Foi algo realmente lamentável
esse fato envolvendo uma menina de apenas 16 anos e 30 ou mais homens que a
estupraram. Mais lamentável ainda é o silêncio dos evangélicos, inclusive desse
blog, porque só foi tomar conhecimento do que aconteceu graças a uma leitora
atenta ao que se passa nas mídias sociais. Visando corrigir esse erro, hoje
estamos publicando um artigo da BBC Brasil. O artigo é de autoria da jornalista
Renata Mendonça nos chama atenção para essa verdadeira aberração que é como
esses crimes são tratados no país chamado Brasil. Ou seria índia?
Segundo a promotora de Justiça e
coordenadora do Grupo Especial de Enfrentamento à Violência contra a Mulher
(GEVID), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Silvia Chakian, que é
especialista no tema, o fato revela a certeza da impunidade por parte daqueles
que o praticaram.
E mais: O estupro revela uma
sociedade criminosa e violenta contra a mulher. Que enxerga que o corpo da
mulher é feito para o homem usufruir."
Segue o artigo.
'A Índia é aqui':
Impunidade fez estupro coletivo virar motivo de ostentação, diz promotora.
Renata Mendonça
Da BBC Brasil em São Paulo
Vídeo do estupro foi divulgado no
Twitter
Um estupro coletivo de uma jovem
de 16 anos chocou o Rio de Janeiro e causou comoção nas redes sociais após
imagens do crime terem sido divulgadas pelos próprios suspeitos dele no
Twitter.
O vídeo que foi amplamente
compartilhado nas redes sociais tem cerca de 40 segundos de duração e mostra a
garota deitada e desacordada enquanto os rapazes conversam ao fundo.
"Engravidou de 30", diz um deles. Em uma das fotos divulgadas também
pelo Twitter é possível até ver o rosto de um deles, que posa para a câmera em frente
à menina.
O fato é ainda mais chocante
porque revela a certeza da impunidade de estupradores, segundo a promotora de
Justiça e coordenadora do Grupo Especial de Enfrentamento à Violência contra a
Mulher (GEVID), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Silvia Chakian,
que é especialista no tema.
"Mostra a certeza total da
impunidade desses criminosos, que agem em grupo e que gravam e publicam a
própria prova do crime que praticaram. Mostra o descaso pra eventuais
responsabilizações, descaso com a Justiça", afirma à BBC Brasil.
"Um deles revela até a
autoria, o rosto. Qual é a mensagem que ele está passando? É de 'eu não
acredito na lei, na polícia, na Justiça, eu não tô nem aí'. Essa mensagem não
pode ficar para sociedade."
Chakian opina que a maneira como
o vídeo foi compartilhado pelos suspeitos do estupro, que mostravam
"orgulho" pelo crime praticado, é um sinal de como a "violência
contra a mulher é naturalizada no Brasil".
"O (episódio) mostra que
praticar crime dessa natureza é motivo de vaidade, de ser ostentado", diz.
"Não tem 30 monstros juntos.
Não tem patologia nisso. É uma questão cultural. São 30 pessoas que
participaram do crime e nenhuma delas agiu para evitar que aquele crime
acontecesse. Isso revela uma sociedade criminosa e violenta contra a mulher.
Que enxerga que o corpo da mulher é feito para o homem usufruir."
O crime foi bastante agravado,
segundo a promotora, pela exposição das imagens da garota na web.
"A impunidade anda de mãos
dadas com a violência. Precisa haver uma punição exemplar e essa punição tem
que ser divulgada para que a sociedade saiba. Temos que conscientizar essa
sociedade de que quem compartilha, quem faz piada, (está agindo de modo) tão
grave quanto ao do estuprador."
Comoção
O vídeo começou a ser
compartilhado nas redes sociais na noite da última quarta-feira e logo
despertou uma enxurrada de comentários - alguns em tom de comoção e revolta, e
outros em tom jocoso.
A exposição do caso na web,
porém, também fez com que centenas de pessoas se mobilizassem para reportar os
autores do vídeo ao Ministério Público do Rio de Janeiro. Até a manhã desta
quinta-feira, o órgão já havia recebido mais de 800 denúncias relacionadas ao episódio.
Jovem havia ido a uma festa, foi
dopada e levada pelos mais de 30 homens que a estupraram
"O lado positivo nesse mar de
crueldade é que foi graças à revolta da internet, dos usuários, que as
denúncias chegaram em um número muito grande ao Ministério Público", o que
pode ajudar a polícia na identificação de responsáveis, disse Chakian. Segundo
a TV Globo, a polícia civil do Rio já identificou um suspeito do crime e outros
dois de terem divulgado as imagens online.
"A internet não pode ser
encarada só no aspecto negativo. Ela também é usada como veículo de
empoderamento das pessoas para denunciar. As pessoas conseguiram denunciar com
a mesma velocidade com que o vídeo foi divulgado."
Além da busca pelos suspeitos, a
polícia do Rio de Janeiro está identificando também as pessoas que
compartilharam o vídeo e endossaram o crime nas redes sociais. Segundo a
promotora de São Paulo, não existe tipificação específica para o ato de
compartilhar vídeos íntimos na internet, mas casos assim podem ser encaixados
em "apologia ao crime" ou "crime contra a honra".
"É bem verdade que a nossa
legislação não acompanhou a evolução tecnológica. Mas esse caso pode se
encaixar em violação da privacidade, que é crime mais grave no Estatuto da
Criança e do Adolescente. É apologia ao crime, é crime contra a honra."
"As pessoas têm que entender
que os que compartilharam são tão criminosos e conduta deles foi tão violenta
quanto à do estupro em si", opinou Chakian.
'A Índia é aqui'
Além do episódio no Rio de
Janeiro, vieram a público recentemente também outros dois casos de estupro
coletivo - ambos no Piauí, um no ano passado e outro na última semana. A
promotora de São Paulo explicou que crimes graves contra a mulher como esses
tendem a ser mais comuns em países onde a desigualdade de gênero é mais
acentuada.
"As pessoas falam da Índia e
se chocam a cada caso de estupro lá, mas a Índia é aqui. Gerou repercussão o
caso de lá, mas a nossa realidade é similar", disse.
No Brasil, uma mulher é
estuprada a cada 11 minutos, segundo os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro
de Segurança Pública no final do ano passado. Em 2015, o país registrou 47.646
casos de estupros.
"Por tudo isso, esse caso
precisa de uma punição exemplar. E acima de tudo, precisamos fazer um trabalho
de educação de gênero, de respeito ao corpo da mulher e aos direitos
dela."
O artigo original poderá ser
visto por meio desse link aqui:
É mesmo uma pena que nenhum
daqueles que se dizem líderes dos evangélicos e se declaram defensores da moral
e dos bons costumes tenham ficado calados. Que nenhum deles tenham se
manifestado em defesa desse verdadeiro massacre sofrido pelas mulheres: 47.646
mulheres foram estupradas apenas no ano 2015 no Brasil. Mesmo diante disso você
não vê ninguém levantando um protesto ou clamor contra isso. Mas vão falar muito
contra a parada gay e etc. O cinismo de pessoas como Marco Feliciano, Silas
Malafaia, Ana Paula Valadão, Jair Bolsonaro — recentemente batizado no Rio
Jordão — et caterva, deve ficar evidente para todos.
Que Deus tenha misericórdia de
todos nós.
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que
puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
Uma correção. Não eram homens. Eram trinta bichas enrustidos. Um cara que faz isso com uma mulher não é, nunca foi, e nunca será digno de ser considerado homem. Eu insisto, esses indivíduos não são, nunca foram, e nunca serão - NUNCA SERÃO!!!! - dignos de ser considerados homens. Tá certo que ela teve a sua parcela de culpa. Freqüentava bailes pseudofunk em favelas, vivia de casinhos com traficantes, usava drogas, e fazia coisas semelhantes. Pelo amos de DEUS, vamos deixar de ser hipócritas. Tá certo que nada - NADA!!!! - justifica um estupro, coletivo ou não. Mas que ela deu inúmeras brechas para que isso acontecesse, isso ela deu. Se ela apreciasse algo digno de ser considerado MÚSICA, algo como um Jazz ou um Blues, para começo de conversa, e em lugares, e companhias, apropriados, as probabilidades dessa coisa acontecer com ela, sejamos relistas, por favor, seriam muito inferiores. Não adianta um bando de feminazistas loucas sair por aí, exibindo os seios e gritando frases de efeito, tais como "meu corpo, minhas regras", e outras que eu não me atreverei a mencionar aqui, achando que isso vai coibir os estupros. Porque não vai.
ResponderExcluirCorreção. Onde se lê "relistas", por favor, leia-se "realistas".
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