Esse é um estudo especial que irá
abordar temas de grande interesse, tais como: 1. Deus 2. Os seres humanos e o
mundo criado 3. Jesus e Sua missão como o CRISTO. 4. O Espírito Santo. 5. A
vida cristã. 6. A Igreja. 7. O futuro e etc. Esperamos que a mesma possa ajudar
todos os nossos leitores a conhecerem melhor o que o Novo Testamento ensina
acerca de tudo o que nos é importante.
INTRODUÇÃO GERAL
TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO E A HISTÓRIA
A BUSCA PELO JESUS HISTÓRICO — PARTE 001
Os problemas que existem entre a História
e a Teologia são da maior importância no contexto dos estudos relativos à
Teologia do Novo Testamento. Uma das maiores acusações que são feitas contra a
nossa fé cristã tem a ver com a alegação que a mesma não está fundamentada em
fatos históricos. Como iremos demonstrar, tal acusação não passa duma grande
bobagem, pois os argumentos usados para defender tal ponto de vista são muito
mais frágeis do que os argumentos usados para defender a verdade e a
historicidade da Bíblia.
Como acontece na grande maioria
dos casos, os maiores ataque feitos contra a fé cristã não se originam do lado
de fora da Igreja, mas do lado de dentro. Eles partem de pessoas, geralmente
incrédulas — o joio — que se encontram dentro da própria Igreja. Não é
diferente quando o assunto é a historicidade dos Evangelhos e, principalmente,
a historicidade da pessoa e da obra do Senhor Jesus Cristo. O debate é antigo e
iremos ver, de modo geral, como através dos séculos a Igreja combateu os erros
ensinados por inúmeros hereges. Todavia, foi apenas a partir do século XVIII
com Hermann Samuel Reimarus que a discussão moderna teve início. Essa discussão
se estende até os nossos dias. Velhos argumentos dos séculos XVIII e XIX são,
periodicamente, reciclados e apresentados como novos fazendo a alegria de
autores, editores e leitores que entendem pouco, ou até mesmo, quase nada
acerca da verdade como revelada nas Escrituras Sagradas.
A. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA BUSCA
MODERNA PELO JESUS HISTÓRICO
Com o surgimento do Racionalismo,
a capacidade de raciocínio humano foi entronizada como o elemento mais
importante para a descoberta e o entendimento do mundo ao nosso redor. Um dos
desdobramentos naturais do Racionalismo foi o Iluminismo cuja pretensão era
explicar, nos mínimos detalhes, a “verdade” sobre todas as áreas do
conhecimento humano. É óbvio que, sendo a religião cristã uma área importante
desse conhecimento, a mesma tenha sido analisada por essa ótica defeituosa do
raciocínio humano. A premissa básica do Iluminismo era secularizar — remover
tudo o que era sobrenatural — de todas as áreas do pensamento e da vida humana.
Tudo precisava ser explicado de forma natural
sem nenhuma interferência sobrenatural. As consequências de tal abordagem sobre
a revelação bíblica e a fé cristã devem ser claras.
Os pressupostos filosóficos
adotados pelo Iluminismo podem ser facilmente encontrados no Racionalismo de
descartes, Espinosa e Leibniz e também no Empirismo de Locke, Berkeley, Hume e
outros. Essa duas escolas filosófica que eram opostas entre si foram como que,
miraculosamente, unidas pelo filósofo Alemão Immanuel Kant, o maior expoente do
Iluminismo. Foi Kant — viveu entre 1724 e 1804 — quem criou a distinção entre o
que ele chamou de universo não fenomenal e universo fenomenal. Em outros termos
podemos dizer que essa distinção era entre o que é metafísico daquilo que é
físico. Ele também estabeleceu uma distinção entre a razão prática — a fé — e a
razão pura. Essas distinções formuladas por Kant são a base de todo o
pensamento moderno e são fundamentais para a nossa compreensão da fé e da
história em nossos dias. Apesar de rejeitar as distinções de Kant, não deixamos
de reconhecer sua importância para o entendimento da Teologia em nossos dias e,
especialmente, para o entendimento das questões relacionadas à busca do Jesus
histórico.
Para Kant o universo metafísico é
o de Deus, da liberdade e da imortalidade. Apenas a razão prática ou a fé tem
acesso a esse universo. O universo físico, por sua vez, está acessível aos
sentidos humanos e pode ser controlado pelo exercício da razão pura. Todas as
ciências humanas se ocupam, exclusivamente, do mundo físico, daquilo que pode
ser percebido pelos sentidos. De fato, todas as ciências, a partir de Kant,
adotaram essa forma de pensamento e aceitaram a distinção de Kant entre o
universo não fenomenal do universo fenomenal. Foi exatamente essa forma de raciocínio
que permitiu o surgimento de uma distinção fundamental no campo da Teologia.
Estamos falando da distinção dicotômica ente Historie e Geschichte.
Essa dicotomia por sua vez, nos remete para a filosofia dos gigantes gregos:
Sócrates, Platão e Aristóteles.
A distinção ensinada por Kant
dissociou Deus e Sua revelação de todos os aspectos do pensamento humano e,
claro, não deixou de afetar a própria Teologia. As pressuposições da história
foram mudadas para rejeitar e excluir qualquer elemento considerado
sobrenatural. E esse fato está na raiz do que estamos chamando da busca moderna
pelo Jesus histórico. A partir de Kant a ênfase dos estudos da história foi
completamente colocada sobre a base que todos os fenômenos históricos precisavam
ser avaliados, puramente, a partir de elementos naturais, numa relação direta
de causa e efeito. Todos os elementos relacionados com a revelação e as ações
divinas na história são excluídas como ponto de partida. De posse das ferramentas
modernas supridas pelo Iluminismo o historiador precisa fazer duas perguntas: O
que realmente aconteceu? O que realmente aconteceu? Começando com essas perguntas esperava-se que o
historiador pudesse respondê-las de modo objetivo deixando de lado todas as
pressuposições. A ideia era simples: vamos retirar todos os dogmas antigos da
Igreja cristã. Vamos excluir todas as afirmações previamente feitas pela Igreja
e pela Teologia. Vamos examinar as escrituras como sendo apenas um livro
humano. Colocando de lado toda e qualquer pressuposição o historiador tem a
responsabilidade de descobrir quem, na realidade, foi esse tal de Jesus. Desse
modo, alegava-se que o historiador objetivo poderia nos dizer, exatamente, como as coisas aconteceram. Mas logo
alguém afirmou o seguinte: a ideia de que é possível entramos na história sem
nenhum pressuposto é tão ingênua que se parece mais com a ideia que um
historiador pode ser neutro em sua abordagem. Mas, à medida que avançarmos em
nossa análise ficará claro que tais pressuposições mostraram-se completamente
falsas.
Quando o Iluminismo começou a
influenciar as áreas do conhecimento humano não demorou muito para que tal
influência atingisse a Teologia e os teólogos em cheio. No século XIX teólogos
como Friedrich Schleiermacher e Albrecht Ritschl abandonaram os estudos
teológicos para mergulhar de cabeça na história com a intenção de tornar a
teologia aceitável no meio científico à luz da filosofia kantiana. Todavia,
ainda nos dias de Kant, o filósofo Gotthold Lessing — viveu entre 1729 e 1891 —
levantou a seguinte questão: É possível que um fato acidental da história humana tenha significado eterno? Essa
pergunta é extremamente importante, especialmente para nós os cristãos. Não
podemos negligenciar a mesma nem aceitar os pífios argumentos desenvolvidos
para ofuscá-la. E não existe nenhum modo de respondermos a essa pergunta, senão
por meio de afirmações relacionadas com a fé. Por exemplo, a cruz de Cristo é
um exemplo típico do que estamos falando. O mesmo foi um evento tremendamente
importante. Nossa salvação eterna depende desse fato glorioso acerca de Cristo —
Romanos 4:25
O qual foi entregue por
causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.
De fato, todos os eventos
relacionados à pessoa de Jesus foram tremendos — sua encarnação, sua
crucificação e sua ressurreição. E tudo isso aconteceu na história da Palestina
duma vez por todas e, como diz Karl Barth, o que Deus fez não pode ser
modificado por ninguém. Está feito e ponto. Dessa forma, todos os que se propõem
abordar a história a partir de pressuposições iluministas — isto é,
pressuposições meramente humanas — precisam responder à seguinte pergunta: de
que maneira um avento acontecido na história passada na longínqua Palestina
pode ter importância eterna? Não é difícil perceber que ao fazermos tal
pergunta, nós estamos dirigindo nossa atenção para o coração da fé cristã. A
pergunta de Lessing é, de fato, a pergunta que os proponentes originais da
busca histórica pelo verdadeiro Jesus se propuseram a responder.
CONTINUA...
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Alexandros Meimaridis
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