Essa é série de estudos
baseada em João capítulo 17 que é conhecido como: “A ORAÇÃO SACERDOTAL DE
CRISTO” a favor de todos os seus discípulos de todas as épocas. É um estudo
bastante aprofundado de João 17 e de todas as suas implicações. É bastante
conveniente que o leitor prossiga nesses estudos até o final para poder
usufruir melhor do conteúdo dos mesmos. No final de cada estudo o leitor
encontrará links para os outros estudos.
Introdução.
I – A
relação entre esta oração do Capítulo 17 e o discurso de despedida que
encontramos em João 14—16, pode ser encontrada no verso de abertura:
João 17:1
Tendo Jesus falado
estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse...
O
propósito que Jesus tinha ao fazer esta oração final era preparar os discípulos
para os dias difíceis que viriam. Tal propósito é intensificado quando ele
permite que os discípulos ouçam esta oração.
II –
Ao ouvir esta incomum comunicação do Santo Filho de Deus com Seu Pai, os
discípulos tiveram a oportunidade de aprender uma verdade muito importante e
encorajadora. Nestes instantes os discípulos percebem que Jesus fez muito mais
do que somente ensiná-los no que acreditar ou em como deveriam viver. Ele havia
entrado plenamente na vida de cada um deles para sustentá-los, dirigi-los,
fortalecê-los, capacitá-los e, especialmente, viver Sua vida através deles. À
medida que eles foram crescendo na compreensão desta provisão o relacionamento
deles com Jesus tornou-se revolucionário e transformador. Esta é uma das
verdades mais básicas da vida cristã.
III –
Na ação de Jesus descrita como, “levantou os olhos ao céu”, nós somos lembrados
da natureza essencial da oração. A oração é nosso reconhecimento da grandeza de
Deus, acompanhado da nossa adoração e confiança.
A. A
base relacional da oração.
João 17:1
Tendo Jesus falado
estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora;
glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti.
1. A
exclusividade de Jesus é destacada nesta oração.
É
importante notar que Jesus não disse “Pai Nosso”. Ao estudarmos o
relacionamento de Jesus com o Pai, ele sempre faz uma distinção cuidadosa entre
“Meu Pai” e “vosso Pai”. Ele não poderia dizer “Nosso Pai” e se unir a nós no
tipo de relacionamento que temos com Deus, porque o relacionamento que Jesus
tem com Deus é infinitamente e eternamente distinto daquele que nós temos com
Deus. Mesmo quando Jesus ensinou seus discípulos a orar ele disse que os mesmos
deviam orar assim: “Pai nosso”. Mas isso se aplicava aos discípulos.
O
Ser ou a Essência de Jesus são idênticas as do Pai. É por este motivo que ele
diz:
João 10:30
Eu e o Pai Somos um.
Já
nossa relação com Deus está baseada na criação e na graça de Deus. Ele é
infinito ao passo que nós somos finitos. Mas a graça de Deus nos convida a
chamá-lo de Pai, pois através de Jesus somo feitos “filhos de Deus” —
João 1:12
Mas, a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que
crêem no seu nome.
Esta
verdade é reconhecida e ensinada quando Jesus falou com Maria Madalena após ter
ressuscitado:
João 20:17
Recomendou-lhe Jesus:
Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus
irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.
2. O
significado de Jesus se dirigir a Deus como Pai.
a. O
Senhor Jesus podia chamar Deus de Seu “Pai” por causa da união essencial e de
identidade de ser que os dois possuem e compartilham desde a eternidade
passada. O Pai e o Filho são 100% o Deus infinito. Os termos “Pai” e “Filho”
não indicam, em nenhuma hipótese, uma desigualdade. Tais termos são utilizados
para indicar funções relacionais e ofícios e para nos ajudar a entender, pelo
menos um pouco, este grande mistério que é um só Deus existindo em três pessoas
distintas. A relação entre Deus, o Pai, e Jesus é ensinada pelo uso do termo
“unigênito” em passagens como
João 1:14
E o Verbo se fez carne
e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória
como do unigênito do Pai.
João 3:16.
Porque Deus amou ao
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
b. O
significado da palavra no original μονογενῆ — monogenê é:
exclusivo, único na sua categoria. Negar esta verdade é uma das mais sérias
ofensas que alguém pode cometer —
João 8:24
Por isso, eu vos disse
que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis
nos vossos pecados.
c. O
Senhor Jesus podia chamar Deus de Seu “Pai” por causa do seu nascimento
virginal. Foi através deste ato milagroso que o Senhor Jesus recebeu Sua
natureza humana e Seu corpo físico. Quando a virgem Maria concebeu, mediante a
ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus foi a personalidade resultante daquela
concepção. Este é o motivo porque o profeta distingue entre “nascido” e “dado”:
Isaías 9:6
Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu.
Hebreus 10:5
Por isso, ao entrar no
mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste.
d. O
Senhor Jesus podia chamar Deus de Seu “Pai” por causa da maneira como ele
representava a raça humana de modo geral e os cristãos de modo particular como
o “último Adão” — ver Romanos 5:14; 1 Coríntios 15:45. O Senhor Jesus veio a
este mundo como nosso representante. Nesta condição Ele dependia completamente
do Pai. Pelo uso deste título — segundo ou último Adão — e por causa da
completa dependência que Ele tinha do Pai, nosso Salvador reconhece o relacionamento
que ele escolheu assumir e expressa Sua total confiança no Pai.
e. O
Senhor Jesus podia Chamar Deus de Seu “Pai” porque o uso desta expressão “Pai”
indicava Seu profundo amor por Deus, sua submissão integral à vontade de Deus,
bem como sua confiança total em Deus com respeito às próximas horas, que seriam
as mais difíceis que o Salvador iria experimentar. Quando o Senhor Jesus estava
no Getsêmani e Ele quase morreu de tristeza, pelo que haveria de sofrer na cruz
do Calvário, que incluía experimentar nosso julgamento, condenação, morte
física e o inferno em nosso lugar — Ele suportou todas estas coisas com um nome
nos seus lábios: PAI.
f. Muitos
anos antes desta oração ser proferida o Senhor já havia inspirado o Salmista a
dizer:
Salmos 56:3
Em me vindo o temor,
hei de confiar em ti.
g. Nesta
oração nos podemos testemunhar o Senhor Jesus, agora o Deus homem — colocar em
prática esta grande verdade.
B. O Contexto Histórico
da Oração.
João 17:1
Tendo Jesus falado
estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai é chegada a hora;
glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti.
1. O
Significado desta Afirmação na Perspectiva do que Aconteceu Antes.
a. A
Crucificação e a Ressurreição de Jesus Cristo não são eventos de origem recente
e sim parte dos decretos eternos de Deus.
1 Pedro 1:18—20
Sabendo que não foi
mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do
vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue,
como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com
efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por
amor de vós.
Apocalipse 13:8
E adorá-la-ão todos os
que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da
Vida do Cordeiro — o Senhor Jesus — que foi morto desde a fundação do mundo.
c. A
obra do Senhor Jesus tem sido anunciada deste o começo da revelação Divina.
i. O
confronto entre Jesus e Satanás foi predito ainda no Éden —
Gênesis 3:15
Porei inimizade entre
ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
ii. Jesus
foi tipificado nas peles dos animais que Deus usou para cobrir Adão e Eva —
Gênesis 3:21
Fez o SENHOR Deus
vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.
iii.
Moisés profetizou a vinda do Senhor Jesus —
Deuteronômio 18:18
Suscitar-lhes-ei um
profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas
palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
iv. Tanto
Arão quanto o Sacerdócio Levítico tipificavam o Senhor Jesus bem como Sua obra
redentora – ver Hebreus 5:1—5; 9:1—26; 10:1.
v. O
profeta Isaías forneceu detalhes específicos sobre a Pessoa, o Ministério, a
Morte e a Ressurreição do Senhor Jesus – ver Isaías 7:14; 9:1—7; 52:13—15; 53:1—12;
61:1—3.
vi. Durante
os dias da Sua vida o Senhor Jesus falou acerca da “hora” da Sua morte e
glorificação:
João 12:23—24
Respondeu-lhes Jesus: É
chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade
vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se
morrer, produz muito fruto.
João 12:27
Agora, está angustiada
a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com
este propósito vim para esta hora
João 13:1
Ora, antes da Festa da
Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o
Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.
d. Tendo todo este
passado em perspectiva, o Senhor Jesus compreende que havia chegado em um ponto
culminante da Sua história. Toda a antecipação, os questionamentos, bem como
toda a preparação estão no passado. Tudo pelo qual ele havia trabalhado Sua
vida toda estava agora chegando sobre ele.
Continua...
OUTROS ESTUDOS EM JOÃO 17
JOÃO 17 — ESTUDO 001 — O SENHOR JESUS — O GRANDE SUMO SACERDOTE — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 001 — O SENHOR JESUS — O GRANDE SUMO SACERDOTE — PARTE 002
JOÃO 17 — ESTUDO 002 — O SENHOR JESUS E A GLÓRIA DE DEUS — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 002 — O SENHOR JESUS E A GLÓRIA DE DEUS — PARTE 002
JOÃO 17 — ESTUDO 003 — O SENHOR JESUS E A VIDA ETERNA — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 003 — O SENHOR JESUS E A VIDA ETERNA — PARTE 002
JOÃO 17 — ESTUDO 004 — O SENHOR JESUS E SUA OBRA TERMINADA — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 004 — O SENHOR JESUS E SUA OBRA TERMINADA — PARTE 002
JOÃO 17 — ESTUDO 005 — O SENHOR JESUS E AQUELES QUE CREEM NELE — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 005 — O SENHOR JESUS E AQUELES QUE CREEM NELE — PARTE 002
JOÃO 17 — ESTUDO 005 — O SENHOR JESUS E AQUELES QUE CREEM NELE — PARTE 003 – FINAL
JOÃO 17 — ESTUDO 006 — O SENHOR JESUS E SUA ORAÇÃO PELOS QUE SÃO SEUS — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 006 — O SENHOR JESUS E SUA ORAÇÃO PELOS QUE SÃO SEUS — PARTE 002
JOÃO 17 — ESTUDO 007 — O SENHOR JESUS E SUA ORAÇÃO PELOS QUE SÃO SEUS — PARTE 003
JOÃO 17 — ESTUDO 007 — O SENHOR JESUS E SUA ORAÇÃO PELOS QUE SÃO SEUS — PARTE 004
JOÃO 17 — ESTUDO 008 — O SENHOR JESUS E O MUNDO — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 008 — O CRENTE E O MUNDO — PARTE 002
JOÃO 17 — ESTUDO 009 — O SENHOR JESUS E SEU SERVIÇO A DEUS — PARTE 001
JOÃO 17 — ESTUDO 009 — O SENHOR JESUS E SEU SERVIÇO A DEUS — PARTE 002 — SOMOS EMBAIXADORES JUNTO COM CRISTO
Que Deus abençoe a todos
Alexandros
Meimaridis
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