. Muitos dos jovens a quem Jeremias estava se referindo haviam sido levados como cativos para a Babilônia. É para aliviá-los que Jeremias escreve este versículo. Note que Jeremias não culpa os Babilônios. Ele diz que, em última instância, quem está trazendo este jugo sobre aqueles jovens é Deus mesmo. Este jugo é como aquele que é representado pelos mandamentos de Deus. É muito bom que aprendamos desde cedo que temos sérias obrigações para com Deus e não podemos pretender que Deus aceita qualquer coisa. Nunca é cedo demais para começarmos a nos moldar pelo molde de Deus. Sem o jugo que Deus nos impõe a grande maioria de nós seria como touros indomáveis que não se ajustam ao uso da canga e se tornam improdutivos. Jeremias nos diz que em tais situações nós devemos:
2. Acalmar-nos diante das nossas adversidades e aprender a nos sentar sozinhos e guardar silêncio—
Lamentações 3:28
Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele.
em vez de correr de um lado para o outro reclamando da nossa condição e agravando nossa situação e calamidade, questionando os propósitos da providência no que nos diz respeito. Devemos nos retirar no dia da adversidade para um local tranquilo onde possamos sentar sozinhos e mantermos comunhão com o Senhor silenciando nossos pensamentos de descontentamento e colocarmos nossas mãos sobre nossas bocas, como fez Aarão, que em meio à terrível tribulação pela qual teve que passar, ainda assim guardou sua paz:
Levítico 10:1—3
1 Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara.
2 Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR.
3 E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou.
Todas as vezes que Deus trouxer um jugo sobre nossos pescoços nós devemos nos submeter de forma paciente.
3. Quando nos humilhamos diante de Deus e aguardamos pacientemente pelo Senhor —
Lamentações 3:29
Ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança.
muitas vezes será conveniente no humilharmos completamente, encostando nossos próprios rostos no chão, como uma demonstração da nossa submissão à vontade de Deus no meio da aflição, bem como uma demonstração da nossa tristeza, da nossa vergonha e de quanto nós nos abominamos por sermos os pecadores que somos:
Jó 42:5—6
5 Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.
6 Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
Quando nos humilhamos desta maneira o profeta nos diz: “talvez ainda haja esperança”.
4. Quando somos mansos e nos submetemos àqueles que são os instrumentos das nossas aflições e mantemos um espírito perdoador:
Lamentações 3:30
Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta.
então nos tornamos verdadeiros filhos de Deus como descritos em
Mateus 5:39—41
39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;
40 e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
41 Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.
Nosso Senhor Jesus nos deixou um exemplo vivo de como proceder. O profeta Isaías descreveu algumas das coisas pelas quais o Senhor passou quando disse: Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam — Isaías 50:6. Aqueles que são capazes de resistir às ofensas e afrontas e que não revidam ultraje com ultraje, nem fazem ameaças quando maltratados — imitando nosso Senhor:
1 Pedro 2:20—23
20 Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus.
21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,
22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca;
23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente.
descobrirão que é benéfico suportar esse jugo e que em última instância o mesmo se transformará em uma vantagem espiritual. Como disse o apóstolo Paulo: E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado – Romanos 5:3—5.
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017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C
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Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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