Esse artigo é parte da série "Parábolas de
Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os
aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias.
No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.
Sermão 029
A PARÁBOLA DO AMIGO IMPORTUNO
LUCAS 11:5—8
5 Disse-lhes ainda
Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e
lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,
6 pois um meu amigo,
chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer.
7 E o outro lhe
responda lá de dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e
os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos
dar;
8 digo-vos que, se não
se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da
importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade.
Introdução
A. Essa
parábola está colocada no Evangelho de Lucas na sequência da chamada “Oração do
Pai Nosso”.
B. Mas
no caso de Lucas, em vez de continuar com uma exortação para que os homens se
amem uns aos outros como fez Mateus, ele introduz uma parábola que tem a
intenção de nos ensinar a sermos perseverantes em oração, na mesma linha da
parábola do Juiz Iníquo de Lucas 18:1—8.
C.
Lucas é o único dos evangelistas a apresentar essa parábola.
I. O Princípio Básico —
Orai Sem Cessar
A. O
apóstolo Paulo encapsulou o conteúdo dessa parábola ao exortar os crentes em
Tessalônica com as seguintes palavras:
1 Tessalonicenses 5:17
Orai sem cessar.
II. O Contexto
A. De
forma breve, porém muito objetiva, Lucas descreve de forma empolgante uma
delicada situação: um homem que já estava recolhido para dormir é subitamente
acordado por um amigo batendo à sua porta à meia-noite! E o que ele queria? Eles
estavam precisando, desesperadamente, de alguns pães para alimentar um terceiro
que havia chegado a sua casa para ali hospedar-se. Levando em conta o fato de
que já era muito tarde e que se tratava de uma cidade pequena, não era possível
encontrar nenhum lugar onde um pão poderia ser comprado. Então o homem decide
bater à porta do amigo.
B.
Todavia, o amigo já estava recolhido junto com sua família por aquela noite. Mas
o amigo do lado de fora de sua casa não está preocupado com isso. Ele está
preocupado com seu amigo que chegou de viagem cansado. Ele não deseja, em
nenhuma hipótese, faltar com as normas culturais da hospitalidade, mas também não
deveria estar sentindo-se muito bem, em ter que procurar um amigo àquela hora
para lhe pedir uns pães emprestados. Independentemente de tudo isso, ele se
levanta e vai procurar o outro amigo que possa lhe emprestar uns três pães com
os quais possa satisfazer a necessidade de seu hóspede.
C. O
horário mencionado por Jesus — meia-noite — é emblemático. Ele pode significar
que o homem tivesse acabado de chegar de uma longa viagem, cansado e muito
faminto.
D. A
história de Jesus é apenas muito humana. Todos os seus ouvintes podiam se
identificar com a mesma, pois ela refletia uma situação verossímil. E sim,
todos estavam como que nas pontas dos pés querendo saber como tal história iria
terminar.
III. A Circunstância
Imediata
A. Naqueles
dias as casas eram pequenas e, geralmente, um único cômodo servia de sala
durante o dia, e de quarto que acomodava a todos na hora de dormir.
B. As
casas tinham uma porta que, geralmente ficava aberta o dia inteiro, mas ao
anoitecer era costume do dono da casa trancar a porta, usando um tranca de
madeira que impedia a porta de ser aberta. Depois do jantar, esteiras eram
estendidas pelo chão onde todos se acomodavam para dormir. Dormia-se cedo e açodava-se
mais cedo ainda. Portanto, à meia-noite quando o amigo importuno chegou, a família
já devia estar dormindo a algumas horas e era extremamente complicado se
levantar na escuridão para procurar qualquer coisa que fosse.
C. Foi
nessas condições que o hospedeiro do viajante foi procurar seu amigo,
despertando-lhe do sono e lhe fazendo o pedido:
Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo,
chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer.
D. O
uso da expressão “amigo” usada pelo importunador tinha como objetivo desarmar
qualquer atitude de má vontade da parte do importunado, apesar dele não ter se
mostrado muito solícito no primeiro momento, e com razão. Amigos verdadeiros não
importunam seus amigos tão tarde da noite. Então a questão que fica no ar é:
quem é o verdadeiro amigo: o que importuna para satisfazer as necessidades do
seu hóspede ou o que é importunado?
E. Os
pães solicitados, naqueles dias, não era maiores do que um pãozinho de 50
gramas que estamos acostumados a comprar em nossas padarias. Não era tão
comprido, era geralmente arredondado e de acordo com o material usado podia ser
mais pesado. Esse é o motivo porque Jesus compara um pão com uma pedra em
Mateus 7:9
Ou qual dentre vós é o
homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?
F. Três
pães como esses eram uma refeição satisfatória para um adulto, por mais faminto
que estivesse.
G. A
demorada explicação era outra tentativa de mover o amigo para que agisse com
compaixão. De fato o importuno não tinha nenhuma alternativa para oferecer algo
ao amigo faminto e cansado.
H. Os
empréstimos de pães era algo comum naqueles dias entre vizinhos e conhecidos. O
que era incomum era a hora em que o pedido foi feito. Pães tomados emprestados
num dia eram devolvidos logo cedo na manhã seguinte que era a hora em que se
assavam os pães que seriam usados pela família durante aquele dia.
I. A
resposta do vizinho importunado é bem clara. Ele diz:
Não me importunes; a
porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não
posso levantar-me para tos dar
J. O
vizinho importunado não demonstra falta de condições e sim uma brutal falta de
vontade em ajudar. Para atender pedido ele teria que se levantar, incomodar a
esposa e os filhos, acender uma lâmpada, procurar os pães, destrancar a por e,
só então, servir o amigo. Seria bem mais fácil se o amigo apenas fosse embora e
desaparecesse na escuridão.
IV. A Persistência
A. O
vizinho necessitado, todavia, não lhe deu descanso. Continuou insistindo até
que o processo mencionado acima aconteceu, e a porta finalmente foi aberta e os
pães entregues ao vizinho importuno.
B. É
importante destacarmos que o vizinho importunado não atendeu ao pedido que lhe
estava sendo feito por amizade ou qualquer outro motivo positivo. Ele cedeu por
causa do grande incômodo que o outro estava lhe impondo. A persistência do
vizinho foi o motivo verdadeiro porque o vizinho incomodado acabou cedendo.
C. A
palavra “persistência”, apesar de não aparecer no texto é fundamental para o
perfeito entendimento da conclusão da parábola.
Conclusão: os
ouvintes originais desse diálogo são desafiados a considerar as seguintes
verdades:
A. Jesus
conta uma história em que a atitude de um determinado homem é colocada diante
dos olhos e do ouvidos de todos que se encontravam ao redor de Jesus.
B: Esse
homem se vê obrigado a mostrar hospitalidade para um amigo que o procurou muito
tarde da noite. No meio dessa situação e sem ter o que oferecer para alimentar
seu amigo, ele se levanta – era meia-noite — e vai em busca de uma solução.
C. Ele
busca satisfazer a necessidade de seu hóspede com tanto empenho que se arrisca
a perder a amizade do seu próprio vizinho a quem decide importunar naquela hora
da noite. Ele insiste, porque no fundo, acredita que terá seu pedido atendido
apesar das condições mais adversas possíveis.
D. Jesus
lança mão de algo que era bastante familiar aos seus ouvintes daquela época: a
regra judaica dos contrastes. Essa regra era aplicada pelos mestres quando
desejavam destacar algo maior, por meio do ensino de algo menor. Nesse contexto
o homem decide importunar seu amigo porque sabe que será, finalmente, atendido.
Assim Jesus nos ensina que podemos procurar a Deus em oração, porque ele não
apenas ouve nossas orações, mas responde sempre de modo satisfatório para o
nosso bem. Jesus deixa isso bem claro ao dizer:
Digo-vos que, se não se
levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da
importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade.
E. Ora,
se um vizinho importunado à meia-noite se levanta para atender à necessidade de
um amigo, mesmo a contragosto, quanto mais Deus, que é Pai, irá atender aos
seus filhos que clamam a Ele de noite e de dia?
F. O
ensinamento central da parábola é a “persistência”, mesmo que, como já dissemos
tal palavra não é diretamente mencionada no texto. Mas podemos ver evidências
da mesma por todos os lados.
G. A
promessa de Deus não se limita a atender nossos pedidos. De fato, deus promete
fazer o seguinte:
Efésios 3:20—21
20 Ora, àquele que é
poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós,
21 a ele seja a glória,
na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!
H.
Deus sempre atende nossas orações como a única resposta apropriada para cada
uma delas. Além do mais, Jesus nos manda orar em seu próprio nome, algo que
equivale dizer que é o próprio Senhor Jesus quem está fazendo aquela oração!
I.
Por fim, somos ensinado a terminar nossas orações com a palavra amém cujo significado é: assim seja — conforme as
palavras da nossa oração.
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002 – Os Dois Fundamentos
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005 – O Credor Incompassivo
006 — O Grão de Mostarda e o Fermento
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Que
Deus abençoe a todos.
Alexandros
Meimaridis
PS.
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Desde
já agradecemos a todos.
Ótimas mensagens bíblicas e parábolas que nos ensinam a verdade da palavra de Deus.
ResponderExcluirParábolas que edificam nossas vidas!
ResponderExcluirParabéns,gostei muito da forma que foi exposto.
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirMuito bom
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