Reproduzimos abaixo uma
reportagem publicada pela revista IstoÉ que trata das muitas histórias
envolvendo o falso mestre Marcos Pereira. A reportagem apareceu na edição #
2284 de 23 de Agosto de 2013
REVISTA
ISTOÉ
Marcos
Pereira: A pregação do medo
O pastor
Marcos Pereira, acusado de ser mandante de um assassinato, mesmo preso,
continua pregando e coagindo seguidores
Preso
desde maio em uma cela isolada do presídio de Bangu 9, no subúrbio do Rio de
Janeiro, o pastor Marcos Pereira, 56 anos, continua falando para multidões. Com
sua pregação exaltada, segue angariando convertidos na cadeia. Ergue as mãos
para fora das grades e, em voz alta, comanda a reza, que é acompanhada por
detentos em celas próximas. Pereira não usufrui do banho de sol junto dos
outros presos porque se recusa a tirar a camisa, alegando motivos religiosos.
Está mais magro e perdeu um dos dentes da frente. “Ele vai ser absolvido.
Ofereceram dinheiro para as supostas vítimas”, diz Luiz Carlos da Silva Neto,
advogado do pastor.
O pastor
Marcos Pereira, fundador e líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (Adud),
é acusado de uma série de crimes, como associação ao tráfico e lavagem de
dinheiro. Suspeito de ter praticado mais de 20 estupros contra mulheres, foi
denunciado à polícia por oito delas, mas apenas dois dos casos viraram
processos. Quatro prescreveram e outros dois ainda estão sendo investigados.
Agora, surge uma nova acusação: uma testemunha disse à polícia que viu o
assassinato da fiel Adelaide Nogueira dos Santos, 25 anos, em 2006, na Baixada
Fluminense, e aponta Pereira como mandante. Adelaide foi estrangulada porque
estaria preparando um dossiê contra o pastor. A testemunha acaba de pedir
proteção policial. Ela reconheceu às autoridades que na época evitou apontá-lo
como responsável por medo. Mas agora decidiu contar tudo o que sabe e
responsabiliza Pereira pelo crime. Segundo a testemunha, que pede anonimato,
“Adelaide citou orgias” e disse que Pereira “recebia de traficantes para fazer
cultos”. A mãe da vítima, Amélia Pinheiro Batista, 65 anos, confirma as
acusações e contou que foi vigiada por seguidores da igreja. Ela desconfia de
um homem que bateu em sua porta pedindo comida, “mas esticou o pescoço” para
olhar dentro de casa. “Era uma ameaça, tenho certeza.”
Amélia
não é a única a se sentir ameaçada pelos fiéis seguidores do pastor Pereira.
ISTOÉ entrevistou duas mulheres que dizem ter sido estupradas pelo pastor. Elas
pediram para não ser identificadas. Uma sofreu represália após um depoimento:
disse que um grupo tentou arrombar a porta de sua casa e foi impedido por
vizinhos. Todos da família se mudaram para casa de parentes. “Pensei em entrar
para o Programa de Proteção à Testemunha, mas desisti por causa das crianças,
que seriam obrigadas a mudar de escola. Todo dia eu penso: ‘Hoje eu não morri,
graças a Deus’”, conta. A outra testemunha, também sob anonimato, diz,
igualmente, viver com medo. “Estava numa loja e um homem da igreja chegou perto
do caixa e começou a armar uma confusão. Era para me intimidar”, afirma.
Pereira foi acusado, junto com dois integrantes da Assembleia de Deus dos
Últimos Dias, Lúcio Oliveira Câmara Filho e Daniel Candeias da Silva, de coação
a testemunhas. Mas, devido a erros de procedimento do Ministério Público, esse
processo foi suspenso e aguarda, agora, o procurador-geral de Justiça do
Estado, Marfan Vieira, encaminhar de novo a denúncia à Justiça. “Com todas as
vítimas, o pastor usava de seu poder como líder religioso e fazia ameaças, caso
elas viessem a acusá-lo”, diz a promotora Luciana Barbosa Delgado, que atua num
dos processos. “Por esse motivo, não me surpreende que muitas desistam de
testemunhar.”
TRAJETÓRIA
O pastor,
que ficou famoso por converter bandidos, foi preso em maio.
Abaixo, a
sede da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, no Rio
Nas
contas do Ministério Público e do delegado titular da Delegacia de Combate às
Drogas (Dcod), Márcio Dubugras, que comanda a maioria das investigações a
respeito de Pereira, há dezenas de mulheres que teriam sido vítimas de abusos
sexuais pelo pastor, algumas identificadas pelo primeiro nome ou por um
apelido, mas que até hoje não depuseram. Uma peça-chave desapareceu: é a
ex-mulher de Pereira, Ana Madureira da Silva, cuja família ignora seu
paradeiro. Depois de declarar em depoimento a autoridades policiais e à Justiça
que fora estuprada pelo pastor, Ana postou um vídeo no YouTube dizendo: “Meu
marido não me estuprou” e atribuiu as acusações à “galhofada” da mídia.
Pereira
se tornou famoso no Brasil por converter bandidos de alta periculosidade e
ajudar a controlar rebeliões em presídios. Calcula-se que tenha dez mil
seguidores. No ano passado, foi acusado por um ex-parceiro, o coordenador da
ONG AfroReggae, José Júnior, de ser “a maior mente criminosa do Rio e de estar
por trás de um plano para matá-lo”. Segundo Júnior, o pastor teria dito a
traficantes presos que ele seria o responsável por transferências de chefes de
facções de penitenciárias, o que equivale a uma sentença de morte. Júnior vive
sob escolta policial e luta para prosseguir com a ONG que teve a unidade do
complexo do Alemão incendiada e a da Vila Cruzeiro metralhada. Após um ano e
meio do início das investigações, Pereira ainda não foi julgado.
REVIDE
Amélia
Batista, com a foto da filha Adelaide, morta em 2006. Testemunha diz que ela
preparava um dossiê contra Pereira e por isso foi assassinada
A
explicação para a demora é que há fatos que ocorreram há muitos anos e são de
difícil encaminhamento, até pela desistência de parte das testemunhas. À ISTOÉ,
o coordenador do AfroReggae aponta outra causa: um lobby da bancada evangélica
da Câmara dos Deputados estaduais para libertar o líder religioso. “O que mais
me surpreendeu não foi a reação do narcotráfico (com quem o pastor é acusado de
estar associado), mas a do efetivo de parlamentares que o apóiam”, diz. “Quando
fiz a denúncia contra o pastor, sabia que estaria atingindo um alvo muito
poderoso. Já fui aconselhado até a sair do País, mas não saio nem volto atrás”,
garante.
AGRESSÃO
José
Júnior, do AfroReggae: ele denunciou o pastor e duas unidades da ONG foram
atacadas
O
delegado Dubugras apura o envolvimento do religioso também com o tráfico de
drogas, lavagem de dinheiro e homicídios. “Ele demonstra ter relação íntima com
os chefes do Comando Vermelho”, afirma. Numa conversa gravada com autorização
da Justiça, em 10 de maio, na penitenciária de segurança máxima de Catanduvas
(PR), os traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Márcio
Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP, lamentaram a prisão de Pereira e mandaram
punir José Júnior, do AfroReggae. “Foi o Juninho que estava por trás disso.
Tinha que mandar um salve lá para ele”, ordenou Beira-Mar. “Salve” significa
ataque ou represália. Logo depois, as unidades da ONG foram incendiadas e
metralhadas.
Para meditar:
1 Coríntios 6:9—10
9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem
sodomitas,
10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem
roubadores herdarão o reino de Deus.
Apocalipse 21:8
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos
assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os
mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a
saber, a segunda morte.
Apocalipse 22:15
Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os
idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira
Grande
Abraço e que Deus possa abençoar a todos.
Alexandros
Meimaridis
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Desde já agradecemos a todos.
Os tolos dizem: "não toqueis nos ungidos do Senhor", quando tentamos alertá-los.
ResponderExcluirDeplorável a cegueira neo-pentecostal dos devotos desses desastres para o evangelho.
Creio que não há mais o que pregar em nosso país. Pelo menos nos grandes centros urbanos.
O povo se tornou insubordinado à Palavra, mas submissos aos "ungidos".
Caro Márcio,
ExcluirMuito bom teu comentário.
Como sempre pontual e pertinente. Mas não devemos esmorecer. O mandamento de Jesus para continuarmos indo sempre ainda é válido.
Por isso, coragem irmão e vamos fazer, com a graça de Deus nos ajudando, o melhor que for possível.
Abraço fraterno,
irmão Alex