Mateus 26:26—29
Introdução
A. Nesses dez anos de Igreja
Presbiteriana Boas Novas, nós, bem no início das nossas atividades, decidimos
celebrar a ceia do Senhor sempre, uma vez a cada cinco domingos. Isso tem
certas repercussões que gostaríamos de lembrar os irmãos:
1. Não temos um domingo fixo no
mês para celebrar a Santa Ceia, portanto diluímos bastante a ideia tão comum de
que o primeiro, o segundo, o terceiro e etc., domingo é mais santo que os
outros porque nele nós celebramos a Ceia do Senhor.
2. Como celebramos a Ceia do
Senhor a cada 5 domingos, então um mês celebramos no primeiro domingo, no mês
seguinte no segundo domingo e etc.
3. De vez em quando acontece do
mês ter cinco domingos e a celebração da Santa Ceia cair exatamente no quinto
domingo. Mas quando isso não acontece, às vezes, ficamos um mês sem celebrar a
Santa Ceia.
4. Outra questão importante é que
a Santa Ceia existe para o benefício dos irmãos e não por outro motivo, então
não nos incomodamos em adiar a celebração da mesma, às vezes um domingo, outras
dois domingos, desde que isso venha ajudar os irmãos em suas necessidades.
Devemos deixar claro que Deus não está tão interessado nos dia em que
celebramos a Santa Ceia quanto no fato de que celebremos a mesma em qualquer
domingo, mas, como tudo na adoração cristã, em espírito e em verdade.
B. Curiosamente, em dez anos de
pastorado aqui, eu nunca preguei nenhuma mensagem acerca da Ceia do Senhor,
apesar de a cada celebração fazer questão de instruir os irmãos acerca de algum
aspecto importante da mesma.
C. Bem hoje tudo isso vai mudar,
por que além de celebrarmos a Ceia do Senhor, eu pretendo pregar uma mensagem
totalmente dedicada a esse tema, conforme o texto de Mateus 26:26—29...
A INSTITUIÇÃO E A CELEBRAÇÃO DA
CEIA DO SENHOR OU DA SANTA CEIA
Introdução
A. A primeira coisa que devemos
destacar é que a celebração da Santa Ceia ou da Ceia do Senhor é a principal
ordenança que temos que celebrar, e que a mesma foi instituída pelo próprio
Senhor Jesus Cristo.
B. A Ceia do Senhor é uma
indicação clara da Sua previdência, bem como da Sua paciência. Dizemos isso por
vários motivos:
1. Primeiro porque ele anteviu
nossa profunda necessidade de sermos, periodicamente relembrados, daquilo que
ele é para nós — fazei isso em memória de mim. Nosso Salvador é aquele que
recebeu em seu próprio corpo o justo castigo que nossos pecados mereciam e
derramou seu sangue para que esses mesmos pecados fossem completa e
definitivamente obliterados.
2. Em segundo lugar ele nos
permitiu que, ao celebrar a Ceia do Senhor, nós possamos ser curados de nossa
atitude distante e desinteressada pelas coisas do próprio Deus, nos lembrando,
de forma contínua que, seja quais forem os nossos pecados, os mesmos estão
definitivamente perdoados pelo sangue de Cristo derramado na Cruz.
3. Desse modo, a Ceia do Senhor nos
ajuda a relembrar por meio do Pão, que o corpo de Cristo foi castigado por
causa dos nossos pecados. E, por meio do cálice, que o sangue de Cristo foi
derramado para que os pecados castigados sobre o corpo Senhor fossem completa e
definitivamente perdoados por meio do seu sangue derramado.
I. O Cristão se
Alimenta do Corpo e do Sangue de Cristo
A. É importante destacar aqui que
não estamos falando da doutrina da transubstanciação da Igreja Católica Romana.
Essa doutrina declara que a hóstia, que não passa de um fino biscoito feito de água
e farinha, se transforma, num passe de mágica, no corpo, alma e em toda a
essência divina do próprio Filho de Deus.
B. Também não estamos falando da
doutrina da consubstanciação da Igreja Luterana que ensina que: depois que os
elementos são ingeridos eles então se transformam no verdadeiro corpo e sangue
de Cristo.
C. Não, nossa posição reformada é
que os elementos — pão e vinho ou suco de uva — não sofrem nenhum tipo de
transformação.
1. Todavia os mesmos representam
— não são — o corpo e o sangue de Jesus. E como representam a Jesus, nós temos
que entender que os mesmos representam Cristo, e que Cristo é Vida para nós.
2. De que maneira recebemos os
elementos como verdadeiros alimentos para nossas almas? Ao tomar o pão e o
cálice nós devemos nos lembrar o que Jesus disse:
João 6:35
Declarou-lhes, pois,
Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em
mim jamais terá sede.
3. Quando participamos dos
elementos nós nos beneficiamos da Graça do Senhor que instituiu esses elementos
como meios de Sua Graça.
4. Cristo escolheu esses
elementos porque os mesmos eram muito comuns naqueles dias e continuam assim
até os dias de hoje. Esses elementos estavam disponíveis a todas as pessoas,
mesmo para as mais pobres e o mesmo se mantém verdadeiro hoje. A celebração da
Ceia do Senhor não está restrita a igrejas ricas, mas a todo o corpo de Cristo,
pela singeleza dos elementos que o próprio Senhor escolheu que a mesma fosse
celebrada de forma apropriada. Assim, independentemente do dia em que
celebramos a Ceia do Senhor, Jesus é verdadeiramente nosso pão de cada dia.
II. Cristo Se Tornou Alimento
Para as Nossas Almas em Sua Encarnação
A. Os elementos, como o próprio
Cristo afirma, não representam nada relacionado à sua alma ou essência divina
como alguns afirmam. Muito pelo contrário, Jesus é bem explícito: esse pão é o meu corpo e esse cálice é o meu sangue. Note que
não existe nenhuma menção à sua divindade. Ao fazer essas afirmações, é óbvio
que nenhum dos apóstolos presentes entendeu essas palavras de modo literal,
como se Cristo estivesse arrancando pedaços de seu próprio corpo ou sangrando
uma de suas veias num cálice para servir aos presentes. Não, suas afirmações
precisam ser entendidas à luz do que afirmamos no item I acima.
B. Tem que ser muito teimoso para
afirmar que uma hóstia se transforma na essência divina daquilo que Cristo é.
Não existe mágica capaz de transformar o pão e o suco ou vinho na essência
divina de Jesus. Não existem palavras que sejam capazes de transformar um
biscoito feito de água e farinha em algo que vá além daquilo que ele realmente
é: um biscoito fino feito de água e farinha.
C. Assim entendemos mais
facilmente que em sua encarnação e por meio de sua morte, Jesus se transformou
verdadeiramente naquele que nos alimenta e nos sacia plenamente, pois o pão é
como se fosse verdadeiro pão para nossas almas famintas.
D. Do mesmo modo, nós entendemos
que o sangue de Cristo, foi derramado como o sangue de um cordeiro sem defeito
e sem mácula para o perdão dos nossos pecados. E isso foi feito conforme a
vontade expressa de Deus como podemos ler em —
2 Coríntios 5:21
Aquele que não conheceu
pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de
Deus.
III. Em Terceiro Lugar
Jesus Se Deu a Nosso Favor Por Meio de Sua Morte.
A. O pão é partido, o suco ou
vinho é derramado e esses dois elementos devem ser tomados em separado. Eles
representam a morte de Cristo e os dois precisam ser lembradas e consumidos em
separado, todas as vezes que celebramos a Santa Ceia ou a Ceia do Senhor.
B. Jesus só poderia nos dar
verdadeira vida se primeiro não entregasse sua vida para resgatar a nossa da
perdição. Ele diz:
João 10:17—18
17 Por isso, o Pai me
ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir.
18 Ninguém a tira de
mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar
e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.
C. Não é vida de Jesus como ser
humano que nos alimenta. É sua morte sobre a cruz que produz as condições
verdadeiras para sermos alimentados e fortalecidos espiritualmente e é seu
sangue, também derramado na Cruz que permite que sejamos redimidos ou perdoados
de nossos pecados. Não é o sangue de Jesus em suas veias que nos trás o perdão
e sim o sangue derramado na cruz.
D. A santa Ceia foi instituída na
véspera da morte de Cristo sobre a Cruz. Por isso, ela se tornou no verdadeiro
memorial da morte sacrificial de Cristo a nosso favor.
Conclusão
A. Paulo se apropriou de maneira
maravilhosa dessas verdades acerca da celebração da Ceia ao escrever o
seguinte:
Colossenses 2:13—15
13 E a vós outros, que
estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne,
vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;
14 tendo cancelado o
escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos
era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz;
15 e, despojando os
principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando
deles na cruz.
B. Lembremo-nos das
palavras de Jesus:
João 6:48
Eu sou o pão da vida.
C. Não podemos os esquecer das
palavras de Paulo quando afirma:
Romanos 5:8—9
8 Mas Deus prova o seu próprio amor para
conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo, muito mais agora, sendo justificados
pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
D. Ao nos aproximarmos da mesa do
Senhor, devemos nos julgar. Todo pecado conhecido deve ser reconhecido e
confessado. Ninguém pode se aproximar da mesa isento de todos os seus pecados,
isso é impossível e não é requerido de nós.
E. Também devemos nos lembrar que
Jesus é nosso Salvador dos pecados e que precisamos nos render a ele como nosso
Senhor. O senhorio de Cristo em nossas vidas só pode ser manifestado por meio
da nossa obediência aos mandamentos do Pai —
Mateus 7:21
Nem todo o que me diz:
Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu
Pai, que está nos céus.
F. Assim, aproximemo-nos da mesa
do Senhor, atendendo a Seu próprio convite e que encontremos refrigério para as
nossas almas por meio de Sua Graça.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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