segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PECADOS QUE PODEM NOS DESTRUIR POR COMPLETO – PARTE 007 — A IMPACIÊNCIA — PARTE 004 - Final

Essa é uma série na qual pretendemos, dentro do possível, discutir alguns dos mais insidiosos pecados que ameaçam nossas almas. Trata-se de ações ou reações que caracterizam um coração perverso diante de Deus, algo com o que muitos personagens bíblicos tiveram que lutar, mas que pela graça de Deus conseguiram vencer. Nós também, como seres humanos iguais a eles estamos sujeitos a enfrentar esses mesmos pecados e temos que entender como essas situações funcionam, para poder lançar mão da graça de Deus e vencer as mesmas. A SÉTIMA questão que devemos analisar é:
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7. A IMPACIÊNCIA — PARTE 004

A questão da impaciência levanta por fim, um importante aspecto de nossas vidas: se amamos verdadeiramente a Deus ou ao mundo. O apóstolo João já nos advertiu dos perigos de amar o mundo, quando disse:

1 João 2:15—17

15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;

16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.

17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

Jesus mesmo nos advertiu que dividir a atenção que devemos a Deus e ao próprio Senhor Jesus é algo impossível de ser realizado. Fazemos apenas papel de tolos, todas as vezes que tentamos agir desse modo:

Mateus 6:24

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Marcos 10:37—38

37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;

38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.

A conclusão a que tudo isso nos leva é a seguinte: NÓS SEMPRE SERVIMOS AQUILO QUE ADORAMOS.

O verdadeiro combate da fé é travado entre aquilo que mais amamos. É um combate entre a comunhão eterna com Deus ou as recompensas passageiras do mundo. Na passagem de 1 João mencionada acima, cada um de nós pode encontrar a forma como Deus deseja que caminhemos.

Vamos então fazer uma análise mais detalhada de 1 João 2:15—17

Nesses versos nós vamos encontrar uma descrição do mundo e instruções acerca de como a igreja deve se comportar com relação ao mesmo. O apóstolo João usa a expressão grega κόσμος kósmos — mundo, das seguintes maneiras:

1. O Universo organizado — João 17:5; o Planeta Terra, talvez — João 21:25.

2. Como metonímia[1], os habitantes humanos do Planeta Terra, ou seja, a humanidade ou o ambiente onde a humanidade se movimenta e onde acontecem os eventos históricos relativos aos humanos, à raça humana e a estrutura social da humanidade — João 16:21.

3. O público em geral — João 7:4. O mesmo uso ocorre também, talvez, em João 14:22.

4. No sentido ético, o termo descreve a humanidade alienada da vida de Deus, pecaminosa, sob o severo juízo de Deus e precisando de salvação — João 3:19! Esta é a definição ou uso mais importante feito pelo apóstolo João.

5. O mesmo uso indicado no item 4 acima, com a ideia adicional de que não existe nenhuma distinção com respeito à raça ou nacionalidade. Assim o termo é usado para descrever seres humanos de todas as raças, línguas e nações, sejam judeus sejam gentios — João 4:42. O mesmo uso ocorre, provavelmente, em João 1:29; 3:16—17; 6:33, 51; 8:12; 9:5; 12:46; ver também 1 João 2:2; 4:14—15. Todos estes versos precisam ser entendidos à luz de

João 12:32 que diz —

E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.

Para o apóstolo João como para todos os outros autores do Novo Testamento não havia, da perspectiva do pecado, nenhuma diferença diante de Deus entre judeus e gentios.
 
6. A jurisdição ou extensão do mal. O sentido é o mesmo no item de #4 com a seguinte ideia adicional: uma hostilidade aberta contra Deus, Seu Filho Jesus Cristo e o Povo de Deus — João 7:7; 8:23; 12:31; 14:30; 15:18—19; 17:9, 14.

Em nosso texto central — 1 João 2:15—17 — João efetua uma mudança no que vinha falando, de uma “exortação”, para uma advertência acerca do comportamento dos crentes. O tempo verbal que caracteriza esses versículos não é o indicativo e sim o imperativo: Não ameis o mundo. Os cristãos receberam uma grande herança ao receberem o perdão dos seus pecados, a reconciliação e a comunhão com o próprio Deus e o poder de vencer tanto o diabo como o próprio pecado em suas vidas. Mas nada disso indica que estamos livres das tentações. Pelo contrário, as tentações existem e muitas vezes podem arruinar nossas vidas se nós deixarmos que isso aconteça.

O mandamento para não amarmos o mundo está baseado em dois argumentos principais:

1) a incompatibilidade entre o amor ao mundo e o amor ao nosso Pai celestial — 1 João 2:15—16;

2) a transitoriedade do mundo contrastada com a eternidade daquele que obedece a Palavra de Deus — 1 João 2:17.

Bem vamos analisar cada um desses três versos em separadamente.

1 João 2:15 —

Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.

Muitas pessoas sentem-se intrigadas acerca de como é possível reconciliar esse verso como o que está afirmado em –

João 3:16 —

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Para dirimir esse impasse é necessário ler nossas definições acerca da palavra grega κόσμος kósmosconforme estão acima. Ali nós alistamos seis maneiras diferentes em que essa expressão é usada, pelo apóstolo João em seus escritos. Assim falamos do κόσμος kósmoscomo representando os seres humanos que vivem no planeta terra e sabemos que tais pessoas precisam ser amadas e alcançadas como compaixão, graça e misericórdia. Por outro lado vimos também que essa mesma expressão é usada para designar, no sentido ético, a humanidade alienada da vida de Deus, pecaminosa, sob o severo juízo de Deus e precisando de salvação — João 3:19! Essa é a definição ou uso mais importante feito pelo apóstolo João. Mas ainda podemos adicionar o seguinte: A jurisdição ou extensão do mal: uma hostilidade aberta contra Deus, Seu Filho Jesus Cristo e o Povo de Deus. E é nesse sentido que João nos ordena a não amar o mundo. João 3:16 tem a ver com a necessidade de amar o mundo perdido. Já 1 João 2:15 tem a ver com não deixarmos nos envolver com a pecaminosidade do mesmo.

Nesse mesmo contexto, o cristão é ordenado a amar tanto a Deus quanto os membros da comunidade.  

1 João 2:5

Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele.

1 João 2:10

Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.

Mas aqui somos ordenados, explicitamente a não amar o mundo, ou a não nos identificar com suas práticas pecaminosas, seus cuidados e suas paixões. A expressão “amar” é bastante adequada nesse contexto tanto no aspecto positivo quanto no negativo, porque não se trata de uma emoção incontrolável e sim de uma devoção estável da nossa vontade. A razão porque somos ordenados a não amar o mundo é porque o amor ao Pai celestial e o amor ao mundo são completamente incompatíveis, e mutuamente excludentes. Se uma pessoa se ocupa com o mundo e seus cuidados, que são acintosamente contrários à pessoa de Cristo, é evidente que tal indivíduo não tem amor pelo Pai. Tiago nos diz o seguinte:

Tiago 4:4

Infiéis, — Infiéis; no original, adúlteras, isto é, os que são desleais para com Deus — não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

Jesus também fez claras referências ao fato que não podemos servir a dois senhores:

Mateus 6:24

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Lucas 16:13

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Dessa forma, temos que: se não podemos servir a Deus e às riquezas simultaneamente, do mesmo modo não podemos servir o Pai e o mundo simultaneamente.

1 João 2:16

Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.

A frase de João omite uma importante verdade, porque ele não está interessado nela nesse contexto. Essa verdade tem a ver com o fato de que: se existe algo nesse mundo — no sentido de mundo criado por Deus — que pertence ao Pai por direito, por ter sido Ele quem as criou e a Ele devem sua existência, então nós podemos amar essas coisas. Mas, no sentido que João cita essas coisas como “Porque tudo que há no mundo”, como algo que “procede do mundo”, então não podemos amar absolutamente nada que esteja nessa categoria. João escolhe fazer algumas menções especiais:

1) A concupiscência da carne.

2) A concupiscência dos olhos.

3) A soberba da vida.

De acordo com C. H. Dodd[2] essas três escolhas feitas por João, parecem as marcas essenciais da vida pagã, ou da vida sem o conhecimento do Deus verdadeiro. A primeira

A concupiscência da carne — descreve os desejos da nossa natureza caída e pecaminosa, vivendo no mundo dominado pelo próprio diabo, onde a mesma encontra plena liberdade para se manifestar. Deve ser algo notável por todos que no breve espaço de apenas três versículos — 1 João 2:14—16 — João menciona tanto o Maligno, como o Mundo e também a carne.
A segunda escolha de João —

A concupiscência dos olhos — parece indicar as muitas tentações que nos assaltam, não a partir do nosso interior, mas vindas do exterior, por meio dos nossos olhos. Essa é nossa tendência de nos deixar cativar pelo show externo, sem questionarmos absolutamente nada acerca do verdadeiro valor de tais coisas. Como Eva em

Gênesis 3:6

Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos.

nós também deixamos nos seduzir com facilidade por aquilo que vemos. Outros casos óbvios são os de Acã, acerca do qual lemos em —

Josué 7:21

Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.

E também o caso do próprio Davi, conforme a descrição que temos em

2 Samuel 11:2

Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa.

Os três casos acima — Eva, Acã e Davi — representam o amor pela beleza desprovido do amor pela bondade. É o amor maniqueísta — onde os fins justificam os meios — e a manifestação suprema do egoísmo, que é frontalmente contrária a Deus.

A soberba da vida — Essa é, sem sombra de dúvida a mais difícil de todas as três expressões. A língua grega tem duas palavras para expressar o sentido de vida:

 ζωὴ zoìo estado de alguém que está cheio de vitalidade ou é animado.

βίοσ bíos — vida num sentido amplo. Vida em seu estado presente e concreto de manifestação.

Essa mesma expressão βίοσ bíos — vida num sentido amplo aparece novamente em

1 João 3:17

Ora, aquele que possuir recursos — recursos aqui é βίοσ bíos — no original — deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?

Nesse sentido a expressão é traduzida como “recursos” no sentido que são recursos necessários para o sustento da vida. A expressão “aquele” no verso acima reflete uma pessoa presunçosa — no grego é ἀλαζόνας alazónas — como em Romanos 1:30; jactanciosa, como em 2 Timóteo 3:2 ou pretensioso, como em Tiago 4:16. Trata-se de uma pessoa que deseja impressionar os outros com algo vazio, algo que não tem valor. Os bens dessa terra são necessários para nosso sustento, mas não possuem valor algum na eternidade, porque não são, absolutamente, necessários.

A soberba da vida é, portanto, uma arrogância ou vanglória da parte de uma pessoa que tem como base as circunstâncias externas que tal pessoa experimenta nessa vida. Podemos estar falando de riquezas, de posição nalgum tipo de hierarquia, ou ricas vestimentas que conduzem a pessoa a uma “ostentação pretensiosa”. Reflete o desejo de “brilhar” ou de “brilhar mais” que as outras pessoas.

Não são poucos os comentaristas que enxergam essa trindade da perversidade manifestada nas tentações sofridas por Cristo no deserto e mais ainda, na tentação sofrida por Eva no Éden — conforme Gênesis 3:6. Mas devemos afirmar que nenhum paralelo é próximo o bastante para supormos uma alusão deliberada e intencional da parte de João. Também não percebemos nenhuma correspondência óbvia entre esses aspectos do mundo e os três principais vícios que ocupam lugar proeminente na ética do mundo antigo e medieval. Esse vícios eram: Voluptia, Avaritia e Superbia ou Prazer, Cobiça e Orgulho.

Em resumo, podemos afirmar que esses três vícios apontados por João, incluem duas cobiças e uma vanglória. Tratam de duas formas de depravação que surgem de dentro de nós mesmos e da nossa própria vontade e uma resulta das nossas posses, independentemente da sua natureza. Assim temos: desejos pecaminosos por coisas que não temos, mas desejamos ter e arrogância por causa das coisas que temos, mesmo que elas sejam vazias! Podemos finalizar dizendo que esses três vícios têm a ver com: desejos baixos, egoísmo e valores falsos. Daí a ordem de Deus de evitar os mesmos.   

1 João 2:17

Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

A segunda razão para não amarmos o mundo — a primeira foi que se amarmos o mundo o amor do Pai não poderá estar em nós — é que Jesus inaugurou um novo tempo — o tempo do Reino de Deus, do Espírito Santo vindo para habitar nos crentes e etc. — o que indica que esse tempo presente está destinado a um fim catastrófico. O mundo, como as trevas que existem nele já estão se desintegrando. No grego a mesma expressão παράγεται parágetai — é usada tanto nesse verso, traduzida por “passa”, quanto em 1 João 2:8 onde é traduzida por “dissipando” conforme podemos ler em —

1 João 2:8

Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.

É nesse mesmo sentido, de algo passageiro ou que está já passando, que Paulo cita o mundo em —

1 Coríntios 7:31

E os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa.

E todos os seres humanos que, por meio das mais diversas cobiças se identificam com esse mundo, terminarão exatamente, como o próprio mundo: ou seja, passarão junto com o mundo. Somente uma classe de pessoas irá permanecer. Essa classe é descrita como a: “que faz a vontade de Deus permanece eternamente”. Jesus deixou bem clara a seguinte verdade —

Marcos 3:35

Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.


A conclusão de João, portanto, é apenas lógica: os crentes em Cristo têm o direito de habitar no mesmo local onde Cristo habita —

João 8:35

O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre.

João 13:1—3

1 Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.

2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.

3 E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.

Portanto, nós temos uma escolha final para fazer, que está diante de nós, e que é entre Deus e o mundo ou as cobiças do mundo e a vontade de Deus. Nós teremos uma vontade maior de obedecer a vontade de Deus, se nos conscientizarmos que o mundo e suas cobiças são transitórias e estão próximas do fim — 2 Coríntios 4:18.


Conclusão para o pecado da impaciência relacionada com o que vimos em 1 João 2:15—17

A passagem de 1 João que acabamos de estudar é muito importante, porque é ela que nos fornece a chave para que cada pessoa encontre a forma, exata, como Deus que quer que ela caminhe.

Para que possa conhecer a vontade de Deus o crente deve optar entre e Deus e o mundo e, claro, deve preferir Deus ao mundo. Caso contrário não irá experimentar o amor do Pai em si mesmo e acabará perecendo junto com o próprio mundo. Se o crente agir assim, quando seu coração estiver triste, ele deverá esperar em oração que Deus mostre o próximo passo a ser dado ou próximo curso de ação a ser seguido, para que possa, desse modo, manter o amor do Pai em seu próprio coração. Todos as pessoas que agem dessa maneira seja nas pequenas, como nas grandes decisões demonstram que amam e confiam em Deus. A esse respeito é bom lembrar-nos das palavras do Senhor Jesus Cristo, quando disse —

Mateus 7:21

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

Nesse verso o Senhor está falando acerca de falsos seguidores seus. E esses são mais numerosos do que podemos imaginar. Esses são aqueles que gostam muito de falar da vontade de Deus, mas não gostam de fazer essa mesma vontade. É possível que alguns dos falsos seguidores tenham se tornado em tais, porque ouviram e seguiram os falsos mestre citados em Mateus 7:15—20. Isso é muito fácil de acontecer, porque muitas vezes o discurso dos falsos mestres é coerente, bíblico até, mas a vida diária é outra história. O clamor desses falsos seguidores — Senhor, Senhor — reflete certa veemência, mas o mesmo não tem o sentido de soberano Senhor, e sim apenas de um mestre ou um tratamento respeitoso. Depois da ressurreição de Jesus, a Igreja adotou esse termo grego Κύριε Kúrie — Senhor como símbolo de adoração e confissão da divindade do Senhor Jesus Cristo. Mas esses mencionados aqui pretendem usar na eternidade o termo Senhor, quando em suas vidas diárias, eles foram os senhores e senhoras absolutos de suas próprias vidas.

Assim, o que temos nesse verso é uma afirmação clara que o fator determinante com relação a quem entra ou não no Reino de Deus é a obediência à vontade de Deus, o Pai no sentido prático e não apenas na forma de uma concordância mental ou até mesmo verbal

Malaquias 1:6—8

6  O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? —diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?

7  Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível.

8  Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? —diz o SENHOR dos Exércitos.

Lucas 6:46

Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?

Examinemos, pois, não somente a vida dos outros, mas especialmente nossas próprias vidas, para conferir se o que pensamos e falamos é coerente com a forma como agimos. O fruto que produzimos não está relacionado apenas ao que ensinamos, mas também como vivemos. Desse modo, Jesus direciona essa verdade com toda força diretamente para os nossos corações. Jesus condena a todos cujas palavras e atitudes não casam de modo harmonioso. Mateus 7:21 nos mostra a primeira vez em que o termo πατρός patrós — Pai é usado por Jesus nesse evangelho, e desse modo, tal uso pode servir para sustentar a verdade ensinada por toda a extensão do Sermão do Monte, de que Jesus afirma ser o único Revelador verdadeiro da vontade do Pai. Desse modo, a vontade do Pai não pode ficar restrita ao Antigo Testamento, mas inclui os novos aspectos ensinados pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Devemos obedecer ao todo da revelação de Deus.

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Estudo 001 — A FALSA CULPA

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Estudo 003 — O REMORSO

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Estudo 005 — A AMARGURA

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Estudo 008 — APATIA E DESÂNIMO — PARTE 001

Estudo 008 — APATIA E DESÂNIMO — PARTE 002

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Estudo 009 — A AUTOADULAÇÃO — PARTE 002

Estudo 010 — DESEJOS INDULGENTES OU PECAMINOSOS
Que Deus nos abençoe a todos. 

Alexandros Meimaridis 

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Desde já agradecemos a todos. 


[1] Metonímia: Figura de linguagem que consiste em designar um objeto por palavra designativa de outro objeto que tem com o primeiro uma relação de causa e efeito - trabalho, por obra - de continente e conteúdo - copo, por bebida - lugar e produto - porto, por vinho do Porto - matéria e objeto - bronze, por estatueta de bronze - abstrato e concreto - bandeira, por pátria - autor e obra - um Camões, por um livro de Camões - a parte pelo todo - asa, por avião etc.

[2] Dodd, C. H. Commentary on the Johannine Epistles in The Moffat New Testament Commentary. Hodder & Stoughton, London,1946.

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